P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 34
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Eu tenho que deixar registrado que eu gosto especialmente desse capítulo!!
Espero que vocês dividam essa opinião comigo!
Sem mais delongas...
Enjoy!



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Capítulo 34 – Confissões

A festa de despedida de Lily tinha sido um sucesso, concidentemente, ela tinha sido também a minha festa de solteira. Eu tinha terminado de vez com Clay de uma forma sincera, mas que eu esperava que não se repetisse nunca mais. Ele realmente gostava de mim, podia arriscar a dizer que até mesmo me amava e, pior que isso, eu sabia a dor que estava causando a ele e isso me deixava mais sem jeito ainda. Mesmo assim eu terminei, disse que não podia continuar com ele, que não estava pronta para um casamento e que queria terminar tudo.

Clay não recebeu a noticia muito bem. Isso para dizer o mínimo. O pior de tudo era trabalhar no mesmo local que ele, se bem que, desde a cinza manhã de segunda em que eu lhe dei a noticia no almoxarifado, eu quase nunca mais o tinha visto. Ele tinha mudado de turno, algo que eu agradecia muito. Claro que isso já tinha acontecido há um ano e quase cinco meses, mas eu ainda ficava divagando sobre aquela festa... que festa... que gogoboys... o melhor, é claro, foi James ter aparecido com Hugo, Albus e toda a primarada dele. Isso com toda certeza, foi algo que eu nunca, jamais iria esquecer. Ah aquela festa...!

–Drª Sammer compareça a sala de emergência. – a voz monótona do alto falante me trouxe a realidade e eu corri para a sala que estava sendo requisitada.

Olhei no relógio de pulso, reprimindo um suspiro, eu tinha que buscar Helena na casa dela, tinha prometido que a levaria ao Beco Diagonal para comprar algumas coisas para seu aniversário de 4 anos, mas não iria conseguir chegar a tempo. Ainda tinha uma cirurgia para fazer em meia hora, e não iria terminar antes das 17 horas. Pedi uma pausa de cinco minutos e escrevi um bilhete a James dizendo que não iria conseguir chegar a tempo. Em menos que 30 minutos ele me respondeu.

“Hestia

Decidi levar Helena aquela praça perto da entrada trouxa do St. Mungus para te ver, ela ficou inconformada em você não poder ir comprar as coisas, então como você arrumou o problema, você lida com ela.

O que acha? Às 17 horas está bom para você?

James S.P.”

Xinguei James mentalmente, idiota babão. Ele nunca conseguia dizer não a Helena, era por isso que ela estava tão mimada. Mandei a resposta para ele, dizendo que provavelmente chegaria alguns minutos atrasada. Eu não gostava da ideia de me encontrar com Helena e James em um local trouxa, contudo acabei concordando. Depois me foquei novamente no hospital. Tirei todos os problemas da minha mente, eu tinha uma pessoa para salvar.

Surpreendentemente, eu consegui sair do hospital antes das 17 horas. Andei umas poucas quadras até chegar a tal praça que eu já tinha visitado algumas vezes. Olhei no relógio, ainda faltavam 25 minutos para as cinco e eu estava morrendo de fome, não tinha conseguido almoçar, então fui para uma lanchonete que ficava do outro lado da avenida e que eu frequentava nas poucas vezes que ia aquele lugar.

Fiquei atenta a hora enquanto pedia uma porcaria qualquer para comer, eu odiava comida trouxa, ou pelos menos grande parte das comidas trouxas, mas a comida daquela lanchonete em particular era até comestível. Sentei em uma mesa que ficava de frente para o parque, assim eu seria capaz de ter uma vista privilegiada da praça e podia ver quando James e Helena aparecessem. Eu ainda tinha um tempo antes que eles chegassem, ou assim eu pensava. Antes, porém, que meu relógio marcasse cinco horas da tarde escutei uma voz muito familiar me chamando de mamãe.

Olhei em volta a procura de Helena e a encontrei na praça, bem na minha frente. Me levantei para ir ao encontro deles. James estava sorrindo bobamente, mas Helena estava esperneando para se soltar do aperto dele, eu sorri com a cena. A garçonete, uma senhora de meia idade, que estava me servindo no momento acompanhou meu olhar e sorriu também.

–Tem uma bela família menina. – ela disse sorrindo.

–Obrigada. – agradeci sem tirar os olhos de James e Helena e sorri, bem nós parecíamos uma família trouxa normal aos olhos dessa senhora trouxa.

–Sua filha se parece com você, é linda. – disse a velha me fazendo encará-la. Ela não era a primeira pessoa que falava que Helena se parecia comigo, e eu imaginei se ela soubesse a verdade o que pensaria de mim e dessa “bela família”.

–Eu acho mais parecida com o pai dela. – respondi. “E com a mãe.” Acrescentei mentalmente.

–Bem, traga ela aqui para eu poder ver melhor, meus olhos já não são como antes. – a mulher sorriu.

Sorri olhando novamente para minha filha. James acenou para mim, ainda segurando Helena que esperneava para se soltar, acenei de volta mandando um beijo para Helena em seguida. Eu estava inflada de orgulho da minha pequena. Linda, sim ela era linda, era minha filha e eu estava feliz. Estava tão orgulhosa, que não conseguia deixar de sorrir. Então aconteceu... foi como se eu tivesse desacelerado o tempo, vi Helena conseguir se soltar do aperto de James e correr na minha direção conforme meu sorriso ia sumindo.

–Helena não! – gritei correndo para tentar alcança-la, eu sabia que era uma péssima ideia nos encontrarmos na Londres trouxa, eu sabia disso e fui burra ao concordar em pegá-la aqui.

James correndo de um lado e eu do outro, enquanto Helena corria a toda velocidade para me alcançar e entre ela e eu uma avenida cheia de carros. Foi o desespero que me fez pegar a varinha e executar um feitiço em uma avenida cheia de trouxas. Helena estava ziguezagueando entre os carros, mas antes que meu feitiço de levitação a atingisse um carro apareceu vindo sei lá de onde e eu vi o corpinho de Helena ser jogado do outro lado da avenida.

Foi como se meu próprio corpo tivesse sido atingido. Sufoquei um grito e continuei correndo para ela, quando cheguei até ela, um grupo já estava se formando em volta dela. Eu comecei a imaginar minha filha lá caída, ensanguentada e inconsciente e comecei a hiperventilar.

“Oh Merlin isso não pode estar acontecendo!” eu repetia a mim mesma conforme me aproximava. Eu estava com medo do que veria, não queria ver a cena da minha cabeça, por que ela estivesse... eu não podia pensar nisso. Não com ela, não minha Helena. Quando, enfim consegui ultrapassar os expectadores e me abaixei ao lado de Helena comecei a chorar compulsivamente, por que ela estava bem, consciente e só não se jogou em mim assim que me viu por que James a segurou no lugar, ela tinha batido a cabeça.

–Mamãe o carro bateu em mim. – ela contou.

Coloquei as mãos no meu próprio rosto, enxugando as lágrimas e para tentar me controlar, ela estava bem. Helena estava bem! Coloquei as mãos, no rostinho dela, eu tinha que senti-la.

–Você está bem amor? – perguntei.

–Estou mamãe. – ela respondeu – Papai posso levantar?

–Ainda não filha. – James respondeu e então eu o olhei.

–James nós temos que leva-la ao St. Mungus. – falei sem me importar com os trouxas a nossa volta.

–A ambulância já esta a caminho senhora. – respondeu um dos homens do grupo que nós cercava e tão logo ele fechou a boca eu escutei o barulho de sirenes e segundos depois médicos trouxas colocando a mão na minha filha.

–Não... – sussurrei.

–Hestia, calma. – disse James.

–Eu não quero trouxas colocando a mão na Helena. – disse e os paramédicos que já estavam colocando Helena em uma maca me olharam feio.

–Eu sei, mas calma. – James falou e eu percebi que ele confiava na medicina trouxa. Me lembrei, não sei por que, que eu tinha lido em alguma revista que James já fora atendido por trouxas. Bem, ele confiava neles, mas eu não – Nós a levamos ao St. Mungus em seguida, mas temos que ver se ela não fraturou nada o mais rápido possível.

Fiquei ao lado de Helena quase o tempo todo. Contudo enquanto os trouxas faziam exames nela eu estava ao lado de James na sala de espera.

–Ela vai ficar bem não vai? – perguntei não sei por que. James não era médico e não podia saber disso, mas eu precisava que alguém me dissesse isso, que Helena iria ficar bem.

–Claro que vai. – ele respondeu se aproximando de mim e me abraçando.

Eu recomecei a chorar. Apesar de odiar chorar na frente dos outros eu não conseguia me controlar ao pensar no que podia ter acontecido a minha filha.

–Shii, ela vai ficar bem, ela já está bem. – James me dizia.

– Vocês são os responsáveis pela menor Helena Potter? – perguntou um homem chegando ao nosso lado.

–Sim. – respondeu James. Eu fiquei calada, aos olhos da lei, tanto trouxa quanto bruxa eu não era nada da Helena, mas me deixei ser guiada a uma sala.

Nós entramos e nos sentamos, eu já estava quase pulando no pescoço do médico e o obrigando a falar quando ele resolveu abrir a boca.

–Bem, Helena não sofreu nenhuma fratura – percebi James suspirando de alívio ao mesmo tempo em que eu – contudo, ela bateu a cabeça com muita força, os exames não mostraram nada, mas por precaução vou mantê-la aqui até amanhã.

–Podemos vê-la? – perguntou James.

–Claro. – respondeu o medico – Vou levá-los até o quarto onde ela está Sr.º e Sr.ª Potter.

Entrei no quarto onde Helena estava e dessa vez corri para abraçá-la. Alguns minutos mais tarde James se lembrou de avisar a família dele e em pouco tempo o quarto ficou pequeno para os Potter e cia. Helena ficou internada um dia, mas pareceu que todo Potter, Weasley, amigos, parentes distantes apareceram para fazer uma visita. Helena adorou a atenção extra que estava recebendo e adorou ainda mais os presentes que estava recebendo.

–Mamãe – ela falou pela manhã enquanto eu a arrumava para ir embora – eu vou receber dois presentes de cada um no meu aniversário.

–Como assim querida? – perguntei sem entender.

–Todo mundo me deu presente ontem e meu aniversário esta chegando, não é? – ela perguntou pulando da cama antes que eu a pegasse.

–Sim, está.

–E eu vou ganhar presente de novo. – ela disse sorrindo.

Eu me abaixei para abraçá-la, minha malandrinha mais esperta do mundo. James que estava assinado alguns papeis apareceu na porta e pegou Helena no colo.

–Qual é a graça? – perguntou ele enquanto saiamos do hospital trouxa.

–Eu vou ganhar dois presentes. – disse Helena, mostrando dois dedinhos minúsculos.

James sorriu e eu revirei os olhos.

Aparatamos em frente a casa deles. Coloquei Helena na cama dela, enquanto James colocava um desenho para ela no DVD, ele era adepto a essa coisas trouxas.

–O que você que almoçar? – perguntei enquanto ajeitava a cama.

–Posso pedir qualquer coisa? – ela perguntou com os olhinhos brilhando.

–Qualquer coisa. – confirmei.

–Pastelão de rins. – ela disse sorridente.

–Ok, então teremos pastelão de rins. – falei me levantando.

–Mamãe, você vai cozinhar? – ela perguntou.

–Vou. – respondi.

–Aqui em casa? – ela perguntou novamente.

–Isso ai colega. – disse sem entender essas perguntas, até que ela olhou para o pai dela e falou:

–Olha papai, que nem a mamãe da Holly. – ela sorriu – A mamãe da Holly faz comida na casa dela.

–Eu faço comida para você em casa amor. – respondi sem graça.

–É, mas o papai não comi com a gente, agora ele vai comer com a gente que nem o papai e a mamãe da Holly. – ela sorriu mais ainda – A gente é normal agora.

Ela voltou sua atenção para o desenho e eu olhei para James que estava tão sem graça quanto eu. Fomos para a cozinha em silêncio, eu estava imersa em meus pensamentos, então Helena sabia que nós não erámos uma família normal, ela era muito esperta, entretanto eu gostaria que esse assunto específico ela deixasse passar.

–Holly é uma amiguinha dela. – disse James parando ao lado do balcão.

–É eu sei, ela já me falou algumas vezes. – respondi, encostando-me no balcão e executando os feitiços para pegar os ingredientes.

–Ela é bem esperta não é? – notei que ele estava corando.

–É, e não sei se fico feliz por isso ou fico brava pelas situações que ela nos coloca. – respondi sorrindo, sorri mais pelo fato de James estar corando do que pela própria piada em si.

–Nós podíamos fazer alguns jantares ou almoços só nos três algumas vezes – ele disse com um sorriso que eu já conhecia há muito tempo no rosto – para o bem dela.

–Me responde uma coisa. – pedi enquanto começava a temperar os rins.

–Manda. – ele estava sorrindo abertamente agora.

–Qual é a sua hein? – perguntei, sem me incomodar em ser gentil.

–A minha? – eu não estava mais olhando para ele, mas podia jurar que ele estava sorrindo.

–É, a sua – falei, me virando para encara-lo – não me venha com essa de “para o bem da Helie”, eu não posso acreditar que você esteja dando em cima de mim depois de mais de 10 anos e depois de tudo que nós passamos.

–Eu adoro a sua sinceridade. – ele respondeu jocoso.

–Você é muito imaturo sabia? – eu disse voltando a minha atenção para os rins.

–E você fica muito sexy com raiva sabia? – ele ainda tinha aquele tom brincalhão não voz.

–Você... – eu suspirei resignada, como eu podia resistir quando ele fazia isso? – é impossível!

–Hestia eu não entendo por que essa sua barreira. – ele disse de repente sério.

Parei de prestar atenção aos rins novamente, tentando achar alguma resposta para dar a ele, mas eu não tinha coragem de falar.

–Por quê? – ele pressionou.

–Por que a Olívia morreu – sussurrei – eu a matei e não me esqueço disso um só dia da minha vida James.

–Você tem que parar com isso. – ele disse se aproximando.

–Parar com o que? – eu me afastei dele – Você quer saber a verdade? – perguntei, mas não esperei para saber a resposta dele, agora que e tinha começado a falar eu não podia mais ficar calada – Eu só ajudei a Olívia no começo, por que isso envolvia a morte dela. Eu não sou uma boa pessoa, não deveria nem estar perto da Helena, por que eu não mereço o amor dela, não mereço que ela me chame de mamãe. Droga!

–Mas depois você passou a ajudar Olívia de verdade. – ele resmungou.

–Você lembra bem da Veritasserum hein? – foi a minha vez de resmungar.

–Lembro – ele disse com o olhar tristonho – lembro inclusive que você disse que me amava.

–Para James. – falei me afastando dele automaticamente.

–Parar com o que? – ele segurou meu braço repetindo a minha pergunta – Você disse que me amava, todos esses anos você me dá pequenas provas de amor todos os dias e agora que eu finalmente, finalmente parei de lutar contra isso, você me manda parar? Droga Hestia, para você, por que eu não vou parar, não até entender o que está acontecendo conosco.

–Não existe ‘nós’. – falei um pouco agressiva demais.

–Existe, sempre existiu e sempre vai existir. – ele apertou meu braço um pouco mais me trazendo para perto dele – E sabe por quê? – James esperou que eu respondesse, mas fui incapaz de abrir a boca – Por que apesar de tudo você é minha, com todos os seus defeitos é a minha Hestia.

–E se eu não acreditar em você? – não sei por que perguntei isso, foi tão “adolescente apaixonada” que depois que a pergunta saiu da minha boca eu corei. Eu não devia estra flertando com ele!

James pegou meu rosto entre as mãos e se aproximou de mim, meu corpo colado ao dele.

–Eu vou repetir todos os dias até você acreditar. – ele estava sorrindo e eu não conseguir segurar o meu sorriso.

–Me deixa cozinhar em paz Jimie. – falei me afastando dele.

–Você me chamou de Jimie. – ele estava sorrindo de orelha a orelha e eu mais uma vez naquele dia corei.

–Foi sem querer – admiti – agora será que eu posso cozinhar em paz?

James deixou que eu me concentrasse no que estava fazendo... por uns 10 segundos.

–Desde quando você sabe cozinhar? – eu olhei para ele e sorri.

–Desde que Helena começou a comer comida de verdade. – respondi.

–Útil. – James voltou a ficar sério e eu fiquei com medo da próxima coisa que fosse sair da boca dele – Hestia... como, como você sabia que Olívia tinha escolhido o nome da nossa filha?

–Por que ela me disse – respondi sem tirar os olhos do pastelão – pouco antes de morrer, foi a ultima palavra que ela disse... Helena. – falei me lembrando de tudo como se tivesse acabado de acontecer.

–Eu não sabia. – ele disse.

–Bem não é como se nós tivéssemos conversado muito desde aquele dia. – respondi.

Enquanto eu terminava de montar os pastelões e colocava no forno, nem eu nem James abrimos a boca. Foi um silêncio incomodo, mas que foi interrompido logo em seguida por James e eu agradeci, não queria que esse momento de conversa estranha e sincera acabasse.

–Quando você decidiu realmente ajudar? – ele perguntou.

–Quando senti Helena mexendo. – respondi – Acho que esse foi o momento que me fez mudar, o bebê estava lá, mexendo, vivo e eu não consegui simplesmente virar as costas.

–Depois você diz que não é uma pessoa boa. – ele resmungou.

–Quando você decidiu que não me odiava mais? – criei coragem para perguntar, achei que como eu estava respondendo a todas as perguntas eu merecia ao menos uma resposta dele.

–Eu nunca te odiei Hestia, eu só estava com raiva. – ele me olhou e eu quis desviar o olhar, mas me contive. Merlin eu era uma mulher adulta, tinha 29 anos, não podia ficar me comportando como uma adolescente!

–Então quando a sua raiva passou? – pressionei.

–No dia-a-dia, quando eu vi a força que você teve para lutar pela Helena, seu cuidado com ela e forma como você sempre evitava me ver. E naquele dia, você estava no quarto com a Helie e eu cheguei e fiquei olhando, a Helena te chamou de mãe e você disse que a mãe dela era a Olívia e o fato de que você nunca deixava de falar da Olívia para a Helena. – ele parou tomando fôlego e continuou antes que eu me recuperasse – Eu tinha medo, mas você me conquistou novamente, como se isso fosse possível – ele sorriu torto – eu nunca deixe de pensar em você.

“Todos esses anos depois de Hogwarts eu ia em busca de notícias suas e depois me sentia um idiota quando comprava uma revista de medicina em que você dava uma entrevista qualquer e então quando a você voltou para a Grã-Bretanha e a Rose foi morar com você eu me senti o cara mais sortudo do mundo por que eu iria poder saber mais de você. – ele sacudiu a cabeça e eu o olhava hipnotizada – Quando eu acordei naquele hospital e te vi, pensei que tinha morrido, por que você era o meu anjo e estava ali do meu lado; quando a Olívia falou que estava grávida eu me amaldiçoei e sabe por que? – ele não esperou que eu respondesse, mas de qualquer forma eu não tinha condição de responder mesmo – por que eu pensei, naqueles momentos que nós estávamos sozinhos que o destino tinha nos dado uma segunda chance me colocando ali com você. E então eu ia ser pai e eu pensei que era o fim de verdade por que eu jamais iria abandonar a Olívia.”

“Merlin, eu gostava da Olívia, muito e não quero desrespeitar a memória dela, mas eu não a amava. Ela sabia disso, nós conversávamos muito e Olívia era muito perceptiva, e também não ajudava que eu estivesse tendo sonhos com você todas as noites enquanto minha noiva e futura mulher grávida dormia ao meu lado. – ele corou – No casamento da Rose, eu estava com tanta raiva, raiva de mim por sonhar com você, raiva de você por aparecer nos meus sonhos que eu fui um completo idiota com você. E quando eu soube que Olívia tinha morrido, que você tinha... ajudado ela nessa loucura toda, eu perdi a cabeça, mas eu nunca te odiei. Eu jamais poderia te odiar mesmo se quisesse, por que você é parte de mim Hestia, assim como eu sou parte de você, eu sei que sou. Eu te amo.” – ele terminou em um sussurro.

Eu fiquei imóvel, sem saber o que fazer, sem saber o que falar. Tudo que eu queria era me atirar em James e dizer que eu também o amava, Merlin como eu o amava! Mas era pedir demais de mim, os últimos dois dias atrás tinham acabado com meus nervos, tinham me deixado exposta e então James estava dizendo que me amava. Foi ai que a fixa caiu... Ele me ama! Ele me ama! Ele me ama!

Fiquei repetido isso na minha cabeça, sem conseguir me mover, apenas o encarando e repetindo para mim mesma as ultimas palavras dele.

–Sabe, você deveria dizer alguma coisa. – ele sorriu. Então escutei um apito.

–O pastelão está pronto. – falei. Oh Merlin eu não falei isso!

–Você estragou o romantismo da coisa Hex. – ele riu.

–Não, não é que... é muito para digerir, primeiro o acidente da Helena – eu passei a mãos nos meus cabelos me aproximando de James – eu fiquei apavorada que alguma coisa pudesse acontecer com ela, eu não poderia suportar que alguma coisa acontecesse com a Helena e depois de 12 anos, 12 anos eu escuto você dizer que me ama. Há 12 anos eu espero por isso, eu sonho com isso e eu imaginava mil e uma formas de dizer que eu também te amo, mas eu simplesmente não consigo me lembrar quais eram essas formas porque eu estou esgotada e...

E James selou nossos lábios.

Não foi um beijo, foi mais uma caricia. Como o meu primeiro beijo. Entretanto fez meu coração disparar como há muitos anos eu não sentia. James colocou a mão na minha cintura me trazendo para mais perto dele, as mãos dele em seguida foram parar nos meus quadris e sem que eu soubesse como minhas mãos estavam nos cabelos dele o puxando para mais perto de mim. Meu corpo se encaixava perfeitamente no corpo dele, percebi com uma pontada de arrogância. James estava certo, eu era dele!

–Helena – consegui sussurrar. Nós nos separamos, mesmo permanecendo colado um no outro.

–É melhor levar a comida para ela. – ele falou ofegante e eu concordei.

Entrei no quarto com uma bandeja, James com a mão na minha cintura o tempo todo e eu mal conseguia conter o sorriso bobo que estava no meu rosto.

–Helena, filha... – chamei, mas minha espoletinha estava dormindo em sono pesado.

–Acho melhor não acordar ela, dormir em hospital é cansativo. – James ajeitou ela na cama, desligou a TV e abaixou a luz, ele deu um beijo em Helena, pegou a bandeja das minhas mãos e saiu do quarto.

Eu me aproximei de Helena sem conseguir acreditar em como aquele dia estava perfeito. Minha filha estava bem, estava dormindo segura em sua cama. E James... meu coração crepitava só em pensar nele, eu não sabia o que iria acontecer entre a gente a partir daquele momento, mas estava absoluta e completamente feliz enquanto olhava minha filha dormindo. Dei um beijo nela e sai do quarto deixando a porta entreaberta. James me esperava encostado na parede e meu estômago despencou quando o vi.

–É muito absurdo da minha parte, querer fazer amor com você agora? – ele perguntou sussurrando no meu ouvido e um arrepio passou por todo o meu corpo.

–Não, não é. – respondi com o fio de voz que me restava.

Então James me beijou. E enquanto me guiava para o quarto dele aprofundava nosso beijo e suas caricias. Ele já estava sem camisa quando me colocou gentilmente na cama e eu me encontrei novamente conforme ele me tomava para si.


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Notas finais do capítulo

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