Cold World's Legend escrita por Teud


Capítulo 5
Último Bem


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz uma viagem, e por isso o atraso '-' Bem, logo abaixo está o modesto capítulo. Espero que gostem!



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Em um mundo acinzentado

Um vermelho diferente de sangue

Encontrei em um canto isolado

Esperança, algo mais raro que um mangue.

Por mais que seja insurreta

E bastante indireta

Certamente de todos os perigos a protegerei

Com certeza um sorriso a ela trarei

No dia seguinte ao acordar, levantei da cama e olhei no calendário, vendo que dia era: vinte e cinco de dezembro de 2036. Ri com a ironia. Justo no Natal ele tinha um presente, que ao mesmo tempo era uma maldição: Bia. Mais uma responsabilidade sobre um mero adolescente que há poucos meses ficava o dia inteiro no computador e nem dava a devida importância para as bênçãos que a família lhe proporcionava. Agora que tenho sobreviver por mim mesmo, ainda tinha que cuidar de uma garota totalmente dependente. Enfim, eu não podia pedir melhor. Quem sabe nossas noites não possam ser divertidas?

Enfim, ao vê-la e olhar novamente para o calendário, lembrei-me de minha família e de tudo o que aconteceu. Lágrimas teimosas queriam escorrer pelo meu rosto.

Seis meses atrás uma forte tempestade se iniciou em todo o planeta. No primeiro segundo dela, aproximadamente 5,5 bilhões de pessoas morreram instantaneamente. Minha família morreu neste momento, presumo, e por isso me tornei um dos sobreviventes solitários e independentes. Após o primeiro momento da tempestade, os poucos sobreviventes começaram a se organizar em grupos. Bem, com a falta de comida, as pessoas se tornaram canibais e os grupos se autodestruíram. Nessa pequena brincadeira suicida, houveram mais 1,2 bilhão de mortos, totalizando cerca de 6,7 bilhões de mortos. A televisão, que me forneceu esses dados, funcionava até o terceiro mês de chuva. Depois disso as emissoras foram varridas pela tempestade, os equipamentos congelaram e as pessoas morreram ou fugiram. Depois disso a sobrevivência ficou ainda mais difícil. A humanidade estava desaparecendo rapidamente. As pessoas comem seus semelhantes como se fossem animais selvagens. É por isso que, em um mundo tão caótico com esse, foi uma incoerência eu ter salvado Bia.

Enfim, agora que estávamos juntos, tínhamos que ser uma equipe. Agir sempre em conjunto, e, acima de tudo, largar o orgulho de lado para ajudarmo-nos mutuamente. Em outras palavras, ela tinha que parar de ser tão teimosa.

"Ela largar esses vícios será difícil, mas talvez esse sequestro tenha ajudado a quebrantar o coração dela, pelo menos um pouco...", pensei.

Preparei o café da manhã: pão assado na hora na churrasqueira e água. Ao sentir o cheiro do álcool do fermento, Bia acordou faminta e veio exigindo comida com o mesmo jeito convencido de antes.

– Não aprendeu algo ontem? Deveria ser mais...

– Olha aqui: eu ainda não confio em você. O que você pretende fazer comigo afinal? Aposto que quer se aproveitar de mim...

– Não. Eu...

Eu não podia dizer. Se eu admitisse que a salvei pela esperança de que alguém me fizesse companhia, eu não seria alguém para se depender, e sim um dependente. Eu tinha que contorná-la.

– Eu não podia deixar uma garota tão bonita morrer no frio.

– Cavalheirismo?! Você não é nem um pouco cavalheiro, e sim um cavalo! Muito grosso para o meu gosto.

– Garota enjoada, escuta: você precisa colaborar. Senão...

– E você precisa se mostrar mais confiável!

– Eu arrisquei minha vida por você ontem! Quer mais alguma prova?

– Você apenas se salvou! Eu ter sido salva foi uma coincidência!

– Se fosse assim, eu não teria deixado você chorar em cima de mim nem teria a trago até aqui novamente.

– Mas você disse que não se importa com o que eu penso!

– Realmente não me importo. Mas... eu preciso de você perto.

– Nojento. Eu... não preciso de você... Então..

A voz dela era carregada de dúvidas e constrangimento. Ela estava apenas sendo "tsundere", ou seja, fingindo que não gostava de mim sendo agressiva.

– Pare você! Eu... - segurei os pulsos dela.

– O que pensa que está fazendo comigo? - Bia perguntou vermelha - Não é possível que você já...

– "Eu já" o quê?

– N-nada! Me solta!

– Não vou soltar até você se controlar. Fique calma. Se continuarmos assim, não poderemos ser uma equipe.

– Não q-quero ser uma equipe com um cara tão nojento como você! Suma da minha vida!

– Eu não vou desistir tão fácil de você. Custou muito trazê-la aqui.

– Antes não tivesse trago!

– Sua...!

Ela me empurrou alguns metros para trás. Agora havia me irritado de verdade. Ela realmente não valorizava o esforço que tive para salvá-la?! Eu iria dar um soco na testa dela e depois tentar convencê-la de que estava sendo pirracenta, porém ao me aproximar, ela simplesmente mudou sua expressão. Parecia meio apavorada, como se o pior pudesse acontecer.

– N-não se aproxime de mim! Eu... EU!

– Para com isso, sua idiota! Eu só...! - aproximei-me mais e então ela soltou um grito agudo.

Toda a casa tremeu junto com o grito, e em seguida o gesso do teto começou a desabar, juntamente com a chuva que invadira tudo rapidamente. E assim eu perdi meu último bem.


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Notas finais do capítulo

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