(Por Annabeth)

– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – Octavian gritava.

– Mas é claro que eu posso. – Hera falava tranquilamente.

– ISSO SÓ ESTÁ ACONTECENDO PORQUE, A SENHORA, NÃO SABE CUIDAR DO PRÓPRIO MARIDO! – Ele falou “a senhora” com um nojo tremendo.

Silêncio.

Na minha frente havia um Octavian vermelho e uma Hera tremeluzindo.

Perigo!

– Ei! Ei! – Hermes se intrometeu. – Parou!

– Quem te falou da briga? – Perguntei.

– Setenta e duas noivas acabaram de dizer “não” em todo o USA!

– O casamento delas iria durar menos de dois menos! Eu fiz um favor! – Hera falou quase gritando.

– Isso é irrelevante. – Hermes concluiu.

– Tudo bem. – Eu comecei tentando amenizar a tensão. – Agora me diga: o que está acontecendo aqui?

– Em resumo? – O cara do caduceu perguntou.

– Serve.

– Beleza. Hera está, faz uns dezesseis anos, procurando a filha que Zeus teve, mas nós, os Olimpianos, sabemos onde leva a ira de Hera. Então mudamos a garota de endereço, nome e aparência, o sobrenome não precisou de alteração.

– Eles nunca me falaram qual é. – Hera grunhiu.

– Também, demos uma aura de segurança para quando ela for mexer em algo eletrônico, nenhum monstro sinta sua presença. Mas isso não foi o suficiente, Hera não é burra, tivemos que colocar esses... Ham... Presentinhos, em outras duas garotas que são, também, muito perigosas... Quer dizer, poderosas. Agora que as três “opções” estão juntas ela resolveu fazer um tipo de concurso para saber qual delas é a filha de Zeus... Ufa! Entenderam?

– Sim. – Falamos em uníssono.

– Por que com os outros filhos dele vocês não fizeram nada? – Percy perguntou.

– É querido, por quê? – Hera perguntou com um olhar nada legal.

– Não sei. – PUF! Ele sumiu.

– Vou chamar todos para jantar. – Hera foi se retirando.

– Nós já... – Percy tentou falar.

– Eu sei. – Ela o interrompeu e sumiu.

– Vamos achar Quíron. – Falei e fomos saindo.

(Por Nico)

Lá estava eu vendo TV na minha cama de SOLTEIRO enquanto Dressa estava esparramada na sua cama QUEEN SIZE! Eu deveria ter jogado ela de lá, mas ela mal deitou e já dormiu, não seria justo.

Então, eu estava lá quando uma insistente batida me fez levantar.

– Quem é? – Perguntei sem abrir a porta.

– Marianna. – A voz do outro lado respondeu.

– Que Marianna?

– Marianna Prior! Filha de Apo... Febo. – Ela respondeu meio indecisa.

– Tá! Lembrei, que foi?

– Estão chamando pro jantar.

– Nós já jantamos!

Atrás da porta ouvi uma bufada.

– Nós vamos ficar aqui mesmo! – Conclui.

Atrás da porta pude ouvir um “humm” e pude imaginar a cara maliciosa dela.

Irritado, abri a porta e a encarei enquanto a mesma gargalhava.

– Ela ‘tá dormindo caral... Oi! – Tive que mudar a minha “fala” pois Atena e Ártemis estavam passando.

– Com licença. – Marianna disse e se retirou segurando (quase nada) o riso.

– Boa noite, cavalheiro. – Atena disse.

Ártemis me olhou com certo nojo e continuou andando. Fechei a porta e encarei Dressa espatifada na cama.

– Olha os problemas que você me dá! – Falei mais para mim do que para ela.

Fiquei encarando, encarando...

– Para de olhar pra mim, caramba! – Ela falou ainda de olhos fechados.

– Como vo...

– Bala de banana! – Ela falou e eu fiquei confuso.

Legal, ela fala dormindo. Pensei.

Olhei para a minha bainha e vi que ela estava vazia #partiuprocurarminhaespada. Saí do quarto e fiquei vagando pelo Olimpo até achar a sala dos tronos, lá só havia os Três Grandes.

Eu abri a boca para falar, mas meu pai foi mais rápido:

– Cozinha.

Retirei-me e comecei a andar por tudo quanto é lugar e corredor. Passei pela maior biblioteca que eu já vi na vida (e olha que ela é grande). Passei por uns cinco escritórios e, em um deles, havia um armário escrito “Para Nárnia”, fiquei realmente tentado, mas eu tinha que achar a minha espada.

Eu estava quase desistindo quando vi um cara passando por mim.

– Ei! – Chamei. – Onde é a cozinha?

– Fácil! Volta nesse mesmo corredor, vira à esquerda depois de vinte portas, vira de novo à esquerda na quinta porta, direita na décima sétima e direita na segunda, pronto! Você está na cozinha! – Ele falou descrevendo o caminho com as mãos.

– Tem algum atalho? – Perguntei esperançoso.

– Só se você quiser ir para Nárnia e procurar Hogwarts, daí é só ir à diretoria e pronto, você está na cozinha! – Ele falou tranquilamente.

– Não, obrigado, mas dá para anotar o primeiro caminho?

– Não, mas lembre da bala de banana! – Ele disse já se afastando.

– Morfeu? – Adivinhei.

– Sim, tchau. – E sumiu.

Depois de passar pelo jardim umas cinco vezes, desisti e fui de volta para o quarto, mas quando abri a porta do “quarto” descobri que era a cozinha.

E nem precisei ir pra Nárnia. Pensei.

Minha espada estava enfiada num pedaço gigante de carne, arranquei ela dali, me virei e dei de cara com um pote de bala de banana do meu tamanho. No pote, estava escrito: “Leve tudo”. Sem mais paciência, “abracei” o pote e usei a viagem nas sombras para voltar ao quarto. Deixei o pote do lado da Dressa e mergulhei na minha cama.

Finalmente. Nem encostei a cabeça no travesseiro e já caí no sono.

Olá, Morfeu!