Realizando Sonhos escrita por NarutinhaDattebayo


Capítulo 41
Capítulo 41: O Diário


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Semana passada foi complicada hehe. Mas essa vai ser diferente. Quinta tem. ^.^ Espero que gostem.



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No capítulo 40:

Naruto e Hana conseguiram extrair bastantes informações dos irmãos Uzumaki, mas... ter confiança é algo completamente diferente de ter segurança. Shina, Irashi, Hana e Naruto caminharam durante muito tempo até chegarem a certo ponto da floresta. Os irmãos fizeram alguns selos que liberaram a entrada para a aldeia. Naruto ficou surpreso com o “mundo” novo. O loiro e a Yamanaka conversaram com o líder do lugar. Sasuke e Yamato estavam no templo dos pergaminhos. Naruto se irritou com isso, pois achava que eles estavam no local por vontade própria. Enganou- se. Estavam impedidos de sair por conta de um jutsu. O único que se livrou da “prisão” foi Naruto, por ter sangue Uzumaki. O ninja prometeu libertá-los assim que falasse com o líder. E agora? O que irá acontecer?

UAGH...!!!

Sakura vomitava na pia do banheiro do hospital. Hitome passava as mãos nas costas da jovem.

–Calma, calma. Vai passar.

A rosada limpa a boca com a costa da mão e diz com um olhar fosco e enjoado:

–Como quer que eu tenha calma? Eu nunca vomitei por sentir cheiro de sangue, droga.

Shizune aparece no toalete e pergunta sobre o estado de Sakura. Hitome sorri e responde sem graça:

–Ela está bem, só que... tá bastante enjoada. Acho melhor ela ir pra casa.

–Hmm... Sakura... quando foi que você começou a ter... esses enjoos?

–Depois de um mês. Naruto também ficou preocupado com isso. Teve uma semana que eu fiquei sem vomitar, mas agora tá piorando. Shizune... que cheiro de perfume é esse? ---concluiu com uma feição de nojo.

–Huh? Não gostou.

A jovem Haruno tampa a boca. Não teve jeito... vomitou mais ainda na pia: “UAAAA....GH!!!!”

–Eita. Põe pra fora Sakura, põe pra fora. ----falou Hitome rindo moderadamente, batendo nas costas da amiga.

–Sakura. Você notou alguma alteração no seu corpo? ---perguntou a morena com uma expressão sacana.

Hitome olha rápido para shizune. A mulher dos cabelos negros ergue uma das sobrancelhas dando um riso de lado. Hitome segura o riso, tentando parecer séria.

A rosada limpa a boca e reponde:

–Sim. Acho que engordei um pouco. Minhas roupas tão ficando cada vez mais difíceis de serem colocadas. Eu tenho vontade de fazer xixi a todo o momento e os meus...

Sakura faz gestos ao redor das mamas e conclui sem graça:

–... seios estão inchados e doloridos.

–Mas alguma coisa? ---perguntou a mulher de cabelos alaranjados (Hitome) com o rosto de lado transparecendo sarcástica.

–S-sim, tem mais. O meu regulamento está atrasado. (pausa longa) Hein?!

Foi aí que a rosada ficou em postura, inerte e pensativa. Ela olha para a cara sacana de Shizune e depois para a médica de cabelos cor de laranja.

–Estão insinuando que eu... que eu estou... esperando um bebê? ---perguntou baixinho.

–Não claro que não Sakura. Nós não estamos insinuando nada, estamos afirmando e comprovando. ---rebateu Shizune.

–Grávida? E- eu vou ser... mãe?! Vou ser mãe?

A jovem sem nem perceber, deixou as lágrimas escorrerem por sua face. Sorria como uma menininha que havia acabado de ganhar uma boneca. Sakura as limpa serenamente e com delicadeza.

–Naruto... seremos pais. ---falou sorrindo levando suas mãos até a barriga.

Hitome e Shizune fecham os olhos, todas sorridentes. A rosada estava feliz e ao mesmo tempo muito emocionada.

#Volte logo Naruto. Volte logo.# –--pensou com um sorriso brando no rosto.

***

===== VILA DO REDEMOINHO =====

Durante a caminhada até a casa imperial do líder Uzumaki, a tensão que o loiro estava sentindo sumiu de repente. O motivo?

–Será que a Sakura- chan está bem? Esquisito... eu pensei nela do nada. Ah... Sakura. Como você estará? Não suporto ficar tanto tempo longe de você. ---pensou com os olhos fechados, sorrindo apaixonado.

Quando Naruto prestou atenção onde estava, notou que já havia chegado. Ele mudou completamente sua expressão apaixonada. Cravou os olhos, soltou o ar e foi entrando. Parecia estar se preparando para uma guerra.

Ao entrar... diversos shinobis ruivinhos levaram seus olhares suspeitos para o rapaz. Nem o prédio da godaime tinha tantos ninjas. O loiro se manteve tranquilo e indiferente quanto aquilo, ele dava passos firmes no chão. Tinha que se mostrar seguro e confiante.

Naruto andava pelo corredor tentando lembrar-se qual era a sala que tinha entrado pela primeira vez. Foi quando avistou uma em especial. Sem duvidas, era aquela. Ele se dirigiu até lá bastante focado. A cada pernada que dava... vinha a imagem de Sakura, Sasuke, Hana, Yamato... ele poderia estar dando os passos em direção a morte. Naruto era forte, mas o clã Uzumaki era temido, e não sabia muita coisa sobre eles. Medo? Não, Naruto era um homem forte, seguro em suas decisões e sábio nas palavras. Do que teria medo? Da morte? Ele já sabia o seu futuro, por hora ela ainda não era o problema.

...

–Nós os deixamos presos no templo. A Raiake- chan está os monitorando. ---falou Irashi.

–Não tem como eles saírem dali. ---completou Shina.

Os irmãos estavam curvados de cabeça baixa.

Naruto entrou batendo a porta com força contra a parede.

O velho mirou sua atenção para a entrada do local.

–Precisamos conversar. E dessa vez sem enganações. ---se articulou ácido, com o olhar mais aterrorizante que tinha para o líder da nação.

Shina e Irashi se levantam do chão apreensivos. Quando eles viram Naruto engoliram sua saliva com dificuldade, a respiração deles parecia querer falhar. Era como se aquilo tudo fosse mentira.

–Você é mesmo um de nós. Só um Uzumaki puro poderia sair do templo dos pergaminhos.

O ninja caminhou até ficar de frente para o velho homem que tinha uma voz singela e acolhedora.

–Não sei se sou puro ou não. Tudo o que sei é que preciso de respostas, e preciso que liberte os meus amigos. Além disso, você queria falar comigo. Aqui estou. Já podemos dialogar.

–Muito bem Uzumaki Naruto. Conversaremos então.

–Não lhe deixaremos sozinhos com ele. ---disse Shina à frente do idoso acompanhado de seu irmão, fitando o loiro. Estava com sua kunai em uma posição ameaçadora de defesa.

–Não preciso de proteção meus pequenos.

–Mas mestre... ---hesitou a Uzumaki.

–Vão em paz. O que sai de minha boca... é lei.

Os irmãos saem do local encarando o Uzumaki. A porta foi fechada.

Quando somente Shizuka e Naruto estavam sozinhos, foi o loiro quem se manifestou primeiro:

–O que você queria comigo?

–Apenas conversar.

–Com um estranho? ---perguntou sarcástico.

–Você é um Uzumaki. Não é um completo estranho, faz parte da família.

O loiro sorri com a boca fechada. Mostrava-se sério. Ele não era tão ingênuo a ponto de virar amiguinho tão facilmente de um homem que não trazia confiança, tinha que analisa-lo muito bem.

–Qual a sua origem ninja, meu jovem?

–Hã? ---se pronunciou confuso, com um olho menor que o outro. Não havia entendido uma só palavra.

–Quero saber de que país você vem. Os seus amigos não quiseram falar.

–Ah! É isso? Eu e eles somos de Konoha.

–E por que vieram até aqui?

–Foi por minha causa, queria me aprofundar mais sobre... o meu clã. ---respondeu de imediato.

–Não seja presunçoso. Sou um homem consumido pelo tempo. Acha que pode me enganar, jovem insolente?

Naruto teve um impacto com a resposta. Engoliu a seco, com toda a certeza não esperava por aquilo.

O loiro tinha duas opções: mentir direito (o que não sabia fazer) ou contar a verdade, tendo em mente que qualquer informação dita poderia botar tudo em risco.

–Hunf... ---soltou o ar dos pulmões, abaixando a cabeça.--- Já que eu não tenho escolha...

O loiro leva seu olhar azul brilhante para o rosto enrugado do idoso.

–A verdade é que nós viemos aqui para pegarmos alguns pergaminhos. Tínhamos informações de que Uzushiogakure não existia mais... somente as ruínas. No entanto... esses argumentos caíram por terra no momento em que fomos atacados. Veja só? Aqui estamos: no vilarejo Uzumaki.

–Qualquer pessoa que pega algo que não lhe pertence, é considerado um ladrão em Uzushiogakure.

–Nós não somos ladrões! ---gritou aborrecido.--- A vila do redemoinho e da folha sempre mantiveram sua aliança até o último momento, e como Uzushiogakure estava destruída, não haveria problemas se pegássemos os pergaminhos e levássemos para o nosso país, já que as duas nações tinham um laço. E mais! De acordo com a Tsunade baa- chan, nós já temos conhecimento do que está escrito neles, se recebemos a missão de pegá-los, era para a proteção de Konoha.

–“Tsunade baa- chan”? ---repetiu curioso.

–Ela é a Hokage de Konoha, mas somente eu a chamo assim.

–Então o objetivo de vocês era terem em mãos os pergaminhos originais, e mantê-los sob cuidados. Isso?

–Exatamente. Mas a situação mudou, porque a nação do vórtice está em pé novamente. Agora eu e minha equipe estamos acuados.

–A neta do Hashirama- sama continuava viva?

–Huh? Sim. Ela é que é a Hokage que eu acabei de falar. A Tsunade- baa- chan.

–Oh! Então é ela? Wah! wah! wah! A jovem Tsunade continua apostando?

–Hein? C-como sabe que ela gosta de apostar? #E que risada mais estranha.#

–Wah! wah! wah! Foi o próprio avô dela quem a fez criar esse vício.

–Hããã? Mesmo? Eu não sabia disso. ---falou Naruto boquiaberto, com cara de bobo. --- O senhor tem quantos anos?

–Wah! wah! wah! O clã Uzumaki é conhecido como a vila da longevidade, não sabia?

–Hehe... eu sabia sim, a mãe contou pra mim.

–Uzumaki Kushina... a menina papagaio.

–Hein?! “Menina papagaio”?

–Sim... Tagarela que só ela.

#Que velhote inconveniente...# –--pensou irritado com o apelido.

–Isso é tudo?

–Não, não. Como você a conhece, e me parece ter um apego pessoal com a menina Tsunade, já que a chama de “baa- chan”... quero que entregue uma coisa para ela.

O homem de barba longa tira de dentro da sua manta azul um caderninho.

–Aproxime-se meu rapaz. Pegue.

O loiro apanhou o pequeno caderno o olhando sério. Quando foi abrir para vê/ ler, o velhote deu um tapa bem forte na mão do ninja com uma vara.

–Aiiii!!! Qual o seu problema? ---perguntou Naruto balançando a mão acertada.

–Diários não foram feitos pra qualquer um ler. Estou te dando isso para que entregue a neta do shodaime. Pertenceu a prima dela já falecida.

–Diário? Isso era da prima dela? E quem estava com isso?

–Algumas crianças desobedientes que saíram do vilarejo foram brincar perto das ruínas antigas da vila, e acabaram encontrando isso.

–Huh? E como esse diário veio parar aqui? Eu achava que os pais ou... parentes da baa- chan... morassem em Konoha.

– A filha do shodaime escolheu morar aqui na vila do redemoinho. Ela constituiu uma família bem grande. As duas primas viviam juntas, até a tia de Tsunade decidir morar em Uzushiogakure. Eu sou mais velho que a princesa Tsunade 10 anos, se é o que quer saber.

–O Shodaime deve ter tido muitos filhos.

–A princesa Tsunade foi só a primeira netinha dele. O que quer dizer que ele tinha mais filhos, e mais netos.

–Sabe que ouvindo isso... será que ainda tem algum parente sanguíneo dele, além da baa- chan? Porque a vovó seria a neta mais velha, e os outros netos?

–Não sei nada sobre o paradeiro dos outros. Não vamos mudar de assunto. Tudo o que eu quero é que dê isso a ela.

–Você disse pra não ler, mas as crianças que encontraram esse diário com certeza bisbilhotaram algumas folhas.

–Não. Elas eram filhotes de borboleta na época. Ainda não sabiam ler. Tenha em mente que esse pequeno caderno nunca foi lido pelas pessoas daqui.

–Mesmo? E como você sabe que pertenceu a prima da vovó se não tem nada escrito na capa ou no fundo deste livro? ---perguntou sacaneando.

O velho soa, e responde em tom autoritário, mas gaguejando:

–N- não discuta! Sou mais velho que você, me respeite.

O loiro sorri.

–Tá bom. Eu entrego a ela.

–Isso era tudo o que queria dizer.

–Pois bem! Agora é minha vez. Quero saber o porquê do clã Uzumaki está desfazendo a união com Konoha. Quando eu falei que as duas vilas tinham um tipo de aliança, Shina gritou que isso era na época do primeiro Hokage, e que hoje os tempos são outros. Pode me explicar isso? Por que vocês não confiam mais em Konoha? ---perguntou um tanto alterado, muito intrigado.

O velho abaixa a cabeça.

–Em toda vila há um lado obscuro, e com Konoha não é diferente.

Ele levanta a cabeça e conclui:

–Queremos restaurar esse clã novamente, meu rapaz. Se nos unirmos com Konoha, tudo irá ser destruído como aconteceu no passado.

–Tudo bem, eu entendo. Se a vila descobrir a existência daqui, consequentemente todas as outras nações saberão. Mas por que ter raiva da vila da folha? Isso não faz sentido.

–Uzumaki Naruto. Certa vez um grupo de javali estava sendo atacado por predadores. Os porcos ficaram sabendo, mas não quiseram ajudar. Isso porque os javalis eras maiores e tinham muito mais força do que os porcos, e se tentassem intervir, provavelmente morreriam atoa. Por conta da aparência, os javalis pereceram. Pense como um javali. O que você faria se o porco, que é o seu parente próximo, não lhe ajudasse?

–Hein? Tá me dizendo que Konoha não ajudou vocês quando mais precisaram?

O velho confirmou com a cabeça.

–“Salve o Lobo... e estará condenando a Ovelha!” Isso foi o que separou Uzushiogakure de Konohagakure.

O loiro ficou em silêncio, perplexo com o que ouviu.

–A batalha dos Uzumaki contra as outras nações começaram assim que o primeiro hokage morreu. O irmão dele era um homem inteligente, porém rígido e severo. Não mandou ajuda para nós quando precisamos.

–O QUÊ? O velho Nidaime era assim tão... perverso? Como alguém pode ser tão ruim a ponto de fazer isso com as pessoas do próprio sangue?!

–Não se trata de ser bom ou mau. O irmão de Hashirama era sensato e prudente. O mundo era travado por guerras. Quando pequeno, eu já tinha noção disso. Até compreendo o lado deles.

–Hã?! C-como...?

–Konoha já estava envolvida em muitas batalhas sangrentas, seria ingenuidade da parte deles mandarem alguns de seus ninjas para o confronto.

–Uma coisa não justifica a outra. ---disse friamente olhando para baixo.--- Não é vitória ganhar uma guerra em que outros são sacrificados. Ainda mais esses “outros” sendo parte da família. Esse mundo está acostumado a conseguir os objetivos de maneira simples. Sacrificando uma coisa ou outra. Mas não é assim! Sempre há alternativas diferentes. Elas podem ser difíceis, podem até parecerem impossíveis de serem alcançadas, mas... é esse tipo de desafio que revela o verdadeiro shinobi. O verdadeiro líder.

–“Verdadeiro... Shinobi”?

–Sim. Aquele que está disposto a enfrentar qualquer perigo pelo bem do mundo. Um verdadeiro shinobi não anda por caminhos fáceis, ou procura por atalhos. Ele é aquele que transforma o caminho íngreme, em um caminho plano. Ele ensina as pessoas a caminharem por ele. O verdadeiro Shinbio também pode ser chamado de “o salvador”, pois ele guiará a nação na direção certa.

O rapaz olha para o rosto de Shizuka e conclui seu argumento:

–Não interessa se as pessoas estão ou não com problemas, ele está disposto e preparado a enfrentar qualquer perigo pelo bem delas. Foi por causa de sacrifícios estúpidos, que a quarta grande guerra eclodiu. Parando pra pensar, ela nem ao menos foi uma guerra, foi mais uma disputa ideológica para se alcançar a paz de um jeito rápido e “eficiente”. É difícil para eu dizer isso mas... sempre existirá uma fruta podre. É uma tarefa difícil alcançar a paz verdadeira, no entanto... nunca desisto. Quando eu virar Hokage, vou mudar tudo isso. É claro que não posso fazer tudo sozinho. Tenho amigos com quem posso contar, e principalmente um em especial que quer a paz tanto quanto eu.

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# Sasuke #

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Ao lado do velhote, tinha uma pequena mesinha de madeira com uma bandeja sobre ela. Shizuka pega seu bule japonês, a levando em direção a sua xícara.

–Você é um jovem sábio, meu bom rapaz. Suas palavras são como esse chá sendo derramado nessa xícara. No primeiro momento são despejadas aos poucos, e quem ouve não dá muita importância... depois de um tempo, começam a preencher todo o espaço que antes era vazio, e esses mesmos indivíduos indiferentes começa a sentir o poder delas. E no final... quando completam o coração dessas pessoas... transbordam sabedoria.

O ninja se assusta ao ver o chá derramado não só no pratinho que ficava embaixo da xícara, como também na bandeja.

Naruto pensava: “Gostei da analogia, mas precisava ser tão literal?”

–Foi isso o que suas palavras causaram em mim, Uzumaki Naruto. Shinobi que salvou o mundo ninja.

–A Shina que contou sobre isso, não é?

–Você é muito conhecido Naruto- san, apesar de ninguém saber como você seja fisicamente. Todos aqui pensam em “Uzumaki Naruto” como uma lenda. A maioria nem acredita na sua real existência, e se pensam... te imaginam como um homem de longos cabelos ruivos.

–S-sério? I-isso me deixa um pouco desconfortável e... assustado ao mesmo tempo.

–“Assustado”? Wah! wah! wah!

A risada do velho era tão engraçada, que chegava a ser contagiante.

–Gostei de você rapaz.

Naruto sorri. Depois pergunta sério:

–E quanto a minha equipe? Você precisa soltá-los.

–Tem a minha permissão pra isso. Mas só poderão partir ao amanhecer. Hoje não, o selo está fraco. O vilarejo não pode ser aberto e fechado mais de quatro vezes. Vocês passarão a noite na casa de Irashi.

–Arigatou.

–Eu tenho uma pergunta. A menina Shina disse que você conseguiu sentir o chakra de todas essas pessoas. Como... fez isso rapaz?

–É complicado. Mas não se preocupe, o selo de vocês é totalmente seguro. Se eu consegui sentir o chakra desse pessoal todo, é porque sou um caso a parte.

Naruto não ia explicar sobre o modo eremita, pois se ele falasse demais poderia se tornar um alvo fácil. Em uma vila estranha, até a própria sombra pode virar a sua inimiga. Naruto tinha isso em mente, e não estava disposto a correr tamanhos riscos.

–Quando você partir para sua vila, mantenha em sigilo a existência desta. Você também é um Uzumaki. Creio que queira o bem do seu povo.

–Sim. Quanto a isso... gostaria de pedir uma coisa.

O velho fica sério e atento.

–Ceda para mim alguns pergaminhos. Só dessa forma é que posso manter a segurança de vocês.

–Hmm...---pensou, passando a mão na longa barba.--- Está certo. No templo em que seus amigos estam presos, existe uma ala secreta com alguns pergaminhos antigos das ruínas. Vocês podem levar todos.

–Todos?

–Sim. Já transcrevemos para outros papiros, afinal, as folhas já estavam amareladas e corroídas.

–Entendo.

–Uzumaki Naruto! Tenha consciência que só estou fazendo isso porque confio em você. Não apenas como um Uzumaki, mas como o... verdadeiro shinobi.

–Pode ficar tranquilo velhote, nunca colocaria o meu próprio clã em risco.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Depois de entrarem em um denominador comum, o velho mandou chamar Shina e Irashi. Ele deu ordens de liberar a ala secreta do templo para a equipe da folha, assim como libertá-los e hospedá-los na casa deles até de manhã, que seria o dia da partida. Os irmãos ficaram espantados com a ordem do velho. Bem que tentaram mudar a medida “drástica” dele, porém foi completamente inútil. Shizuka era o líder, ele quem tomava a decisão final, o subordinado querendo ou não.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

–Naruto! Você conseguiu! ---gritou Hana correndo e o abraçando.

O loiro ficou sem graça, pois era um homem casado. Todavia, não queria ser grosseiro.

–Eu falei que voltaria com a liberdade de vocês. Eu falei, não falei? Dattebayô.

Hana soltou um sorriso doce e sincero.

–E então? Como ficou tudo? ---perguntou Yamato.

Naruto sai do abraço, com jeitinho, e proferiu ao capitão:

–Nós só podemos ir embora ao amanhecer, essa noite ficaremos instalados na casa deles. ---concluiu indicando com a mão.

–Por quê? --- Hana indagou.

–Eu explico pra vocês enquanto vamos pegar os pergaminhos que precisamos.

–Como assim? Aqui não tem nada, Naruto. ---Sasuke se pronunciou.

–Existe um local secreto. Shina e Irashi vão nos guiar até lá e pegaremos o necessário. Mas ele só permitiu isso com uma condição. Condição essa que eu explico assim que pegarmos os pergaminhos.

–Faça como quiser. O mais importante agora é concluirmos com a missão. ---o Uchiha falou friamente.

O time Yamato é guiado pelos irmãos ruivinhos. Eles caminham entre as estantes que continham diversos pergaminhos de um lado e de outro. Era um corredor largo e comprido, muito escuro, já que as estantes eram enormes. O piso era de madeira. A cada passo, vinha o rangido das tábuas.

–Eu e Sasuke passamos por aqui, enquanto estávamos presos. Não vimos nada de estranho.

–O que vocês imaginaram? Que puxando um livro ou um pergaminho, uma passagem iria se abrir? ---Irashi debochou dando de ombros.

Quando eles chegam ao final do corredor...

–Qual a finalidade disso? Tudo o que vejo é uma parede. ---Sasuke proferiu ríspido. ---Mesmo com meu Mangekyou não enxergo nada.

Shina acumula chakra na ponta dos cinco dedos da mão direita, como se fossem chamas azuis. O antebraço dela estava repleto de códigos até chagar a palma da mão. Ela era a própria chave. Shina toca na área certo da parede girando sua mão, no mesmo momento um selo enorme de seis pontas se forma rapidamente. Um médio tremor toma conta.

Sasuke, Yamato e Hana se assustam com aquele tremor. Focavam- se para não cair.

#É idêntica a “chave” que usava para abrir o selo da minha barriga e liberar a Kurama. “O selo dos quatro elementos do seu estômago foi baseado em técnicas da minha vila.” Era isso que a mãe queria dizer? # –--refletiu franzindo as sobrancelhas.

–Você não parece surpreso com isso Naruto- san? ---Hana perguntou fitando o rapaz que estava firme em seus pensamentos.

O loiro olha para ela, mas não responde.

A parede rachava enquanto subia, e algumas pedras pequeninas caiam no local. Eles entram curiosos. O time arregala os olhos ao ver a ala escondida. Era espaçosa, e pouco iluminada, o piso não era de madeira. Tinha muitos livros, havia alguns objetos antigos também. Tudo ali era velho. Os pergaminhos ficavam em uma estante especial de madeira.

–Aqui. Esses são os pergaminhos antigos. ---Irashi proferiu de braços cruzados e olhos fechados.

–São poucos. Quantos têm aí? ---Hana perguntou.

–Apenas vinte e um. E todos em estado deplorável.

Naruto se manifesta fazendo alguns selos: Javali → Cão → Pássaro → Macaco → Carneiro:

Ele põe a mão no chão. “Poof”.

Um pergaminho grande aparece. Naruto se ajoelha o abrindo.

–Depois que nós verificarmos os pergaminhos, vamos colocar todos eles aqui pra facilitar o transporte. Ele é como se fosse uma mochila de um dos sapos do monte myoboku, capaz de armazenar qualquer coisa.

–Certo. São apenas vinte e um, vai ser fácil. ---Yamato falou.

Quando o capitão pegou em um pergaminho e foi o abrir... o papel se desfez em sua mão como se ele tivesse soltado um punhado de areia.

–HÃ?! ---disseram Sasuke, Hana e Naruto ao ver a cena.

–P-por que o pergaminho...?

–Esse pergaminho é velho Naruto. Isso era até possível de prever. ---Sasuke falou.

–Acho melhor a gente só coloca-los aqui e deixar a vovó cuidar do resto.

–E se eles estiverem limpos?

–O velhote confiou em mim Hana. Então vou retribuir essa confiança acreditando nele.

–Que seja. Vamos levar o que sobrou então. Menos um. ---Sasuke falou sério.

[...]

Após concluírem o serviço, os pergaminhos ficam contidos dentro do maior. Naruto desfaz a invocação para não ficar carregando peso. Todos saem da ala oculta. Shina refaz o selo.

PRÓXIMA PARADA: CASA DOS IRMÃOS UZUMAKI!

Eles se direcionaram a caminho da casa dos irmãos, era longe. Do templo até a habitação deles era mais ou menos uns 45min. Andando. O vilarejo era grande. Naruto imaginava como ele era sendo visto de cima.

–Deve ser uma imagem bonita e impressionante...---Naruto falou de cabeça baixa com um olhar tristonho, porém com um sorriso cristalino em sua face.

Todos olham para o loiro.

–Huh?! Do que está falando? ---Shina perguntou boquiaberta.

–Desse lugar! A vista dele de cima deve ser fantástica. ---respondeu olhando para o céu.

A ruiva sorri com os olhos fechados.

–Nosso clã levantou tudo aos poucos, desde as construções até a nossa fé na restauração Uzumaki. Tivemos mesmo uma enorme força de vontade pra não desistir. ---Irashi se pronunciou.

Naruto leva seu olhar até ele. O fitava como se quisesse encontrar algo dentro dele.

–E ficou realmente muito bom. ---Hana falou.

–Aqui é o que se pode chamar de cidade floresta. ---Sasuke se pronunciou sorrindo de olhos fechados.

–É verdade. A floresta é a nossa camuflagem e a nossa fonte de sobrevivência. ---Irashi confirmou brando.

–Vocês vivem aqui há muito tempo? ---indagou Yamato.

–O bastante para escrevermos todos os livros e pergaminhos daquele templo. Isso depois de construir tudo o que vocês estão vendo.

–Acredita que mesmo antes da guerra ninja eles já estavam aqui, capitão? ---Naruto falou todo animado.

Yamato se assusta.

–Hã? V-verdade?!

–Sim. De acordo com as histórias que eu e meu irmão ouvíamos quando criança, esse clã ficou durante muito tempo adormecido depois da batalha com as nações inimigas. Só mais tarde que um homem e uma mulher decidiram erguer tudo novamente. Não falo isso materialmente, mas sentimentalmente também. Esse casal procurou por cada ruivinho esperançoso. Mas construir esse vilarejo não foi fácil... muitos jutsus foram criados, fora os planejamentos. Quando tudo isso estava terminado, reaparecermos.

–Por que vocês não ajudaram na última guerra ninja? ---Sasuke perguntou.

–Os shinobis daqui decidiram não ajudar porque não queriam arriscar a restauração Uzumaki. Apesar de tudo que passaram para construir esse lugar e se manterem firmes.... o clã ainda estava fragilizado. Mas vontade não faltou de invadirmos os campos de batalha e mostrarmos do que o clã Uzumaki é capaz.

–Vocês teriam contribuído muito. Principalmente em relação aos seus Fūinjutsu.

–Foi melhor assim. Graças a isso continuamos em pé, e crescendo. Se tivéssemos ido, certamente a maioria teria morrido. ---Irashi concluiu.

–Na cerimônia de hoje, Shizuka- sama vai contar tudo. Já que ele viveu boa parte dessa construção. ---Shina comentou.

–Ele é tão velho assim? ---Yamato perguntou sobressalto.

–Ele é mais velho que a Baa- chan 10 anos.

–Como sabe disso Naruto? ---Sasuke se manifestou.

–Nós dois conversamos muito. Ele me falou muitas coisas.

–Tipo o quê? ---Hana perguntou.

–Coisas sem importância pra vocês. Não se preocupem.

Yamato, Hana e Sasuke fitaram Naruto com desconfiança. Estavam com certa curiosidade sobre essa conversa.

–------X-------

Parece que Naruto conseguiu ganhar a confiança do líder Uzumaki. O que será que está escrito no diário da prima de Tsunade? E mais... como será essa cerimônia? Eles vão para casa no próximo capítulo? E a provável gravidez de Sakura... como o loiro reagirá? Tudo o que se pode fazer é esperar.


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Notas finais do capítulo

Se tiver erros me desculpem, eu corrijo ainda hoje. É engraçado, eu releio os meus capítulos várias vezes e ainda assim apresenta probleminhas kkkk' Obrigada pelos comentários do cap. anterior. E não percam o próximo. Fu.ui