Cap. 42

Depois de sair da sala de Runas Antiga, eu estava feliz e com raiva ao mesmo tempo. Quem aquela vaca aloirada pensava que era?! Só porque era professora achava que tinha o direito de falar daquela maneira! Nem com Snape eu ficava calada, com ela é que eu não ficaria mesmo. Ainda indignada entrei na primeira sala que vi, fui até a mesa pulei e sentei em cima. Isso era mania. Coloquei a mochila de lado e peguei um livro qualquer, mas assim que ia começar a ler, uma porta lateral ao birô se abriu mostrando uma linda moça de cabelos e olhos castanhos brilhantes e estatura mediana. Quando ela me viu levou um pequeno susto.

– Ah! Olá! – ela falou um pouco incerta.

– Oi. – falei. Ela se aproximou.

– Você sabe que não deveria estar sentada ai né. – a frase foi mais para um afirmação do que pra uma pergunta, e eu sorri.

– É, eu sei. Só que me sinto mais alta quando me sento aqui.

– Sei como é. – ela sorriu. – Quando tinha a sua idade também vivia me sentando em lugares altos. – ela falou sentando ao meu lado. – Se bem que ainda faço isso.

– Eu nunca a vi antes. A senhora é nova aqui? – perguntei, e antes de responder ela riu.

– Oh! Nada de senhora, não sou tão velha assim, Meu nome é Vivian Walker, mas pode me chamar de Vivian. E sim, sou a nova professor de estudos dos trouxas.

– Hum... pelo visto estamos cheios de novos professores. – falei.

– Bem pelo que eu sei, é só eu e a professora de Runas Antigas. Você não estava no café da manhã? – ela me perguntou e eu sorri encabulada e respondi.

– Estava sim, mas digamos que... - deixei a frase morrer.

– Estava dormindo né! – ele completou sorrindo, eu afirmei com um pequeno sorriso. – Antes do café terminar eu analisei cada mesa e lembro-me de ter visto uma aluna dormindo, conclui que seria você. – a morena falou de forma divertida.

– Isso porque eu fico em modo stand-by até as nove horas. – disse rindo.

– Sério? Então somos duas, porque de manhã se eu não tomar café, fico igual a um fantasma ambulante. – ela riu. – Mas vem cá você ainda não se apresentou.

– É mesmo oh! Foi mal, meu nome é Lohane Kendys.

– Que nome bonito, quem escolheu? – perguntou.

– Eu não tenho certeza, mas acho que foi meu pai, em homenagem a minha mãe, já que ela também se chama Lohane. – disse com um mão no queixo pensando sobre o assunto.

– Porque uma homenagem? – ela perguntou mais logo voltou atrás por ser uma pergunta muito pessoal. – Oh! Me desculpe.

– Ah, sem problema. – eu disse. Eu poderia ter ficado calada, mas eu quis responder a pergunta. – Ela morreu no meu parto. – respondi em um tom mais baixo.

– Sinto muito. – ela falou verdadeiramente e alisou meus cabelos. Eu agradeci e ficamos alguns segundos em silencio. – Vamos mudar de assunto. Sei muito bem que estamos em horário de aula, então posso saber o que a senhorita faz aqui? – de uma hora pra outra ela mudou a voz de calma para muito animada com um falso tom de repreensão.

– Fui expulsa da aula de Runas Antiga. – disse dando de ombros.

– Hum... Então você é o tipo de aluna que gosta de arranjar problemas com os professores! – disse me analisando, eu apenas sorri marota.

– Mas a culpa nem foi minha... – me justifiquei.

– É sempre do professor, né? – a morena disse com tom de cumplicidade.

– Gosto de você, é divertida! – sorri.

– Isso quer dizer que não terei trabalho com você? – eu ri montando a língua. Ela também riu e bagunçou meu cabelo.

– Vou ter que rever meus conceitos em gostar de você, depois dessa sua ação. – disse seria enquanto ajeitava meu cabelo.

– Mas então, porque você foi expulsa?

– Porque aquela vaca aloirada, se acha a última relíquia da morte e sua voz irritante me dá nojo. – falei com total desprezo. Vivian apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente. Nisso o sinal tocou anunciando as mudanças de horários.

– O papo estar bom, mas agora tenho que trabalhar, vou ter minha primeira aula, que emoção. – A professora falou com euforia pulando da mesa e me puxando também. – Minha primeira turma é a do quinto ano. Grifinória e Lufa-Lufa.

– Olha que legal, é com a minha turma. – peguei minha mochila coloquei nas costa de disse rindo. – Tchau Vivianzinha depois nós conversamos mais.

– Nada disso mocinha, você vai ficar aqui, e ainda vai sentar bem aqui na frente. – ela disse colocando as mãos em meu ombro e me guindo para a primeira cadeira. – E eu não quero ver você dormindo.

– Então sugiro você ficar de olho fechado ou nem olhar pra mim. – falei com meu sorriso torto de ironia. Ela ficou muito seria me encarrando, confesso que tive receio dela ter ficado com raiva, mas logo ela começou a rir.

“Cara, ela é doidinha!”

– Gostei da piada, muito boa mesmo! – disse sorrindo, mas esse sorriso foi sumindo e dando espaço a uma expressão mais séria e fria, parecia até o Snape. – Também lhe sugiro a não dormir na minha aula. – eu fiquei apreensiva com o olhar que ela me lançava, só que do nada ela começou a ri.

“É, acho que falta parafusos nessa cabecinha!”