Cold World's Legend escrita por Teud


Capítulo 3
Loura Teimosa (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo aí para adiantar a história. Depois daqui, a história vai acelerar bastante. Antes de perceberem, estará concluída. Espero que gostem.



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Suspirei aliviado. Foi apenas dedução. Bia não era tão idiota para não perceber que eu troquei as roupas dela. Mesmo assim, eu tinha que ficar esperto. Ela pode até ter deduzido, mas... como ela conseguiu inventar aquela história dos deuses e do pecado original? Ou não foi invenção?

– Por que está tão assustado? - Bia questionou com um semblante brincalhão, contrastando totalmente com a expressão anterior - Eu só estava brincando!

– Ah, é mesmo? Ha ha ha ha... - disfarcei.

O assunto morreu repentinamente. Um vento gélido percorreu pelo cômodo, fazendo nós tremermos. Lembrei-me de outras coisas que eu havia de fazer, então declarei:

– Já volto, Bia.

Virei e fui para a cozinha. Peguei um copo, enchi de água três vezes, bebendo sem parar. Eu não bebia o líquido vital há um dia. Depois disso, peguei outro copo e enchi para ela, depois o levei até a cama. Ela bebeu tudo rapidamente, mas logo reclamou:

– Essa água tem gosto de ferro!

– Vai ficar reclamando de tudo o que te dou?

– Sim! Até você me der algo que preste!

– Ah... Não tô com paciência de discutir com criança...

– Criança?! Quem você tá chamando de criança, seu idiota?!

Nem respondi. Arranquei o copo da mão dela e o lavei junto com o que eu usei. Depois disso, fiz outras coisas na casa, como temperar a carne da caça que fiz no dia anterior e limpar a casa. Bem, eu não terminei de limpar, pois eu acabei caindo no sono.

***

Todos os dias eu saía para "roubar comida" e caçar algum animal de estimação abandonado. Um dia, antes de eu sair, Bia pediu:

– Me deixe ir com você?

– Não - respondi imediatamente.

– Mas eu...

– Mas nada. Vai pra cama.

– Mas eu quero ajudar!

– Você ainda está mal por ficar tanto tempo exposta no frio e chuva. Descanse mais um pouco.

– Não! Eu quero ir!

– Você não vai.

– Vou sim.

– Não vai.

– Vou sim.

– Não vai.

– Vou...

Dei um tapa na boca dela.

– Não vai e pronto.

Ela arregalou os olhos, surpresa pelo meu ato. Quando se recuperou, informou:

– Eu... não quero mais a sua companhia, seu insensível. Estou indo embora.

– Vai na fé - apoiei. Não gostava de crianças mimadas que nem ela. Se fosse assim, era melhor que ela sumisse de minha vida.

Bia se surpreendeu com minha reação despreocupada. Depois de alguns segundos, ela questionou:

– Você não se importa se eu partir?

– Se você quer ir, vá. Pra que eu vou te impedir? Até por que eu não gosto de meninas mimadas e teimosas. Sobrevivo melhor sozinho.

A loura franziu o cenho e partiu. Enfrentando o frio, logo vi que a silhueta dela sumiu na imensidão do cinza. Bateu um certo arrependimento, mas achei que assim fosse mais vantajoso para mim.

"Melhor sozinho do que mal acompanhado", pensei.


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Notas finais do capítulo

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