Cap. 41

Minha semana estava maravilhosa, papai finalmente estava começando a aceitando bem meu relacionamento com Harry, contanto que nós só andássemos de mãos dadas e abraçados, nada mais que isso. Mas é claro que quando não estávamos perto dele, rolava autos amaços.

A minha relação com Snape também estava muito boa, quase todo dia eu ia a sua sala, na maioria das vezes para não fazer nada ou fugir de uma aula chata. Resumindo não fazer nada!

Ser filha do temido professor de poções tinha lá suas regalias. Hoje por exemplo era um dia desses, um dia onde não estava a fim de fazer nada e muito menos de ir para aula.

Entrei no seu escritório e o silêncio reinava, dirigi-me para o sofá no quanto da sala e me joguei em cima. Em outros tempos é claro que jamais faria isso, mas agora as coisas era diferente, eu era a queridinha do papai... Sorri com meus pensamentos.

Se no início do ano me falassem tudo que eu já passei, diria que a pessoa precisaria se internar, porem a vida é cheia de surpresas, olha hoje a onde estou... Depois de muito tempo Severus e eu, os dois cabeças duras, começamos a nos entender e hoje nos damos super bem... ou quase...

— Posso saber o que a senhorita estar fazendo aqui? – a famosa e temida voz do mestre de poções me tirou dos devaneios.

— Ah! Olá papai! – disse mostrando um largo sorriso. – Como vai você? – ele se aproximou de mim e cruzou os braços.

— Não respondeu minha pergunta!

— E precisa responder?! O senhor não estar vendo? – devolvi a pergunta e cruzei os braços embaixo da cabeça como travesseiro.

O mestre de poções arqueou uma sobrancelha bem serio com a minha falta de respeito para com ele.

— Como? – ele odiava quando eu falava desse modo com ele. E eu adorava.

— O senhor perguntou o que estou fazendo. Se o senhor não ficou cego ou algo do tipo, é bem obvio que estou deitada e não estou fazendo nada, Senhor! – como eu disse, ser filha do morcegão tinha suas regalias, porque senão nesse momento ele teria me azarado pela resposta, porem a única coisa que ganhei foi um resmungo e uma cara feia.

— Ei pai tem chocolate? – perguntei quando ele se sentou em sua mesa.

— Tem essas pilhas de redação para organizar. – ele respondeu irônico.

— Eu falei de comida e não de redações.

— Aqui é uma cozinha por acaso? – ele perguntou com um sorriso torto de ironia. Era sempre assim nossas conversas, um confrontando o outro. – Ei baixinha vem cá. – ele me chamou sabendo que eu iria me irritar, já que ultimamente ele estava com essa mania de me chamar de baixinha. Eu com cara feia me levantei e caminhei até a mesa. – Se você me ajudar com essas redações eu te dou um dos meus chocolates. – eu olhei para a pilha de papeis e depois para ele.

— Eu vim para cá porque não queria fazer nada. Porque o senhor acha que eu vou querer lhe ajudar? – perguntei sentando na ponta da mesa.

— Porque você sabe que eu tenho uma caixa dos melhores chocolates da suíça. – ele respondeu com um sorriso sacana. – E sai de cima da minha mesa. – disse me empurrando.

— Seu chantagista! – disse com falso tom bravo.

— Olha a língua! – ele me repreendeu.

— Não dá pra olhar, ela fica dentro da boca. E mesmo que eu coloque pra fora não dá pra ver. – disse mostrando a língua e fiquei tentado olhar para ela. O professor apenas revirou os olhos.

— Vai ajudar ou não?

— Apesar de gostar muito, muito, mais muito mesmo desse chocolates que você tem, hoje não vai dá meu velho. – disse sorrindo e indo para porta.

— Lohane! – me virei em sua direção bem a tempo de pegar um chocolate que ele acabava de me lançar com um sorriso no rosto. – E me chame de velho de novo e eu não excitarei em te lançar uma azaração. – ele disse mudando o sorriso para uma cara séria.

— Tá certo vovô! – disse e sai correndo da sala.

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— Olá Lohane! Como vai sua folga? – Rarvanne me perguntou quando sentei ao seu lado na aula de runas antigas.

— Ia muito bem, até o morcego me pedir para ajuda-lo, como eu não queira, acabei que decidindo vim assistir uma aula. Mas estou quase me arrependendo disso. – respondi na maior naturalidade.

Não demorou muito e uma loira alta de olhos cinza acobreado, entrou na sala.

— Quem é ela? – sussurrei para Rarvanne.

— Se você estivesse presente no café da manhã saberia.

— Mas eu estava! – disse enrugando a testa.

— Dormindo! – ela disse seca.

— Ah! É verdade, estava até sonhando... – disse viajando na lembrança do sonho.

— Tenho quase certeza que era o mesmo sonho. Harry, você e vários chocolates. – disse em todo de descaso.

— Você tá é com inveja! – alfinetei com um sorriso torto. Fazendo a garota me fuzilar com o olhar.

— Vejo que a fofoca estar muito boa, para as duas ai atrás não prestarem atenção da aula. – uma voz enjoativa chamou a nossa atenção. – Qual o nome de vocês?

— Jordy, Rarvanne Jordy. – a morena respondeu encabulada por ser chamada atenção.

— Kendys, Lohane Kendys. – eu respondei de cabeça erguida, já não indo muito com a cara da nova professora, só pela sua vozinha enjoativa.

— Pois bem senhorita Jordy e senhorita Kendys, quero as duas de bico calado. – disse de modo prepotente.

— Eu até ficaria, se tivesse um bico! – respondi frisando a palavra bico no tom de zoeira. Alguns alunos abafaram uns risos.

— Hum... Vejo que temos uma engraçadinha! – a professora disso com um sorriso de falsidade. Pois seus olhos era puro ódio.

— Não professora, não sou engraçadinha, até porque não sou palhaça. Eu fiz apenas uma correção na sua frase. – respondi com sorriso sarcástico no rosto. Fazendo os alunos abafarem mais os risos.

— A senhorita se acha muito espertinha. Quero ver essa esperteza quando você ganhar um detenção. – disse com sorriso, achando que a palavra detenção fosse uma ameaça. Pra muitos poderia ser, mas pra mim era insignificante.

— Ah! Professora... Detenção pra mim é matéria extra curricular! – falei sorrindo. E o olhar que ela me lançou foi mortal, estava declarado, ela não gostava de mim. Ela se virou a contragosto e segui para sua mesa.

— Bom dia a todas, meu nome é Elizabeth Devian, e sou sua nova professora de Runas Antigas.

Poucos ali na sala tinham ido com a cara dela, era um pessoa chata, arrogante, mesquinha e que se achava a melhor de todas. Uma insuportável, sem contar também que sua voz era de dar nos nervos. Um timbre fino e irritante.

Durante toda a aula, fiquei de cabeça baixa desenhado no meu caderno, me auto azarando por ter ido aquela aula.

Depois de muito falatório enjoativo, ela passou uma redação, e eu fui uma das primeiras a terminar, quando fui entregar não acreditei no que ela fez. Simplesmente pegou minha redação e passou um grande X. A olhei interrogativa pelo ato.

— Quero poupar tempo em ler uma porcaria como sua redação, não deve ter nada produtivo já que não prestou a mínima atenção na aula. – disse esnobe. Nesse momento eu a fuzilei de raiva.

— Concordo com a senhora, minha redação estava uma porcaria, só tinha as informações que você falou durante toda a aula. – meu tom era tão esnobe quando o dela e eu cuspia cada palavra.

— Ora sua insolente! Não vou aturar sua malcriação aqui na minha sala, menos 100 pontos da sua casa. E ainda vou relatar tudo ao diretor, agora saia já da minha sala, você estar expulsa. – ela disse aos berros de raiva. Todos assistiam a cena.

— Ok! Ok! Sem problemas, o dia de atendimento dele sobre problemas de Lohane Kendys é na quarta-feira, aconselho a senhora chegar cedo para não pegar fila. – disse sorrindo simpática e me virando para sair. – Ah! É muito obrigada por me expulsar, a senhora está me fazendo um favor! Beijos galera! Tchau! Tchau! – disse e segui para porta, muitos riam da cena outros apenas balançava a cabeça em descrença.