A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 21
Capítulo 20 - Epidemia




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<strong>EPIDEMIA



Jacob POV


Minha linda estava branca como papel. Seus olhos pareciam permanentemente arregalados. Mal eu estacionei ela pulou do carro, como se seu corpo estivesse sendo controlado por outra pessoa.

Saltei em seguida.

Havia uma mulher na varanda de Marta Uley. Uma mulher que tinha o mesmo tom de cabelo que minha Amelie, embora os seus estivessem mais desbotados. Estava vestida de maneira muito elegante. Mais elegante do que a própria Amelie tinha se vestido no inicio de sua estadia aqui em La Push.


- Violet. - a mulher falou com uma voz severa, abaixando o grande óculos escuro que fazia ela parecer uma mariposa. Sua voz tinha um pouco de sotaque e eu me perguntei se ela era americana.

- Mãe! - Amelie quase engasgou e eu senti meus próprios olhos arregalados. A mãe dela não tinha morrido, ou pelo menos, os pais não tinham caído com um avião?

- Vamos entrar. Eu já esperei de mais aqui fora e não é apropriado que conversemos em companhia de estranhos. - e falando isso foi a primeira vez que ela sequer olhou pro meu lado. Seus olhos não se demoraram em mim e ela não exibiu nenhuma emoção como se eu apenas não existisse.

- Jacob vem comigo! - a voz de Amelie era forte e ela parecia bem mais recuperada do susto de ver a mãe supostamente morta, ali na sua frente.

Eu não esperava que minha linda fosse se lembrar de mim numa hora dessas mas ela apertou a minha mão e deu um passo para traz que a colocava mais perto de mim. Isso fez a mulher olhar para traz e dessa vez eu pude distinguir claramente seu desprezo.

- Eu já disse que quero falar com você a sós Violet, não me canse com sua falta de modos e deixe que esse rapaz siga o caminho dele. - disse ainda mais arrogante, como se eu fosse uma coisa muito miserável que ela não agüentasse olhar nem mesmo enquanto destratava.

- O meu caminho é com ela. - falei em alto e bom som, passando a mão pela cintura fina da minha Mily e trazendo ela junto de mim.

- Violet! - a mulher olhou diretamente para Amelie, seus olhos pálidos e apáticos pareciam adquirir um tom fervente por um momento.

Mily se manteve firme e encarou de volta.

- Mãe, esse aqui é Jacob Black, meu namorado. - falou com um orgulho que me fez sorrir pra ela como se a mãe dela nem estivesse ali.

- Não estou interessada em seus casinhos... Tenho assuntos sérios a tratar com você. O seu pai está em coma se isso te ajuda a deixar esse índio aí e entrar na casa. - falou sem um minimo de sentimento.

Essa mulher era mais fria que um sanguessuga, isso sim. Como podia anunciar que o marido estava em coma com aquela cara? Pelo visto eu teria uma cobra como sogra, literalmente. Só me importava que ela não levasse Amelie embora, porque eu tinha de me lembrar que ela não tinha 18 anos ainda. Eu mesmo acabara de fazer 18 anos. A confusão e o medo me fizeram recuar. Não que eu não fosse ouvir tudo que elas falassem de qualquer jeito. Só achei melhor evitar um confronto de incio.

Peguei Mily pelo queixo, olhei no fundo de seus olhos.

- Vá com sua mãe, amor. Nos vemos depois! - e a beijei.

Um selinho e um abraço apertado. Ela pareceu me apertar ainda mias. Meu coração doeu por deixa-la, mais dessa vez do que das outras. Sorriu pra mim como se quisesse me tranqüilizar.

- Deixe a janela aberta! - eu sussurrei em seu ouvido. Ela pareceu relaxar e então se foi enquanto eu dava a volta e entrava no Rabitt.



Amelie POV


Mais do que qualquer coisa, ter minha mãe ali era estranho.

Sei que devia estar pulando de felicidades por ela não ter morrido, porque realmente me importei quando pensei que ela estivesse morta. Eu não entendo como isso pode ter acontecido, mas simplesmente ela não era tão importante assim e como eu disse, descobrir isso foi muito estranho.

Jacob por outro lado, deixou o mesmo vazio de sempre no meu peito quando virou-se para ir embora e eu temi de verdade que a volta da minha mãe pudesse significar uma separação pra nós dois. E isso era uma coisa que eu não queria nem cogitar.

Entramos na casa e Marta parecia desconcertada em receber Clarisse Befart-Weelow em sua casinha minuscula e nada confortável para os padrões da grande socialite.

Eu vi a coitada tentando ajeitar nossos pratos simples, servir a cada segundo uma outra opção de aperitivos e maquiar toda a simplicidade em que vivíamos muito bem, atualmente. Mas ela foi, em grande parte ignorada por minha mãe.

E claro, só pra não esquecer de mencionar, eu odiava quando me chamavam de Violet e só ELA me chamava assim.

- Seu pai está em coma. - disse apaticamente enquanto se sentava numa ínfima beirada do sofá como se o tecido ruim fosse capaz de corroer sua saia Chanel.

É, minha mãe nunca foi famosa pelo tato, não com as pessoas da família pelo menos.

- O avião caiu em algum lugar da Europa Central e nós fomos encontrados algumas semanas depois. Eu tive um probleminha de perda de memoria recente e fiquei inútil durante minha convalescença, por semanas enquanto seu pai ainda está em um estado mais grave. - ela ia dizendo e mais parecia alguem que conta um relato super entediante de como foi sua consulta ao dentista nessa tarde.

- Vocês voltaram pra L.A.? - perguntei sem ter coragem pra perguntar o que realmente queria saber, que era: “Eu vou voltar? “

- Sim, assim que me recuperei consegui fazer uma serie de telefonemas e nos tirar daquele lugarzinho caótico onde tinham nos internado. Estávamos num hospital publico ridículo! - disse, horrorizada, porque isso parecia te-la afetado mais do que o fato de ter caído com um avião. Essa era minha mãe! Ela prosseguiu.

- O que vim dizer alem do obvio que você pode ver é que seu castigo está revogado e você pode voltar comigo pra casa assim que colocar suas coisas numa mala! - disse. - Também abrimos uma conta pra você com a herança da sua avó e decidimos que agora você poderá gastar o seu próprio dinheiro e nós pouco temos haver com o que fará com ele. - E aí ela se levantou.

Eu congelei na parte de “Voltar comigo pra casa assim que colocar suas coisas numa mala”, e fiquei com minha cara pregada no chão, suando frio.

Eu não queria ir embora!

Eu não poderia ir. Não tinha mais nada para mim em L.A.

E agora eu podia ver que, de fato, eu nunca tive nada importante ali. Nada que realmente fosse me fazer falta.

Não poderia deixar Jacob e minha amizade por Kim e tudo que conquistei por mim mesma.

Minha mãe percebeu que eu não disse nada e virou-se para mim com uma expressão desdenhosa.

- Vejo que está disposta a ficar enterrada aqui e continuar brincando de casinha com aquele índio! - e então fez um gesto de impaciência e rolou os olhos. - Faça como quiser. Não vou te obrigar a ir embora, afinal, o que pior poderia acontecer na sua idade não é mesmo possível já que você é estéril. Fique o quanto quiser... - e lançando um ultimo olhar para mim disse: - Vou mandar lembranças a seu pai quando ele tiver acordado, vejo você depois.

E saiu do mesmo jeito que chegou, me fazendo muito indignada por pensar que eu nunca havia enxergado realmente o quanto aquela mulher era vazia e horrenda, enquanto minha culpa por não ama-la diminuía visivelmente e eu me sentia aliviada por ela ter me deixado ali, em paz, no lugar onde eu sabia que pertencia desde que as vendas em meus olhos caíram e eu conheci a verdade.




Jacob POV


Definitivamente ouvir aquela conversa não foi fácil. Não teve um minuto sequer que eu não desejasse entrar por aquela porta e colocar aquela “fria” pra fora, porque aquela mulher era muito pior que um sanguessuga. Não duvidava que ela fosse capaz de se alimentar de humanos mesmo não sendo vampira. Como uma mãe conseguia tratar uma filha daquele jeito? Me lembro o suficiente da minha pra saber a resposta: Não conseguia!

Vi o carro sair pomposo de La Push e pelo menos uma coisa boa saiu de toda aquela conversa: A mulher não ia tirar minha Amelie de mim, ou devo dizer que ela não TENTARIA tirar a minha Mily, porque conseguir ela não ia mesmo, sem chance.

Pelos barulhos que eu ainda podia ouvir de dentro da casa, minha linda estava em seu quarto muito calada mexendo os pés no assoalho. Parecia ansiosa. Resolvi passar por lá antes mesmo de voltar pra casa porque achei que talvez ela precisasse ser lembrada de que tem alguem que a ama e se importa com ela o suficiente para pular na frente de um trem para salva-la.

Pulei a janela que ela tinha deixado aberta, não deixando de sorrir por ela ter realmente feito isso.

- Jake! - se jogou nos meus braços assim que me viu por os pés no quarto, com uma carinha desanimada.

Eu a apertei em mim sentindo seu cheiro e me concentrando em não esmaga-la como gostaria para que ela ficasse ainda mais próxima de mim.

- Você ouviu tudo não foi? - ela perguntou com o rostinho colado no meu peito.

- Ela é louca, ignore! - eu tentei brincar. Ela sorriu um pouco, então funcionou.

- Eu queria tanto ter tido uma família sabe, acho que a minha nunca fez isso direito, essa coisa de família de verdade! - ela disse aérea como se pensasse alto.

- Eu sou sua família agora, minha linda e eu prometo que vou fazer direito! - falei imediatamente e sabia que aquela era uma promessa que eu poderia cumprir da melhor forma, de todo o coração.

- Você é o melhor, Namorado. - ela sorriu verdadeiramente e então me beijou.




Amelie POV


BAM-BAM!!!

Soou a buzina estridente do Rabitt.

Se pensar que a uns três meses atrás essas duas buzinadas eram como as trombetas do inferno... “É Mily, você perdeu o jeito, garota!” - pensei comigo mesma, sorrindo boba e apaixonada e me apressando até a porta.

Ajeitei meu cachecol. Não que eu fosse precisar dele no carro com meu namorado lobo super quente pra me esquentar, mas a escola não era assim tão aconchegante então era melhor eu levar.

Assim que cheguei ao carro, a porta do carona se abriu do lado de dentro e ele nem tinha que se esticar para abri-la, tão grande que era.

Um monte de pensamentos pecaminosos passaram por minha mente, como sempre, enquanto eu via o sorriso matinal super brilhante do meu Jake. Sorri de volta, e eu, precisava me esticar para beija-lo. Ele afagou minha nuca e me arrepiou no beijo leve.

- Tá linda! - me elogiou como sempre, me comendo com os olhos e me fazendo corar como só ele podia, já que eu não era de sentir vergonha de nada.

- Merci! - disse fazendo um biquinho que ele dizia que me deixava toda metida.

Jacob aumentou seu sorriso e deu partida no carro, nos colocando a caminho da minha escola e de seu trabalho.

- A Kim pediu ao Jared que pediu a mim que te passasse um recado. - disse.

Eu gargalhei e mandei ele repetir aquela bagunça toda, no que ele fez uma careta e repetiu. Jake prestava pouca atenção a estrada, olhando-me mais que o necessário.

- A louca da Kim esqueceu que já existe algo como... telefone? - perguntei e percebi que meu tom não era de deboche para com a atitude mais do que idiota de minha nova melhor amiga.

- Parece que ela está de castigo SEM o telefone! - Jacob esclareceu.

Eu exclamei e então disse: - Fala logo!

Ele me olhou com uma carinha repreensiva pelo meu tom autoritário e eu rolei os olhos mas acabei por me corrigir com um polido: “Por favor”.

- Ela quer que você a encontre na porta da casa dela exatamente as duas da manhã e que você espere ela abrir a porta e não bata até que ela abra! Parece urgente e o Jared estava bastante preocupado mas ele não arrancou nada dela então eu não sei o que ela quer. - Jake foi objetivo.

- Uhulll! - gargalhei. - Isso tá tão James Bond, o que será que aquela garota aprontou? - pensei alto.

Jake pareceu empolgado por um momento.

- Nós vamos descobrir amanha, depois das duas. - disse com a perspectiva de ver sua curiosidade saciada.

- NÓS é vovozinha Jake! - encarei ele dura. - Minha amiga quer falar COMIGO e não pense você que eu vou sair fofocando, sua velha mexeriqueira!

Ele murchou e ficou se fazendo de emburrado.

- Não seja criança, Jake! - eu desmereci quando ele ainda continuava bicudo depois de uns cinco minutos.

- Quero um beijo por você ter sido má comigo! - ele sorriu safado enquanto uma mão ia até minha cocha e apertava.

- Você não presta. - eu sorri pra ele e o beijei na bochecha.

E então eu senti um calafrio estranho percorrer minha espinha, o mesmo tipo de coisa que sentimos quando estamos doentes. Comecei a suar também e minha boca ficou amarga de repente.

O ultimo sinal de alarme veio do meu estomago que se revirou totalmente, então eu me ouvi guinchar um “PARE” que doeu até nos meus próprios tímpanos.

O carro cantou pneus no acostamento da estrada e eu nem pude revidar o olhar assustado que meu namorado me deu quando eu voei do banco em uma velocidade incrível pra colocar todo o meu café da manha pra fora, da forma mais violenta possível ainda sentindo as contrações do meu estomago tentando expulsar mais e mais coisas de dentro de si, até atingir o completo vazio.

Quando percebi Jacob já estava lá segurando meu cabelo e me fazendo gemer em protesto.

- Calma Mily! - ele dizia enquanto eu travava meu maxilar e tentava afasta-lo, porque eu odiava estar em situações tão vulneráveis.

- Não quero que você... veja isso! - consegui grunhir entre uma golfada e outra.

- Larga de ser boba! - Jake repreendeu sério e muito preocupado até que eu me senti melhor e fui pra me endireitar mas ele já tinha me pego no colo com aquela facilidade assombrosa como se eu pesasse o mesmo que uma pena.

- Tem agua na minha bolsa. - eu sinalizei, de repente cansada demais para lutar contra os cuidados dele.

Assim que alcançou minha maxi bolsa Chanel e conseguiu achar minha garrafinha de agua mineral, Jake me passou a embalagem e agachou entre minhas pernas me olhando carinhosamente.

- O que foi isso? - sua testa se franziu enquanto sua voz saia encabulada de mais.

- Mal-estar Jacob, mal-estar. - disse mal humorada. - Eu sou só uma garota humana, está lembrado? Nós mortais temos estômagos frágeis! - me defendi imediatamente, mas eu sabia que a incerteza na voz dele também estava presente em cada fibra minha. Eu sabia que não era comum pra mim ter esse tipo de problema. Podia se chamar meu estomago de muitas coisas, menos de “sensível”.

Jake ainda me olhava com aquele olhar que sondava até minha alma e eu tentei um sorriso amarelo para dissuadi-lo a voltarmos para estrada. Com o tempo, viu que eu não voltaria a passar mal e então continuou o caminho até Hoquiam. Nós dois já estávamos bastante atrasados.



Jacob POV


A Amelie pensa que me dobrou com aquela historia dela de estomago “sensível”, pois ela está é muito enganada. Se ela não contar tudinho pra Marta eu é que vou me encarregar de leva-la ao primeiro hospital para fazer logo um Check-up, já que eu me lembro sim do quanto ela é é humana e bem sei que todo cuidado é pouco com essas coisas de saúde.

Claro, sem que eu percebesse uma parte de mim se lembrou de Emily e seus enjôos matinais e logo a outra parte do meu cérebro, aquela que guardava a inteligencia, me puniu por pensar nisso e eu me lembrei das duras palavras da mãe de Amelie sobre o assunto: “ O que pior poderia acontecer na sua idade não é mesmo possível já que você é estéril.” E a voz cruel da mulher ainda estava muito bem gravada na minha memoria e também a expressão de tristeza da minha linda quando contou a todos sobre sua condição. Não podia negar o quanto me machucava pensar que de fato, certas coisas nunca aconteceriam pra nós dois e que nossa família seria um tanto quanto pequena demais.

Depois disso, só tentei ocupar meu dia com a pilha de serviço que quase literalmente se formou na oficina, até a hora de sair.

Era umas cinco da tarde e o meu chefe tinha saído pra comprar umas peças quando minha Mily apontou no fim do corredor, toda alegre e sem nenhum resquício de indisposição, batendo o salto de suas sandálias altas de encontro ao concreto da oficina e me lançando sorrisos indecentes enquanto se sentava de pernas cruzadas e saia curta em cima de um banquinho no canto próximo onde eu estava.

Realmente, ela estava em sua melhor forma e não parecia nem sequer se lembrar de nada que nos acometeu na estrada, de manhã.

- Sabe que eu devia te comprar um daqueles macacões de mecânico bem tampados com mangas compridas? - disse, enquanto me analisava e colocava os dedos pretensiosamente em seu queixo delicado. - Você fica aí trabalhando só de jeans e todas essas mulheres que vem pegar seus carros ficam de olho gordo... - se levantou e veio até mim, andando calmamente e de forma bem sensual. - Não gosto nada disso!

- Não vejo nenhuma mulher aqui, amor! - falei tentando não prestar atenção a sedução barata que ela jogava pra cima de mim.

- Não vê? - ela perguntou como quem dizia: E EU?

Continuei fingindo que não prestava a minima atenção só para ver ela jogar ainda mais baixo, porque eu sabia que aquele sorrisinho dela estava bastante mal intencionado.



Amelie POV


Assim que aquele maldito sinal tocou eu corri pra oficina. Tava louca pra ver o Jake graças a um maldito/bendito sonho que eu tive enquanto tirava um cochilo durante a aula de espanhol.

No sonho o meu Lobo tava me cobrindo de beijos enquanto alisava cada centímetro do meu corpo, vestido só com aquela calça jeans justa de sempre e sem a camisa, como ele gostava de trabalhar, para o meu desespero.

Não passei mal nenhuma outra vez e me sentia melhor impossível a não ser, claro, pelo fogo que se alastrara em mim desde o sonho impuro. Um fogo que ele bem que podia apagar.

Quando cheguei na oficina olhei no pseudo-escritório do chefe dele e constatei que estávamos mesmo sozinhos. Jake tava trabalhando lá nos fundos num canto bem afastado dentre o labirinto de carros e eu me aproximei fazendo de tudo para que ele me notasse e me agarrasse logo. De alguma forma irritante, ao perceber o que eu queria, ele começou a resistir.

“Quer saber?” - eu pensei - “Eu vou é apelar!” e então ajustei minha blusa, abrindo três botões e me encostei no tal carro, de frente pra ele, colocando meus peitos praticamente grudados ao seu rosto. Ele continuou debruçado sobre o motor, mas seus olhos escureceram na hora. Eu já ia comemorando quando ele simplesmente se afastou e só limpou as mãos em um pano, me dando as costas.

Bufei contrariada, quase o puxando pelos cabelos, mas então tive uma idéia melhor.

- Tá um dia quente, não acha amor? - perguntei bem desinteressada na maior cara de pau possível.

Ele virou-se para mim, que era exatamente o que eu queria. Não esperei ele responder.

Parei de me apoiar no carro onde ele antes trabalhava e levei minhas duas mãos para baixo da minha saia com precisão. Jake estancou e olhou bem para as minhas cochas, por onde eu deslizei a minha calcinha de renda preta sem pudor, fazendo ela passar pelos meus dois pés e depois a segurei com um dedo só enquanto o fitava com uma mascara entediada.

- Definitivamente quente! - exclamei, me abanando com a outra mão enquanto jogava a calcinha dentro da bolsa.

Jacob venceu nossa distancia em uma passada só e me ergueu pela cintura, me sentando em cima de uma pick-up sem pneus. A vitoria tinha um gosto doce. As mãos ferventes escorreram pelas laterias do meu corpo e apertaram as minhas coxas , separando minhas pernas com certa violência.

Eu tinha provocado ele bem serio dessa vez já que nem se deteve e rasgou minha blusa, arrebentando os botões que ainda estavam fechados, enquanto tomava meus seios por baixo do soutien sem nem se dar ao trabalho de tira-lo.

Minha excitação já clara, me deixava ofegante e pronta pra ele sem que precisasse brincar muito comigo. Jake, claro, continuou a me provocar, guiando minha nuca e enredando uma mão firme em meus cabelos enquanto me beijava esfomeado. Dava chupões fortes em meu colo e imprensava seu membro duro coberto pela calça no meu sexo nu, me arrancando gemidos e pedidos de clemencia.

Apoiei minhas mãos na lataria do carro e cravei meus saltos no para choque enquanto sentia ele tirar um dos meus seios fora do soutien e sugar o mamilo apertando vez ou outra entre seus dentes. E eu o arranhei, sem dó nem piedade, por toda a extensão dos braços grossos e longos. Ouvi o barulho do zíper quando ele abaixou o jeans e uma mão me segurou pela cintura como suporte.

Jake se enterrou fundo dentro de mim com um movimento só. Eu gritei em luxuria e senti espasmos pelo corpo todo. Sua outra mão foi pra lateral da pick-up onde ele apoiou todo o peso e descontou a força das estocadas curtas e ritmadas, enquanto minhas pernas bambas rodeavam seu quadril, minha panturrilha roçava na calça que ele só abaixou.

Eu mais que gemia e arfava, me contorcendo em um primeiro orgasmo prematuro enquanto ele ainda me empurrava vigorosamente contra aquele capô, não me dando espaço de tempo pra respirar ou para que meu corpo se acalmasse. Tomando meus lábios entorpecidos nos seus lábios carnudos e exigentes. Brincando com minha língua e fazendo com que meu corpo se reavivasse em frenesi novamente. Quando ele por fim me apertou ainda mais de encontro a si e eu arranhei suas costas e mordi meu próprio lábio em loucura, foi que o senti se derramar e me satisfiz junto com ele, outra vez, caindo realmente bamba em suas mãos.

- Você ainda... me... MATA! - minha voz quase não saiu com a força que eu fazia para retomar o folego.

Ele sorriu satisfeito e rouco.



Seth POV


Essa semana estava estranha, mas que o normal de estranheza para La Push.

Era como se alguma coisa estivesse atacando os imprintings dos caras. Eles estavam todos loucos de preocupação, sendo que só o Sam sabia o real motivo para a garota dele estar vomitando as tripas e comendo banana com catchup como se fosse a sétima maravilha do mundo.

Como eu fiz a ronda com Paul, Jared e Jake , também; eu tinha pego pensamentos demais da cabeça deles para que conseguisse ficar indiferente. E tinha que admitir que era realmente muito estranho que todos eles estivessem enfrentando problemas dos mais variados com as namoradas. Parecia mais uma epidemia, se eu bem me lembro o significado disso, da aula de biologia.

É pensando bem, um vírus maluco explicaria tudo.

O primeiro foi o Jared. O problema dele se iniciou quando a mãe da Kim pegou eles de safadeza no quarto dela e então colocou ela de castigo e separou os dois por um tempo. Até aí nada demais e nada de doença. Mas logo a garota começou a faltar a escola e a mãe dela não dizia nada. Parecia que Kim estava se sentindo muito cansada, e por dois dias não conseguiu acordar a tempo de ir à aula. O cara pirou, lógico. O imprinting dele estava doente e ele não podia vê-la. Foi lá na casa dela e quase que entra em fase no meio da sala da Senhora Fays, mãe da Kim.

Bem, ver a namorada não ajudou tanto assim já que ele só constatou que ela estava realmente adoentada, um pouco abatida e um tanto mais magra. Kim jurou que já tinha ido ao medico e era só uma alergia de alguma coisa sem importância e que ela logo estaria bem. Jared não engoliu aquilo, mas não podia fazer mais nada então só encheu minha cabeça na ronda.

Na quarta feira foi o Paul. Estava bufando de raiva porque tinha marcado com a Rachel de ir visita-la em Seatle no fim de semana e ela ligou dizendo que não se sentia muito disposta e que não era pra ele ir, mas que ele jurava que ouviu na mente da Leah uma conversa bem diferente. Que era mais ou menos assim:

- Rachel diz: Leah amiga, eu não paro de comer. Acho que é o estresse das provas finais, porque eu te juro que meu manequim está uns dois números maior e nem morta eu vou deixar o Paul me ver assim. Fala serio, eu já sou mais velha que ele. Não posso deixar ele vir no fim de semana. Eu tô a maior baleia. Preciso de pelo menos uma semana pra perder esse peso!

Mas quando ele ligou pra ela de novo pra tirar isso a limpo e dizer pela milésima vez que ele amaria ela do jeitinho que ela estivesse e que ele estava com muita saudade, a colega de quarto dela atendeu e disse que ela tinha pego alguma virose gástrica e que era verdade, porque viu ela vomitando de manha no lixo do quarto.

Paul também não caiu nessa e acha agora que a garota dele desenvolveu aquela doença da TV que as gordinhas tem e ficam vomitando até alcançar o peso que consideram ideal e como a Rachel foi bem firme com ele, ele também não pode fazer nada além de deixar as preocupações dele virarem preocupações minhas, no meio da ronda.

E então, quando eu penso que seriam só Paul e Jared, me aparece Jacob com um pensamento bem focado na Srtª Weelow botando as tripas pra fora no meio da estrada quando eles tentavam chegar à Hoquiam e alegando um “mal-estar”, e depois, ela aparecendo toda saudável na oficina, mais tarde no mesmo dia, lançando olhares cobiçosos pra ele. Foi quando Jake percebeu que estava distraído demais da ronda e que eu também estava ali e então rugiu um “Pare de ler minha mente, pirralho!” muito mal humorado como se eu tivesse escolha e então começou a se focar em qualquer outra coisa por que o resto daquela lembrança devia ser totalmente censurável.

E eu me perguntavas, sinceramente, o que essas garotas tinham? E era realmente bizarro que estivessem todas doentes, na mesma época. Quer dizer, não a Emily claro, já que a Emily estava... AI MEU DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Amelie POV


Ainda bem que a casa da Kim era perto da minha e que eu tinha o meu maravilhoso casaco de pele de chinchila pra me esquentar porque essa noite tava bem friozinho e o Jake tava de ronda, então não pode me trazer e me esquentar, de quebra. Olhei o meu Cartier de ouro branco e já eram duas e dez da manha e nada daquela tratante vir abrir essa porta. Ainda bem que La Push não era violenta e que meu namorado era um ser mitológico poderoso que com certeza deveria estar dando um jeito de curiar essa conversa, nesse mesmo momento, ou eu ia começar a sentir medo de ficar parada aqui nessa varanda deserta esperando a Kim abrir a porta.

- Amelie?! - uma voz que era pouco mais que um sussurro chamou de uma pequena fresta na porta da frente. Pulei na sua frente assim que vi a cabeça de Kim apontando na porta.

- Até que enfim! - falei exasperada e ela me olhou com panico indicando os lábios fechados para que eu fizesse silencio.

Entrei atrás dela e fomos passando pelo corredor da casa muito semelhante a que eu dividia com Marta e na maioria das noites, com Jake também.

- Pronto! - ela falou quando fechou a porta de seu quarto e me puxou para outro canto, mais afastado, próximo a janela.

- Pra que tudo isso? - eu respeitei a regra de silencio e apenas cochichei.


Kim me olhou com dor nos olhos pequenos e cansados e uma lagrima caiu por sua bochecha grande. Eu a abracei sem dizer nada enquanto ela chorava baixinho no meu ombro e eu afagava seus cabelos que estavam um tanto quebradiços e horrorosos.

- Amelie, me ajuda, eu não sei o que fazer... - ela engasgou tentando manter a voz ainda baixa.

- Me conte tudo. Eu estou aqui e é claro que eu vou ajudar! - eu disse com certeza. Ela esteve ali para mim sempre que precisei e agora eu retribuiria.

- Eu não sei como dizer... Eu acho que não consigo... Eu ainda não acredito! - ela falou mais calma com uma expressão meio maniaca nos olhos.

Nos sentamos em sua cama.

- Tudo bem. - eu falei tomando a dianteira. - Comece pelo começo! - instrui.

Ela respirou fundo e limpou uma ultima lagrima de seu rosto. Então ela começou a falar mais calma:

- No começo eu pensei que eu tava doente sabe. Eu senti o cheiro do meu próprio shampoo e acabei vomitando todo o almoço...

- Comigo foi o café da manha! - pensei alto e ela me olhou com os olhos arregalados mas fiz sinal pra ela continuar.

- Mas depois eu fiquei tonta e eu sentia muito sono e aí me deu uma vontade louca de comer panquecas com mel e maionese... - e ela já estava chorando de novo.

Afaguei seus cabelos e ela parou a narrativa e se afastou abrindo uma gaveta da comoda que estava fechada com uma chave. Voltou trazendo o que me pareceu um monte de palitos de plastico, mas não eram bem palitos, porque eram...

- Eu acho que eu tô gravida! - ela falou e me entregou uns cinco testes diferentes, daqueles de farmácia.

E eu fiquei pregada no chão, não só porque pelos testes ela estava mesmo gravida, mas porque quando eu tentei levantar da cama uma tontura super forte me abateu e eu ia cair quando Kim me acudiu.



Kim POV


- Amelie, tá tudo bem? - eu perguntei quando ela quase caiu em cima de mim depois de eu contar as minhas terríveis suspeitas.

- Eu... Sim. - respondeu. Notei que ela tinha os olhos arregalados e estava com uma expressão estranha como se contivesse uma gargalhada histérica.

- Você não tá bem não. – eu acusei.

Ela voltou-se pra mim e então apenas sorriu e me olhou com genuína curiosidade.

- Sobrou algum teste desses? - ela perguntou apontando um dos muitos testes de gravidez que eu fiz e que agora estavam no chão. Gastei quase a mesada do mês inteiro naquelas coisas.

- Sobrou sim. - eu disse pegando uma caixinha fechada na mesma gaveta onde guardava os outros. - Eu faço um todo dia, a uma semana, pra ter certeza. - confessei e parecia que eu já tinha chorado o suficiente de desespero já que pela primeira vez eu parecia encarar aquilo de olhos secos.

- Você me dá? - ela ainda tinha aquela mesma cara esquisita e parecia cada vez mais aérea.

- Tá, sem problema, pode ficar. - disse.

- Obrigada, Kim... - e então ela voltou ao normal me olhando nos olhos e falou. - Vai ficar tudo bem, amiga! Não conta pra ninguém e agüenta firme que eu preciso conferir uma coisa e amanha eu dou um jeito de te encontrar, tá bom? - e me deu um abraço corrido, pegou o teste e enfiou na bolsa, saindo da minha casa com preça suficiente para tirar o pai da forca.

Eu ia falar alguma coisa. Acho que ia perguntar o que deu nela, mas ela já tinha desaparecido e eu só deitei na minha cama com a mão na minha barriga lisa e pensei: “É bebê, sua madrinha é doida!” e então realizei que eu estava falando pela primeira vez com o meu possível filho e entrei em panico outra vez.

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Notas finais do capítulo

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queridas(os) leitoras(es), desculpem pela demora mas eu só escrevo essa historia quando estou devidamente inspirada para tal... gosto muito dela e tenho muito respeito por vocês pra fazer de qualquer jeito, espero que isso me redima da demora!!! bjooooos e muitooo obrigada por acompanhar " A patricinha e o Lobisomen" Vcs estão em meu S2 !!!!!!

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