Inopino escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 18
Capítulo dezoito


Notas iniciais do capítulo

Oi, minhas pimpolhas. Tudo ok?

Então... Quero, primeiramente, me desculpar pelo longo tempo que passei afastada. Não foram apenas as provas que me distanciaram de Inopino, mas sim um momento bem complicado que estou enfrentando com minha família.

Sempre fui tão boa com as palavras, mas a dor é uma emoção difícil de explicar. Ela te cega, te consome, toma conta de todos os pensamentos a ponto de não conseguirmos fazer outra coisa que não chorar e chorar... Mas pelo menos tenho meu Dimitri Belikov como distração e ótimos amigos. Não é fácil, mas pretendo superar tudo o quanto antes.

Enfim. No meu grupo, eu perguntei às meninas o que elas achavam sobre o enorme capítulo 18 que estava saindo. Já tinha passado das 5000 palavras e me encontrava meio desesperada, porém, acabei optando por fazê-las felizes. Então, aqui está a primeira metade do que eu tinha escrito. Ele para um pouco abruptamente, mas a sequência será postada na segunda-feira e acho que não fará diferença.

A notícia ruim é que a cena do colar foi adiada para um ou dois capítulos a frente... Então nem sei mais como anda a maldita contagem! shaushaus. Espero que não se importem.

Boa leitura!



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Capítulo dezoito

Eu precisava admitir que tamanho trabalho originou seus efeitos.

Enquanto cumpria os primeiros minutos de vigília durante o baile real, observei o resultado espetacular que a equipe de preparação e os cerimonialistas conseguiram realizar em apenas alguns dias. Vasos de rosas vermelhas e de delicados lírios brancos cobriam as mesas e as paredes. Também havia velas acesas em cima de toalhas de mesa feitas de linho vermelho-sangue. Tamanha extravagância me fazia lembrar dos banquetes e cerimônias em que fora com Ivan na época em que ainda era vivo, todo o ambiente pensado propriamente para receber um nobre de alto escalão.

Eu estava parado entre outros dois guardiões que eu não convivia muito; ambos, como eu, concentrados à frente e sem deixar que seus olhos se desviassem do ponto fixo que encaravam em nenhum momento. Claro que a aparência era uma fachada. Eu bem sabia o quão rápidos eles seriam ao perceber sinais de perigo, aquela visão de rapina captando qualquer movimento pela visão periférica.

A um sinal de mão de Alberta, todos nos viramos em direção às portas principais, por onde a rainha Tatiana Ivashkov faria sua entrada. Com poucos segundos de atraso, os demais estudantes, percebendo o que iria acontecer, também se levantaram, todos com postura respeitosa perante sua monarca.

Primeiramente, apenas alguns membros da realeza adentraram o salão, seguidos de perto pelos guardiões reais, vestidos com ternos vermelhos e pretos risca de giz. Observei-os por mais tempo do que aos Moroi, ou mesmo a rainha, que vinha logo atrás, admirado com a graça de seus movimentos. Apenas os melhores guardiões tinham a honra de se tornar parte da guarda real, e era satisfatório saber que eu conhecia a maioria deles.

A comitiva desfilou pelo corredor central com imponência, tendo como espectadores seus súditos que os encaravam encurvados. O brilho vermelho dos Ivashkov brilhava nas roupas de Tatiana, fazendo uma combinação bastante excêntrica com as rosas da mesma cor. Ela possuía cabelos curtos e já um pouco grisalhos, sendo coroada majestosamente por uma enorme tiara de brilhantes. Por um momento, senti-me deslocado com tamanho luxo. Tanto tempo longe da corte e na simplicidade da vida dos guardiões na Academia quase me fizera esquecer o quão artificiais os Moroi da realeza poderiam ser, suas tradições beirando ao exagero e ao egocentrismo.

Ela caminhou lentamente pelos espaços vagos, acenando com a cabeça para os aprendizes de forma breve pouco antes de se direcionar à seção dos Moroi. Manifestou sorrisos simpáticos a muitos filhos de membros da realeza, que receberam generosa atenção de sua parte. Para o jogo político, era muito importante ser reconhecido pelo líder, o que demonstrava contatos e respeito fortes. Quase todos derretiam-se em deleite pelos agrados da rainha, devolvendo seus cumprimentos e sorrisos em igual ou até maior proporção.

Isto é, menos uma.

– Vasilisa Dragomir. – Disse a rainha, fazendo com que a maioria das cabeças do salão se virasse naquela direção para ouvir melhor. Quanto a mim? Eu estava mais preocupado com outra pessoa, ou com o que esta mesma poderia fazer caso todo aquele discurso para a “famosa princesa fugitiva” fosse por água abaixo.

Como eu pensara, Rose já não estava mais em seu lugar de origem. Ela abria espaço à força para se aproximar de Lissa, sua expressão preocupada espelhando as de sua protegida. Fiquei a espreita de que ela fizesse algo, mas, quando pareceu desistir do plano improvável de chegar até a rainha, automaticamente relaxei.

Ótimo. Então ela não faria nenhuma besteira.

Por enquanto.

– Soubemos que você retornou à escola. – Ela continuou, com o tom impassível. – Estamos felizes em ter os Dragomir de volta, mesmo que, de toda a família, nos tenha restado apenas uma única representante. Sentimos, profundamente, a perda de seus pais e irmão; eles estavam entre os mais admiráveis Moroi. A sua morte foi uma verdadeira tragédia. – Tatiana parou por um instante, seu punho sob o queixo dando-lhe uma expressão pensativa. – Você tem um nome interessante. Muitas heroínas dos contos de fada russo se chamam Vasilisa. Vasilisa, a Brava; Vasilisa, a Bela. São jovens mulheres diversas, todas com o mesmo nome e as mesmas excelentes qualidades: força, inteligência, disciplina e virtude. Todas realizam grandes feitos e triunfam sobre seus adversários.

“Da mesma maneira, o sobrenome Dragomir também impõe respeito. Reis e rainhas Dragomir reinaram com sabedoria e justiça ao longo de nossa história. Usaram seu poder com finalidades milagrosas. Eles mataram muitos Strigoi, lutando lado a lado com seus guardiões. Têm motivos para ser da realeza.”

Ela esperou um momento, deixando o peso de suas palavras fazerem efeito. A mudança da vibração no interior do salão era visível; aparentemente, ninguém gostaria de perder o desfecho daquele discurso. Meus olhos intercalavam entre Rose e Lissa, sentindo apenas por encará-las a diferença entre seus sentimentos. Uma encontrava-se tensionada, firme em seu lugar e com as feições preocupadas; já a outra, mantinha um leve rubor nas bochechas e um pequeno sorriso tímido.

– Sim, você foi duplamente batizada com nomes de grande poder. – Disse a rainha. – Esses nomes representam as melhores qualidades que as pessoas têm a oferecer e remontam ao passado, a proezas grandiosas e de extremo valor. Mas como você mesma demonstrou, nomes, apenas, não fazem uma pessoa e nem cabe a eles qualquer responsabilidade sobre o destino da pessoa que os comporta.

E assim, Tatiana virou as costas para Lissa, dando seguimento a sua passagem. Não pude deixar de sentir meu coração se apertar pela princesa. De fato, para todo o mundo Moroi, sua fuga com Rose fora ultrajante e imensamente irresponsável, mas isso já estava há muito resolvido. Ou aparentemente resolvido. Lembrava-me de que, quando chegou, Rose também ouvira uma série de sermões diferentes vindos de Kirova, seus professores e até mesmo de mim, mas aquilo era diferente. Tatiana praticamente fizera uma humilhação pública, ridicularizara seu comportamento sem nem ao menos se importar em descobrir porquê.

Entretanto, por mais enraivecido que eu estivesse, nada se comparava à reação de Rose. Ela ficara possessa com as palavras da rainha. Acompanhou-a durante o restante dos cumprimentos como se pudesse esgana-la somente com o olhar, mas, felizmente, seus pensamentos não viraram realidade. Ela não saiu do lugar, nem ao menos se mexeu; pelo contrário, notei sua expressão murchar cada vez mais conforme o tempo passava, provavelmente pelo desgosto evidente de Lissa.

Quando se iniciou a recepção após o jantar, Lissa tomou o caminho mais curto para as portas que levavam até o pátio. Rose a seguiu logo depois, e por um momento precisei me conter para não fazer o mesmo. Eu estava dividido entre o meu trabalho de vigília e a vontade de consola-las, afinal, já haviam sofrido o suficiente as consequências daquela fuga estúpida.

Também havia uma pequena parte de mim que me alertava sobre a inconstância de Rose. Os burburinhos dos alunos eram tão altos que chegavam a ser insuportáveis. Seu assunto principal era Lissa. E conhecendo minha aluna como eu fazia, era bem capaz de ela se meter em alguma confusão caso algum deles resolvesse expor suas ideias sobre o sermão da rainha.

Permaneci em meu lugar impacientemente, no entanto. Por mais que eu soubesse que deveria permanecer ali parado, imóvel, era muito difícil conseguir isso. Meus pés batiam contra o chão de forma inconsciente e ora ou outra recebia olhares enviesados dos meus colegas, mas não estava me importando no momento. Tudo no que conseguia me concentrar era no lado de fora, em Rose, no pressentimento ruim que eu estava sentindo.

Foi quando avistei a luz no fim do túnel.

– Yuri? Hum, é... Guardião Volkov? – Ao ouvir o som de seu nome, Yuri automaticamente virou seus olhos na minha direção, suas sobrancelhas erguidas em dúvida. Fiz um breve sinal com o dedo indicador para que ele se aproximasse.

– O que houve, guardião Belikov? – Perguntou-me formalmente em retribuição. Era realmente estranho vê-lo agindo daquela forma, principalmente devido ao seu bom humor rotineiro, mas não me ative muito a isso. Eu tinha coisas mais importantes para pensar.

Abaixei a cabeça para me aproximar melhor de seu ouvido.

– Será que você pode me cobrir por uns trinta minutos? – Sussurrei. – Eu preciso checar algo lá fora.

Seu cenho se franziu em preocupação.

– Está havendo algo errado?

– Não. – Praguejei em russo. Droga, eu não tinha tempo para conversar. – É com Rose. Tenho que leva-la de volta ao dormitório.

– Ah. – A compreensão pareceu abate-lo de imediato. Ele deu um riso travesso. – Pode deixar. Daquela lá não se pode tirar o olho por um segundo!

Senti a ironia em minhas palavras quando disse:

– É, você não imagina o quanto.

Ele piscou um olho como se entendesse – o que eu duvidava –, e de pronto assumiu meu lugar contra a parede do salão, permitindo-me sair dali o mais rápido que ousei caminhar. Meus pés me guiaram a esmo por um instante, sem saber para onde ir, mas, no fim, não foi muito complicado encontrá-las. Depois de atravessar um caminho de pedras no pátio lateral, avistei um amontoado de pessoas paradas ao redor de duas figuras que discutiam. Rose foi a primeira que reconheci, mas isso de longe era um alívio. Como eu pressentira minutos atrás, ela estava com uma expressão furiosa no rosto; sua postura firme e pronta para acertar quem estivesse eu seu caminho.

Rapidamente, aproximei-me da cena e me posicionei ao lado dela, cruzando meus braços com desconfiança.

– Está tudo bem? – Perguntei.

– Claro que sim, guardião Belikov. – Respondeu Rose. Ela não olhava na minha direção, mas sim para a estudante que estava parada perto dela. Seu sorriso era irônico e forçado. – Nós estamos apenas trocando histórias de família. Você já ouviu a da Mia? É fascinante.

– Vamos. – A outra garota – Mia – disse, puxando o Moroi mais próximo e guiando o restante do grupo para longe. Estava claro, apenas pela tensão no ar, que a desculpa de Rose era furada, mas nem precisei disso para atestar que ela estava mentindo. Eu a conhecia o bastante para saber quando ela não dizia a verdade.

– Eu tenho que levar você de volta para o seu dormitório. – Avisei-a com rancor. Meu Deus, será que Yuri nunca deixaria de ter razão? – Você não estava prestes a iniciar uma briga, estava?

– É claro que não. – Respondeu, mas seu tom não enganava ninguém. Ela ainda encarava o espaço vazio por onde Mia sumira, seus olhos transbordando ódio. – Eu não começo brigas onde as pessoas possam vê-las.

– Rose. – Ralhou Lissa.

Franzi os lábios para conter minha frustração.

– Vamos. – Exclamei. – Boa noite, princesa.

Com um rápido giro, eu me virei na direção dos dormitórios, esperando – para o bem de Rose – ser seguido de pronto. No entanto, seus planos eram bem diferentes dos meus. Ela não moveu um músculo para sair do lugar, lançando um olhar preocupado e angustiado à Lissa. Foi quando eu reparei na expressão da princesa. Estivera tão temeroso com a probabilidade de Rose arrumar mais problemas que nem percebi a tristeza evidente nos olhos de sua melhor amiga.

– Liss, você vai ficar bem? – Rose questionou, aflita.

A princesa apenas concordou com a cabeça.

– Estou bem. – Ela disse.

Rose não acreditou em sua afirmação. Eu via isso em seu rosto, completamente descrente com a mentira. Conseguia compreender muito bem a sua preocupação, pois, agora que realmente reparava em Lissa, era perceptível a grande melancolia gravada em sua postura. Seus ombros estavam encurvados e suas feições, magoadas. Seus olhos se encheram de água e ela tentou sorrir, mas, mesmo assim, não conseguiu disfarçar seus sentimentos.

– Liss... – Rose insistiu, mas a princesa acenou em minha direção, cortando-a.

– Eu disse a você, estou bem. – Repetiu. – Você precisa ir.

Elas trocaram um breve olhar, mas não havia nada que Rose pudesse fazer por Lissa naquele momento. Ao constatar o mesmo que eu, ela finalmente se virou na minha direção para que pudéssemos sair dali. Caminhamos em silêncio por um tempo, comigo espreitando sua expressão sempre que ela bufava. Contive um pequeno sorriso quando percebi o quão pouco era necessário para tira-la do sério.

– Talvez nós tenhamos que acrescentar um treinamento extra de autocontrole. – Eu disse, meio sério, meio de brincadeira.

– Eu tenho autocontrole suficiente... Ei!

Subitamente, Rose adiantou-se na direção de um Moroi que passava em silêncio próximo a nós, bloqueando seu percurso. Reparei que ele tomava o mesmo caminho pelo qual passáramos, vindos do jardim. Seus familiares cabelos escuros e olhos azuis pálidos faiscaram na fraca luz da noite, e isso foi o bastante para eu reconhece-lo como Christian Ozera, sobrinho de uma grande amiga minha.

Eu não entendia qual poderia ser o problema de Rose com ele, mas, pela raiva contida em seu corpo, não deveria ser boa coisa.

– Você vai se encontrar com Lissa? – Ela latiu a pergunta.

– E se eu for? – Respondeu o garoto, dando de ombros como forma de defesa. Ele parecia um pouco intimidado pelo olhar fulminante que recebia.

– Rose, este não é o momento. – Avisei-a, tentando impor um pouco de razão em suas ações. Porém, como sempre, ela nem me deu ouvidos.

– Por que você simplesmente não a deixa em paz? – Ela rugiu. – Será que você é tão perturbado e desesperado para chamar atenção que nem consegue perceber quando uma pessoa não gosta de você? Você é um perseguidor maluco e ela sabe disso. Ela me contou tudo sobre a sua obsessão esquisita, sobre vocês estarem o tempo todo se encontrando no sótão, sobre você ter tacado fogo em Ralf só para impressioná-la. Lissa acha você uma aberração, mas ela é gentil demais para lhe dizer isso.

Encarei-a em choque, completamente descrente com tantas palavras ofensivas dirigidas a Christian. Eu não tinha conhecimento sobre metade das coisas que ela dissera, mas não conseguia acreditar que alguém tão doce e sensível como Lissa tivesse esse tipo de pensamento. Além do mais, parecia-me injusto que Rose interferisse assim em uma relação que nem era dela.

Christian, ao contrário do que eu esperava, quase não esboçou nenhuma reação. Seu rosto empalideceu bastante e seu cenho se franziu, mas nada disso traspassou em suas palavras seguintes. Pelo contrário, seu tom era firme e irônico quando disse:

– Mas você não é tão gentil, não é?

Rose estreitou os olhos.

– Não. – Respondeu. – Nem quando sinto pena da pessoa.

– Chega. – Me impus, segurando com firmeza o braço de Rose para tira-la do caminho de Christian. Eu simplesmente não poderia permitir que ela continuasse com aquela sessão de ofensas descabidas.

– Obrigado por “ajudar” então. – Pude ouvir Christian murmurar com amargor.

– Não há de que. – Ela gritou em retorno, mas sem diminuir o passo ao meu lado. Rose não desgrudou seus olhos daquela direção por longos instantes, provavelmente para verificar se Christian não voltaria a falar com Lissa. Bem, é claro que ele não faria isso. Seu ego fora abalado naquela noite, isso era óbvio. E como eu bem conhecia o funcionamento da mente masculina, ele não quereria vê-la tão cedo.

Cerca de vinte minutos depois, eu estava de volta ao meu posto. Tentei permanecer concentrado aos arredores, mas sentia minha mente voar em momentos esparsos. Tudo em que eu conseguia pensar era nos enormes problemas que Rose poderia criar com aquela injúria. Uma coisa era ela mesma sair por aí ofendendo quem estivesse em seu caminho, outra bem diferente era fazer isso em nome de Lissa.

Aquilo me preocupava muito. A falta de limites dela. Na verdade, muitas coisas me incomodavam, mas nenhuma delas conseguia me convencer de que eu estava no lugar errado. Parado ali, por exemplo, entre tantos Moroi da realeza, hora ou outra voltando ao passado, imaginando Ivan entre eles com seu jeito despreocupado e diplomático, podia sentir a ferida em meu peito arder cada vez menos. Objetivos diferentes me tomavam, afinal. E por mais que fosse frustrante dar passos de tartaruga com Rose e toda a sua inconstância, pelo menos ela me deixava vivo e disposto a pensar no futuro.

– E aí, Belikov, pronto para tirar uma pestana? Sorte a sua que o plantão acaba agora.

Saindo de meus pensamentos e desviando os olhos do banquete, dei de cara com Rory, o guardião que faria a minha substituição na escala de guarda. Espantado, olhei o relógio em meu pulso, fazendo-o rir. Céus, eu nem me dera conta das horas passando.

– Não se preocupe. – Ele disse. – Trabalhar demais dá nisso.

– É, talvez. – Respondi, ainda atônito. – Acho que essa é a minha deixa.

Ele apenas acenou com a cabeça enquanto eu me dirigia porta afora, rumo ao dormitório dos funcionários. Não fiz muito mais do que tomar a rotineira chuveirada e me atirar na cama, mas, como o destino parecia decidido a poupar minhas horas de descanso, fui abruptamente tirado da inconsciência por um som estridente e extremamente irritante.

Era o telefone.

– Alô?

Guardião Belikov? – Uma voz feminina soou. – Aqui quem fala é Clara, supervisora do dormitório Dhampir. Desculpe incomoda-lo a essa hora, mas sua aluna está aqui comigo e diz que tem um assunto urgente a tratar com você. Ela pediu que viesse imediatamente.

Conforme a neblina do sono se afastava da minha mente e eu assimilava as palavras da inspetora do dormitório, desespero me tomou.

– Está tudo bem com Rose?

Do outro lado, pude ouvir um bufar divertido.

Aí é que está. Ela está bem, sim, nenhum arranhão. É estranho, porque Rose parece bastante certa de que precisa vê-lo. Só não quer me dizer porquê.

Só havia um motivo para Rose querer me ligar àquela hora sem fazer alarde do problema. Meu corpo entrou em ação no mesmo momento.

– Tudo bem. Diga a ela que estou indo.


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Notas finais do capítulo

Gente, tem uma coisinha que eu gostaria de... Explicar a vocês. Nos livros de VA, principalmente o primeiro, tem vários momentos em que a Richelle subestima um pouco a inteligência do Dimitri. Pode parecer engraçado, mas é a verdade. Como nesse capítulo aí, na parte em que ele está procurando pela Rose e a encontra discutindo com a Mia. Tive de enjambrar algumas reações para ele parecer meio perdido, mas, na minha concepção, ele já morre de preocupações com ela. Além do que, seria óbvio que a Rose estaria em problemas. Digo isso porque, no livro, faz parecer que ele nem tinha se ligado, o que me irritou. Foi por essa razão que eu o fiz ir atrás dela com a desculpa de a levar até o dormitório. Sério, não me pareceu possível que ele só tivesse percebido a provável briga quando viu o grupinho discutindo.
Além disso, queria dizer que não é minha intenção mudar os livros nem nada, apenas me irrita esses pequenos momentos em que a autora o fez parecer meio idiota quando, como bem sabemos, não é nada disso. Alguns capítulos atrás eu já o fiz parecer mais sensato e as coisas estão se repetindo mais a frente. Se notaram isso, espero que não tenham se importado, mas se não... Enfim, que ótimo! shaushua. Sei que estão gostando da minha forma de interpretar esse personagem e odeio sequer pensar em decepciona-las. É muito importante me manter na linha.

Pois bem! Digam-me o que acharam desse cap. Quero muito saber! E desculpem de novo pela minha demora, mas, como já disse, minha vida não está nem um pouco leve ultimamente. Queria que não fosse assim, porém, não posso evitar.

Beijos, meus pimpolhos. E até o próximo!



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