Depois da Escuridão escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 24
Capítulo 24 - Resistência




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N/A: Estou repostando a história para corrigir a gramática e fazer leves alterações para tornar a história mais agradável de ler. Espero que gostem.

 

Capítulo 24 – Resistência

 

Hatake Kakashi

—Quem vocês vão matar? - Entrei na clareira e perguntei quando escutei Naruto falando sobre o assunto.

No instante seguinte, meu corpo paralisou. Shikamaru. Sai estava em guarda, esperando um movimento para atacar. Temari caminhava às minhas costas.

—O que pensam que estão fazendo?

A garota caminhava sobre as próprias pernas. Usando o sharingan da maneira correta, não precisei nem mesmo machucá-la para conseguir libertar sua mente do jutsu de Tenzo. Por pouco ela não foi pega pela sombra de Shikamaru.

—Foi você quem o matou? - Naruto ergueu o corpo de Gai a uma altura que eu enxergasse. O sorriso em seu rosto demonstrava sua intenção de matar. Era a sede de vingança. Eu a conhecia bem.

—Naruto, sua doença está em um estágio mais alto…

Antes que eu pudesse completar, ele estava com o rosto próximo do meu. Seu poder atingira um novo nível. Outro sinal de avanço da doença.

—Responda a pergunta. - O sorriso em seu rosto era mais ameaçador que qualquer gesto. Senti que a morte era possível se eu não o obedecesse.

—Sim. Eu o matei. Mas não pude evitar isso. - Por mais que me doa, ainda não deixa de ser verdade.

—E pode explicar por que o matou? - A pergunta viera de Shikamaru.

Engoli em seco, sentindo a pressão crescer no ambiente. Naruto acenou positivamente com a cabeça. Senti a injustiça. Quem eram aqueles garotos para levantar suspeitas contra mim dessa maneira?

—Foi durante a batalha. - Meu tom ficou severo, assim como minha expressão. - Caso não saibam, se eu não lutasse a sério, Gai me mataria. Não sabia que o seu corpo estava fragilizado quando o atingi. Por isso, não medi a força do golpe e acabei o matando.

As palavras rasgam a garganta. Dói pensar. Tanto quanto a dúvida de pessoas próximas.

—Não tem como ser controlado. - Temari parecia entediada. - Foi ele mesmo quem me libertou com o sharingan.

—Gai foi morto por você… - Naruto estava irritado. Ao contrário dos outros, não se satisfez com a explicação. - Kakashi…

—Não diga isso. - Shikamaru tentou ser sensato. - Isso também não é algo que Kakashi quis. Gai de tê-lo atacado de modo que, mesmo que só estivesse se defendendo, acabou o atingindo por acidente.

—Jounins como o Gai não morrem à toa! - Ele berrou, virando as costas para mim. - Se Kakashi não é o culpado, encontrem alguém! Porque eu vou matá-lo!

Ele estava sem o casaco e seus braços estavam descobertos. A tatuagem se aumentara de tamanho.

—Naruto… - Usei a minha voz mais serena, enquanto Shikamaru me libertava do seu jutsu. - Acho melhor você ficar parado por enquanto.

—Para quê? - Ele se virou, com um olhar ameaçador. - Para você me matar também?

Aquela não foi a pior dor que já senti. Mas chegou muito perto. Ouvir aquilo do meu aluno mais próximo. De alguém que se tornara o mais parecido com um filho em minha vida. Aquilo… Era anormal. Estava errado.

Não consegui conter a expressão que me veio ao rosto. Uma expressão de tristeza. Creio que foi ali que compreendi uma fração do descontentamento que Naruto sentiu naquela época em que ficou confinado em seu apartamento.

—Preciso conter a sua doença. - Falei, apontando suas costas. - Pode não parecer, mas eu tenho um pouco do poder Uchiha. Posso conter isso tempo o bastante para que você acabe com Tenzo.

Ele não compreendeu de imediato o que eu tinha dito. Então eu apontei para Gai, sem olhar o corpo. Agora não era hora de sentir culpa.

—Ele é o responsável por Gai estar assim.

 

Senju Tsunade

Olhei em volta. Estávamos em um bom esconderijo por agora.

Eu e Shizune nos colocamos na parte menos protegida da fronteira. Entre a montanha Hokage e um rio. O ponto de mais difícil acesso, também. Entretanto, o local perfeito para uma invasão como a que queríamos fazer.

—Ela vai entrar em ação logo. - Shizune sussurrou.

“Ela” era, na verdade, um clone meu. Um clone que demoraria para ser derrotado. Ou, pelo menos, o tempo que precisávamos para encontrar quem eu queria.

—Pode explicar para mim como funciona aquele bunshin?

Era a quarta vez que ela me fazia essa pergunta. Suspirei, pensando seriamente em mandá-la voltar a treinar quando as coisas se acalmassem.

—Ela é, basicamente, uma lesma com o formato do meu corpo. - Eu sussurrava cada vez mais baixo, conforme via a maior parte dos guardas se dirigindo para o portão principal. Ela começara. - Assim, não importa quais golpes receba, ela sempre se regenera e só desaparece quando o meu chackra acaba.

—Por isso precisa de mim…

Passamos pela fronteira, evitando o olhar dos guardas.

—Exatamente. E, quando o meu corpo estiver frágil, preciso que você me dê cobertura caso a situação piore. Quem sabe não vou precisar de ajuda para andar também.

—E depois que contatarmos os outros? - Ela sempre pensava demais.

—Pensamos nisso depois. - Olhei em volta e finalmente sai para uma das ruas da vila. Estava tudo vazio. Nenhuma surpresa. Os moradores estavam trabalhando ou estudando no centro nesse horário. - Vamos.

Fomos para outra área residencial. Eu precisava conversar com algumas pessoas antes de continuarmos.

 

Yuhi Kurenai

Eu regava minhas flores. Novamente. Meu filho dorme tranquilamente, como é de hábito nesse horário – o famoso cochilo da tarde. Ele teria que abrir mão disso em algum tempo. Já está crescido o bastante para isso. Eu sinto pena antecipada pela fase de adaptação pela qual ele passará.

—Kurenai? - Shino. Ele e os outros estavam em minha casa.

—Sim? - Não parei de regar.

—Pretende mesmo ficar parada enquanto outros arriscam a vida?

Virei-me para ele, sem me ofender. Mesmo que controlado, às vezes Shino tinha acessos de consciência.

—Tudo tem sua hora, Shino. - Sorri levemente. Voltei para as plantas.

—A nossa hora está demorando demais. - Kiba está reclamando de novo. Rotina.

—Ninguém mandou terminar o treinamento semana passada. - Tenten. Ela também parece entediada, mas eu não a conheço bem o bastante. - Agora, temos que descansar. Eu estava ficando realmente cansada.

—Mas vocês ficaram fortes graças a isso. - Iruka, apaziguador como sempre. E verdadeiro. Eu tinha que admitir que eles ficaram fortes. Como todo soldado precisa ficar em uma guerra, se não quer morrer.

Mas agora era hora de descansar. Não podiam ficar sempre mortos por causa de treino. Eles têm que aproveitar essa calmaria antes da tempestade.

—Estou com fome. - Chouji se isolara em um canto. A voz dele, menos pastosa, era uma surpresa agradável aos ouvidos.

—Não pode comer. - Kiba parecia se satisfazer com isso. - Não se esqueça que seu treinamento foi especial por ser o mais fraco. E não pode comer hoje porque ainda não encerrou seu treinamento.

—Droga… - Pude sentir a dor na voz dele ao resmungar. O coitado estava com a respiração mais pesada. A essa altura, devia ter se acostumado com o fato de negarmos comida a ele. Estávamos fazendo isso quase sempre desde que Naruto ficou foragido. Mais de uma vez ele tentou desistir.

—Você poderá comer e descansar quando atingir o nível que pedimos. - Os olhos de Chouji brilharam com a perspectiva de futuro por um instante ao ouvir a voz de Iruka. - Um pouco.

Ele gemeu, prevendo o tanto que teria que concentrar para atingir o novo estágio de seu corpo. Mas nós sabíamos que, se conseguisse, atingiria outro nível. E seria considerado um dos ninjas mais fortes da vila.

—Mudando de assunto. - Tentei percebeu que Chouji reiniciara seu treinamento no canto da sala. - Ouviram falar da nova lei?

—Outra? - Kiba protestou. - Não aguento mais! Primeiro o toque de recolher, depois temos que servir de guarda-costas, depois aqueles “filhos” são mandachuvas. Agora o quê.

—Cuidado com o que fala, Kiba. - Tenten estava séria. - Temos que ficar calados quanto às ações de Kougumaru. Se te pegarem falando mal, você vai preso.

Ele não encontrou uma resposta.

—Parece que estamos no meio de uma ditadura. - Neji. O garoto quase nunca falava, preferindo o estado pensativo. - Nesse ritmo, não teremos como esperar por Tsunade.

—Temos que esperar a volta dela. - Iruka pareceu chateado. - Ela começou isso e nós temos que dar a ela uma chance de nos liderar.

Sacudi o regador sobre as últimas margaridas colocadas num vaso sob a janela. Eram minhas preciosidades.

Às minhas costas, estão mais ninjas do que a sala foi feita para comportar. Mas ainda faltam alguns. Os Anbus estão parados em suas bases, aguardando ordens. Shinobis na fronteira aguardam o sinal. Alguns outros se colocaram de guarda na porta da minha casa e na rua, vigiando o lado externo desse “encontro”. Tínhamos alguns shinobis infiltrados no exército de Kougumaru e outro tanto espalhado pela vila. Visitantes de Suna foram bastante oportunos e inventaram uma visita justamente para o propósito de ficar em alerta.

Só faltava a nossa líder. Estamos aqui, esperando a Hokage, para receber nossas ordens. Eu, Iruka, Tenten, Neji, Kiba, Chouji e Shino. Juntos, formamos o grupo daqueles que se esforçaram para fazer bonito como os líderes nas batalhas. Treinamos todos e eu, inclusive, terminara meu treinamento primeiro para poder supervisionar os outros.

Estamos prontos.

E, como uma resposta a esse pensamento, uma batida na porta. Um shinobi entra por ela e nos encara, sua feição agitada.

—A falsa Tsunade chegou ao portão.

Era o sinal. A nossa pequena “resistência” fora avisada de antemão por uma lesma de Tsunade que fora invocada no meio das minhas plantas. Era o nosso método de comunicação desde antes de Danzou morrer, para quando ela precisasse de uma ajuda especial. Ninguém costumava desconfiar da mãe solteira e aposentada.

Os olhos estavam em mim. Estava na hora de dar as ordens preliminares. Apontei para o shinobi que entrara.

—Izumo, eu quero que você Kiba, Iruka e Tenten vão informar os outros. Entre em contato com todos para que se dirijam à escola. Discretamente. Precisamos nos reunir para termos as nossas ordens.

—Ela entrou em contato?

—Não.

—Sim. - Uma voz à porta. Tsunade entrava por ela, acompanhada por Shizune. Nenhum guarda estava gritando ainda apenas porque era ela. - Contato feito.

—Tsunade-sama! - Foi mais como um sussurro coletivo.

—É um prazer vê-los novamente. - Ela acenou com a cabeça. - Bom trabalho, Kurenai.

Respondi com um meio sorriso. Shizune a seguia de perto.

—Olá. - Ela varria o cômodo com os olhos, catalogando mentalmente os presentes. - Quem é você?

Chouji não respondeu. Estava com os olhos fechados, concentrado em seu treinamento. Iruka se adiantou.

—Desculpe Shizune, mas Chouji não pode responder.

—Esse aí é o Chouji?!

Eu esqueço frequentemente o choque que deve ser para alguém o ver como está agora. Para mim, é normal. Mas como ele está praticamente confinado em treinamentos, quase ninguém o viu no estado atual.

—É ele. - Shino respondeu.

—Ele está… - Ela hesitou. - Alto.

—E perdeu peso também. - Falei, achando graça.

—Muito peso. - A expressão no rosto dela era impagável. - Ele está magro! Como consegue realizar jutsus assim?

—Ah… - Iruka, assim como eu, não saberia explicar direito. - Digamos que agora ele… Não precisa mais do peso.

—Vamos? - Tsunade se recuperara do mesmo choque que Shizune sofrera e estava à porta.

—Já? - A assistente não gostou. - Você ainda está mantendo o clone e não descansou!

—Eu sei o que estou fazendo. Além do mais, Kurenai consegue transferir chackra. Ela pode ajudar. Faria esse favor enquanto caminhamos?

Acenei enquanto caminhávamos para fora da casa.

—Para a escola?

Tsunade fez um selo e sua aparência se alterou. Em poucos instantes, eu estava caminhando ao lado de uma garotinha de dez anos, que estendeu a mão para mim. Segurei-a, transferindo chackra aos poucos. O disfarce era perfeito.

—Para a escola. - Ela respondeu e me puxou na direção certa.

 

Uzumaki Naruto

Senti o corpo aliviar. Como se uma tensão horrível e uma corcunda fossem retiradas de mim. Suspirei, agradecendo aos céus por Kakashi estar aqui. Caso contrário, o meu cérebro, que estava quase colapsando, teria me feito fazer alguma besteira.

—Pronto. - Kakashi pareceu cansado. - Está um pouco melhor.

—Obrigado. - Olhei para meu braço e vi que a marca recuara. - O avanço continuará rápido?

—Não tem mais avanço. Mas a doença não vai parar. Agora, ela vai demorar um pouco mais para te matar. Primeiro, naturalmente, ela atacará seu braço. Uma vez que ele esteja inutilizado, ela se alastrará junto com a marca. Não é mais relativo.

—Agora a ligação é direta. - Complementei. - Quando a tatuagem avançar, vai matar o que estiver cobrindo. Entendi.

—Não é algo que medicina ninja cure. - O tom dele era triste.

—O que está acontecendo aqui? - Shikamaru estava curioso. Apesar de triste pela notícia, não deixei transparecer. Precisava ser forte. Ainda assim, deixei Kakashi explicar.

—Naruto é um Uzumaki. Ou seja, pertence a um clã, que tem suas próprias técnicas e linhagem sanguínea. Imagino que vocês tenham descoberto, de alguma maneira, que ele está com o poder Uchiha dado por Sasuke, não é mesmo?

Eles acenaram com a cabeça. Eu mesmo ajudara Kakashi a chegar àquela conclusão. Não havia dúvida a respeito dela.

—Pois então. O sangue de dois clãs forçados em um único corpo de modo não natural traz consequências. Elas não eram evidentes no início, mas conforme Naruto usou o poder e deixou que circulasse em seu sistema, a doença nasceu da reação do contato entre os dois poderes.

—Um poder forte. - Falei, sentindo o corpo descansado do desgaste mental. A dor nas costelas diminuíra também.

—E mortal também. - Kakashi não gostou do comentário. - Está tentando destruir o sistema de circulação de chackra de Naruto de dentro para fora. A cada vez que ele utiliza esse poder, a doença avança um pouco. Só não avança por causa do selo.

—O selo não vai aguentar para sempre. - Completei. - Apesar de ter suportado até agora, não vai durar mais.

—Ou seja, você não tem muito tempo para lutar contra Tenzo. - Kakashi continuou. - Mesmo quando não está lutando, a doença tenta avançar.

“Não me lembre.” Pensei, percebendo que era tarde demais. Mesmo acostumado a fingir que não a sentia, a dor causada pela doença vinha sempre que eu pensava nela. Não fosse por isso, meu desempenho em batalha seria impecável.

—E precisamos chegar imediatamente até Tenzo, então. - Shikamaru raciocinou o restante.

—Vamos esperar que eles acordem. - Kakashi acenou para os desacordados. - Teremos mais chances com mais gente. Vamos descansar enquanto isso. Não podemos nos cansar antes de invadir Konoha.

—Não fale assim. - Senti-me ligeiramente culpado. - Não é invasão. É mais… Uma recuperação.

—De qualquer modo, - Ele deu de ombros. - em breve será para valer. E todos vocês têm de ter algo em mente: Não sabemos as chances de sucesso. Se preparem, porque está chegando a nossa vez.

 

Yamanaka Ino

Fui colocada sentada sobre um pequeno banco no ponto mais alto de Konoha. Olhava para baixo, amarrada. Meus braços foram amarrados e, minha mente, nublada. Se passaram várias horas desde que me puseram ali quando Tenzo veio falar comigo.

Os minutos passam e minha mente fica dormente. Mais, a cada segundo.

—Não acha que relaxou demais?

—Não. - Respondi decidida. - Mas talvez você esteja despreocupado.

Ele retirara as bandagens. O rosto permanecera coberto pela sombra do capuz. O sharingan era visível outra vez.

—Talvez esteja mesmo. - Senti algo às minhas costas enquanto ele falava. - Mas esse problema não é seu. Não é de ninguém. Konoha é minha agora. E eu a comando como bem entender.

—Você jamais será Hokage. - Falei, com desprezo saltando nas palavras. - Nunca vai passar de um maníaco com sede de poder. Somente mais um maluco.

Ele riu por poucos segundos.

—E quem disse que eu tenho interesse em ser Hokage? Ou que busco o reconhecimento da nação?

Fiquei calada.

—Minha intenção é acabar com os problemas que me impedem de seguir adiante. - Ele se virou para frente, encarando a vila. - Naruto possibilitou isso. Graças a ele, consegui desestabilizar até mesmo até o poder de Tsunade sobre os shinobis. Não é ele quem vai me derrubar. Não permitirei.

Ele fechou o punho com raiva.

—Ele tem algo que eu desejo e não morreu apenas por isso. E agora eu quero de volta. Você, garota, é a chave para derrotá-lo com mais facilidade.

Ele se aproximou. Curvou-se e encostou dois dedos em meu rosto. Depois, com a palma da mão, alisou minha face. Fiz uma careta.

—E pensar que mesmo com todo aquele poder ainda pode ser destruído por um sentimento… Injusto, não é?

—Você vai pagar. - Ele viu minha feição de raiva, recuando um pouco. - Se eu não te matar, Naruto fará isso por mim. E eu quero estar lá para sorrir.

—Ninguém pode me matar, garota. - Ele estalou os dedos e algumas pessoas surgiram à minha volta.

—Tem certeza?

—Pergunte aos meus filhos. - As pessoas ao meu redor eram diferentes. Estranhas.

—O que eles são?

—Lembra-se de Nail? Pois bem. Esses oito que a acompanham tem metade da força dela. Ou seja, cada um deles tem mais que o dobro que você.

Mordi meu lábio. A situação não era boa e eu nem sequer sabia como Naruto estava.

—Só tenho uma dúvida. - Tenzo retomou a conversa. - Desde que soltei Kakashi, estou esperando aquela resposta.

A memória com a qual eu comprara tempo para Kakashi. Não podia mostrá-la agora. Se Tenzo tomasse ciência dela, Naruto poderia perder chances de vencer uma batalha. É um trunfo. Tenzo não pode tomar conhecimento dele.

—O que tem ela? - Fingi desinteresse.

—Eu quero aquela lembrança. - Era uma ameaça clara e limpa. Eu estava em perigo. - Sua vida será um inferno até que a mostre para mim.

—Eu já falei que essa lembrança apenas pode ser liberada por Naruto.

—Ou então… - Ele parecia ter uma nova hipótese em mente. - Você bloqueou meus poderes com seus jutsus de manipulação de mente e Kakashi anulou meu sharingan e, na verdade, não há bloqueio. Isso é mais provável. - Ele parecia satisfeito. - E justifica porque apenas vocês dois sabem a respeito.

Silêncio. Eu não sabia o que fazer.

—Não vai me contar. - Ele estava desapontado. O que não me interessou.

—Não. - Era o que eu podia fazer.

—Comecem. - Ele ordenou. - Divirta-se com uma vida sem contato humano.

Enquanto se afastava, Tenzo sorriu para mim. Olhei atentamente para ele, estranhando algo em seu jeito. Como se o sol iluminasse seu rosto por alguns instantes.

Não. Era uma visão.

Ficaria preocupada com isso mais tarde. Agora, o que me importava era aquela transformação que queriam operar em mim. Eu… Eu não sabia o que aconteceria. Minha vida estava em risco. Meu futuro também.

Naruto.

Eu não poderia tocá-lo. Isso não pode acontecer. Ele virá me ajudar.

Fecho meus olhos, forçando minha mente a acreditar. E, apesar da minha fé, não pude conter uma lágrima.

Fim do Capítulo 24

*


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