P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 29
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Olááá
Hj não vou enrolar, só quero, mais uma vez, agradecer a quem está lendo!
Então é isso... Beijokas e aproveitem o cap.



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Capitulo 29 Decisões

Com 26 anos de vida eu não acreditava em sorte ou azar, ainda mais sendo bruxa. Mas eu tinha que admitir que sorte, se é que existia, era uma coisa que passava longe de mim.

– Amy! - eu tive vontade de socar o Ian, ele falava com aquela voz culpada de alguém que foi pego fazendo coisa errada, só faltava ele dizer que não era o que ela estava pensando.

Eu encarei Amy esperando pra ver o que ela iria fazer, por um momento eu me esqueci da dor, tanto emocional quanto física. Amy era minha amiga a tempo demais para eu não me preocupar com a reação dela.

Claro que eu não esperava aquela reação. Ela ficou nos encarando com o olhar atônito por vários minutos, então começou a rir. A vadia se dobrava de rir, ela encostou na parede e deslizou até o chão quase tendo uma convulsão de risos. Eu e Ian olhávamos de um para o outro e para Amy completamente perdidos.

– Vocês... a cara...

Ela não conseguia parar de rir tempo suficiente para falar.

Eu comecei a rir, era loucura, mas a cara do Ian, toda a situação era muito para a minha cabeça. De tudo que podia dar errado, pelo menos uma coisa deu certo. A última vez que eu lembrava de ter rido tanto assim fora quando Olívia me contara que estava grávida e morrendo. Como daquela vez eu comecei a chorar sem perceber, mas dessa vez o choro se sobrepôs ao riso. Eu tentei me mexer o que só aumentou a dor na perna e, consequentemente , o choro. Doía tudo. Eu queria poder me anestesiar, mas sabia que nem isso resolveria meus problemas.

Não me orgulho de dizer que sim, eu chorei como uma verdadeira adulta, as lágrimas escorriam do meu rosto uma atrás da outra, era um choro dolorido.

– Hestia eu te machuquei? - Ian perguntou meio desesperado, foi ai que eu percebi que nem ele, nem a Amy sorriam mais, ambos me olhavam assustados. E isso só aumentou meu choro.

– Helena... o James... não posso vê-la mais... - nem eu entendia o que saia da minha boca, duvidava que eles entendessem – a minha perna...

Ver Amy e Ian juntos me fez lembrar de Hogwarts e isso me fez quase ter uma crise. Mas é claro que eu estava me esquecendo de um detalhe... se uma coisa esta ruim e alguma coisa poderá acontecer para torná-la pior, acontecerá. Era tudo pior, um milhão de vezes pior.

Quais as chances de James chegar mais cedo em plena sexta-feira? Quase nenhuma, mas ele chegara. Quais as chances de Amy e Ian resolverem me visitar na mesma noite? Quase nulas, mas lá estavam eles. Quais as chances de Clay, meu namorado, aparecer na minha casa sem avisar? Inexistentes. Mas lá estava ele, me encarando da porta do quarto. Realmente a Lei de Murphy me adorava, acho que o próprio Murphy me adoraria se ainda fosse vivo; ótimo bruxo, péssimas teorias.

–Hestia? Amor, o que aconteceu? – Clay, ignorando tanto Amy quanto Ian, se aproximou de mim, sentando na cama e passando a mão no meu rosto enxugando as lagrimas que não paravam de escorrer. Ele então viu minha perna, que ainda estava com manchas de sangue seco no jeans e a cicatriz horrível que estava formando. O modo curandeiro entrou em ação, Clay pegou a varinha e com um ou dois feitiços minha perna estava perfeita, como se eu nunca tivesse estrunchado na vida. Mas eu queria uma cicatriz, queria lembrar que aquela briga, aquelas palavras foram reais. Masoquismo eu sei.

Clay então me abraçou e começou a sussurrar coisas sem sentindo no meu ouvido. Sinceramente, eu queria mandá-lo calar a boca, por que aquilo não estava ajudando, mas não conseguia falar. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, aliás, eu sabia sim, mas não queria admitir.

–O que vocês fizeram com ela? – Clay perguntou encarando Amy e Ian e ainda me mantendo abraçada a ele.

– Ora, cala a boca Jensen seu Traidorzinho de sangue! – disse Ian já sacando a varinha.

–Eu não tenho medo de você Zabine. – Clay se levantou, pegou a própria varinha que estava em cima da cama e apontou para Ian.

–Então eu vou te dar um motivo para ter. – eles iam começar a duelar no meu quarto e minha única reação era assistir o desenrolar da situação deitada, chorando. Eu queria me socar!

–Saiam. – a voz de Amy foi definitiva.

–Você acha mesmo que eu vou sair e deixar minha mulher sozinha com vocês? – Clay zombou.

Mulher dele? Desde quando eu era mulher dele?

Amy sorriu.

Se tinha uma coisa que eu temia mais que a ira da Amy, era aquele sorriso no rosto dela. Ela sacou a varinha, guardada no bolso interno da veste, com uma elegância digna de Rowena Ravenclaw. Com muita calma ela apontou a varinha para Clay. Cada movimento dela exalava magia. Naquele momento, sorrindo, segura de si, Ammelyne Woop, transparecia toda a pureza e a magia de seu sangue, uma magia que transcendia gerações. Ainda sorrindo, Amy mostrou a que veio, mostrou que merecera estar na Slytherin, ela emanava poder. Até mesmo Ian percebeu isso e se afastou, ele reconhecia quando era hora de sair de cena.

Engraçado que vendo Amy assim a imagem que veio na minha cabeça foi a de um Hipogrífo. Ela se comportou exatamente como um, que ao ser ofendido mostrou toda a sua realeza. Eu quis sorrir.

–Eu não estou pedido que você se retire desse quarto. – ela olhava diretamente para Clay – Eu estou mandado que você saia dessa casa Clay Jensen.

Com um movimento simples da varinha, mas que eu não consegui acompanhar, Clay foi empurrado porta a fora, sem ter tempo de nem mesmo abrir a boca. Amy permaneceu no mesmo lugar, sorrindo ate que percebeu a presença de Ian.

–Quer que eu o faça sair também Zabine? – ela perguntou.

–Não seja boba Amy. – Ian relaxou, mas a varinha de Amy ainda estava apontada para ele.

–Saia Ian. – ela disse. Ian vendo que ela falava sério, olhou mais uma vez para mim e então saiu.

Amy apontou a varinha para a porta e lançou um Abaffiato, em seguida olhou para mim.

–Agora a conversa é entre nós duas.

... ... ... ... ... ... ... ...

Encarei Amy sem saber o que falar. Eu estava intimidada, tinha feito tudo que ela dissera para não fazer e agora estava assim, completamente vulnerável. Ela iria acabar comigo e eu não estava em condição de enfrenta-la. Ainda permanecia deitada na minha cama, com meu rosto molhado e com minha melhor imitação da Murta-Que-Geme.

–Nem adianta me olhar com essa cara. – ela rosou para mim – Eu não tenho pena de você.

–Não seja cruel Ammelyne. – resmunguei.

– E por que eu deveria ser complacente com você? – ela me encarava de longe como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Se bem que covardia e fracasso talvez fossem contagiosos.

–Por que você é minha amiga? – perguntei ingenuamente.

–Eu venho ate sua casa para ouvir de um Traidorzinho que você é dele? – ela tinha uma expressão de nojo – Você não aprendeu nada Hestia?

–Eu não sei do que você esta falando. – resmunguei.

–Sabe sim. – ela quase gritou – Você sabe do que eu estou falando Sammer.

–Ora cale a boca Amy, você não sabe o que aconteceu, então cale a boca. – eu me levantei da cama.

–O que aconteceu então? – ela riu debochada – O Potter a proibiu de ver a coisinha?

–Não fala assim. – eu disse sentindo o sangue ferver.

–Falar como? – ela ainda sorria – Essas lágrimas que você derrama é por uma filhotinha de trouxa nojenta, um traidor mestiço que nunca te mereceu e uma trouxa que você mesma matou! – eu apontei a varinha para ela que imitou meu movimento – Você está mesmo chorando por causa disso? Não seja hipócrita Hestia.

Não sei qual de nos duas executou o primeiro feitiço, mas meu quarto virou um campo de duelo. Toda a raiva e a frustação explodiam em mim em forma de feitiços. Eu atacava e me defendia, mas atacava que defendia na realidade. O suor começou a brotar na minha costa, grudando na blusa, minhas poucas coisas eram atingidas e estilhaçadas uma a uma.

Nada saiu ileso. Nem meu quarto. Nem eu. Nem a Amy.

–Nunca mais repita isso. – eu gritei após atingi-la com um Alarte Ascendare– Nunca mais ouse ofender a minha filha, por que é isso que ela é: MINHA FILHA!

–Então por que você esta aqui se desmanchando em lágrimas sua idiota? – ela gritou de volta se levantando do chão. – Eu não me importo se essa menina é trouxa, mestiça ou sangue puro! Caso você não tenha notado Hestia, minha melhor amiga é uma mestiça!

Eu permaneci calada, olhando para Amy com um misto de raiva e carinho por ela que me aguentava há mais de 10 anos. Eu sabia disso, Amy mesmo sendo sague puro me considerava amiga, melhor amiga. Em meio a várias meninas sangue puro que dividiam o quarto conosco em Hogwarts ela fez amizade justamente comigo. Isso jamais me passou despercebido.

–Só não fale nada dela. – resmunguei sentindo toda a adrenalina se dissipar do meu corpo e o cansaço se abater.

–Pare de se comportar assim Hestia – ela abaixou a varinha – é vergonhoso.

–Assim como? – perguntei me sentando na beirada da cama.

–Assim, como se você fosse a vitima da vida. – ela disse se sentando ao meu lado.

– É bom ser vitima às vezes. – respondi.

–Eu sei, como você acha que eu ganho uma pensão gorda todo mês? – ela sorriu, eu acompanhei. – Só não faça disso um habito.

–James me chamou de assassina. – contei – Disse que me odeia, que nunca mais quer me ver.

–E qual a novidade Hestia? – ela revirou os olhos – Vocês dois vivem em pé de guerra desde que eu me lembre. Mesmo antes de terem alguma coisa já viviam discutindo, ai quando resolveram assumir o namoro virou aquele nojo todo. Ninguém suportava ficar perto de vocês nas primeiras semanas. – Amy fez uma careta – Dava nojo de verdade! E depois, quando vocês terminaram a coisa só ficou pior.

–O que você quer dizer? – perguntei.

–Eu não espero que Ian e eu casemos e formemos uma família feliz com filhos e uma casa. – encarei ela confusa – Por que eu não acho que ele me ame nem eu acho que o ame. Apesar de tudo, a nossa história, minha e de Ian e longa, cheia de defeitos, só que eu estou aproveitando a vida. A sua história com o Potter fica cada vez pior, cada vez mais complicada. De uma amizade infantil para um namoro adolescente que acabou de por uma bobagem. Mas e dai? Acabou. Deveria ter sido o fim, você deveria ter colocado um ponto final nessa historia já que não poderia apenas aproveitar.

–Eu coloquei. – reclamei.

–Não, não colocou – Ela me encarou – Quantos anos vocês ficaram sem se verem? Quase 8 anos, um pouco mais, um pouco menos. E quando ele voltou para a Inglaterra qual foi a primeira coisa que você fez? Você deu um jeito de se meter na vida dele... cala a boca, eu vou falar o que eu quiser – ela me interrompeu quando fiz menção de contradize-la – Você podia muito bem ter dito não a Olívia, podia ter se afastado, você mesma me disse que pensou em voltar aos EUA, mas não, você continuou aqui, continuou se encontrando com a mulher dele. Você provocou isso Hestia!

“E como se não bastasse tudo isso, prometeu matá-la. E você matou, matou, quase foi presa e condenada. Você tem noção do que é isso? Você quase foi parar em Azkaban pelo Potter! Merlin Hestia, mas isso ainda não foi o suficiente para você. Claro que não, vamos complicar um pouco mais a sua vida. Vamos nos aproximar da filha do Potter, vamos aprender a gostar da criança mais que gostávamos da mãe dela. Melhor que isso, vamos começar a amar a menina mais que amamos o pai dela. Você acha que eu não sei o que você sente por essa menina, mas eu não sou um monstro sem coração, eu sei muito bem o apelo que ela tem sobre você. Talvez eu não entenda, mas eu sei que é forte. Mas você podia ter evitado tudo isso desde o começo. Você podia ter-se afastado. Você não quis. Você sempre procurou ficar próximo a ele. Me diga Hestia, quantas revistas com artigos sobre ele você tem?”

–Nenhuma – respondi prontamente.

–Mentira Hestia. Quantas revistas você tem?

–Talvez algumas.

–Hestia...

–Muitas. – admiti corando.

–Eu sempre soube que você só aceitou morar com a Weasley para se sentir perto dele, não é verdade? – eu não respondi, do que adiantava mentir? – Hestia você o ama. Pior do que isso, você ama a filha dele. Você deu um jeito de se ligar a ele de uma forma definitiva, onde você sempre pudesse estar perto dele, mesmo que indiretamente. Aguente as consequências agora.

–Talvez você esteja certa. – respondi – Mas eu não vou me afastar da Helena.

–Da Helena ou dele? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha para mim.

–Eu já desisti dele Amy. – falei.

–Mentira! – ela sorriu debochada – Se tivesse desistido não estaria aqui nesse estado.

Amy estava certa. Mas isso não queria dizer que eu tinha que admitir isso para ela.

–O que pensa em fazer? – ela me perguntou.

–Sequestrá-la, levá-la para os EUA e criá-la como minha filha. – provoquei, Amy ficou pálida – Brincadeira.

–Nem brinque com isso Hestia! – ela ralhou – Ai sim você passa o resto da sua vida em Azkaban.

–Eu acho... eu vou tentar conversar com James. – disse – Tentar me explicar para ele.

–Vai tentar se aproximar dele. – concluiu Amy.

–Eu tenho namorado. – lembrei-lhe.

–Como se isso te impedisse de alguma coisa. – ela zombou.

–Você fala como se eu tivesse armado tudo. A morte de Olívia e tudo mais. – eu franzi o cenho, não gostava disso.

–Não armou, mas vai negar que tudo veio muito a calhar? – ela arqueou novamente a sobrancelha, eu revirei os olhos.

–Acho melhor dar um tempo antes de conversar com ele não é? – perguntei.

–Ou talvez não. Talvez seja melhor conversar logo, quando ambos estão a flor da pele, quando ambos estão emocionais e a ponto de fazerem loucuras...

–Hei, desde quando você é tão sádica?

–Eu estou falando sério. – ela riu – Quando você vai falar com ele?

–Amanhã. – respondi sentindo meu estômago se afundar de medo – Amanhã falarei com James.


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Notas finais do capítulo

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