The Real Alice escrita por Ramona Malfoy


Capítulo 1
Capítulo único, boa sorte!


Notas iniciais do capítulo

Heey (:
Eu voltei no mundo das One Shots, embora provavelmente ninguém me conheça por essa categoria.
Bem, minha primeira fanfic sobre Alice no País das Maravilhas, e acho que vou destruir a infância de vocês.
Enfim, nos vemos lá em baixo.
Enjoy;*



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As luzes piscavam incansavelmente, ofuscando a vista embaçada de Alice, os corpos suados dançavam por toda parte dificultando a passagens, as risadas altas e sem motivos, a fumaça, tudo como deveria ser.

O calor subia por sua espinha e se espalhava por todo seu corpo, ela se sentia presa, oprimida dentro daquela roupa, principalmente ao ver como os outros estavam confortáveis naquela atmosfera envolvente.

Lentamente a garota começou a movimentar seus quadris acompanhando o ritmo da música, aquela sensação angustiante estava se esvaindo, mas ainda não era suficiente.

– Hey, gato Cheshire!

A voz sóbria se destacou sobre as outras, o rapaz sem camisa olhou para ela e sorriu com malícia, passando com incrível agilidade pelas pessoas bêbadas, seu sorriso era largo e até um pouco psicótico, ele usava apenas um jeans preto e uma gravata borboleta estampada, ele era incrivelmente sedutor e misterioso, não era à toa que ele era o preferido das mulheres.

Com apenas um sorriso de lado ele entregou uma taça cheia com um líquido verde-pálido para a garota e depois sumiu por entre as pessoas.

A taça pousou em seus lábios e o líquido colorido deslizou por entre eles, escorregando garganta a baixo.

A bebida queimou sua garganta, mas ao mesmo tempo a sensação de prisão se esvaiu, embora o calor aumentasse, ela só queria se movimentar mais, queria mais um copo, outra rodada.

A música era excitante em todos os sentidos, a batida era envolvente e fazia os quadris de Alice se mover de um lado para o outro de maneira provocante, ela estava adorando.

A atmosfera divertida e embriagada só fora quebrada pelos gemidos de um homem, ele estava sendo carregado porta a fora pelos seguranças.

Tweedledee e Tweedledum eram os gêmeos quebra-crânio, os dois eram os principais seguranças da boate Lagarta Azul, e cuidavam, em especial, dos clientes da Rainha de Copas.

A Rainha de Copas era mais que conhecida por aqueles becos, ela era uma stripper e sua especialidade é Strip Poker. Ela usa um micro vestido vermelho justíssimo, seus cabelos negros como a noite contrastam com seus olhos de âmbar, seus lábios tingidos de vermelho vivo deixam marcas em seus clientes e seus saltos negros brilhantes tem uma carta de baralho no lugar dos saltos.

Ela está sempre em seu altar, sentada provocantemente em seu trono acompanhada de seus tolos súditos. A mesa de madeira é equipada com muitas garrafas das bebidas mais caras e um Narguilé do qual todos compartilham, mas ela prefere manter um cigarro de fumaça colorida por entre seus lábios.

As cartas são lançadas à mesa, mais uma rodada começa, aos poucos cada um dos jogadores vão perdendo suas roupas e pertences, a fumaça e as garrafas de bebida não param nem por um segundo, a mulher sorri sarcasticamente enquanto vê o estado deplorável de seus oponentes, ela é uma trapaceira de primeira, consegue seduzir cada um dos jogadores e os faz perder toda e qualquer coisa de valor que possuem, depois que consegue eles são espancados até perderem a consciência, se já não estiverem quase em overdose pela quantidade de alucinógenos que consumiram durante a noite, e depois levados e jogados semi, ou até mesmo nus, em algum beco escuro e sujo muito distante dali pelos gêmeos.

Não tão diferente da irmã, a Rainha Tequileira ou Rainha Branca, como prefere ser chamada, também é uma stripper, porém, ela cuida do bar, fazendo com que seus clientes gastem todo seu dinheiro com as bebidas mais caras da boate, dando-lhes apenas uma bebida qualquer, tendo um lucro visível para a Lagarta Azul. Ela também seduz seus clientes para que eles paguem para que ela faça suas vontades, como uma dança ou um drink em especial.

Do outro lado do salão fica a área proibida, lá você pode encontrar todos os tipos de Drogas e bebidas legais e, principalmente, ilegais. Cigarros importados, como o da Rainha de Copas, charutos, e também a bebida preferida de Alice, Absinto.

Quem cuida da administração da Área Proibida é um homem jovem, conhecido como Chapeleiro Maluco, sendo ajudado nas cobranças por seu amigo, mais conhecido como Coelho Branco.

O Coelho Branco pode ser considerado, como por muitos, uma lenda, dizem que ele é um matador de aluguel, que cobra todos os espertalhões que acham que podem usufruir sem pagar e, aparentemente ele só aparece para suas vítimas, ele segura sempre um relógio e está vestido de branco, mascarado e mata suas vítimas de modo rápido, porém doloroso, depois desaparece sem deixar pistas.

O médico olhava firmemente para a garota à sua frente, seus olhos de um profundo azul estão opacos, há olheiras roxas e profundas em seus olhos, seu cabelo loiro dourado, antes longo, macio e sedoso, agora é um loiro desbotado, curto, seco e quebradiço, suas expressões cansadas a fazem aparentar ser alguns poucos anos mais velha. Ela era magra e usava uma grande e larga camisola verde clara que contrasta com sua pele pálida, os tubos ligados em seus braços a incomodavam imensamente e aquele “bip...bip…bip” do monitor cardíaco a irritava.

Um suspiro pesado rompeu o silêncio que havia se instalado ali.

– Vamos Alice, nos ajude, torne tudo mais fácil para si mesma, conte a verdade.

A realidade é que ela já estava cansada de repetir aquilo.

A cena era igual todas as semanas, ela estava deitada em seu leito, encarando as paredes brancas do quarto, naquela clínica infernal. Três cadeiras estavam dispostas ao seu lado, na primeira Dr. Colin, seu psiquiatra, na segunda um rosto diferente como sempre, desta vez era o Oficial Green, da polícia, e na terceira e última, uma mulher com expressões cansadas, olhos vermelhos e com os cabelos precocemente grisalhos, sua mãe.

Os orbes azuis encararam vagamente os rostos ali presentes.

– Eu já lhes disse a verdade. – sua voz era baixa, porém determinada.

– Eu disse, Oficial! Eu disse! Ela sempre conta a mesma história, sempre Alice no País das Maravilhas! – a mulher esbravejou com as lágrimas rolando por suas faces vermelhas.

O médico suspirou novamente.

– Sra. Fontaine, se acalme, por favor.

A mãe de Alice sacudiu a cabeça afirmativamente, os soluços rompiam sua garganta, ela se levantou e foi até o fundo do quarto, onde havia um sofá branco, e se sentou, tentando fazer o mínimo barulho possível.

O Dr. Colin voltou a encarar a jovem, balançando a cabeça negativamente.

– Srta. Fontaine, pode me dizer quem estava com você aquela noite? – perguntou o policial.

Alice respirou fundo, extremamente cansada de repetir as mesmas coisas.

– Eu não estava acompanhada.

Seu médico ficou profundamente irritado com as palavras da paciente.

– Eu não sei o que há de errado com ela Oficial, fora os sintomas causados pela Esquizofrenia, ela não tem mais nada.

O Oficial a fitou seriamente.

– Srta. Fontaine, você sabe o que aconteceu aquela noite, sim? – a garota assentiu – Houve um assassinato de um homem, que esteve acompanhado por você durante a noite e, além disso, ele tentou te ligar algumas vezes antes de morrer, e você não atendeu certo?

– Eu já disse que não estava acompanhada! Eu não sei quem é esse homem, não sei por que ele estava me ligando!

– Se acalme senhorita. Nós sabemos que você não é culpada, mas as evidencias apontam para você...

Então Alice não ouvia mais nada. Ela via a boca do oficial se mexer, mas não havia som, o quarto começou a rodar e aquela voz, sempre aquela voz, chegou para atormentá-la.

“Você é a culpada Alice, você matou um homem.”

“Hipócrita”

“ Mentirosa”

“Drogada”

“Suja”

Daí tudo ficou vermelho.

– EU NÃO SOU A CULPADA! – berrou a loira se levantando abruptamente, fazendo com que os fios em seus braços não mais existissem. – NÃO SOU! NÃO SOU! – seus gritos eram acompanhados pelo choro angustiado de sua mãe que pedia para que alguém fizesse algo.

Logo duas enfermeiras entraram segurando uma seringa comprida, uma delas segurou Alice e a outra injetou o sedativo em suas veias.

A mulher chorava alto, soluçava tanto que mal podia respirar.

O policial e o médico se levantaram, olhando com pena para a senhora.

– Venha Sra. Fontaine, não há mais nada que possamos fazer por Alice.

“Os contos de fada se tornam reais depois que você cresce, mas nem sempre isso é algo bom.”


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Notas finais do capítulo

Eaí, destruí grande parte da sua infância? Sorry :x
Sei que essa fanfiction ficou muito insana, mas eu tive que escrever, essa ideia estava me assombrando.
Pra quem não entendeu, Alice está internada numa clínica Psiquiátrica, e tendo Esquizofrenia ela associou pessoas reais com os personagens da história, na noite da boate houve um assassinato, e nunca saberemos se foi Alice quem o matou, tirem suas próprias conclusões e, se quiserem, me digam, quem sabe eu faço uma continuação.
Nos vemos nos comentários! xx (:

P.S: Link da fanfic no AS: http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-livros-alice-in-wonderland-the-real-alice-870827/capitulo1

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