Ocean Wide escrita por Pih Chan


Capítulo 5
Capítulo 5 - O paraíso no pântano. Nami só pode ter enlouquecido.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo LuNa (mais que o normal), espero que gostem.
Nya, acho a inocência excessiva do Luffy é tão kawaii s2



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Capitulo 5 - O paraiso no pântano. Nami só pode ter enlouquecido.

Pov Narrador

Havia uma espécie de pequena queda d’água acompanhada de um lago, que surpreendentemente não era de tom esverdeado como o resto do pântano. Era um lugar bastante agradável graças as árvores que faziam o favor de esconderem a visão de tudo fora dali, apagando assim a imagem de “Pantanal assustador”.

A lua refletia na água coberta por vitórias-régias floridas de tom rosada em sua maioria, mesmo que houvesse de outras colorações, e nadando calmamente entre elas, podiam observar a maior variedade de peixes coloridos que já haviam visto em suas vidas.

Vagalumes piscavam incessantes para onde quer que olhasse. O ambiente era parcialmente iluminado pela lua cheia que dominava o lindo céu estrelado, talvez a melhor visão que pudesse ter dele no Shin Sekai (*)

—Oe, Nami! Olha! — O capitão havia se adiantado enquanto Nami contemplava a paisagem, já estava a equilibrar-se em uma vitória-régia que em seu ponto de vista parecia estar convidando-o a isso.

Pulava de uma planta aquática para outra com seus risos infantis e sorrisos, até parar para fitar um peixe de formato e coloração estranha. Não foi uma boa ideia.

Tendo perdido o equilíbrio, não houve tempo nem para pensar e já estava completamente submerso.

Sua sorte? Ter a ruiva consigo naquele momento, mesmo que seu raciocínio tivesse demorado para associar a fraqueza do garoto, tendo entendido isso, seu primeiro pensamento não poderia ser outro senão tirar o casaco e jogar-se na água pensando “Aquele idiota”.

—Luffy!

Assustados com o mergulho da ruiva, os peixes nadam para todos os lados afastando-se dela. Ela apenas torcia para não encontrar nenhum girino em seu caminho.

As plantas aquáticas e a pouca iluminação dificultava seu trabalho. “Droga, droga, droga” pensava antes de avistar algo mais ao fundo.

Ela tentava puxá-lo para cima, mas o garoto era como um martelo na água, sabia que não seria possível trazê-lo de volta apenas com isso então o envolveu em um abraço enquanto os braços dele descansavam em seus ombros.

Nami sentia-se corar violentamente enquanto nadava de volta para a superfície com dificuldade. O menino de cabelos negros cospe a água em meio de sua tosse constante.

Ele encosta sua testa no ombro da navegadora e suas mãos escorregam até a parte superior dos braços finos de sua companheira.

—*Cof* *Cof* Obrigado *cof* Nami. — Consegue murmurar fracamente perto do ouvido dela, a ruiva sentiu-se estremecer por um segundo. Sentia-se sem forças e isso se devia ao fato de estar completamente cercado por água.

Ela lhe responde não com palavras, mas sim com um soco na nuca.

—Francamente, por que tão descuidado? — Luffy esfrega o local onde agora formava-se um grande galo, mas sua atenção é voltada para de Nami quando seu rosto começa a aproximar-se do dela.

—Nami, você está bem? — Ele diz com seu tom doce e infantil de sempre agora a poucos milímetros dela. — Você está vermelha, está com febre de novo? — Continuou inocentemente enquanto sua mão se movia em direção a testa de sua companheira.

Nami se afasta sentido o fluxo do sangue em suas bochechas, ou pelo menos é o que tenta fazer antes de ser trazida de volta pelos braços de Luffy envolta dela.

—O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — Seu rosto encontrava-se em um tom completamente avermelhado antes olhar para a expressão confusa que se encontrava sobre a face do garoto e perceber que ele só estava tentando não se afogar novamente.

Por um segundo sentiu-se num tanto decepcionada, ela negaria até a morte se lhe perguntassem, mas estava gostando, talvez mais do que deveria, até o ponto de ter que repetir para si mesma em sua mente “Pare com isso, ele é seu companheiro, apenas isso”.

—Vou te levar de volta para a borda. — Declarou tentando olhar para qualquer lugar menos para o garoto de cabelos negros a sua frente.

O som de uma gargalhada infantil se fez presente.

—A Nami está estranha hoje. Shishishi.

Sua resposta veio como a anterior: na forma de agressão física.

—Ai! Por que você me bateu? — Lamentou enquanto esfregava o mais novo galo que se formava em sua nuca ao lado do outro.

—Urusai! (*)

A ruiva apenas nadou até a borda ajudando-o a subir. Quando o calor do capitão a deixou, imediatamente sentiu falta e frio, a água estava fria? Talvez a adrenalina não tivesse lhe deixado perceber. Estava ventado? Ela não tinha notado.

Seu cabelo de tom alaranjado estava molhado tal como as roupas em seu corpo, estava pingando e tremendo. Calafrios a atingiam enquanto se encolhia tentando conservar o calor.

—Me desculpa por te fazer pular na água gelada para me ajudar. — Ela sente algo quente em suas costas. Luffy se senta ao seu lado a surpreendendo com as palavras maduras e o olhar sério.

Ela voltou seu olhar para o casaco vermelho que agora repousavam sobre seus ombros gélidos, oh, ela havia o tirado antes de pular na água.

Nami fecha o casaco com os botões amarelados provavelmente nunca usados pelo capitão, se sentia mais quente e protegida, gostava do cheiro de carne emitido pela peça de roupa, era o cheiro de Luffy.

—Está tudo bem. — O tremor havia passado. A navegadora gananciosa olhou para o lado fitando o garoto de cabelos negros deitado na grama macia enquanto olhava para o céu, ela o imita. — Aqui é lindo. — Comenta com os olhos que normalmente só brilhavam daquela forma com a menção de dinheiro.

—Aquelas estrelas me lembram carne... — Ele aponta para uma constelação - que de uma forma estranha realmente lembrava um grande pedaço de carne - com a outra mão sobre a barriga que agora roncava.

—Você só pensa em carne? — Uma gota cômica se formava em sua cabeça enquanto Nami se perguntava como ele poderia estragar o clima perfeito tão facilmente.

Ele olha para o lado e sorri.

—Não. — O garoto dá uma pequena pausa antes de continua falando deixando-a na expectativa. – Gosto de aventuras e outras comidas também. Shishishi. – Esse era o Luffy que ela conhecia: idiota e infantil, mas não mudaria nada nele.

Nami deixa escapar, por um momento, uma leve risada.

—E da Hancock? — Sua frase saiu como um impulso e ela se perguntava da onde isso poderia ter vindo.

Luffy tem seu olhar fixo nas estrelas, provavelmente ainda fitando a constelação em formato de carne enquanto sonhava com a comida deliciosa de Sanji.

—Ah! Hancock! — Ele ri. — Ela é legal, me ajudou muito — A ruiva não gostava da forma como o capitão falava da mulher mais bonita do mundo. Seu estomago parecia revirar. — antes e depois da guerra, ela me ajudou a chegar a Impel Down me escondendo na roupa dela...

—Na bagagem? — Por que ela se importava tanto, afinal?

—Não, ela estava com um vestido e uma capa grande, me escondi lá, mas o cabelo dela ficava entrando no meu nariz e quase fomos descobertos porque eu espirrei. — Replicou oferecendo-lhe um sorriso inocente. — Ela também me levou de volta para a ilha das mulheres quando Ace morreu... — Nami presenciou o rosto risonho do companheiro adquirir uma forma séria. —... Ace...

Nami tem uma recordação do dia em que leu o jornal e se deparou com a notícia sobre a morte de Portgas D. Ace que havia morrido nos braços do irmão em uma guerra que ela nem mesmo sabia que estava acontecendo. Lembrava perfeitamente de seu desespero em encontrar Luffy e dar-lhe seu apoio como ele sempre fez quando ela precisava.

—Desculpe Luffy, e-eu... — Sentia-se demasiada culpada por trazer-lhe lembranças tão dolorosas, mas esse não era o único motivo de suas desculpas.

—Tudo bem Nami. — Talvez ainda doesse, mas ele tinha que seguir em frente, não queria preocupar seus companheiros, então simplesmente estampou novamente um sorriso em seu rosto. — Fico feliz que todos tenham sobrevivido esses dois anos, quando Ace morreu, prometi para mim mesmo que nunca mais deixaria alguém importante para mim mor...

Sua frase nunca pôde ser terminada graças a ruiva impulsiva que se pôs a falar.

—Não estou falando disso. Estou falando do fato de não ter estado com você na única vez que você realmente precisou mesmo você nunca tendo me deixado sozinha nesses momentos! – Talvez sua voz tenha saído mais alta do que deveria expressando sem sombra de dúvidas a raiva que sentia de si mesma.

Ela colocasse na posição sentada com as mãos apoiadas na grama e as pernas continuavam esticadas, ele faz o mesmo, parecia querer dizer algo, mas Nami não o deixa prosseguir.

—Em Arlong Park, você acreditou em mim. Não importava o quanto te mandasse embora, te dissesse que foi tudo um plano, você me ajudou. — Algumas imagens me vêm à cabeça. Por que estava falando disso agora? — Sempre esteve comigo, até nos piores momentos e na única vez que precisou de mim eu não pude fazer nada, nem estava perto para te ajudar.

O membro mais novo da ASL (*) estava bastante quieto provavelmente esperando a navegadora se acalmar para finalmente poder dizer algo.

Há um curto momento de silêncio no qual ela pôde perceber o quão perto estavam e suas bochechas atingirem um leve tom de rosa claro. “Porque isso agora, Nami?”

—Nami... — Seu sorriso exalava confiança. — Não se preoc... — Ela sela sua distância com um encostar de lábios antes que ele pudesse continuar sua frase.


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Notas finais do capítulo

*Shin Sekai: "Novo mundo", a segunda metade da Grand Line.
*Urusai: significa “barulhento”, mas falam isso quando querem silêncio, como se dissessem “Oh, você é barulhento, fique quieto”. Em animes legendados normalmente aparece como “Cale a boca”.
*ASL: “Ace, Sabo e Luffy”, era a marca da bandeira deles quando crianças.

Beijo no próximo capitulo õ/ E então? O que acharam? Deixem a opinião (sincera) de vocês õ/