Capítulo 6 – O segredo do amigo

Dentro de um mês as coisas pareciam bem melhores para Sakura, ainda que ela fizesse de tudo para apagar as lembranças toda vez que pousava a cabeça sobre o travesseiro quando se deitava.

Viver na mansão Uzumaki era bom. Lá moravam apenas ela, a governanta Shizune, uma dúzia de criados e Naruto, o filho dos Uzumakis que no momento residiam na Europa. 

Naruto era sem dúvidas uma boa pessoa. Muito irresponsável é claro sem ter com o que se preocupar a não ser em gastar toda a fortuna dos pais.

Estava em férias do colégio e só se preocupava em satisfazer suas próprias vontades. Amigos, TV, academia, piscina, games e computador. Tudo o que ele queria pelo resto da vida, mas tinha um terrível terceiro ano para concluir e a maldita faculdade de Medicina para ingressar. Médico era uma profissão que não entrava em sua cabeça, mas os pais insistiam em dizer que lhe cairia muito bem.

Ser filho de dois cardiologistas não era nada confortável. Viam nele a segunda ramificação do nome Uzumaki caminhando para a área da saúde como eles. Naruto sentia-se pressionado por ainda não saber o que queria ser. Era novo, só tinha dezessete anos.

Enquanto os pais não retornavam da longa viagem de estudos, ele curtia a vida ao seu modo. Sakura parecia ter algo que o fascinava. A menina sabia ser tão doce como ninguém que conhecia.

Sempre que podia se infiltrava na cozinha para espiar o que ela fazia de bom ainda que as cozinheiras a ajudassem muito. Gostava de conversar com ela, pois a verdade era que sem seus amigos sentia-se muito só naquela casa gigantesca.

Ao contrário do extrovertido Naruto, Sakura nunca falava de sua vida. Jurou guardar o passado num lugar onde ninguém o encontrasse. Quando o assunto era lembranças, ela fazia de tudo para mudar o rumo da conversa.

Mas com as pessoas daquela casa nada lhe parecia desagradável. Shizune era sempre tão bondosa e Naruto muito divertido.

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_Acho que já terminou seus serviços por hoje Sakura-chan. _Replicou o loiro acompanhando a menina guardar o rodo e a vassoura dentro da lavanderia.

_Não ainda. Preciso espanar a sala de TV agora._Explicou.

_Ah! Deixa isso pra outro dia. Ninguém assiste nada nela mesmo.

_Por que está me dizendo isso Naruto?

Ele coçou a nuca muito sem jeito.

_É que você trabalha demais, tanto que até eu fico cansado. _Sorriu bobo. _E, além disso, hoje é sexta-feira, deveria sair um pouco pra espairecer.

Sakura olhou terna para o amigo.

_Por que não me deixa levá-la para comer ramen? Aposto que você vai adorar o Ichikaru. _Sugeriu Naruto mostrando empolgação.

_Sairmos juntos? _Espantou-se ela. _Bem, talvez não fosse uma má idéia não é?

_Claro que não! O que tem de mal nisso? _Riu-se o loiro.

Naquela tarde a Haruno aprontou-se o melhor que pôde. Era verdade que já andava muito cansada de só trabalhar, e sair com alguém seria prazeroso. Colocou um vestido rosa já velho, mas que lhe caía perfeitamente bem no delicado corpo.

Entrou no Porche preto do Uzumaki sentindo-se um pouco desconfortável num veículo tão chique, por fim partiram.

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_Gostaria de saber por que está tão calada Sakura-chan.

Naruto habituara-se com o tempo a chamá-la daquele modo. Sakura gostava.

_Calada eu? Não Naruto, acho que só estou em silêncio para saborear melhor a comida. _Explicou esfriando o prato que esfumaçava num aroma apetitoso. 

Mesmo sendo cheio de mordomias, o loiro apreciava coisas simples como trocar um restaurante do bairro burguês de Tóquio por uma casa de ramen comum do centro.

_Ficar em silêncio também é bom, assim dizia minha professora do primário. _Riu ele lembrando-se de ser o aluno mais tagarela da turma. O Uzumaki sempre fora hiperativo, um amante da vida agitada. _No silêncio pensamos melhor sobre a vida. Às vezes penso sobre a minha, mas confesso que nada de bom me aguarda, então prefiro não pensar.

_Como nada de bom o aguarda? Você vai se formar esse ano no colégio e terá a chance de ingressar numa faculdade de medicina. Acho que não está dando valor às coisas Naruto! _Replicou Sakura um tanto aborrecida com o amigo.

_Não é que eu não dê valor, mas na verdade, nunca quis ser médico. Não sei ainda o que quero da vida, mas está claro que não é medicina. A idéia maluca vem dos meus pais que insistem tanto nisso.

_Então por que não fala com eles? Explique o que espera pra você.

_Eles não entendem. Acham que por terem me criado, tenho que seguir os mesmos passos deles. Não é bem assim. Também tenho minhas vontades e sonhos.

_E você deve aproveitá-los Naruto, pois tem a chance de realizá-los. _A última frase lhe pareceu bem triste.

_ E você, por que nunca me conta sobre seus sonhos hein? Aliás, nunca me disse nada sobre sua vida Sakura-chan, apenas que ela foi muito difícil na cidadezinha de Konoha. _Perguntou enquanto pedia mais uma porção de ramen.

_As lembranças de lá oscilam entre boas e ruins, mas as ruins prevalecem. Um dia quando o meu coração estiver totalmente cicatrizado eu poderei contar-lhe tudo. Você é uma boa pessoa Naruto.

Ele deixou-se enrubescer e depois sorriu largamente.

_Quer dizer que machucaram o seu coração pra ele estar assim tão cheio de cicatrizes? _Perguntou o loiro um tanto curioso.

_Bem, acho que posso dizer que levei muitas rasteiras da vida, e agora estou conseguindo me levantar aos poucos. Tenho medo de cair de novo, mas enfim, minha mãe dizia que é com as pedras do caminho que construiremos o nosso castelo. Já fui alguém pessimista, mas os tempos mudaram.

Naruto realmente surpreendia-se cada vez mais com a maturidade da menina à sua frente.

_Você é forte Sakura-chan, e por isso conseguirá tudo o que quiser. _Sorriu para ela segurando as mãos delicadas que descansavam sobre a mesa.

Sakura assustou-se com a atitude dele, e pouco a pouco se afastou do contato. Era muito cedo para uma aproximação com o sexo oposto ela sabia, não queria sofrer tudo de novo.

Naruto não era o único garoto lindo e dócil dali. Aquele Uchiha maldito também conseguira seduzir perfeitamente o seu ingênuo coração. Era lindo e meigo a ponto de não existir.

E sumir assim logo ao amanhecer.

_O que foi Sakura-chan? _Assustou-se Naruto vendo-a abaixar a cabeça sobre a mesa e empalidecer um pouco.

_Não sei. De repente me senti um pouco indisposta. Mas não é nada, já está passando.

_Acha melhor irmos embora? _Perguntou visivelmente preocupado.

_Bem, se não for lhe dar muito trabalho, eu gostaria de ir sim.

_Está bem então.

Saíram e entraram no carro para voltarem. No caminho Naruto cortou a avenida rumo à mansão Uzumaki.

Parou no sinal fechado, mas percebeu um carro ainda em movimento. Quando acelerou para seguir foi fechado por outro carro que chocou-se com o seu.

_Merda! O que esse infeliz pensa que está fazendo? _Fora a última coisa dita antes de ver o Porche saindo da rua e batendo noutro carro.

Abrira os olhos e ela estava lá ao seu lado, mas tinha a face coberta de sangue. Naruto sacudiu Sakura enquanto observava a ambulância chegar apressada na direção deles.

A rosada não reagia, o que o preocupou muito. Estava bem apenas com um arranhão no braço por conta da batida, mas a amiga permanecia inconsciente.

Foram para o hospital rezando para que não fosse tarde demais.

CONTINUA....

AAAAAAH eu de novo fugindo das pedradas. Afirmo novamente: tudo termina bem no final. Tem muita gente duvidando da minha “bondade” e até que eu não sou SasuSaku auhsuahsuahushau [ok, estou dando motivos pra isso], mas fiquem sossegados, teremos um final feliz.

Obrigada a quem está acompanhando e quem fez recomendações da FanFic. Meguari Uchiha e Uchiha Fernanda, um beijo grande a vocês meus amores >.< . Valeu gente, vocês realmente me deixam muito happy.