A Verdade escrita por mybdns
No meu aniversário de trinta anos, quase um mês depois, Don me fez uma surpresa. Eu estava em casa, arrumando meus livros, CDs e DVDs quando a campainha tocou. Fui atender e quando abri a porta, me deparei com alguém segurando um buquê enorme de rosas vermelhas.
- O que é isso? – perguntei assustada.
- Feliz aniversário. – Flack abaixou o buquê e abriu um sorriso. – posso entrar?
- Mais é claro que pode. – disse fechando a porta. Ele me entregou o buquê e me deu um beijo. – você inventa cada uma... Vou colocá-las num vaso. – disse me virando para pegar água e um vaso.
- Fico feliz que tenha gostado. Sabe, Anne, eu estava pensando... Eu tive sorte de você ter aparecido na minha vida.
- Hum...
- E eu não vou encontrar outra mulher tão carinhosa, bonita, que seja detetive, o que te deixa ainda mais atraente. Tá certo que você rouba minhas camisas, mas eu não me importo porque você fica muito, mais muito sexy com elas.
- Aonde você quer chegar, Don?
- Eu quero dizer que eu sou o homem mais sortudo do mundo. Você é a pessoa mais especial que apareceu na minha vida e eu quero ficar do seu lado.
- Você já está do meu lado, Don.
- Eu sei. Mais... Olha, eu nunca fiz isso, então me desculpa se eu ficar parecendo um idiota. – disse tirando uma caixinha preta do bolso e a abrindo. – quer ser a Sra. Flack, Anne?
- Eu não acredito...
- O que foi?
- Você tem noção do quanto eu te amo? É claro que eu quero ser a “Sra. Flack.” – disse lhe beijando.
- Eu fico feliz de ouvir isso. Eu também te amo. – ele me abraçou forte. Não queria sair dali nunca mais. – o que foi isso?
- Acho que foi o bebê. Acho que ele está chutando.
Ele colocou as duas mãos na minha barriga para sentir também.
- É mesmo. Está chutando!
- Acho que ele/ela ama a gente também.
- Acho que sim.
- Amanhã você vai comigo no ultrassom, não é?
- Eu não perderia por nada.
No dia seguinte, nós acordamos cedo para ir ao médico. Nós saberíamos naquela manhã, o sexo do nosso bebê. Estávamos ansiosos. Enquanto esperávamos, tivemos uma surpresa.
- Mac, Stella? O que fazem aqui? – perguntou Don, surpreso.
- Eu não ia perder este dia. – Mac disse.
- Obrigada por virem. – eu disse.
- Eu estou mais ansioso do que vocês, podem crer.
- Ele quase não dormiu. – Stella revelou.
- Annelies Marie Evans? – uma das enfermeiras chamou e todos se levantaram. - Desculpem, mas só duas pessoas podem entrar.
- Nós ficamos aqui, não é Mac?
- Claro, querida. Boa sorte.
- Obrigada, pai.
Eu e Don entramos na sala de ultrassom, eu coloquei a roupa especial e a Dra. Collins começou a passar o aparelho em minha barriga. Don estava sentado do meu lado.
- Bem, vamos ver... Estão escutando? É o coração do bebê. E este bebê é... Olha só! Parabéns! É uma garotinha. – ela disse com animação.
- Eu te falei. – Flack disse.
Eu não podia conter a emoção. Estava tão feliz que eu pensava o que eu tinha feito para merecer tamanha felicidade.
- Bem, Annelies, sua menina está bem. Tente não fazer muito esforço, ouviu? Eu sei que o seu trabalho exige de você, mas não faça estripulias, okay?
- Pode deixar, doutora.
- Cuide bem dela, detetive.
- Não precisa pedir duas vezes. – eu me vesti e nós saímos do consultório. Mac e Stella ainda nos aguardavam.
- E ai? – perguntou Mac apreensivo.
- Falem, logo! – apressou Stella.
- É uma menina. – eu disse, por fim.
- Ah! Eu vou ter mais uma princesinha... – Mac me abraçou.
- Parabéns, papai. – disse Stella para Don.
- Obrigado, Stella.
- Parabéns, Flack. – disse Mac abraçando Don.
- Finalmente os dois se entenderam. – disse Stella quando me abraçou.
- Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento.
- O que vocês duas estão cochichando? – perguntou Mac.
- Nada. Vamos embora. – disse Stella, por fim. Nós quatro almoçamos juntos em um restaurante da região depois voltamos ao trabalho. Meu divórcio saiu e eu e Don pudemos finalmente nos casar. Casamos somente no cartório e fizemos um almoço para os parentes e amigos mais íntimos. Flack se mudou para o meu apartamento e nós começamos a construir uma vida juntos.
Quatro meses se passaram e eu tive que tirar licença do departamento por conta da gravidez. Don e eu, depois de muitas opções, decidimos colocar o nome da nossa filha de Lívia, que era o nome verdadeiro da minha mãe. Um dia, fui ao laboratório porque não estava mais aguentando ficar em casa. Todos estavam numa cena de crime, exceto Sheldon e Adam.
- Oi Sheldon.
- Anne? O que faz aqui?
- Ah, eu não estava mais aguentando ficar em casa.
- Você não tem jeito...
- Cadê o pessoal?
- Estão todos em uma cena de crime. Eu fiquei aqui pra ajudar o Sid.
- Entendi. – nessa hora, senti uma cólica muito forte. Olhei para o chão e havia um líquido parecido com água empoçado. – Sheldon? Acho que minha bolsa estourou. – disse com calma.
- Você está certa. Vamos para o hospital agora. Consegue andar?
- Consigo.
Sheldon bateu na porta e chamou Adam.
- Hey! Pega o carro.
- Porque, Sheldon?
- A Anne entrou em trabalho de parto, temos que levá-la ao hospital agora.
- Tudo bem. – ele pegou rapidamente as chaves do carro e nós fomos para o hospital. Sheldon foi comigo no banco de trás e Adam dirigiu. Ele parecia um pouco tenso.
- Você está bem, Adam? – eu perguntei.
- Acho que sim.
- Relaxa. – senti de novo uma forte cólica.
- Quando foi que você teve a última contração? – Sheldon me perguntou.
- Não sei, acho que foi há uns quatro minutos atrás.
- Estão ficando mais intensas e mais frequentes. Você vai ter esse bebê logo...
- Eu tenho que ligar para o Don. Me empresta seu celular? – disse para Sheldon.
- Claro. – ele me entregou o celular e eu liguei para Don.
- Oi Sheldon. – ele disse.
- Oi Don, é a Anne.
- Aconteceu alguma coisa?
- Sim. O Adam e Sheldon estão me levando para o hospital. Eu entrei em trabalho de parto.
- Calma. Eu estou indo. Aguenta firme, por favor. – ele parecia desnorteado.
- Don... Calma! Eu estou bem.
- Tá. Eu estou indo.
- Não se esqueça de avisar o Mac.
- Ele tá aqui do meu lado. Aguenta ai. Eu te amo.
- Eu também te amo. - ele desligou.
- Adam, tem como você andar mais rápido? – perguntou Sheldon.
- Estamos quase chegando. – uns dez minutos depois, minhas dores estavam muito intensas. Finalmente chegamos ao hospital. Fui andando até a recepção.
- Oi. Ela entrou em trabalho de parto. – Sheldon disse à moça da recepção.
- Nome?
- Annelies Marie Flack. – eu disse.
- Vou fazer sua ficha.
- Tem como andar rápido?
- Vou fazer o possível.
Logo, o Dr. Baker, que era um grande amigo da minha mãe chegou. Eu estava sentada, sentindo muita dor.
- Doutor, minha amiga está em trabalho de parto. – informou Sheldon.
- Anne?
- Oi doutor Baker, como vai?
- Muito bem. Vamos, vamos para a sala de parto. Voce é o pai? – perguntou se virando para Adam.
- Não, não sou eu.
- Sou eu! – disse Don.
- Ah, detetive Flack. Podemos ir agora.
Eles me levaram para a sala de parto e Don ficou do meu lado.
- Eu estou aqui, querida. – disse pegando em minha mão. – vai ficar tudo bem.
- Agora, Anne, eu quero que você faça força. – o médico disse.
Fiz o que ele pediu. Nunca havia sentido tanta dor na minha vida.
- Você está indo bem, garota. – encorajou uma das enfermeiras.
- Faça mais força. Vamos, você consegue. Estou vendo a cabeça.
Fiz mais força e em segundos, senti um alívio. A dor havia passado. Logo escutei um choro. Não pude conter a emoção.
- Ela é uma menina linda. – disse o Dr. Baker. – quer cortar o cordão, detetive?
- Quero. – Don cortou o cordão que me ligava à Lívia. Os enfermeiros a pesaram e a limparam antes de entregá-la para mim.
- Parabéns mamãe. – disse o Dr. Baker colocando a menina em meus braços. – sua mãe fiicaria orgulhosa de você.
- Ela é tão pequena... Tão linda... – eu não conseguia parar de olhar para aquele pequeno ser que estava em meus braços. – quer segurar, detetive?
- Acho que eu quero. – ele disse, um pouco desconfiado.
- Não tenha medo. Você vai ter que me ajudar a cuidar dela. Vai se acostumando. – disse entregando-lhe nossa filha. Ele a pegou com delicadeza e ficou a admirando por alguns segundos.
- Bom, eu preciso levá-la ao berçário. E você tem que ir para o quarto. Depois eu a levo para você amamentá-la, okay? – disse a enfermeira. Don entregou Lívia para ela e depois me levaram para o quarto, que estava cheio de balões cor de rosa e ursinhos de pelúcia. Tomei um banho e coloquei a roupa do hospital. Stella havia passado em casa para pegar a bolsa do bebê e a minha.
- Podemos entrar? – disse Mac, entrando devagar. Atrás dele estavam Stella, Sheldon, Adam, Sid, Danny, Lindsay, Tyler, Lucy e Sophia.
- Claro. – eu disse.
- Onde ela está? – perguntou Sophia, ansiosa.
- No berçário. A enfermeira já vai trazê-la.- respondeu Flack.
A enfermeira entrou coma minha filha nos braços.
- Quanta gente hein! – ela exclamou. – toma aqui sua princesinha. – disse me entregando a criança toda enrolada numa manta cor de rosa.
- Como ela é pequena! Parece uma boneca... – exclamou Sophia.
- Ela é linda. – disse Mac.
- Se parece muito com você, Anne. – disse Stella.
- O nariz é do Flack, com certeza. – comentou Danny.
- Posso entrar? – perguntou Alanis. Eu me surpreendi por ela ter ido ao hospital.
- Claro, Alanis.
- Eu trouxe um ursinho. – disse deixando a pelúcia em cima da mesa. – é uma menina linda. – disse olhando para Lívia que agora estava no colo de Mac. – parabéns.
- Obrigada.
Ficamos ali conversando e rindo um pouco, até que a enfermeira expulsou todos do quarto. Estava me sentindo cansada, mas muito feliz. Minha filha havia nascido saudável, e isso era o que importava. No dia seguinte, Lívia e eu recebemos alta e pudemos voltar para casa. Agora, minha rotina mudaria completamente.
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