Duas Opções escrita por Bea


Capítulo 13
Capítulo 13




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Saio correndo do nosso pequeno refúgio, desesperada pela perda de Jared. Grito pelo seu nome, mas ecoa na cidade, alarmando para as pessoas onde estou e facilitando todos a me acharem. Mas eu não me importava, pois minha adrenalina subia e eu queria achar a pessoa que eu mais me importo durante esse episódio da minha mida: Jared Markevis. Meu melhor amigo, meu confidente, meu irmão. E não haverá outra história para nós dois fora daqui, pois nós dois não iremos sobreviver. Tudo irá acabar daqui alguns dias, com um vencedor. E será eu, independentemente do que eu tiver que fazer dentro dessa arena, eu vencerei por Luke, pelo meu pai, por Isabelle.

Paro de correr e olho para os lados, vejo que Taylor não está comigo. Mas é melhor assim, não ter aliados. Evito assim problemas no futuro. Vou até o último andar do prédio, não tenho mais medo de desabar ou não. Não sobreviverei muito tempo nessa arena sem correr riscos. No último andar, vejo uma movimentação perto do prédio verde que desabou com a água alucinógena. Vejo muito sangue no chão, foi lá que os quatro tributos morreram. Contando na mão, vejo quem sobrou. 11 tributos.

Vou diretamente a poça de sangue que vi de cima do prédio. Vejo um movimento entre um prédio e outro do meu lado e me escondo. É Yumi, a japonesa do Distrito 3, que atingiu Jared na Cornucópia com seu shuriken. Contendo meu desejo de ir lá, continuei o meu destino. No meio do caminho, sou pega de surpresa por um garoto negro, alto e forte, o garoto. Ele não fala muito e rapidamente me ataca. Não consigo ter força o suficiente para me defender, mas eu sou ágil e me desvio do primeiro ataque com martelo dele. Pego minha lança e tento me proteger com a lâmina, mas é em vão. Ele me joga no chão em questão de segundos e minha arma cai, o que impossibilita alguma coisa forma de fuga. Eu estava morta, mas não podia me render assim. Apalpo o chão embaixo de mim, tentando achar alguma pedra. Fecho meus olhos, como se estivesse pronta para a morte.

— Eu não queria fazer isso — ele sussurra, com o martelo pronto para acertar minha cabeça. Percebo que ele também fecha os olhos e vira sua cabeça, como se não quisesse ver o que estava prestes a fazer.

Pego rapidamente a pedra e, junto com a pedra, soco o espaço entre o olho esquerdo e a orelha, o imobilizando. Pego minha lança e finco em seu pescoço.

— Eu não queria fazer isso também. — desabo ao seu lado, chorando. Eu nem mesmo sabia seu nome. Antes de ser pego com o aerodeslizador, eu limpo o ferimento onde eu o matei e fecho seus olhos, colocando uma flor onde suas mãos se encontram.

É quando eu sinto uma lâmina entrar no meu braço. Eu me contorço de dor e não vejo mais nada.

***

Acordo no terraço de um prédio e está a noite. Olho para os lados, tentando entender o que está acontecendo comigo e quem me tirou do concreto. Meu braço está doloroso, mas está limpo e com pomada. Com muito esforço, consigo me levantar e percebo que minha perna também está machucada. Provavelmente foi durante a luta que tive com o garoto do distrito 11. Ando alguns metros, mas logo desabo no chão. Estou fraca, faz horas que não como nada, não conseguirei fazer mais nada daqui um tempo. Vejo que trouxeram também minha mochila e minha lança, vasculho e pego meu saco de dormir. Deito juntamente com minha arma, mas eu não consigo dormir. Sento-me mais próxima da beirada do terraço, tentando ver o que tem pra baixo e eu vejo uma estatura conhecida. Jared. Jared está vivo e foi ele quem me salvou. Assim que tento novamente me levantar, o hino de Panem começa a tocar. Cinco tributos mortos hoje, o que sobram apenas 10 de nós. Eu estou próxima, faltam apenas mais nove. Mais nove crianças mortas e eu estou livre daqui.

Viro-me e vejo Jared, vindo em minha direção. Consigo me levantar por alguns segundo e corro para lhe dar um abraço, logo caindo e soltando todo o meu peso em seus braços. E ele me segura, afinal, ele é minha âncora. Jared Markevis é o garoto que me mantém no chão, é o garoto que me deixa de pé em uma realidade mais bela, mais inocente do que na qual nós vivemos. Sento-me no chão e ele se senta na minha frente.

— Deus, eu senti tanto sua falta. Por onde você andou?

— Eu fugi dos carreiristas, é claro. E fui tentar viver sozinho nessa cidade. Achei animais para comer, água potável e eu fiquei te procurando. Quando eu ouvi os tiros de canhões, me desesperei tentando achar você, e bem, eu te achei. Mas não foi em um momento muito bom. A Yumi estava correndo pra cima de você porque ela tinha atirado um dos shurikens em você. Eu lutei contra ela pra ela não te matar. E bem, Catherin, a tributo do distrito 10 se aliou a ela. E minha mão não gostou muito disso — ele me mostra sua mão e eu reparo que ele está sem o dedo mindinho.

— Meu Deus! — eu pego a mão dele, que está enfaixada com um pedaço de tecido. — Eu, fui atingida por um shuriken e fiquei desmaiada por horas e você perdeu um dedo e não aconteceu nada. — eu tiro a proteção e está horrível. Jogo água, limpando o ferimento, e ele grita. Passo a mão pelas suas costas, como consolo e coloco a pomada. Enfaixo mais forte do que estava antes e colo sua mão entre as minhas duas e as deixo apoiadas em minha perna. — E Yumi?

— Ela ficou inconsciente, não morreu. O garoto do distrito 11 que você estava jogada em cima foi você quem matou? — assinto com a cabeça, mas acho que ele percebe que eu não quero tocar no assunto — Então eu te peguei no colo, te trouxe até aqui, limpei, passei remédio e fui procurar comida.

— Eu não tenho como agradecer, Jar. Obrigada por não me abandonar, mesmo. — ele me abraça — Ok, vamos fazer a comida logo então porque eu estou com frio e fome.

Enquanto eu limpo a carne, ele faz o fogo com o fósforo que achamos no primeiro dia. Ambos sabemos que precisaremos ser rápidos, se não alguém pode ver a gente. Assamos o esquilo e nos esquentamos ao mesmo tempo.

Depois de comermos e apagarmos o fogo, resolvemos dormir. Jared irá fazer guarda, antes, já que não estou conseguindo nem andar. Apoio minha cabeça em suas pernas e fico olhando para as estrelas.

— Minha mãe dizia que as estrelas eram as crianças que morriam nos Jogos, que elas morriam aqui para se tornarem pessoas eternas no céu. E que lá, elas iriam ser mais importantes do que qualquer um na Capital.

— E o que você levou disso? — ele passava as mãos nos meus cabelos, com os olhos fixos nos meus.

— Acho que somos todos mais importantes que a Capital. Por mais que elas nos mate aqui, que soframos somos como os órgãos de um sistema. Sem os distritos, sem os jovens, não há como o corpo se sustentar.

— Sem a gente, eles não são nada, eles sabem disso. É por isso que eles nos mantém assim, enjaulados. Têm medo da nossa liberdade.

— Eles têm medo do que nós podemos fazer com elas.

Houve um estrépito quando Jared deixou cair suas facas no chão, me colocou sentada também e, com a mão em minha nuca, me beijou. Ignorando Finnick, ignorando que estávamos na arena e ignorando que estávamos sendo filmados 24 horas por dia. Colocou a mão em minha cintura e me puxava cada vez mais para perto de seu corpo.

— Não, eu não posso fazer isso. — ele começou a rir e eu fiquei cada vez mais estressada. — O que foi, Jared?

— Você não vai ficar brava comigo, vai? É só que eu não poderia morrer sem beijar a Annie Cresta.

Eu virei meus olhos e comecei a rir, o odiando e o amando ao mesmo tempo.


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