How To Love escrita por Priy Taisho


Capítulo 16
Capitulo 15 - Nostalgia


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece e olha eu aqui! Gente, vocês sabem que eu passei uns dois meses sem computador e depois disso minha vida ficou loucura, pois eu estava saindo do meu antigo emprego (ser jovem aprendiz é tão triste) e eu demorei realmente para escrever.
Um: Eu estabeleci uma meta de que não teria uma meta de palavras para o capítulo, somente iria escrever o tanto que desejasse até que ficasse extremamente satisfeita (recomecei o cap 2 vezes e concluí com 28 páginas e quase 10 mil palavras!!!).
Dois: Eu escrevi tanto que consigo dividir o capitulo em 2/3, para a NOSSA ALEGRIA!
Três: Eu jamais abandonarei a fic sem um final, mas para que eu continue incentivada é preciso que vocês me deem um feedback, eu juro que estou usando das minhas melhores artimanhas pra conseguir escrever um bom capítulo + no prazo (o que não tem dado muito certo, mas pode funcionar já que eu to adiantada agora na quantidade de caps). Preciso super do apoio de vocês, preciso saber o que estão achando.
Boa leitura,



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Houve um momento em que a situação amorosa de Sasuke quebrou todo o clima do reencontro. Karin olhou para o próprio prato, forçando-se a procurar algum assunto que devolvesse o clima animado e Itachi parecia distraído demais mastigando sua comida.

— E como estão indo as coisas por aqui, Karin? – Sasuke perguntou em um tom animado. Ao contrário do que os outros dois pensavam, ele tinha um plano para não ficar triste. O plano consistia em uma única estratégia: Evitar tudo o que fosse relacionado à Sakura. – Kushina disse à minha mãe que você estava namorando. – Karin não escondeu a surpresa. Itachi agora dividia sua atenção entre Sasuke e Karin, quase esquecendo-se, por um momento, que ainda estava mastigando um pedaço de carne.

— Ah, não é nada demais! – Disse ela balançando a mão em um gesto de descaso.

— Nada demais foi o que minha esposa disse quando descobriu que nós teríamos filhas gêmeas. – Itachi falou exagerando no drama. Karin franziu o cenho e Sasuke revirou os olhos, já prevendo o que o irmão diria a seguir. – Eu quase desmaiei, já podia ver a luz branca bem próxima de mim. – Colocou a mão esquerda sobre o peito.

— Você devia mesmo ter feito artes cênicas, Itachi. – Karin e Sasuke riram, mas Itachi fez uma expressão de descrença, balançou a cabeça e por fim acabou rindo como os outros. – E não, não é muita coisa. Pelo menos é o que eu acho. – Murmurou ela apoiando o queixo na mão.

— Explique-se.

— Eu o conheci em um... Bar. – Karin fez uma pausa esperando alguma reprovação dos Uchihas. Sasuke e Itachi aguardaram pacientemente até que ela continuasse a história. – Nenhuma retaliação? Nenhuma mesmo? Uau. Okay, hum... Eu tinha ido até esse bar com umas amigas do escritório, era sexta à noite, vocês sabem como é. – Ela bebeu um pouco do próprio suco. – O nome dele é Suigetsu e se você olhá-lo uma única vez vai achar que ele é um babaca. Eu mesma achava isso, porém, ele demonstrou ser um homem... Bom, se não espetacular. – Suspirou pesadamente. Itachi lançou um olhar preocupado para Sasuke, que retribuiu rapidamente, voltando a olhar para Karin. – Nós tivemos um segundo encontro depois daquele e um terceiro.

— Só? – Questionou Sasuke franzindo o cenho. Karin o encarou exasperada. – Não me olhe assim, só estou tentando te entender. – Defendeu-se ele rapidamente.

— Eu sei. – Karin suspirou frustrada. – Depois do terceiro vieram bem mais encontros. Ele é divertido e eu me sinto bem, até demais quando estou com ele. Porém, acredito que não vamos passar disso. – Concluiu passando o dedo indicador na borda do copo.

— E por que não? – Itachi questionou confuso. Sasuke estava com a mesma expressão que a dele, mas preferiu ficar quieto. – Ele parece ser um cara legal e você está gostando dele.

— Não estou gostando dele!

— Está gostando sim.

— Não estou não, Sasuke! – Karin replicou com o rosto vermelho. – Parem com isso! – Ralhou no momento em que os amigos começaram a rir. – É impossível gostar de uma pessoa assim, nós nos pegamos casualmente. Não dá pra ter um relacionamento... Ah céus, me desculpe Sasuke! – Exclamou ao ver que o sorriso nos lábios do amigo tinha vacilado.

— Não tem problema. É sério. – Sasuke a interrompeu quando viu que ela iria se desculpar novamente. – Mas você devia falar com ele, nunca se sabe qual pode ser a resposta. – Continuou tentando ignorar que o assunto o levava a pensar diretamente na Haruno.

— Você tem mesmo que falar com ele. – Itachi interferiu lançando um sorriso divertido para Karin. – Quem sabe da próxima vez quando viermos para Nova Iorque não seja para seu noivado? – Provocou antes de levar um tapa no braço.

— Tem idéia do absurdo que você acabou de dizer, Itachi? – Karin replicou indignada. Sasuke riu e ela fez uma careta para ele. – Eu não vou me casar. Muito menos com Suigetsu!

— Então por que você corou? – Sasuke perguntou apoiando o queixo em uma das mãos. – O destino pode te pregar uma peça e tanto, Karin. – Provocou vendo que a amiga ficou sem reação. – Talvez “Eu não vou me casar. Muito menos com Suigetsu” seja a frase que estará escrita no seu convite de casamento.

— Você está bêbado?

— Você é ridícula. – O Uchiha mais novo respondeu não contendo o riso. – Está disposta a ir à uma festa amanhã? – Perguntou enquanto pegava o próprio copo com suco.

— Festa?

— Nós temos mais uma daquelas festas chatas, onde nós vamos representar a corporação.  – Itachi disse antes que Sasuke pudesse explicar. – Se você quiser, posso pedir que coloquem seu nome na lista.

— Não sei... Acompanhar vocês dois e ficar fazendo pose de boa moça no meio de vários executivos, onde um deles pode ser o amor da minha vida? – Karin disse cada uma das palavras com sarcasmo. – Eu aceito.

— Já disse que o amor da sua vida é o Suigetsu.

— Cale a boca, Sasuke.

X-X-X

Após fazer meu check-in em um hotel que ficava mais próximo de onde Sasuke estava hospedado, larguei minha mala em um canto e me joguei na cama; eu estava cansada, não tinha dormido muito durante a viagem.

Uma parte minha não acreditava que eu realmente estava em Nova Iorque, ainda mais por um motivo que – há exata uma semana atrás – eu consideraria um absurdo.

O amor que eu tanto ignorei, agora revidava com força total.

As poucas vezes em que dormi, sonhei com Sasuke. Ele me encarava sem emoção alguma, os olhos estavam opacos e seus lábios formavam uma linha rígida em seu rosto. Sasuke me escutava, mantendo o silêncio enquanto eu me declarava com palavras elaboradas e apelos para que ele reagisse de alguma forma. Quando eu tentava segurar sua mão, ele se esquivava. O Uchiha dava um sorriso presunçoso e balançava a cabeça negativamente antes de dizer: “– Tarde demais. O prazo acabou Sakura”.

Dizer que o prazo havia acabado, era o mesmo que anunciar o fim. E eu, de forma alguma estava pronta para isso. Não agora que tinha decidido continuar, quando finalmente admiti que amo Sasuke.

Será que essas palavras surtiriam algum efeito sobre ele?

Suspirei e passei a mão pelo meu rosto. Lembrei-me que Ino e Gaara haviam pedido que eu os avisasse assim que colocasse os meus pés no aeroporto, coisa que não fiz. As probabilidades de Ino estar enlouquecendo eram grandes.

Sentei-me e peguei o telefone que estava na cabeceira da cama. Disquei o número da casa de Ino e me deitei.

— Alô?

— Ino? Sou eu, Sakura! – Falei contendo um bocejo. – Está tudo bem?

Graças a Deus! – Ela parecia realmente aliviada. – Gaara, é a Sakura. – Tive certeza de que ela tinha afastado o telefone da boca. – Por que não ligou antes?

— Cheguei há algumas horas. – Expliquei enrolando uma mecha do meu cabelo no meu dedo indicador. - Tive alguns problemas para encontrar um hotel, por isso não liguei antes.

— Amiga, você está no viva-voz. – Avisou ela e eu pude ouvir Gaara dizendo um “Oi”. – Por que alugou um quarto? Achei que ia direto para o hotel que Sasuke está.

— E o que eu diria para ele? – Perguntei em um tom debochado. – “Olá Sasuke, você me deu um pé na bunda, mas eu passei 10 horas dentro de um avião e não tenho nenhum lugar pra ficar. Pode me deixar entrar?”. – Utilizei meu melhor tom sarcástico.

— É claro que sim!

— É claro que não! – Discordou Gaara, que até então, estava quieto. – Sasuke nem sabe que ela está lá, Ino. Seria loucura.

— Não que vir pra Nova Iorque seja loucura. – Comentei ironicamente. – Mas ir até lá sem preparação psicológica...

— Você não se preparou psicologicamente para ir. – Gaara me interrompeu. – Ai, Ino!

— Escute Testuda. – Ino ignorou os protestos de Gaara e continuou a falar. – Se você tivesse pensado muito ainda estaria aqui. E se estivesse aqui, suas chances com o Sasuke seriam bem próximas de zero.  

— Ino tem razão. – Gaara concordou seriamente. Enquanto ele falava, eu me sentei e escorei-me na cabeceira da cama. – Nós teríamos te impedido de ir suas chances fossem péssimas. Não tem problema nenhum em cometer umas loucuras por amor, Sakura. – Sorri e assenti, mesmo que ele não pudesse me ver. – Encontre o Sasuke e diga o que sente.

— E se ele não me quiser? – Minha pergunta soara como um sussurro. – O prazo acabou e...

— Eu faço questão de ir aí e quebrar todos os ossos dele. – Ino replicou ameaçadoramente. Acabei rindo, embora estivesse realmente preocupada com a reação de Sasuke. – Estou falando sério!

— Acredito em você, mas ainda assim... A última vez que nós vimos ele estava tão irritado. – Suspirei frustrada. As palavras que Sasuke havia usado ainda ecoavam em minha memória. – Ele pediu que eu desaparecesse da vida dele.

— Pedir que você desapareça é a última coisa que ele vai fazer. – Gaara disse confiante de que estava certo. – Eu o conheço, esse cara é louco por você. E você o conhece melhor do que eu. – Era verdade, Gaara trabalhava com Sasuke. Eles eram amigos há muito tempo. – Acha que o amor que Sasuke jurou ter por você nesse último ano acabou assim? Ao término de um prazo?

— Vai dar tudo certo, Testuda. – Ino falou em um tom carinhoso. – Nós estamos aqui torcendo por vocês.

— Vocês são os melhores. – Admiti sentindo-me reconfortada. Parte do peso que estava em meu peito tinha desaparecido. – Obrigada por tudo.

— Nós sabemos disso, Testuda. – Ino concordou convencida. – Agora vá descansar. Eu não estou te vendo, mas consigo imaginar sua cara de zumbi. – Comentou dando risada.

— Preciso mesmo de um banho. – Falei dando risada. – Prometo ligar amanhã.

— Acho bom que você ligue ou terá problemas, mocinha. – Gaara falou como se estivesse me passando um sermão. – Boa noite Sakura, se cuide!

— Me deixe informada de tudo! – Ino repetiu isso por pelo menos três vezes. – Boa noite amiga, já estou com saudades.

— Se cuidem também. – Falei não conseguindo reprimir um sorriso. – Eu amo vocês.

Apesar de nos despedirmos, continuamos conversando por mais alguns minutos até finalmente encerrar a ligação. Levantei-me da cama e coloquei o celular no criado-mudo.

Encarei o aparelho por um tempo. E se eu ligasse para o Sasuke? Somente para ouvir sua voz... Seria rápido. Mordi meu dedão enquanto avaliava a idéia extremamente tentadora. Lily havia me passado o telefone do hotel em que Sasuke e Itachi estavam, eu também tinha o endereço e até o da festa que eles iriam comparecer amanhã.

Não sei quando peguei o telefone, mas quando dei por mim, já estava sentada na beirada da cama e uma das minhas mãos segurava o aparelho firmemente contra o meu ouvido, enquanto a outra segurava o papel com o número do hotel.

— Boa noite, gostaria que transferissem essa ligação para o quarto do senhor Sasuke Uchiha, por favor. – Mordi meu lábio inferior enquanto a recepcionista dizia que iria transferir a ligação. – Obrigada. – Agradeci apertando ainda mais o telefone contra meu ouvido.

O telefone chamou duas vezes antes e eu me prendi a aquele barulho como se minha vida dependesse dele.

— Alô? – Prendi minha respiração ao ouvir a voz de Sasuke. – Alô? – Repetiu ele confuso. – Quem está falando? – Questionou começando a ficar irritado.

Desliguei o telefone e soltei o fôlego em um gesto desesperado. Meu coração estava acelerado e minhas mãos tremiam.

— Merda, estou agindo como uma colegial virgem. – Ralhei comigo mesma. Pensei em ligar mais uma vez, mas desisti. – Preciso de um bom banho. – Murmurei seguindo em direção ao banheiro.

X-X-X

A vontade de ligar para Sasuke mais uma vez me perturbou muitas vezes antes que eu caísse no sono. Para a minha sorte, não tive sonhos.

Quando acordei senti que minhas energias estavam renovadas, tanto que logo levantei, não suportava ficar deitada por nenhum segundo mais. Coloquei uma playlist aleatória para tocar em meu celular e o levei para o banheiro, enquanto eu estava lavando o cabelo Need The Sun to break, do James Bay começara a soar.

Quando as letras das músicas começavam a fazer sentido, era um momento preocupante. Não havia mais volta. Essas foram as palavras que Ino havia usado quando descobriu que estava gostando de Gaara.

I need the sun to break, you've woken up my heart

I'm sinking, all my luck could change

Eu preciso do sol para ceder, você acordou o meu coração

Estou afundando, toda a minha sorte poderia mudar

Naquela época, nós passávamos algumas horas sentadas sobre o tapete da minha sala conversando sobre o que ela estava sentindo com direito à potes de sorvetes e bolo para acompanhar. Ino choramingava e eu, como uma boa amiga, a escutava.

— Sakura, você tem sorte! – Disse-me ela uma vez após engolir uma enorme colher de sorvete. – Seu coração é mais frio que as geleiras da antártica. – Acrescentou resignada fazendo com que eu desse risada.

— Isso devia ser uma ofensa? – Perguntei levando uma colher com bolo e sorvete até minha boca. – Porque não deu certo. – Confessei. Ino havia demorado para entender o que eu tinha dito, pois eu estava de boca cheia, mas quando finalmente o fez, revirou os olhos entediada.

— Não, claro que não! – Discordou suspirando dramaticamente. Colocou uma mecha atrás da orelha e me encarou desanimada. – Só que... É difícil, sabe?

— Não, não sei.

— Eu sei disso. – Ela bufou irritada. – Foi fácil para você terminar com o Sasori?

— Não sou um monstro sem coração, Ino. – Me defendi e ela revirou os olhos. – Sasori queria algo que eu não podia dar, então achei melhor terminar com tudo. Eu fiquei bem, na verdade. – Confessei encarando a mesinha de centro da minha sala com o cenho franzido.

— Gaara disse que Sasori ficou arrasado.

— Eu sei. – Concordei ainda com o cenho franzido. – Bem, mas já faz três meses. A vida continua. – Ergui os ombros em um gesto de descaso. – E de qualquer forma...

— Você está se encontrando agora com o amigo do Naruto. – Ino completou minha frase dando risada. – E como ele é?

— Bonito, charmoso, divertido. – Pontuei tentando conter o riso ao ver a expressão de Ino. – E o melhor, nós estamos na mesma página.

— O que isso significa? – Ino questionou confusa. – Alguma gíria de escritora com medo de relacionamentos? – Debochou.

— Cale a boca, Ino. – Ralhei fingindo estar irritada. – Significa que queremos a mesma coisa.

— Cabelo tingido e hidratado?

— Ino!

— Todos te dizem a mesma coisa. – Ino resmungou apontando em minha direção com a colher. – E no final, você dá um pé na bunda deles, porque eles estão apaixonados.

— Com Sasuke vai ser diferente.

— Como você tem certeza disso? – Ino arqueou uma sobrancelha. – A proposta também era interessante para o Akasuna e veja só no que deu.

— Eu sinto que vai ser diferente.

Been in the dark for weeks and I've realized you're all I need

Eu estive na escuridão por semanas e percebi que você é tudo que eu preciso

Desde os primeiros encontros eu sabia que com Sasuke seria diferente. Ele se transformou em minha droga favorita, da qual a abstinência corroia-me até o último fiapo da minha alma.

A água escorria por todo o meu corpo, eu já havia tirado todo o shampoo do cabelo, mas permaneci de olhos fechados. As lembranças dos meus primeiros encontros com Sasuke rodopiavam em minha mente.

— Você é estranha. – Ele disse apoiando o queixo na mão. Os olhos escuros me fitavam com curiosidade. – Tem certeza de que não é um homem? – Um sorrisinho cínico surgiu em seus lábios.

— Depois de tudo o que viu, ainda acha que sou um homem? – Questionei divertida bebendo o restante do vinho que estava em minha taça. – Está certíssimo, minha cirurgia de mudança de sexo foi um sucesso. – Acrescentei fazendo com que ele risse alto.

Algumas pessoas que estavam presentes no restaurante viraram seus rostos com expressões curiosas para nossa mesa.

— Mais vinho? – Assenti e ele encheu minha taça novamente. – Você não tem cara de que é uma destruidora de corações.

— Esse é um adjetivo muito equivocado. – Defendi-me sem muita precisão. Sasuke arqueou as sobrancelhas. – Eu nunca tenho a intenção de partir o coração de ninguém.

— É exatamente o que eu digo para Naruto. – Sasuke falou após beber um pouco do vinho. – Vou te contar um segredo, Sakura. – Inclinou seu corpo sobre a mesa e eu fiz o mesmo para ouvi-lo melhor. – Ninguém acredita.

Um riso fraco escapou por meus lábios. Aquela situação havia acontecido há mais de um ano e ainda assim, os detalhes eram claros em minhas lembranças.

— Você é bonita. – Sasuke murmurou puxando-me para que eu me deitasse sobre seu peito.

— Quer dizer que antes eu não era? – Sussurrei fechando os olhos ao sentir que ele estava acariciando meus cabelos. – Sasuke?

— Hã? Ah, não. Você sempre foi bonita. – Respondeu-me ele distraído. Fiquei tentada em abrir os olhos para encará-lo, mas me contive. – Porém, agora é bonita de um jeito diferente.

— Que jeito?

— Boa noite, Sakura. – Ele fugiu do assunto com maestria. O chamei algumas vezes e até abri os olhos para encará-lo, Sasuke manteve-se em silencio e logo eu desisti.

Desliguei o chuveiro e peguei duas toalhas, enrolei a primeira em meu corpo e a outra em meu cabelo. Quando retornei para o quarto, puxei minha mala e a joguei na cama; peguei uma regata vinho que possuía um bolso pequeno com estampa, uma calça jeans pretas e botas de cano baixo sem salto também pretas. Voltei para o banheiro e sequei o meu cabelo, utilizei dos poderes milagrosos da maquiagem para esconder as olheiras e qualquer outra imperfeição, separei e alonguei meus cílios com rímel e cobri meus lábios com um batom claro.

Havia uma bolsa sobre a minha cama com tudo o que eu precisava. Guardei minhas coisas na mala, peguei um óculos escuro, a bolsa e saí do quarto. Após dar uma olhada rápida no celular, percebi que ainda iria dar onze horas. Se eu desse sorte, encontraria Sasuke no hotel.

Assim que encontrei um taxi, pedi que motorista me levasse diretamente para o hotel que Sasuke estava hospedado. Eu havia ingerido uma dose de loucura, mesmo não tendo tomado café. Algo se revirava em meu estomago junto da ansiedade que me fazia bater os pés toda vez que estávamos parados no transito. O motorista me lançava olhares curiosos pelo retrovisor do carro.

As borboletas que habitavam meu estomago não estavam mortas.

Muito pelo contrário, estavam realizando um verdadeiro pandemônio.

— Obrigada, pode ficar com o troco. – Falei entregando-lhe algumas notas e saindo do taxi sem esperar que ele me respondesse.

Passei pelo enorme saguão olhando para os lados atenta à qualquer pessoa que pudesse ser Sasuke ou Itachi. Ao entrar no elevador, meu pé batia insistentemente contra o piso até que chegasse ao andar em que eu teria que descer. O papel em que eu tinha anotado o número do quarto estava soado e minhas mãos tremiam.

Mordi meu lábio inferior assim que parei diante do quarto 418. Bati na porta algumas vezes e aguardei. Tive a impressão de que qualquer um poderia ouvir o barulho que meu coração estava fazendo. Nada. Tentei novamente, implorando que a maldita porta se abrisse.

— Sasuke? – Chamei batendo na porta novamente. Ele tinha sono pesado, poderia ser que estivesse dormindo ainda. – Ah, graças a Deus... – Murmurei quando a porta se abriu. – Oi. – Falei surpresa para a moça uniformizada que aparecera. Uma faxineira, o pensamento me fez suspirar frustrada. – A pessoa que alugou esse quarto está?

— Desculpe senhorita, mas esse senhor saiu pela manhã. – Ela me disse e eu não consegui conter minha cara de desapontamento. – Foi realmente muito cedo, pediram que eu viesse arrumar o quarto. – Continuou ela analisando minhas reações com cuidado.

— Tudo bem, obrigada. – Agradeci mecanicamente. Ela pediu licença e tornou a entrar no quarto, fechando a porta silenciosamente. – Droga. – Murmurei passando a mão pelo meu rosto frustrada. – Merda. – Praguejei seguindo de volta para o elevador.

Os pequenos vidros de esperança que eu havia cultivado, tinham se despedaçado sem que eu pudesse fazer nada.

I hope that I'm not too late, I hope I'm not too late

Espero que eu não esteja atrasado, espero não estar atrasado

— Como você reagiu quando soube o que eles estavam sentindo por você?

A pergunta de Sasuke havia me pegado desprevenida. Desviei os olhos da piscina, onde a maioria de nossos amigos estavam jogando vôlei e o encarei. Sasuke estava com uma expressão tranqüila, o cabelo molhado grudava nas laterais de seu rosto e seu olhar não era dirigido à mim. Levou a garrafa de cerveja até os lábios e bebeu enquanto esperava por minha resposta.

— Quem são eles? – Meus olhos vagaram pelo corpo de Sasuke, que estava coberto somente por uma sunga preta. Foi inevitável. Os braços, o abdômen definido... – Oi? – Ao desviar meus olhos de seu corpo, percebi que agora Sasuke me encarava com um sorrisinho de canto.

— Perdeu alguma coisa, senhorita? – Perguntou debochado. – Pode responder minha pergunta, por favor?

— Você deveria passar protetor solar nas costas. – Sorri amarelo e ele revirou os olhos. – Quer que eu passe? – Arqueei as sobrancelhas ao ver que Sasuke havia estendido o protetor solar. – Você é um pouco folgado, Uchiha. – Resmunguei levantando da espreguiçadeira que eu estava e fiquei em pé atrás de Sasuke; coloquei o protetor em minhas mãos e comecei a passar nas costas dele, massageando-as de vez em quando. – Eu não reagi. – Murmurei resignada. – Tentei convencê-los de que era loucura, você já sabe disso.

— O que você fez exatamente?

— Por que quer saber? – Apoiei minhas mãos em seus ombros e tentei ver a expressão de Sasuke.

— Apenas responda.

— Acabei com tudo. – Sussurrei confusa. Eram poucas as vezes em que nós conversávamos sobre aquilo.

Fiz menção de me afastar, mas Sasuke segurou minhas mãos e me puxou delicadamente para que eu me sentasse em seu colo. Ele beijou a base de meu pescoço e ficou com a testa encostada sobre o meu ombro por um tempo.

— Você acabaria com tudo caso eu dissesse que eu estou me apaixonando por você? – Ele murmurou e eu arregalei os olhos. Agradeci que ele não pudesse ver minha expressão naquele momento. – Sakura? – Me recompus e dei um sorriso fraco. Sasuke esperava por uma resposta que eu não seria capaz de dar. Acariciei sua bochecha e lhe dei um selinho demorado, me afastei quando ele fez menção de aprofundar o beijo. – Onde vai?

— Preciso ir ao banheiro. – Avisei me levantando, Sasuke manteve as mãos em minha cintura. – Volto logo.

Sasuke sabia que eu estava fugindo, mas ainda assim não me impediu.


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? Leiam as notas iniciais, por favor!!!!
Um beijão e até semana que vem, sem falta! ♥