O feriado foi muito bom, mas infelizmente tudo que é bom dura pouco. De volta à escola todos comentavam como tinham sido seus feriados e o assunto mais falado era sobre o meu relacionamento com o Potter. Como eles souberam aí eu não sei.

Não se falava em outra coisa. Muitos vieram desejar felicidades, outros perguntavam se era verdade e alguns apenas nos olhavam com inveja.

Pov Snape

Antes mesmo de chegar ao salão principal, já se podiam ouvir os falatórios das cabeças de ventos. A paz do castelo havia acabado.

Ao entrar no salão, me direcionei para a mesa dos professores e ao me sentar, escuto algo que me deixou intrigado.

— Albus você já sabe da novidade? – perguntou Minerva.

— Sobre o Sr. Potter e a Srta. Kendys? – Minerva confirmou. – Sim! Sim! Fiquei sabendo, fico muito feliz pelos dois.

— Sim eu também estou muito feliz! – os dois velhos sorriam de orelha a orelha.

Busquei na mesa da Grifinória, pelos dois. E lá estavam eles abraçadinhos.

“Moleque atrevido!”

— E você Severus já está sabendo da novidade? – o diretor me perguntou. Eu o olhei com uma sobrancelha erguida. – Harry e Lohane estão namorando. – ele disse com naturalidade.

— O que! – disse sentindo uma súbita raiva.

“Ficarem abraçados, eu até admito, mas namorar? Nem em outro milênio!”

— Deixe de besteira Severus, veja como os dois se amam! – o velho disse com aquele jeito de apaixonado olhando para a mesa da Grifinória.

E se eu não tivesse visto a cena que eu vi, teria ficado menos bravo. Potter estava beijando a minha filha.

Não sei como cheguei até eles, mas quando dei conta já estava atrás deles.

Pov Lohane

— Vai Ló prova pra esses invejosos que vocês estão mesmo juntos. – Rony continuava insistindo para eu beijar o Harry.

— Rony deixa, sabe que eles são mais reservados. – Mione falava com ele, mas também estava doida para ver nosso beijo.

— Vocês são tão chatos! – disse rindo, junto com o Harry.

— Ah vai! Só um beijinho! – Mione e Rony falaram juntos. Eu sorri e me virei pro Harry.

— E ai? – ele sorriu e se aproximou de mim me dando um pequeno beijo gostoso e delicado. Quando nos separamos ele falou.

— E ai? Estão satisfeitos? – eles sorriram, mas rapidamente pararam como se um monstro estivesse atrás de nós.

Harry e eu nos viramos e demos de (certa forma) de cara com um monstro mesmo.

Snape nos olhava com um olhar matador.

— Uma falta de vergonha. Vocês estão em uma escola e não em uma praça. Menos 50 pontos dos dois!

“Que?! 50 pontos? Mas por quê? Esse velho tá é doido é?!”

— 50 pontos? Não fizemos nada de errado! – disse com raiva.

— Eu tenho os meus motivos e acho melhor a Srta. Ficar calada se não quiser perder mais pontos. – a essa altura todos do salão nos olhava.

“Como é? Tem seus motivos? Ciúmes é isso? Cara até onde sei você não me queria como filha e agora quer ter direitos sobre mim?”

— Lohane calma! – Harry falou baixinho segurando minha mão.

Eu ia ficar na minha, mas o olhar que o Snape lançou ao Harry quando ele pegou minha mão foi o suficiente para explodir com ele.

— Não Harry eu não vou me acalmar, porque eu cansei desse joguinho. – eu me levantei e fiquei de frente para Snape. Todos do salão estavam em silencio com os ouvidos bem atentos. – Vamos Snape porque toda essa implicância comigo? – ele ficou calado. – Eu não entendo porque você se incomoda tanto comigo e o Harry. Se a gente está namorando isso não é problema seu, você é apenas um professor. – eu olhava dentro de seus olhos, que demostravam muita raiva.

— Garota acho bom você se calar, você me deve respeito, sou seu professor...

— EXATAMENTE! Meu professor e não meu PAI. – vi ele estremecer um pouco, mas como já tinha começado não iria parar. – Então para de agir assim, porque sua filha morreu no dia que você a abandonou naquele orfanato. – muitos ali não entendiam, mas quem já sabia da verdade ficou surpreso assim como Snape.

— Você não sabe de nada... – sua voz carregava dor, mas eu não me importei, estava com muita raiva dele.

— O QUE, QUE EU NÃO SEI SNAPE? – comecei a gritar com ele. – QUE VOCÊ É MEU PAI? QUE VOCÊ ME ABANDONOU? QUE VOCÊ NUNCA QUIS SABER DE MIM? – algumas lágrimas começaram a descer. – QUE VOCÊ NÃO QUEIRA QUE EU VIESSE PARA CÁ? QUE VOCÊ NUNCA QUIS QUE EU SOUBESSE DA VERDADE? – eu balancei a cabeça de um lado pro outro. – Eu.Te.Odeio.Snape! – falei colocando toda minha dor e raiva em cada palavra.

Me virei para sair dali o mais rápido possível, mas parei ao ouvir um sussurro.

— Lohane me perdoa? – eu apenas virei um pouco à cabeça para o lado e falei.

— Nunca! – novamente lágrimas começaram a cair. Comecei a correr sem direção alguma, deixando que minhas pernas me guiassem para algum lugar.