But everything feels so different now.
Just grab a hold of my hand,
I will lead you through this wonderland.

Yellow Light, Of Monsters And Men

POV Bella:

Nenhum dano pode ser tão permanente na vida. Mas passa. Quando menos esperamos, acaba. A única morte que mata é a dos órgãos. De todas as outras - de amor, de medo ou de dor - a gente revive na manhã seguinte. A verdade é que o sol vai voltar amanhã e escuridão pode haver pior. Mas a verdade mesmo, é que sempre existe aquela pessoa que vale à pena ter insônia em noites tão claras ou escrever uma prosa. E cada resto de vida, ainda é vida, apesar dos danos. Esse era meu coração, depois do Edward. Era cheio de vida, mas me fiz em mil pedacinhos para ele juntar. Ele juntou. E ainda está juntando.

A verdade é que sempre achei que iria morrer de amor, mas na verdade é disso que a gente vive. Nosso coração precisa alimentar-se de amor para, de alguma maneira, continuar pulsando vida.

– O que fazemos agora?

Eu suspirei, virando-me para olhá-lo nos olhos.

– No que você está pensando? - falei sentando-me na cama, encarando aqueles olhos que me proporcionavam a sensação de estar no paraíso. Depois de tanto tempo, ele continuava indecifrável.

Edward inquieto se sentou no centro da cama, cruzou as pernas em posição indiana e olhou para mim.

– Se nos amamos, talvez seja à hora de corresponder ao que sentimos.

Eu já tinha ouvido ele dizer que me amava. Mas sempre surtia um efeito em mim. Eu sempre ficava boba com suas palavras honestas... Por simplesmente serem palavras honestas.

– Porque eu não vou perdê-la de novo.

– E não vai.

– Mas eu tenho medo - contrariou, buscando a minha mão entre meus joelhos. Ele agarrou a minha mão e a acariciou enquanto continuava fitando meus olhos.

– Nós podíamos namorar. Se você quiser, é claro. - pontuou visivelmente nervoso. Eu me aproximei dele e segurei seu rosto entre minhas mãos, aumentando nosso contato visual.

– Você realmente me quer como namorada? - sorri zombeteira - Namorada não é para sempre. Mas a ex, sim, essa é para sempre.

Ele me olhou sério. é, ele não estava brincando. E meu coração pulou ao perceber isso. Ele estava falando sério, de verdade?

– É sério, Bella - respondeu, sem sorrir - Não quero te ter só como namorada. Eu quero ir muito além com você. - e finalmente ele sorriu, beijando rapidamente meus lábios. Eu fiquei estática, meu coração martelava no peito, estava perdida no espaço que separava nós dois.

– Eu também te quero muito além. Quero filhos, casamento e nosso próprio lar. - me aproximei, sorrindo pacientemente, atraída pelos lábios de Edward nos seus.

– Posso tentar fazer o que você quer, mas não te garanto nada.

Eu via o que ele estava fazendo.

Ele estava tentando por mim. Tentando por tudo que eu representava em sua vida. Sorriu e me puxou pela cintura, grudando nosso lábios. Ele deitou na cama e passei a perna em sua cintura. O beijo tinha um gosto de promessa. Uma suavidade, um certo cuidado. E nunca cansaria de beijar os lábios que eu tanto almejava.

– Só estou querendo dizer Bella que eu quero atingir um patamar acima no nosso relacionamento.

Meu coração pulou de novo e do jeito que estávamos colados, podia jurar que ele sentiu os meus batimentos irregulares. Não que negasse essa possibilidade mas não estava pronta para avançar. Ou não sabia se estava. Edward e sua mania de ordem, de ter certeza sobre tudo.

– Espera, você quer...

– Noivar. Seguir um curso da faculdade. Depois casar. – disse naturalmente, mas também pude perceber como ele estava nervoso. Estreitei meus olhos e me mexi inquieta debaixo dele.

– Céus, que loucura. Antes nem imaginava ter um relacionamento sério e agora estou... – tentei dizer, mas a palavra noiva me incomodava.

– Noiva - completou com um sorriso. Mas que exibido! Eu nem havia dito "sim". Mas tanto ele quanto eu que aquela pergunta não precisava de uma resposta. Porque parecia tão certo, como peças feitas sob medidas para se encaixarem, completando-se.

A palavra era simples de pronunciar, mas eu me sentia como uma criança que está aprendendo a soletrar as primeiras palavras. Eu estava nascendo de novo nos braços de Edward, eu sabia quem queria e o que seria pra sempre.

– Queria pôr um anel no seu dedo agora.

Sorri com isso. Dizem que nada dura eternamente, mas creio firmemente que, amor como o meu, dura para sempre.

– Edward, podíamos casar logo depois da formatura. – eu ainda me acostumava com a ideia.

– É uma excelente ideia.

– Sério isso? - falei boba, ainda não acreditando no que seus lábios pronunciavam sobre casamento. - Mesmo que eu fique velha, gorda e mime nossos futuros filhos prejudicando a educação deles, você ainda vai estar comigo?

Ele demorou para responder e bati em seu braço.

– Caralho Edward, eu amo você.

– Eu não mudaria nada em você. - falou, analisando meu rosto, buscando cada detalhe.

– Mesmo que eu tenha problemas emocionais e escassos vínculos sociais que prejudiquem nossa relação? - falei e ele riu.

– Você é tão absurda. - ele falou, rindo - E isso é que você tem de mais atraente. Você é tão absurda que me deixa com vontade de te beijar toda vez que age assim.

Eu esperei.

– Edward?

– O que foi?

– Você não ia me beijar? - eu ri.

– E eu vou, pensei que não ia pedir

Ele me beijou e dessa vez eu sabia que não seria a última vez.

Eu não poderia viver sem o Edward. Porque uma parte dele fundiu-se em mim e essa parte me pertence agora.

Então, é isso. Estamos apaixonados. E o amor supera tudo.