Depois da Escuridão escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 15
Capítulo 15 - Enfim, a Verdade




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N/A: Estou repostando a história para corrigir a gramática e fazer leves alterações para tornar a história mais agradável de ler. Espero que gostem.

 

Capítulo 15 – Enfim, a verdade

 

Haruno Sakura

Quando ele retirou sua máscara, eu não consegui acreditar no que os meus olhos viam.

Aqueles intensos olhos azuis. Aquele cabelo loiro. Aquele rosto. Mesmo que o cabelo tivesse crescido, deixando-o com uma aparência mais adulta e, até certo ponto, bela, eu não achava que fazia diferença.

Aquele Anbu era Naruto. Agora não restava mais dúvida. Exatamente como eu lembrava. Agora que eu olhava melhor, podia ver uma tatuagem que parecia lembrar uma simbologia ao elemento água em seu braço, fácil de perceber por causa do seu casaco sem mangas.

Eu estava feliz em revê-lo. Mas ele não parecia pensar o mesmo. Sua expressão era de um ódio intenso.

Pensando melhor, achei estranho ainda estar no controle dos meus movimentos. Afinal, estava olhando para os olhos de Naruto fixamente agora, sabendo que estava vendo a ele. E Naruto estava olhando para mim, sabendo que estava me vendo. E, em seu olhar, eu percebia nervoso. Não senti que me machucaria, mas também não senti que pensava em mim como Sakura. Senti que eu era “alguém”. Qualquer um.

—O que está acontecendo aqui, Rock Lee? – Falei enquanto me colocava entre os dois em uma tentativa de evitar que se encarassem.

—Nada. - O seu tom de voz estava severo. Parecia nervoso com algo. - Exceto pelo fato de termos ele tentando atacar Konoha.

Olhei imediatamente para Naruto. Ele não pareceu ansioso em afirmar que era inocente. Parecia não se importar com o meu comportamento. Então ele falou:

—Não precisa ficar falando esse tipo de coisa. Esse teatro não é mais necessário, até porque eu sei que não posso confiar em nenhum de vocês. – Ele passou a mão sobre a máscara Anbu, que se desfez em partículas de poeira.

—Isso significa que não precisa contradizer o Lee?

Sua expressão não se alterou. Pelo contrário.

—Eu sei que vocês estão todos juntos. Sakura. – Meu nome saiu forçado de seus lábios. Não consegui falar nada porque compreendi o motivo de sua raiva. Eu sabia que ele tinha razão.

Entretanto, não entendi o motivo daquele “todos”. Naruto virou então sua cabeça para sua esquerda.

—Não há motivo para se esconder. Ainda que não saiba quem é você, sei que está aí.

Virei-me na direção que Naruto olhava. Notei uma pequena fagulha de chackra. Pensei ser um genin, afinal, seu nível parecia muito inferior. Naruto não parecia pensar assim. Pelo que pude perceber a respiração dele era uniforme, como um compasso. Não havia tremor em seu corpo e eu sabia que sua guarda estava fechada. Ele notaria qualquer movimento que qualquer um fizesse.

Uma pessoa saiu das árvores. Um homem, pelo que percebi. Sua rede de chackra causou um distúrbio grande o bastante para me desestabilizar por um instante. Parecia que seu interior estava em agitação permanente.

—Quem é você? – Naruto perguntou.

—Você vai precisar descobrir isso sozinho, Naruto.

Seu tom era grave. Autoritário. Eu sabia que já o vira alguma vez. Ele usava um capuz que tampava sua face. Isso não foi o bastante para impedir que eu reconhecesse sua voz. Eu sabia quem ele era.

Então ele se virou para mim. E, quando vi novamente aqueles olhos vermelhos, o ódio me preencheu completamente. Eu teria o matado. Faria atrocidades com seu corpo. Esgotaria cada gota de selvageria que existisse em meu interior. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, meu corpo saiu do meu controle mais uma vez.

—Maldição. – Foi a única frase que consegui soltar entredentes, ciente de que não seria mais eu a pessoa no comando a partir de então.

 

Nara Shikamaru

Eu olhava para as nuvens. Novamente. Não sabia o que devia fazer. Tsunade tinha me contara tudo o que sabia. Cada informação que Danzou tinha lhe dito. Falou sobre o Bijuu para o qual Sakura servia como hospedeira. Contou-me sobre o que Naruto tinha contado aos guardas antes de fugir. Disse também que precisávamos encontrá-lo antes de Sakura, já que ele parecia exercer algumas reações sobre o Bijuu dela.

Eu não tinha muitas opções de raciocínio. As possibilidades eram escassas.

E, antes que eu percebesse, estava caminhando. Lento, mas constante. Admiti para mim mesmo que estava nervoso. Não sabia o que fazer. Minha inteligência era considerada alta e eu sempre me orgulhei por conseguir entender as possibilidades e calcular a taxa de sucesso ou de ocorrência dessas ou daquelas ações. Mas não seriam possibilidades ou probabilidades que me permitiriam prever as ações de Naruto.

Ele era a única pessoa que eu conhecia que fazia tudo ser ainda mais difícil quando analisado pelo raciocínio lógico. O cara era imprevisível demais. Até para mim.

Olhei para frente. Só então percebi que caminhava pela rua que terminava no escritório da Hokage. Continuei pensando. Segundo Naruto, Danzou estava no mesmo lugar que ele. Segundo informações dadas pela Anbu Raiz, ele tinha sido encontrado a metros de onde Naruto estava. Supostamente atingido por Sasuke durante a batalha que ocorreu depois que Naruto desmaiou.

A Raiz devia cobrir as ações de Danzou, no fim das contas. Então essa informação era falsa. Danzou estivera acordado o tempo todo. Segundo o que Naruto disse aos guardas, ele provavelmente tinha sido atingido por um genjutsu de Danzou.

Então Danzou podia ter matado Sasuke e depois acordado Naruto, achando um jeito de aprisionar a Kyuubi. Depois disso precisava apenas manipular a situação para que Naruto fosse preso.

Como ele não conseguiu isso, então me chamou. Até o que eu sabia, Naruto estava voltando para Konoha. Mas quando?

Pelas minhas contas, Naruto tinha sumira há dois meses. Ele usara esse tempo para treinar novos jutsus ou outras coisas do tipo. Depois de terminar o que tinha que fazer, começou a plantar pistas falsas para se livrar dos rastreadores.

Ainda assim, ele queria que soubéssemos que ele estava voltando.

Mas então, porque fazer as pistas desaparecerem justo na fronteira com o país do fogo? Por que tão perto?

Prendi a respiração. Só tinha um motivo para ele fazer isso. Não queria Danzou atrás dele. Kakashi sabia o que Danzou faria. Então planejaram com antecedência. Aquele não era um recado para todos. Apenas para algumas pessoas.

Era um recado para nós. Amigos de Naruto.

Ergui minha cabeça para o prédio Hokage. Se eu estava certo, a chave de tudo seria Danzou. Em pouco mais de um minuto cheguei ao prédio. Entrei pela janela sem pedir e vi Tsunade estava encostada em sua cadeira. Shizune também estava na sala, ao seu lado.

—Você não costuma fazer isso. - Ela falou com calma. - A não ser que te acharam tão rápido.

—O que?

Ela me olhou com uma feição estranha. Parecia arrependida. Isso acontecia recentemente quando pensava demais no futuro.

—Eu mandei que te chamassem ao meu escritório, Shikamaru. Achei que devíamos atualizar o seu relatório.

—Eu vim justamente por isso. Acho que você já deve saber, mas eu acho que tenho alguma coisa contra ele.

—Está falando de Danzou?

—Sim.

—É sobre ele que eu queria falar com você.

Eu esperei. Ela tinha algo a dizer. Shizune, ao seu lado, parecia arrependida de algo. A Hokage tomou um segundo para respirar antes de falar.

—Danzou está morto. Eu mesma examinei o corpo dele há pouco. Não é um truque.

Fiquei atordoado por um momento, precisando de alguns segundos para entender. E, quando entendi, quis não acreditar. Mas era bastante simples. Tsunade e Shizune estavam com aquela cara porque desconfiaram o tempo todo de Danzou e agora estavam convencidas de que ele, na verdade, era somente mais uma vítima.

A retirada de Danzou da história me deixou desnorteado. E, quando levantei meu rosto para Tsunade, tinha apenas uma coisa a dizer.

—Voltamos ao começo. Não temos nada.

—Tudo bem. – Ela falou, acenando com a cabeça. – Ainda não tem ideia de quando Naruto vai voltar?

Havia me esquecido daquilo por um instante.

—Agora nós sabemos que ele, Kakashi e Ino estão infiltrados entre os Anbu’s. – A expressão dela se alterou, demonstrando alguma surpresa. Eu, por outro lado, retornava ao meu habitual. – As máscaras que eles compraram serviriam para se movimentar ao redor da fronteira sem reconhecimento. Agora só falta que façam o que vieram fazer.

—E o que seria isso?

—Eu só vejo uma razão: Descobrir o motivo pelo qual ele acordou sem memória naquela floresta.

 

Uzumaki Naruto

Eu estava tendo um momento difícil tentando entender o que acontecia ao meu redor. Depois que olhara para o Uchiha, Sakura abandonara sua atitude habitual e parecia um robô.

—Quem é você? – Perguntei novamente a ele.

—Quer mesmo saber? – Ele olhava fixamente para os meus olhos.

Eu não respondi, mas sabia que isso significaria uma resposta positiva.

—Nunca pensou no motivo de eu não ter matado você naquela noite? – Ele me perguntou, andando na minha direção, fixando seu olhar. – Nunca pensou como eu conquistei todos esses poderes?

Ele ficou calado por um segundo. Eu o imitei.

—Ainda não tentei te matar. Não ordenei que ela te matasse. – Ele apontou para Sakura. – Sabe por quê?

—Eu deveria saber algo sobre isso? Deveria ter feito essas perguntas antes? – Eu tentava ser irônico, mas estava tenso demais para soar natural. – Como, se você me trancou em um genjutsu e me fez perder a memória?

—Na verdade, eu apenas fiz com que você desmaiasse enquanto paralisado. As suas memórias não são suas. É apenas uma visão panorâmica que Sasuke deixou armazenada em seu cérebro.

—Por quê?

—Para que se lembrasse no tempo certo. Talvez ele soubesse que tudo teria de acontecer no tempo certo.

—Sasuke quase arruinou tudo. – Rock Lee vociferou, entre dentes, a alguma distância.

O Uchiha se virou para Lee lentamente. Quando falou, estava mais calmo.

—Mas o nosso tempo está chegando. Logo, o presentinho que Sasuke lhe deu poderá ser meu. E, finalmente, eu estarei completo.

—Do que você está falando? Que presente? Como você vai tirar isso de mim? E porque ainda não tirou? – Eu tentava, mas não conseguia compreender o que acontecia.

Ele mostrou seu dedo indicador para mim.

—Por um motivo e um motivo somente: Se eu retirar de você agora, ele se destruirá. – Ele usou sua velocidade para se aproximar de mim. Não me preocupei. Não era tão rápido ao ponto de me assustar. – Mas acho que tudo vai ficar um pouco mais fácil de entender se eu deixar você ver tudo, retirando o meu genjutsu daquela noite, não acha?

Apesar da falta de explicação, consegui entender o que ele queria dizer. Até então, minhas lembranças daquela noite estavam bloqueadas por causa do genjutsu no qual ele me prendera. Eu já desconfiava de que fora uma técnica que causara aquilo. Retirar os resquícios do jutsu poderia desencadear as memórias presas.

—Se você fizer isso, eu poderei ver tudo da maneira que Sasuke queria, mas qual a sua vantagem nisso?

—Simples. Eu posso fugir sem você tentar me capturar. Seria um incômodo e evitaria…. Como posso dizer? Acidentes.

Não tive tempo para discutir. Ele tocou meu rosto com dois dedos e eu caí. Em seguida, levantei no mesmo lugar daquela noite.

 

FLASHBACK ON

A minha movimentação estava diferente das outras vezes. Agora eu podia sair do meu corpo. Pude me movimentar normalmente durante as cenas. Mas, no final das contas, acabei vendo o mesmo que vira antes.

Até o Uchiha estender a mão para Sasuke.

—E então? Acha que é capaz de realizar o sonho de Itachi?

Firmei os olhos no rosto de Sasuke, tentando capturar sua reação. Ele parecia indeciso. Eu entendi o sentimento. O seu objetivo era destruir os conselheiros. Isso poderia incluir Konoha também.

—Mas não é a mim que você quer, não é? – Sasuke perguntou.

—O que quer dizer? – Ele pareceu desentendido.

—Existem segredos do clã Uchiha que somente membros como eu e você conhecem.

—E que tipo de segredo seria esse?

—Me diga primeiro: É você, Tenzo?

O Uchiha deu um passo atrás. Sasuke sorriu com um leve escárnio.

—Achou mesmo que uma máscara me impediria de te reconhecer?

Tenzo parou de recuar. Recuperou a postura.

—Isso não importa.

Sasuke franziu a sobrancelha.

—Como não importa? Eu sei o que você quer. A história sobre você era verdadeira, no final das contas.

—Que história? - Danzou perguntou.

Sasuke começou a recitar a pequena prosa que lhe fora contada, sem desviar seu olhar do Uchiha:

“Tenzo era o mais forte Uchiha da ramificação secundária do clã. Mas existia um poder que ele queria acima de tudo, mas nunca pode possuir.”

“Esse poder é uma energia trancada dentro do corpo de todos os membros da família principal. Nenhum membro da ramificação consegue usá-la por causa da maldição que tal poder carrega.”

“Mas, sendo uma maldição, se alguém quiser tê-la para si, pode adquiri-la, contanto que obtida de boa vontade pelas mãos de um membro da ramificação principal.”

“Não encontrando ninguém que quisesse lhe dar esse poder, Tenzo se virou contra o clã e contra a vila. E começou a formar um exército controlado por seus genjutsus, na esperança de conquistar pela força o que não pôde pela palavra.”

“Enquanto iniciava uma guerra contra Konoha, ele secretamente invadiu um laboratório dos Uchiha. E conseguiu as informações de como obter esse poder sem a aquiescência do membro da família principal.”

Sasuke parou de falar. Tenzo parecia estar se irritando.

—Depois de conseguir o jutsu, você tramou um modo de capturar alguém da minha família. Mas então perdeu a guerra com aquele seu exército de papel.

Tenzo desistiu de parecer amigável.

—Eu teria voltado a lutar, feito outro exército. Mas então Itachi fez aquele massacre com o clã. E, quando morre, o membro do clã perde aquele poder junto com a sua vida.

—Então, – Sasuke retomou. - sobraram somente três membros. Itachi, eu e Uchiha Madara. Você não iria me atacar porque eu não estava com o meu poder completo. Eu era muito jovem. Você tinha medo e respeito por Uchiha Madara. E Itachi nunca lhe deu oportunidade de atacar.

—Mas agora você tem seu poder completo, Sasuke. E eu estou aqui, com a oportunidade. – Ele viu Sasuke fazer um In. – Não acha que pode me vencer, acha?

Sasuke não respondeu. Mas eu senti a resposta negativa em seu olhar. Ele juntava o chackra em seu interior. Um chackra diferente do habitual.

Não precisei de muito para perceber que aquilo, na verdade, não era chackra. Era algum tipo de energia, mas não o chackra como eu conhecia. Era mais denso. Mais forte. E estava ali, fisicamente, formando-se em frente ao rosto de Sasuke. Ele, quando sentiu que estava completo, segurou a bolha de energia na palma de sua mão.

—Pena que eu não pude usá-la.

Os olhos de Tenzo brilhavam e ele se moveu à frente.

—Agora me dê. Sasuke, o poder. Dê-me.

—Se eu não me engano, se eu desse o poder à outra pessoa, você teria de esperar algum tempo até poder pegá-lo. É isso mesmo?

Os olhos de Tenzo se moveram na direção do meu corpo caído por uma fração de segundo.

—Não pense nisso. Sasuke! Dê-me o poder!

Danzou e Tenzo começaram a correr na direção dele, cercando-o.

—Pelo menos – Ele falou em tom de lamentação. – Eu sei que o legado estará a salvo por mais algum tempo.

Sasuke desembainhou sua espada e lançou a lâmina na direção de Danzou. Em seguida, fez um chidori e apontou-o na direção de Tenzo, perigosamente próximo. O shinobi de um pulo para trás. Após ganhar esse segundo de vantagem, Sasuke correu na direção do meu corpo, ajoelhando-se ao meu lado e colocando a bolha de energia em meu peito até que não estivesse mais visível.

Tenzo berrou de uma maneira horrenda quando viu o gesto de Sasuke, afastando-se devagar e sumindo na mata da floresta. Danzou desviara da espada e se aproximara pelo ponto cego do Uchiha.

—Descanse em paz, Sasuke.

No momento seguinte, aquela realidade tremeu, como se a visão chegasse ao fim. Um clarão me cegou por alguns instantes e uma explosão enorme balançou o terreno. Danzou foi jogado longe e tanto o meu corpo, quanto o de Sasuke, foram atingidos pela explosão.

Algumas gotas fracas de chuva começaram a cair. Meu corpo permaneceu ali, caído no meio da cratera formada pela explosão.

 

FLASHBACK OFF

Acordei novamente, deitado no meio da grama.

Então foi isso o que aconteceu. Finalmente eu sabia. Isso explicava tudo. Ou a maior parte do que acontecera aquela noite.

Pus a mão sobre meu peito, como se pudesse sentir a energia que fora depositada ali. Devia ser o motivo para aquela força que eu ainda tinha, apesar da falta da Kyuubi.

—Naruto! – Ino me encontrara. – O que aconteceu?

Kakashi a acompanhava. Parecia preocupado, apesar de conter as palavras.

Em meio a tudo o que acontecera, senti alegria por vê-los ali. Era bom estar entre amigos. Talvez por isso sentisse falta daqueles que não estavam ali. Lembrei-me de Sasuke.

—Sasuke, Danzou. Tudo o que aconteceu aquele dia. Agora eu lembro.

Contei a eles tudo o que vi. A cada palavra, as lembranças pareciam se tornar mais fortes.

—Quer dizer que Sasuke se sacrificou?

—Sim. Ele queria deixar o poder em segurança. Parece ser mais forte até que o poder da Kyuubi.

Kakashi olhava para longe, sem nos interromper.

—O que aconteceu? – Perguntei.

—Sinta você mesmo. – Ele respondeu, andando um pouco à frente.

Olhei para Ino e ela acenou para mim. Nós dois nos concentramos, tentando entender o que ele encontrara.

Encontramos o que procurávamos antes do que esperávamos.

—Droga. – Peguei minha máscara. Kakashi e Ino me imitaram.

—Vocês estão pensando no mesmo que eu? – Ino parecia um pouco assustada.

—Sim. – Kakashi respondeu. – Se prepare Naruto. É a oportunidade de testar se isso que você tem é realmente mais forte que a Kyuubi.

 

Senju Tsunade

Eu estava prestes a abrir outra garrafa de saquê quando Sai entrou. Parecia preocupado.

—O que houve?

—Sakura sumiu.

Não me admirei. Estava esperando algo daquele tipo.

—Ela deve estar testando seus poderes. Eu não esperava que você a encontrasse facilmente.

Ele pareceu se aliviar um pouco.

—E quando vamos poder saber se ela está bem?

Suspirei, retirando a rolha da garrafa.

—Ela virá quando estiver pronta.

Ele parecia convencido. Então Shizune entrou correndo.

—Tsunade-sama! Temos problemas!

Eu não aguentava mais. Precisava beber. Todo mundo parecia conspirar para que eu não tomasse o meu saquê!

—Tsunade-sama! Não é hora para beber!

Ignorei-a, colocando o líquido no pequeno copo em minha mão.

—O que aconteceu agora?

Ela esperou que eu bebesse aquela porção.

—A Kyuubi está se aproximando dos portões da vila.

O susto fez com que eu pressionasse a garrafa com mais força do que deveria. Ela explodiu, jogando o líquido sobre a minha mesa.

—Temos quanto tempo? – Sai perguntou.

—Pouco mais que 24 horas. Ela não parece estar se movimentando muito rápido.

Levantei. Definitivamente não conseguiria uma tarde de paz com a minha bebida.

—Shizune. Reúna toda a guarda Anbu.

—Porque somente os Anbu?

Eu não gostava de Sai me interrogando.

—Sai, procure os conselheiros e a Anbu Raiz. Precisaremos deles se a Kyuubi está tentando destruir a vila.

Ele acenou e se desfez em tinta. Quando voltei à minha cadeira, Shizune parecia curiosa.

—O que foi? – Perguntei.

—Porque somente os Anbu’s?

Suspirei, esperando que ela não se revoltasse.

—Naruto está infiltrado entre os Anbu’s. Eu quero conversar com ele para que nos ajude a lutar contra a Kyuubi. Ordene aos Anbu’s que se dirijam ao estádio do exame chuunin. Será mais fácil de receber todos lá.

—E quanto aos outros shinobis? – Por isso eu gostava de Shizune. Em vez de perder tempo tentando me fazer mudar de ideia, passava logo ao próximo passo.

—Pode utilizar o protocolo. Feche as entradas de Konoha e chame reforços da vila da Areia. Com alguma sorte, antes da Kyuubi nos destruir podemos ter reforços da vila da Areia e do País do Fogo.

Assim que Shizune saiu, voltei meu corpo a uma das gavetas da minha escrivaninha. Encontrei outra garrafa de saquê guardada ali. Tinha que aproveitar essa tarde para relaxar um pouco. Afinal, tudo indicava que amanhã começaria outro período de desespero.

Pisco os olhos e levo o copo à boca. Sinto saudades do tempo em que eu era apenas uma adolescente brincalhona, sem todas aquelas responsabilidades. Sorrio e olho para o horizonte da vila às costas da minha cadeira.

Eu não poderia vacilar agora. Era minha vez de garantir que outros jovens tivessem alguma calma no futuro.

Fim do Capítulo 15

*


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