Inopino escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 5
Capítulo cinco


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda, como vão??
Eu espero, sinceramente, que andem bem, porque eu estou flutuando em nuvens...
Hum, o motivo disso? Simples: RECOMENDAÇÕES ESPETACULARES.
Aqui, meninas lindas do meu coração, vai um capítulo dedicado a vocês, além de um agradecimento muito especial a Isabella Souza, Larissa Menezes e Larinha. Gente, eu mal posso acreditar! Quando vi cada uma delas eu fiquei estarrecida, sem reação.
OH, GOD, THIS IS SO LOVELYYYYY.
Vocês são muito especiais e têm um lugarzinho aqui no meu coração ao lado da Fe e da Mandy, ok? (Ai, desse jeito não vai mais caber todo mundo!!), maaaaaaaaas, para vocês, outras meninas lindas que somente comentaram, eu também tenho um lugarzinho aqui



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Capítulo cinco

Era tão engraçada a maneira com que os guardiões passaram a ignorar a presença de Rose.

Depois que as capturamos habilmente na esquina deserta da Brown, rapidamente buscamos organizar seus pertences para voltarmos a Academia o mais depressa possível. Elas mantinham-se com as finas roupas do corpo e Vasilisa ainda estava descalça, – provavelmente esquecera-se de colocá-los por conta da pressa em fugir – então assumi que deveriam estar com muito frio. Lembrei-me de que Montana tinha um outono consideravelmente mais rigoroso que o de Portland, – devido, principalmente, ao seu relevo montanhoso – e levá-las de volta sem nem ao menos recuperar suas roupas seria uma grande irresponsabilidade de minha parte. E, mesmo que ambas tivessem fugido da Academia por conta própria e se mantiveram escondidas durante todo este tempo, eu não as deixaria sem o devido auxílio somente para lhes impor algum tipo de punição. Eu sabia que Kirova quereria que eu fizesse algo do gênero, mas eu tinha certeza de que sua própria penalidade já seria o suficiente para quando chegássemos. Rose e Vasilisa não precisavam sofrer antecipadamente.

Entretanto, conforme as ajudávamos com as malas e nos locomovíamos para fora do campus da Universidade, pude notar que todos os guardiões aliviavam gradativa e visivelmente sua guarda diante de Rose; assumindo sua total incapacidade em tais condições e admitindo prontamente que mais nenhum perigo viria dela. Esta questão era a que mais rodava em minha mente, deixando-me tão confuso quanto espantado. Eu não conseguia compreender os motivos pelos quais o restante da equipe baseou tal atitude. Tudo bem, até mesmo eu tinha de admitir que nossa emboscada ocorrera conforme o planejado. O resultado disso foi que ambas mantinham-se próximas e bem vigiadas. Não havia falhas em um plano perfeito, afinal, Rose estava acuada e sem mais opções iminentes de fuga, e isso os aliviava.

Porém, ainda assim fiquei admirado com a confiança plena que os guardiões possuíam em nossa vigilância a ponto de esquecerem completamente o perigo que a Dhampir oferecia. Tal reação seria compreensível em qualquer outra circunstância, mas certamente não nesta. Nossa estratégia realmente fora elaborada com precisão e muito cuidado – eu não negava isso – e, de fato, conseguíramos segui-la com êxito. Entretanto, todo aquele crédito exagerado me preocupou, e muito. Eu não queria que os guardiões analisassem a situação visando somente a incapacidade de Rose em fugir, mas sim a encarando como uma guardiã compenetrada e disposta a qualquer coisa para proteger sua Moroi.

Com amargura, percebi o quanto sua fama a perseguia de perto, tal qual uma sombra. Rose era cruelmente taxada de irresponsável, briguenta, desrespeitosa, fútil. Ninguém lhe dava muitos créditos. Afinal, sua ficha acadêmica combinava tão perfeitamente bem com a fuga de dois anos atrás, que a direção da Academia – bem como o restante da sociedade Moroi que possuía conhecimentos sobre o caso – preferia acreditar em qualquer outro motivo a procurar a verdade por trás dela. E, talvez, fosse essa a causa de seu tamanho poder em abismar as pessoas, – inclusive eu mesmo – Rose pudera muito bem ter sido assim algum dia, mas eu não conseguia encontrar qualquer resquício disso na garota que agora eu analisava. Seria possível que nenhum dos guardiões, além de mim, percebia o brilho destemido e selvagem preso em seu olhar? Ou a forma sutil com que observava seus arredores, procurando qualquer falha em nossas posições para poder escapar novamente? Suspirei, tentando conter a frustração. Pelo visto não.

Mas, pensando bem... Não havia realmente qualquer problema, pois eu fazia isso por eles.

Desde que percebera – talvez da pior maneira possível – o fato de que a garota não deveria ser subestimada, meus cuidados automaticamente se redobraram. Em hipótese alguma permitiria que ela escapasse de minhas vistas tão facilmente. Rose revelara-se tão impassível com o que acontecia ao seu redor que não dirigiu a palavra a ninguém durante todo nosso período de organização. Nem mesmo a princesa Vasilisa – que lançava frequentes olhares preocupados em direção à amiga, talvez procurando por alguma orientação – conseguiu realizar tal façanha. Porém, eu tinha certeza do que estava por trás de sua atitude altiva: ela buscava incansavelmente um plano para fugir. Eu só não conseguia decidir qual era. Pedi, inclusive, que Ronald dirigisse nosso veículo até o aeroporto de Oregon para me livrar desse compromisso, assim eu talvez pudesse me manter focado em Rose e todas as suas expressões suspeitas.

Observei-a fixamente, procurando pensar como ela e analisar a situação sob seu ponto de vista. Mas, estranhamente, ela não deixou nada escapar e aquilo me frustrava. Rose mantinha-se quieta demais, não adiantaria apenas insistir em um plano de fuga, eu sabia disso. Porém, eu também sabia que ela jamais desistiria de seus objetivos.

Aquilo era admirável, mas eu consideraria suas esperanças completamente inválidas, afinal era necessário nocautear toda a nossa guarda para poder escapar – algo que, ironicamente, exigia certas condições de Rose que ela não possuía no momento. Toquei a região entre minhas têmporas, massageando-a para aliviar a leve, porém constante, pressão. Eu gostaria muito de poder saber o que ela tramava, mas, como líder da missão, forçava-me a afastar tais pensamentos e permanecer centrado, mesmo que a frustração corresse insuportavelmente em minhas veias. Porém, manter-me imparcial e livre de qualquer coisa que denunciasse meus pensamentos estava sendo mais complicado do que eu esperava.

O que estava acontecendo comigo, afinal?

Eu não podia expressar o que estava sentindo, em hipótese alguma! Balancei a cabeça, desnorteado. Eu já não sabia nem mais em que pensar. Gargalhar de suas tentativas vãs, talvez? Era algo válido, visando que agora ela estava presa. Então, quem sabe, urrar perante sua postura e atirar em sua cara que nenhuma de suas tentativas anteriores funcionara? Bem... Aquilo era uma mentira, ela conseguira fugir com Vasilisa, afinal. Eu já percebera que ela não era tão irresponsável para colocar em risco a vida da princesa. Aliás, em certo ponto eu sabia que aquilo se tornava extremamente ridículo, mas eu não conseguia evitar. Só conseguia pensar que, se ela contava com o fato de que eu facilitaria meus reforços ou a deixaria sem supervisão, estava seriamente enganada.

Era realmente uma pena que os demais não pensassem da mesma maneira. Quando vi Rose cochichando brevemente ao ouvido de Vasilisa no avião, – sob a escolta de dois guardiões, que mais pareciam entediados – minha irritação foi ao auge.

– Não as deixem falar uma com a outra. – Ralhei rispidamente Adam, enquanto ele acompanhava Rose até seu respectivo assento no jato particular da Academia. – Juntas, em cinco minutos elas arquitetam um plano de fuga.

Minha advertência pareceu despertá-lo, e ele logo me lançou um olhar descrente, deixando claro o que eu já deduzira minutos antes: seria impossível para as duas escaparem em tais condições. Isso confirmou apenas meu pensamento de que eles confiavam cegamente em nossa guarda, e eu não poderia deixar aquela gafe se repetir. Porém, antes que eu falasse algo que não deveria, meus olhos desviaram-se rapidamente da expressão chocada no rosto de Adam para se focarem em Rose.

Pude vislumbrar o brilho feroz em seu olhar antes de ela esbravejar teimosamente sob os próprios pés e caminhar a passos largos até chegar ao assento predestinado a ela no jato. Senti-me novamente hipnotizado. Não pela postura que assumiu, mas sim, pois ela obviamente fora pega em seus planos e, mesmo assim, manteve suas esperanças até o último segundo possível. Balancei a cabeça, que se encontrava na mais pura confusão ultimamente. Rose me aturdia, e eu não conseguia compreender como ela ainda pensava que conseguiria escapar de mim.

A evidente coragem presente em seu ser me assustava, também. Não era somente o olhar altivo, ou a postura dura e compenetrada, era muito mais: ela fora criada no mesmo mundo que eu. O lema “eles vêm primeiro” estava tão vivo em sua mente quanto na minha. Eu sabia perfeitamente bem que ela estaria disposta a defender sua protegida sem sequer hesitar, dando de bom grado sua vida, assim, tão facilmente. E, embora levássemos a sério nossa filosofia de vida, isso era extremamente raro em um guardião.

Cheguei, por um breve momento, a cogitar o fato de que eu mesmo não saberia ser capaz de fazer o mesmo se nossos papéis fossem inversos e eu me encontrasse em seu lugar. Era o mais sensato e o que eu escolheria sem pestanejar se estivesse em sua situação. Meus pensamentos atingiram-me como ásperas repreensões assim que registrei o raciocínio. Eu realmente pensara nisso enquanto encarava Rose naquele cruzamento. Mas por quê? Por que escolher o caminho mais fácil? Talvez eu quisesse acabar com tudo de uma vez no momento, mas, parando finalmente para analisar as circunstâncias, fora algo estúpido. Era meu dever proteger os Moroi, a minha vida não importava em um instante crucial como aquele. Então, por que pensei naquilo? Eu não sabia. Na verdade, o que senti foi uma aguda inveja de sua atitude. Gostaria de ter sido mais responsável e dedicado a ponto de não perder Ivan. Se tivesse, pelo menos evitaria a terrível tragédia que ocorreu.

Você não a teria conhecido... Uma voz sussurrou baixa em minha cabeça.

Bem, talvez ela tivesse razão, mas eu não saberia dizer. Fora necessário conhecer uma adolescente inconsequente para finalmente dar-me conta de minhas responsabilidades? Diabos, talvez. Claro que eu já sabia muitas coisas, coisas que eu fora forçado a aprender no decorrer de minha vida, mas essa questão perambulava insistentemente em minha mente, sem sequer me deixar em paz.

Voltei-me para Vasilisa no corredor.

– Por favor, sente-se aqui, princesa. – Gesticulei o assento ao lado do meu na janela, onde ela rapidamente se acomodou e, sem mais nenhuma palavra, passou a admirar a vista de fora.

Cansado de rodar as engrenagens em minha cabeça, tentando quase inutilmente decifrar Rose e sua estranha habilidade de não sair de meus pensamentos, busquei o pequeno celular que usávamos para realizar chamadas importantes. Porém, assim que me abaixei sobre o compartimento, meus olhos captaram os relatórios cujos quais eu estivera lendo para conseguir o maior número de informações possível sobre Rose e Vasilisa. Não consegui conter o pequeno sorriso que surgiu em meus lábios. Talvez, se eu soubesse exatamente onde estaria me metendo ao aceitar aquele cargo, as questões que rodavam em minha mente poderiam ser outras. Bem, só que não tão diferentes assim.

Olhei para Vasilisa, que se mantinha quase petrificada ao meu lado. Senti meu coração se apertar um pouco, afinal eu sabia o quanto deveria estar com medo da própria situação. Para ela, tanto quanto para Rose, nós éramos os vilões, prontos para massacrar as heroínas. Elas não queriam voltar para St. Vladimir – eu ainda não conhecia bem o motivo – e nossa busca servia apenas como mais uma razão para elas nos odiarem. Pena que, no meio daquela história toda, a pessoa que mais queria vê-las bem era eu. Tentei me forçar a dizer qualquer coisa, nem que fosse uma palavra de conforto, mas nada saiu. Eu não tinha tantas habilidades de comunicação para parecer cordial. No máximo, eu a assustaria mais do que já estava.

Com um pesado suspiro, pressionei a tecla 3 em discagem rápida e esperei na linha.

Petrov. – Ouvi o som chiado da voz de Alberta ao segundo toque. Ela parecia apreensiva.

– Aqui é Belikov. Acabamos de entrar no jato da Academia em companhia de ambas as alunas infratoras. Estamos esperando apenas pela decolagem.

­– Ótimo! Espero que tudo tenha ocorrido conforme o planejado, Belikov. Algum dano sério?

– Não, não se preocupe. Aconteceu um pequeno incidente com a Dhampir, mas... – A postura tensa de Vasilisa me fez parar em meio à frase. Ela lançou-me um olhar suplicante, obviamente pedindo que eu não relatasse nada sobre o incidente com o sangue. Assenti para ela, querendo que se acalmasse.

Mas... Belikov, espero que nada tenha dado de errado...

– Hum, desculpe a interrupção, Alberta. Acho que o sinal está um pouco falho. Nós já demos um jeito e tudo está sob controle novamente.

Ah, perfeito. Avisarei apenas a Ellen sobre sua chegada. Desligo.

Assim que desliguei o telefone e o devolvi ao compartimento a minha frente, ouvi a suave voz de Vasilisa dizendo em tom um pouco receoso:

– Obrigada por não ter falado sobre, ahn, você sabe... Seria realmente constrangedor se...

– Não se preocupe, princesa. – Eu a interrompi, sem graça. Realmente não sabia muito bem como lidar com a situação. – Eu jamais faria algo que a prejudicasse.

Ela me olhou por longos instantes depois daquilo, como se não esperasse por tal resposta. Confesso que eu mesmo me surpreendi com a veracidade em minhas palavras. E me senti extremamente exposto sob sua avaliação. Porém, em momento algum desviei minha atenção da dela, afinal eu queria que ela confiasse em mim.

Longos instantes se passaram até que ela voltasse a falar.

– É, mas Rose não... – Ela encarou suas mãos entrelaçadas, havia gotículas de suor ali. – Bem, eu tenho medo de que eles a tirem de mim.

– Está tudo bem. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para nada disso acontecer.

Ela esboçou um pequeno sorriso, mas ele me parecia mais desesperador.

– Eu realmente espero que sim.

Não dissemos mais nem uma palavra a seguir. Era tão estranho, Vasilisa era minha protegida e a quem eu deveria cuidar com a própria vida, mas... Quando fixava minha atenção a ela, tudo o que eu conseguia ver era uma menina assustada. Claro, eu não a conhecia bem o suficiente para dizer qualquer coisa, – aliás, isso apenas dificultava minhas vãs tentativas de comunicação – mas, ainda assim, ela não parecia disposta a revelar tudo o que sentia a mim. Eu não estava pedindo nada daquilo, também. Porém, eu sabia que esta tarefa seria muito mais simples se...

Virei-me rapidamente para trás e fitei o assento de Adam. Ao seu lado, Rose mantinha-se ereta e firme, em sua expressão, bem... Nada. Eu não conseguia compreender o que se passava em sua mente, por mais que tentasse. Nenhuma das duas revelava nada e isso estava me frustrando. Agitando algo furiosamente corrosivo dentro de mim.

Em um impulso talvez impensado, levantei de meu assento ao lado de Vasilisa, que me olhou com evidente curiosidade, e caminhei até Adam impacientemente. Ele não discutiu quando eu ordenei que trocasse seu assento com o meu por um tempo, mas não conseguiu disfarçar a tamanha surpresa que o causei. Eu internamente achava que ele estava com medo de uma nova repreensão, mas, naquele momento, eu possuía assuntos mais sérios para tratar.

Precisava urgentemente descobrir o que levara Rose a seguir aquela atitude protetora e mortal, sem hesitar em momento algum perante o grande número de guardiões que enfrentaria. Tudo o que eu poderia pensar não me convenceria e eu estava cansado de criar teorias mirabolantes em minha mente. Porém, ao contrário do que gritavam meus instintos ansiosos, não iniciei meus questionamentos de imediato. Minha cabeça estava confusa e bombardeá-la com perguntas afobadas a deixaria apenas de forma semelhante, e ainda mais arisca.

Rose não olhou em minha direção, também, e tomei isso como um bom sinal. Afinal eu não imaginara tudo, ela realmente estava ali e faria tudo de novo e de novo sem hesitar...

Respirei fundo.

– Você atacaria mesmo a todos nós? – Soltei apressado. Porém, não obtive respostas. Na verdade, ela mal olhou para mim enquanto eu lutava para manter uma conversa formal. Mesmo assim, continuei com meus questionamentos. Algo maior do que eu comandava a minha cruel curiosidade, mas eu procurava desesperadamente formular uma frase em que eu soasse sério e compenetrado; não intrometido demais. – Fazer aquilo... Protegê-la como você fez... – Comecei hesitante. – Foi uma coisa muito corajosa. Estúpida, mas corajosa, de qualquer maneira. Por que você ainda assim tentou?

Ali estava: a dúvida crucial que perambulou teimosamente por meus pensamentos e os embaralhou de maneira inexplicável. Desde o momento em que vi aquele brilho poderoso em seus profundos olhos, não consegui decifrar os motivos por trás de todas as suas seguintes atitudes. Que, mesmo com suas chances de escapar sendo quase nulas e ausência de treinamentos básicos, ela lutaria com garra e determinação. Eu não queria admitir, mas enquanto a encarava observando a janela, – um ato de óbvio descaso, mas eu já nem me importava – eu ansiei por ter um novo vislumbre daquele mesmo olhar.

Por isso, observei atentamente enquanto ela se virava em minha direção. E aqueles mesmos abismos negros – que me atingiram fortemente meia hora atrás – tão expressivos e profundos, agora me incitavam a um novo desafio. Continuei encarando-a, entretanto, recusando-me brandamente a me sentir sequer intimidado por ela. Se ela realmente quisesse isso, eu lhe daria.

– Porque eu sou a guardiã dela. – Ela respondeu, calmamente, após poucos segundos de hesitação. Em seguida, voltou-se novamente para a janela, quebrando nosso contato visual e... Bem, qualquer esperança de raciocínio que eu construíra.

Por que ela tinha de ser tão instigante?

Eu já nem deveria mais estar surpreso, não depois de tudo o que vira àquela noite. Francamente? Eu não sabia. E me rendia, também, rendia-me a ela e a tudo o que ela pudesse trazer consigo. Sua resposta era tão... Óbvia. Admirei-me por não ter cogitado algo assim antes, afinal que outra razão ela teria para jogar livremente sua vida por Vasilisa, última princesa da linhagem Dragomir e fugitiva da Academia e Corte? Mentalmente, gargalhei por ser tão estúpido. Ela não tinha sequer uma razão.

Vasilisa era Moroi, e os Moroi sempre vêm primeiro.

Rose não se importava em sacrificar a própria vida em prol da linhagem real. Valorizando o que era certo. Era admirável sua coragem e destreza em assumir tão brandamente que seria guardiã de Vasilisa algum dia, mas eu receava que outros não enxergassem o que agora eu via tão claramente. Senti um estranho aperto ao imaginar o que Kirova estaria pensando para quando nos encontrássemos, porém, infelizmente, não poderia deixar isso me consumir sem razão. Eu faria algo. E só esperava um bom resultado no fim.

Vendo que não arrancaria mais nenhum tipo de reação dela, – o que, eu tinha de admitir, era um enorme alívio – virei-me de volta para o corredor e caminhei calmamente até meu próprio assento, enquanto esperava pelo fim do voo.

Será que Rose Hathaway não se cansava de me surpreender?


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Notas finais do capítulo

Vocês não acham que Dimitri é um fofo pensando essas coisas sobre a Rose? Nesses momentos a gente fica imaginando que ele mal sabe o que o espera... HAHAHAHAH.
Mas, digam aí, vocês gostaram? Valeu a pena esperar?? kkkkkk. (ufa, espero que sim, porque esse capítulo ficou bem grandinho).
Espero as opiniões de vocês nos comentários, suas lindas!
Ah, esse capítulo foi dedicado às três belas almas que recomendaram! Sério, meninas, eu amei muito todas elas, cada palavra. Não sei se consigo expressar a minha felicidade de uma maneira certa, mas espero que vocês me entendam.
Até mais,

Roberta Matzenbacher.