Depois da Escuridão escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 3
Capítulo 2 - O fim das lembranças




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39702/chapter/3

N/A: Estou repostando a história para corrigir a gramática e fazer leves alterações para tornar a história mais agradável de ler. Espero que gostem.

 

Capítulo 2 – O fim das lembranças.

Sasuke passou pela fronteira sem maiores problemas, escutando o barulho de algum grande jutsu usado na batalha que deixou para trás. Não avançara duzentos metros quando parou subitamente de correr. Juugo, que o seguia de perto, parou também e se pôs em guarda.

—Parece que já veio…. – Sussurrou Sasuke, sentindo a aproximação do inimigo.

—Tem certeza que está aqui? – Juugo olhava para os lados.

—Absoluta. E se você continuar controlando Juugo eu vou libertá-lo à força apenas para permitir que ele o mate pessoalmente.

—Ora, ora…. – Juugo relaxou sua postura, sorrindo por ter sido pego. – Parece que você já sabe da minha habilidade….

Sasuke virou-se para o companheiro com atenção, ciente de que ele poderia ser perigoso.

—Eu seria um tolo ao vir sem saber ao menos isso…. Danzou.

Eles se encararam por um momento. Juugo, ainda controlado, olhou uma última vez para Sasuke antes de lhe dar as costas, ficando na beira do telhado da casa sobre a qual estavam.

—Nos veremos nos terrenos próximos às fontes termais. Eles estão praticamente vazios, agora que já estamos recebendo ataques de seus outros companheiros da Akatsuki.

—Foi tudo planejado. Não estamos dando brechas para falhas nesse ataque.

Ao ouvir a frase de Sasuke, Danzou, ainda no controle de Juugo, virou-se e sorriu. Como se aquele ataque não lhe representasse ameaça. A seguir, libertou o corpo de Juugo, que caiu, inerte.

*

Naruto estava cansado. Olhava para Suigetsu e tentava pensar com velocidade. Aquela batalha não estava difícil porque o inimigo era superior, mas enquanto ele estivesse concentrado em defender, talvez fosse imbatível. Isso porque a cada novo golpe em seu corpo ele se tornava água, tornando qualquer técnica do gênero inútil.

—Talvez você não seja tão fraco quanto eu supus. – Suigetsu falava isso enquanto se recompunha nas proximidades, tornando-se humano novamente. Ele parecia surpreso com o tanto de chackra que gastara até ali, mas, ainda assim, não parecia esgotado como o Uzumaki. –Só deu azar de enfrentar logo um oponente que é quase o seu calcanhar de Aquiles.

—Não foi azar. – Disse Karin, que estivera próxima o tempo todo, aguardando o desenrolar da luta. – Foi Sasuke. – Ela apontou para Naruto. – Ele está cansado. Acabe logo com isso que ainda temos muita batalha pela frente.

Enquanto Suigetsu se preparava para atacar novamente, Naruto lembrou da situação em que se encontrava. Konoha estava sob ataque de um inimigo que se demonstrara perigoso no passado e ele estava ali, cansado enquanto enfrentava seu primeiro oponente.

—Me desculpe. – Disse Suigetsu, fincando sua espada na água. – Mas vou parar de pegar leve com você.

Naruto se esforçou para sorrir com confiança. Endireitou seu corpo e iniciou uma caminhada em direção ao outro shinobi.

—Você pensou que eu desistiria por causa de uma pequena desvantagem?

—Se fosse assim, não teria graça, não é? – Suigetsu pegou impulso com uma perna e sorriu para o Uzumaki, sua face sedenta de sangue.

Naruto sacou sua kunai e aguardou um ataque. Suigetsu terminou de tomar impulso, jogando-se com velocidade na direção dele. O garoto teve tempo o suficiente para ler os movimentos do Akatsuki.

—Muito lento.

Naruto desviou do golpe de espada e enfiou a kunai no espaço vazio entre a espada e seu peito. Suigetsu jogou seu corpo para o lado, desviando por pouco e batendo com o lado sem corte da espada no braço de Naruto. A kunai, entretanto, continuou segura na mão do rapaz, que se jogou para frente e feriu-o na altura do ombro. O machucado foi profundo o bastante para fazê-lo recuar, tomado pela dor do golpe, levando a kunai presa em seu ombro ao fazer esse movimento.

O ninja de Konoha percebeu, com satisfação, o ponto fraco da recuperação de Suigetsu: Ele somente conseguiria evitar o ferimento se estivesse decomposto em água antes de ser golpeado. Um movimento não esperado, como aquele último, teria efeitos permanentes até que se curasse como qualquer outra pessoa.

—Ele descobriu seu segredo. – Karin permaneceu sentada. – Seu chackra está com a agitação típica de quem resolve um problema.

—Droga. – Suigetsu sentiu o sangue escorrendo por seu ombro. - Estava tão bom enquanto ele não notava….

Naruto não queria dar tempo a ele para que se recuperasse. Criou três kage bunshins. Suigetsu olhou para ele e viu um dos clones concentrando chackra nos pés, aumentando sua velocidade e partindo para cima dele. Sem querer arriscar levar outro golpe, o Akatsuki se tornou água imediatamente, sem notar a movimentação do original e outros dois clones que se esgueiraram por trás do monte de água.

—Suigetsu, cuidado! – Karin, agora a cerca de vinte metros do local de batalha, levantou, sentindo o distúrbio de chackra gerado por Naruto. – Ele está se preparando!

A situação do Akatsuki era desconfortável: Estava bastante ocupado com um clone que o atacava com um Rasengan simples e não conseguiria se desvencilhar dele imediatamente, mas também notou que Naruto usava um jutsu fortíssimo às suas costas.

Karin percebeu que ele não daria conta de tudo sozinho e resolveu se dirigir à batalha. No entanto, ao ver o jutsu que Naruto fazia, paralisou. Nunca tinha visto o Rasenshuriken. E nem mesmo outra técnica com efeitos semelhantes ao Chidori. Não. O Rasenshuriken era mais forte que o Chidori. Muito mais. Uma ninja que não era do tipo que batalha não tinha chance contra um jutsu como aquele. Ela e Suigetsu sabiam disso. Num movimento rápido ele abaixou, deixando seu corpo sólido e desviando do Rasengan. Quando o clone passou por ele, o ninja girou o corpo e, com o impulso, puxou a espada. O golpe pegou o clone no meio de seu corpo, fazendo-o desaparecer.

Tentando agir com velocidade, Suigetsu tentou ainda se recompor para lutar contra Naruto, mas não teve tempo para fazê-lo. Quando virou e viu o que o esperava, teve certeza de que não poderia fazer nada. Antes que conseguisse se mover, recebeu o golpe diretamente em seu peito.

Naquele momento, a única que notou as consequências do golpe foi Karin. Nem mesmo Naruto entendia a profundidade de seu gesto. Ela, por outro lado, com sua percepção apurada pôde perceber as células de Suigetsu praticamente se separarem uma das outras, destruindo os pontos de chackra no processo e escapando da morte por pouco.

Karin esperou Naruto recuar. Sabia que ele estava chegando à exaustão e estabeleceria uma distância segura do inimigo para descansar. Quando ele o fez, ela foi rapidamente até o corpo de Suigetsu e, antes de qualquer interferência, partiu para longe com o corpo de seu aliado.

Naruto não se mexeu por alguns segundos. Mesmo depois de tanto tempo, ainda sentia os efeitos do jutsu. Seu corpo estava cansado e ele sabia disso. Mas precisava agir rápido porque falhara em sua missão. Seu posto fora invadido e os inimigos passaram.

—Ino…. – Ele sussurrou enquanto procurava o corpo dela. Encontrou-o no mesmo lugar de antes, ao lado do rio, encostada em uma árvore.

Ele foi até ela e ergueu seu corpo. Mesmo cansado pôde notar a leveza do corpo dela. Depois de uma batalha, aquilo era como carregar pluma.

—Vamos. - Cochichou ele. - Ainda tem uma guerra acontecendo.

Ele cruzou, na velocidade que conseguiu, a fronteira da vila, visando onde estaria o hospital de Konoha.

*

“Droga, aquele idiota pode fazer besteira!” Pensava Sakura, enquanto corria pela vila, em direção ao portão. Sai se esforçava para manter o ritmo desesperado da garota, que procurava por Naruto desde que teve oportunidade.

—Sakura! - Chamava ele. - Naruto está bem! Não precisa se esforçar tanto! Com certeza vamos encontrá-lo depois da guerra! Vamos voltar para o hospital!

Ela não lhe deu ouvidos. Não queria voltar para o quarto do hospital antes de se explicar para Naruto.

—Ele não pode começar a lutar numa guerra sentindo raiva de mim! - Ela estava a ponto de chorar. - Já imaginou se ele…. - Ela engasgou. - E não estiver bem comigo?

Sai tentou evitar sentir ciúmes antes de continuar.

—E porque seria importante falar isso para ele? Não acho que Naruto vá morrer. Ele é bem forte.

Ela parou de correr em frente ao portão principal. Não havia nenhum sinal de guerra ou batalhas ali. Nem mesmo algum sinal de Naruto. Ela se voltou para Sai, com o olhar angustiado.

—Você não entende? – Seus olhos estavam cheios de lágrimas. – Ele sempre me ajudou quando precisei! Estava me apoiando nos momentos ruins e me protegeu com unhas e dentes até mesmo quando não deveria!

Sai deu um passo para se aproximar dela. Ela continuou.

—Ele sempre foi aquele em que pude confiar mais! – A primeira lágrima contornou seu rosto. – E como eu retribuo isso? Nem ao menos tive coragem de lhe dizer uma única frase! Por mais que essa frase fosse doer em mim e nele! Mas é a verdade e a coisa mais certa a se fazer é dizer a verdade!

—E o que seria tão importante e doloroso a ponto de você não ter coragem de dizer a ele? – Ele percebeu que alguém se aproximava, mas percebeu que não era um ataque, então decidiu ignorar.

—Eu só precisava dizer a ele: - Seu rosto se cobriu de lágrimas, ela deu um soluço e cobriu o peito com os braços antes de continuar: – Eu não amo você, Naruto.

Naquele momento, Sai prendeu a respiração. O que não passou desapercebido por Sakura. A garota percebeu que o olhar dele se direcionava para algum ponto atrás de seu ombro. Ela se irritou com ele, afinal, estava se abrindo ali e não parecia nem ao menos que estava sendo ouvida!

—Mas o que-! - Ela começou, enquanto virava para ver o que tinha provocado àquela reação em Sai e ficou ainda mais surpresa do que ele. Seus olhos arregalaram e seus joelhos tremeram. – Naruto?

Não era uma pergunta. Embora ela não acreditasse no que via, aquela era uma afirmação.

A frase que acabara de falar iria arrasá-lo. E agora ele estava ali, com Ino desmaiada em seus braços, fatigado de alguma batalha que acabara de enfrentar. Provavelmente fora herói mais uma vez e ela estava ali, insensível e cruel. Se sentiu fria e egoísta.

O rosto dele era de choque. Estava paralisado. Para ele, o mundo tinha parado. Depois de escutar aquela frase da própria Sakura, sentiu-se como que destruído por dentro, como se uma esperança alimentada por anos fosse arrancada de seu peito à força.

—Sakura…. – Ele hesitou. Depois que um segundo se passou, decidiu não continuar.

Ela permaneceu parada onde estava e viu quando ele desviou seu olhar e começou a andar. Esperou parada pela reação dele e viu quando ele continuou caminhando em sua direção. No momento em que emparelharam ele hesitou por um segundo, sem saber direito o que dizer. Nesse momento, odiou não ser um gênio. Se fosse um, provavelmente teria algo a dizer.

—Apenas…. – Ele lembrou do que ocorrera no escritório da Hokage mais cedo. Tentava provar, mais uma vez, que não era um monstro. – Seja feliz.

A frase não era sincera. Mas era o melhor que ele podia fazer.

—Naruto…. – Sakura estava tão sem palavras quanto ele. Mas não teve tempo de pensar em algo porque ele já dava outro passo, agora em direção a Sai.

—Não tenha receio. – Disse ele quando percebeu o garoto Anbu redobrando sua guarda. – Não vou te machucar.

O silêncio foi a única resposta que teve. Não havia dúvida: Sai perdera a confiança no Uzumaki.

—Eu só queria pedir a você que cuide bem de Sakura.

Naruto não esperou resposta, partindo sem esperar confirmação. Precisava esfriar a cabeça em algum lugar tranquilo. Decidiu que iria para os terrenos das fontes termais depois de deixar Ino segura no hospital. Um local sem batalhas seria um posto confortável.

15 MINUTOS DEPOIS

Sasuke estava cansado. Não estivera nem ao menos lutando contra Danzou. Passara por uma guarda inteira de Anbus da Raiz até chegar ali. Um rastro de corpos marcava sua passagem das fontes até um local numa floresta dos arredores.

—Não achei que teria tanto trabalho para eliminar alguns dos meus guardas. – Danzou encostara numa árvore, aguardando sua chegada.

—Eu não lhe devo explicações. – Sasuke estava de mal humor. Sua voz saiu grave, com ódio.

—Eu não preciso delas. – O sorriso de Danzou parecia rasgar sua cara. – Está óbvio que você demorou porque esteve guardando chackra para lutar comigo. Pelo que vejo, você foi subestimado, não é mesmo?

—Alguém que usa seus subordinados como se fosse lixo…. – Sasuke fixou seus olhos no oponente. – Você é ainda pior do que lixo.

—O que é isso? Alguém lembrando a época em que Itachi era meu subordinado? Talvez você possa dizer que eu tenha usado ele como lixo. Pensando assim, quando ele decidiu ter sentimentos e se tornou dispensável eu não fiz nada mais do que aquilo que era esperado de mim.

Sasuke sacou a espada. O movimento foi rápido o bastante para fazê-la parecer uma sombra. Ele se preparava para atacar quando percebeu Danzou virando o canto dos olhos para ver algo se aproximando. E acabou olhando também.

—Parece que hoje eu não vou conseguir um pouco de paz. – Naruto falava, caminhando com três máscaras Anbus em sua mão, todas manchadas de sangue. Seguira o rastro de corpos deixados das fontes até ali. De onde estava, encarou a cena à sua frente. Sasuke com sua espada de frente para Danzou, aparentemente desarmado, enquanto se encaravam. O próprio Naruto não tinha passado por nenhuma batalha. O que era estranho, considerando que devíamos estar em guerra.

—Naruto! – Danzou se movimentou. Ele virou a palma da mão para Naruto, como que pedindo para que não fizesse nada. - Não se arrisque!

Naruto estranhou que Danzou estivesse lhe protegendo. Mas, antes que pudesse pensar, Sasuke deu um passo à frente e Naruto desmaiou. Ao acordar novamente, o Uzumaki estava sozinho no meio de um lugar desconhecido, embaixo de uma chuva forte e com um corpo próximo de si.

Fim do FlashBack

Fim do Capítulo 2

*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!