And then... - Wolverine' escrita por Annabeth Stark


Capítulo 5
– Visões Bugadas.




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O velho Charles me fitava com o olhar de sempre… Misterioso.

– Eu vou deixar vocês sozinhos. – Ororo falou subindo as escadas

Iiih… Boa coisa não sairia dali.

– Queria me acompanhar até minha sala.

Fiz que sim com a cabeça e o segui

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Alguém batia animadamente á minha porta, a primeira pessoa que me veio a cabeça foi Logan, mas ele não bateira suave e animadamente em uma porta, bateria?

– Já vai! – Anunciei jogando os fones de lado e cambaleando até a porta. A abri sem muita vontade.

– Natalie! – Exclamou a mulher de cabelos brancos e longos aos pulinhos.

– Ororo – Me juntei a animação puxando ela para dentro do meu quarto e fechando a porta. – Eaí? O que ele falou?

– O Sr. Fury não quis compartilhar muito, ainda sinto que ele nos empaca por sermos mutantes – Desanimou-se Ororo.

– Mas porque essa animação toda? – Perguntei meio confusa, isso não seria ruim então?

– Nada, só queria saber se o Logan se comportou – Juro que vi um pequeno reflexo de malicia em seus olhos.

– Ah… Se comportou… Eu acho. – Falei como quem não quer nada enquanto sentava em minha cama.

– Sério? – A sua expressão de decepção me fez rir.

– Sério – Falei em um tom irônico, ainda rindo.

– Mas… O que você achou dele? – Ela se sentou a minha frente, fitando-me. Eu sabia como Ororo era, e sabia o que estava tentando fazer eu falar.

– É um excelente caçador. Tão firme quanto a sua ficha na SHIELD consta. – Falei arcando uma sobrancelha.

– Bááh! Não precisa bancar a agente comigo! – Irritou-se ela – Sou sua amiga! Não precisa escolher palavras. – Tudo bem, tudo bem. Sabia o que ela iria fazer depois disso, me chantagear emocionalmente, melhor contar o que eu achei do guri logo, né?

– Bom ele… - procurei palavras que se adequassem a ele – não é muito do tipo “bom professor”, mas ensina do jeito dele – Comecei a falar, porém me calei ao ver o olhar irritado de Ororo… Tá, resposta errada?

– Francamente, menina! – Queixou-se.

– Aaah Munroe! Ele tem um puta de um tanquinho! – exclamei, revoltada – contente?

Resposta certa! Dimdimdim’ Ororo riu junto comigo

–Viu? Eu falei que era não era feio – Ororo abaixou o tom, e começamos a cochichar. – Eaí?

– “Eaí” oque?

– Ah, você é bem lentinha pra uma agente – irritou-se novamente.

– Ei! – eu ri – Eaí, eaí… Eaí. – Falei fazendo expressões divertidas.

– EAÍ? – Juntava-se as sobrancelhas da moça de cabelos brancos.

– “Eaí” nada, Ororo. – Eu ri.

– Francamente – Ela revirou os olhos – e eu aqui achando que iria conseguir matar dois coelhos com uma cajadada só.

– Heim? – Arquei as sobrancelhas.

– Se… - Ela começou a falar, mas logo se interrompeu – não vou falar nada, você não coopera, não vou cooperar também.

– Sacanagem, Dona Munroe. Sacanagem!

– Ah, claro – falou irônica – Por um acaso, você tocou nele?

Ah não…

– Toquei sim – Falei a verdade, esperando que ela não fizesse a próxima pergunta.

– E oque viu? – Ela me olhou desconfiada e eu senti a pele do meu rosto queimar.

Virei a face rapidamente, elas já estariam vermelhas sangue?

– Ahh! Você viu algo! – Ela bateu palminhas me chacoalhando. – Conta! Conta!

– Não! … Digo… Eu não vi nada. – Fala sério, era constrangedor de mais.

– Viu sim. – Ororo hoje estava parecendo uma criança implicante.

– AH! Tá bem! Eu nos vi lutando, eaí a gente ensinou as crianças um golpe novo. Aí depois eu vi você eu ele e o Dr. Xavier tomando café da manhã, ainda não aconteceu, nada de relevante, Ororo. Só uma convivência normal. – Menti.

– Tem certeza que foi só isso? – Perguntou ela, tristonha.

Firmei minha voz pra sustentar a mentira. “Sim”, falei convicta.

– Então… Vou te deixar em paz… - Falou ela levantando e saindo do meu quarto – Qualquer coisa, me fala! – Assenti com a cabeça colocando o fone e ligando uma música bem barulhenta.
Fui fechando os olhos de vagar…

Eu estava dentro de uma casa, eu não a reconhecia. Estava calor, o sol brilhava forte de manhã… Ah, que sonho bom. Senti o sol batendo a meu rosto e me espreguicei, notei algo atrás de mim, virei vagarosamente com medo.

Logan me fitava com um sorriso bobo no rosto.

Ah não…

– Tá tudo bem, guria? – Ele perguntou enquanto eu franzia o cenho.

O que eu queria era falar que não, ali no meu sonho não era o lugar dele, jamais. Mas a única coisa que saiu da minha boca foi “Nada, grandão”

Ele andou até mim batendo com a ponta do indicador no meu nariz. Nossa! Ele parecia tão mais alto que eu! Aos poucos ele passou as mãos por minha cintura, me puxando pra cima e abaixando um pouco.

Nuss féra, que atrevimento é esse? – Foi a primeira fala que me veio a cabeça, porem eu fiquei quieta, apenas sorri feito idiota para o homem, que agora me beijava vagarosamente, seu hálito de charuto e cerveja misturada com menta , enchia meu rosto, mas eu não ligava, era bom. Passei a mão por seu rosto e pude sentir sua barba mal feita pinicando, o que me fez rir…

Abri os olhos vagarosamente, eram só 2 da manhã.
Brian Johnson me assustou com o grito que ele deu, dormir com AC/DC tocando não foi uma boa escolha.
Isso me fez lembrar de alguns anos a traz, quando eu dizia que iria me casar com ele. Daí o “Johnson”, Natalie Johnson. – revirei os olhos.

As imagens do sonho me vieram à cabeça. Francamente, eu não queria pensar nisso, muito menos viver.

– Calma Mabel. – Acalmei-me – Foi só um sonho, não uma visão. – Respirei fundo… mas eu já havia tido uma visão. O 3º flash, que eu não comentei com Ororo.

Massageei minhas têmporas, tentando impedir que as imagens tomassem minha mente de novo. Não serviu pra nada.

Digamos que elas eram um pouco quentes de mais pra uma pessoa tímida como eu. Odiava me sentir assim. Deixava-me boba, sem uma reação imediata.

Levantei da cama colocando um sobretudo de camurça com estampa dos ursinhos carinhosos. Ainda lembro o dia que Stark me deu aquilo, foi pra caçoar da minha altura, mas até que eu gostei.
Tropecei em uma ou duas caixas de presentes que as crianças me deram, eu não curtia muito ganhar presentes, mas precisava abrir aqueles. Com certeza foi uma mudança radical da SHIELD pra cá. Nunca pensei que as crianças iriam me aceitar, entretanto elas já gostavam de mim.

Saí no corredor em direção ao elevador, mas não antes de dar uma olhada na porta do quarto de Logan, ele estava bem quieto pra quem tinha pesadelos a noite toda. Talvez estivesse dormindo tão profundamente que estivesse tranquilo, ou em um sonho bom.

O elevador abriu a porta em ‘X’, eu achava aquilo muito interessante, não importa quantas vezes o visse.
Fui até a cozinha e peguei um copo d’água, minha mão acabou molhando e eu a usei pra esfregar os olhos. Bocejei. Ah, a leve sensação de cansaço, como era boa.

– Guria? – Chamou uma voz e eu virei rapidamente.

Pelo amor de qualquer coisa, eu era uma agente, deveria estar atenta a qualquer ruído, mas eu se quer o vi chegar perto.

A resposta era óbvia, cada dia mais que eu passava na mansão, era um dia menos para a “Agente Johnson” e mais um dia pra “Professora Natalie”.

– Desculpa. – Falou firme abrindo a geladeira – Não queria te assustar, guria.

– Tá bem, grandão – Falei sentando em uma cadeira, pegando um saleiro na mesa e o fitando.

Ele sentou de frente pra mim, com uma expressão curiosa, mas não falou nada. Só abriu o refrigerante e tomou um gole.

– E o professor Xavier? – Perguntei, ainda fitando o saleiro.

– Vivo. – Respondeu simplesmente – o xará manja das artes da ressurreição.

Não pude deixar de rir, ele não era tão igual ao que eu li. Ele parecia sim alguém pra se tomar cuidado, mas não era ignorante e nervoso como o que estava escrito em seu relatório.

– Ele me disse uma coisa – mais um gole de refrigerante.

– O que ele disse? – O fitei.

– Disse que você pode me ajudar.

Respirei fundo. Logan queria saber sobre seu passado, isso não era novidade pra ninguém.

Estiquei minha mão direita sobre a mesa e arquei uma sobrancelha. Ele, entendendo o pedido, colocou sua mão direita sobre a minha.

Tinha medo do que ia ver, mas também queria ajudar.

Procurei por ele em sua própria mente, ignorei o futuro, procurava o passado. A muvuca de lembranças me empurrava pra frente e eu tentava andar pra trás. Abri os olhos enxergando nada.

– Meus poderes são bem específicos, não vejo nada – Falei soltando sua mão quente, voltando a enxergar o homem a minha frente. – mas quanto mais eu conheço a pessoa, melhor funciona a visão.

– A gente tenta de novo… Depois. – Concluiu ele, meio frustrado.

– Isso aí, grandão… - suspirei, voltando a concentração ao saleiro.

– Isso acontece… Toda vez que você toca na pessoa? – Perguntou me fitando minuciosamente.

– Mais ou menos, eu controlo. Tenho que procurar dentro de você, mas as vezes é tão forte que eu não posso controlar e as imagens simplesmente vem.

– Posso te fazer uma pergunta, guria?

– Faça – Falei dando um meio sorriso.

– Vai me responder? – Ele me olhou desconfiado.

– Talvez. – Tentei fazer cara de enigmática, mas o que eu fiz foi fazê-lo rir.

– O que foi que viu aquele dia? Quando nos conhecemos.

Ah não! Qualé!

– Nada de mais.- Menti.

– Foi uma coisa… Comum? – Perguntou ele, comendo pelas beiradas.

Se você chamar sexo de coisa comum, foi sim.

– Normal – Falei fazendo pouco caso.

– Então por que saiu daquele jeito? – Fitou-me desconfiado.

Ah… Caramba.

– Porque… Porque… - Mordi o lábio inferior. – É pessoal. – Falei engolindo seco. Era pessoal, mas ele também fazia parte deste “pessoal”, contudo ele não precisava saber disso. Aposto que a visão não aconteceria, não podia.

– “Pessoal” é? – Ele coçou o pescoço. – E eu não tenho nada a ver com a visão?

Faça-me o favor! Que cara chato.

– Mais ou menos – Engoli seco. – Hora deu dormir. Até mais, grandão.

– Até, guria. – Falou ele enquanto eu andava apressada até o elevador. Corri até meu quarto apressada, precisava dormir. Isso sim.


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Notas finais do capítulo

u-u é isso, posto o outro capitulo amanhã. Espero que tenham gostado desse
Bj's da tia Annie