P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 19
Nomes


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiie
E ai flores do meu jardim, como vão?
Ai está outro capítulo novinho em folha para vocês...
Bjosss e até o próximo.



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Capitulo 19 – Nomes

Suspirei sentando na poltrona no meu minúsculo consultório. O dia tinha começado bem, isso ate encontrar Clay Jensen. Minha cabeça doía, e eu queria simplesmente desaparecer. Eu tinha sido um pouco dura com Clay. Ok, na verdade, eu tinha sido muito, muito dura ao dar um fora nele.

Quer dizer, foras nunca foram minha especialidade. O que você esperava? “Clay querido, sinto muito mais eu não te quero, nem nunca quis. Só dormi com você por que estava bêbada.” Não existe jeito fácil de dar um fora!

Sai do hospital assim que o expediente acabou. Ainda tinha muitas coisas para fazer. Não topei com Clay o resto do dia, o que foi muito bom...

Aparatei em frente a uma casa pequena no subúrbio de Londres. Respirei fundo e bati na porta. “O que eu estou fazendo aqui?” meu subconsciente me perguntava aos berros. “Vá embora Hestia Sammer.”

Olivia abriu a porta e pareceu extremamente surpresa a me ver. Ficamos nos encarando por um bom tempo, antes de reagirmos.

–Eu não esperava ver você. – disse Olivia se afastando da porta e me permitindo entrar.

–Eu também não. – respondi.

A casa dela era... aconchegante, por falta de palavra melhor. Cheia de detalhes e coisinhas em todos os cantos. Muito diferente da minha que era... seca, em comparação a dela.

–Você aceitou então? – perguntou ela indo direto ao assunto.

–Não. – respondi. – Quero primeiro saber o que você quis dizer com tudo isso? Como assim cuidar do seu filho?

Olivia me levou ate a sala e se sentou em um sofá. Eu me sentei na outra ponta. Ela me ofereceu chá ou café, mas recusei ambos. Queria apenas saber em que estava prestes a me meter.

–Quero que você me explique o que quis dizer com aquilo tudo.

–Se o James soubesse não aceitaria, mas eu amo tanto essa criança aqui. – ela colocou a mão sobre o ventre, onde a protuberância já era bem saliente – Eu não posso deixar que matem meu bebê. Mas não consigo sozinha.

–Você quer que eu ajude no parto é isso? – perguntei buscando esclarecimentos.

–Também, mas mais do que isso quero que você cuide do meu bebê quando eu não estiver aqui.

Franzi o cenho. Meu Merlin! Ela já falava como se tivesse certeza que iria morrer, isso era no mínimo macabro.

–Já passou pela sua cabeça que eu não tenho nada a ver com esse bebê e que James jamais deixaria que eu me aproximasse dele?

–Você pode ver que eu tenho razão não pode? – ela rebateu sem responder a minha pergunta. – Você faria a mesma coisa não faria?

Eu não respondi.

–Então você quer que eu zele pelo bebê. Olha... – passei a mão pelos meus cabelos em busca de argumentos – James é bem capaz de cuidar muito bem do bebê sozinho. – falei um pouco em desespero. Onde eu estava me metendo?

–Ah disse eu não tenho duvida. Mas a questão não é essa.

–Então o que é? – perguntei exasperada. – Olha se você quer que eu faça alguma coisa por você é melhor começar a falar as coisas às claras e deixar de meias palavras. O que você quer que eu faça Olivia?

–Eu não tenho duvida que James será um bom pai. Mas o que esse bebê precisa é de uma mãe Hestia. Só que eu não vou estar aqui. Estou pedindo a você que seja a mãe do meu filho.

Oh merda!

... ... ... ... ...

Bem isso era no mínimo estranho.

–Então? – Olivia perguntou me encarando.

Eu ainda não conseguia absorver isso, era demais para a minha cabeça. Ajudar em um parto é uma coisa, afinal, quantos partos eu já não fiz? Muitos e muitos. Mas agora fazer o que ela estava pedindo era muito diferente.

Eu não podia apenas me impor na vida do James. Com ou sem bebê eu não tinha esse direito. Além do mais, ele provavelmente pensaria que eu estou completamente perturbada. Sem chance de eu fazer isso!

–Hestia... – chamou Russel me tirando do transe.

–Eu não posso fazer isso Russel. – respondi me levantando do sofá. – Eu não deveria nem mesmo ter vindo aqui. Sua vida não me diz respeito e se você quiser que eu ajude no parto ok, mas não vou me meter em mais nada.

Olivia se levantou também e abriu a boca para retrucar e provavelmente me contradizer, mas suas palavras ficaram presas na boca. Ela colocou a mão na barriga com uma expressão incrédula no rosto e contrariando todas as possibilidades começou a chorar.

Oh Merlin, agora a louca começa a chorar por minha causa!

–Ele mexeu. – ela disse com a voz embargada de emoção.

–O que? – perguntei sem entender.

–O bebê Hestia. – ela me olhou e estava maravilhada. – Mexeu.

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa ela já estava com as mãos sobre as minhas e colocando em seu ventre. Não tive tempo de fazer nada, pois logo em seguida um movimento sutil atingiu minha mão e eu fiquei paralisada.

O bebê. O bebê de James. Um pedacinho dele está ai dentro. Não acreditei no que tinha sentindo. Era... sublime. Uma vida... o filho de James. Oh Merlin, eu não podia deixar esse bebê morrer. Não podia. Era James também. Eu não podia abandona-lo, não de novo.

Olhei para Olivia que ainda estava aos prantos e percebi que meu rosto também estava úmido. Tirei a mão de sua barriga e sequei minhas lagrimas. Era só o que faltava! Eu chorando na frente dela.

–Eu não posso deixa-lo desamparado. – ela disse me encarando. – Você vê a razão disso não vê?

Sentei no sofá, me sentindo incapaz de continuar de pé e massageei minhas têmporas. Eu precisava pensar...

–É loucura. – respondo por fim. Eu sei que vou me arrepender mais tarde, mas não consigo me conter quando relembro o que minha mãe falou: “ Filha é mais fácil, não menos complicado, nem menos doloroso, mas certamente é mais fácil você lidar com as consequências de algo que você fez do que ficar se remoendo imaginando o que podia ter acontecido se você não tivesse se omitido.” – E eu provavelmente sou maluca.

–Isso é um sim? – ela pergunta meio que sorrindo.

–É – respondi sentindo náuseas só de pensar no que eu estava me metendo – Eu aceito cuidar do bebê, mas não vou ser a mãe dele. Vou ser no máximo uma... Tia. – respondo lembrando-me do apelido irritante que meu avô me chama e surpreendentemente eu sorriu.

... ... ... ...

–Eu andei pensando em nomes... – Olivia estava dizendo. Depois que eu aceitei a proposta dela ela começou a falar sem parar e eu apenas acenava – Tenho vários em mente, mas é claro que James tem que gostar também e você. Temos que chegar a um acordo com isso. Ah e com todas as outras coisas também. A cor do quartinho, por exemplo, e...

–Cala a boca por um momento Olivia. – disse.

Ela parou e me olhou em seguida sorriu. Eu ainda achava que ela era louca, mas afinal não era eu que tinha aceitado o pedido dela? Só que agora eu me perguntava o porquê. Por que eu tinha aceitado esse pedido descabido dela?

Eu não gostava dela. Era trouxa. Era a namorada do James e estava gravida dele. Definitivamente eu não gostava dela. E convenhamos, eu poderia sobreviver sem James. Tinha feito isso por anos. “Mas ai esta uma chance de você ficar perto dele.” Disse uma voz irritante no fundo da minha mente.

“Se ela morrer você fica com ele.” Eu não acreditei que pensei isso. Senti meu rosto esquentar, corando por pensar isso aqui na casa dela. Eu não deveria ser tão insensível com a morte eminente dela, mas mais uma vez eu não deveria estar aqui e estou, por que não começar a aceitar os fatos então?

Era por isso que eu estava ali. Não por causa de Olivia Russel... talvez por causa do bebê que é filho do James, mas também não é só por causa disso. Estava ali por causa de mim mesma. Por que eu tinha a chance de ter James mais uma vez.

Pensar assim é maldade eu sei. Mas eu estou apenas pensando em mim mesma. Isso não é errado...

–Hestia desculpe. – disse Olivia me tirando do transe – É que eu estou tão feliz que você tenha aceitado e tão feliz que você vá cuidar do meu bebê que não consigo controlar.

–Você sabe que eu não estou fazendo isso por você não é? – perguntei interrompendo-a.

–Ah eu sei. – ela me garantiu. – E é por isso mesmo que eu pedi a você. Você esta fazendo isso pelo James e também pelo bebê, mesmo que você não admita agora.

–Por que eu?

–Eu já respondi isso. – ela falou – Por causa do diário.

Não falei nada. O diário agora estava muito bem escondido em um baú e não sairia de lá nunca mais se dependesse de mim. Ele já tinha feito muitos estragos na minha vida.

–Então como eu estava dizendo, pensei em alguns nomes... não sei o que vai ser, mas tenho alguns tanto se for menina quanto se for menino.

Eu a encarava sem conseguir entender como ela tinha tanto entusiasmo ao falar de um filho que não veria crescer.

–Que nomes? – perguntei quando a curiosidade venceu.

–Bem... eu gosto de Dylan, Brian e Jason para meninos. O que você acha? – ela perguntou.

–Eu... – bem, eu achava muito estranho discutir nomes para o filho do James com a noiva dele isso sim. – Não gosto muito de Dylan, quanto aos outros dois nada contra.

–Jason James não fica muito bom. – ela refletiu. Era horrível isso sim. – Pensa: Jason James desça para o jantar... fica horrível.

Comecei a rir. Pelo menos ela era sensata... as vezes.

–Ok, Jason esta fora. Brian então. Brian James... Soa legal.

Assenti sem falar nada.

–Hestia você tem que falar alguma coisa. – ela disse – dar sua opinião.

–Vamos aos poucos com isso ok? – disse incomodada. – Acabei de entrar nessa historia.

–Tudo bem... Nomes de meninas... Quais você gosta? – ela perguntou.

–Olha Olivia eu nunca pensei em ser mãe, portanto nunca pensei em nomes de bebes. – falei. Era mentira. É claro que eu queria ser mãe, mas isso era quando eu estava namorando com James, outra era... quanto aos nomes, esses realmente eu nunca tinha pensado.

–Bem eu pensei. Gosto de Susan, Katherine, Helena e Pan. O que acha?

–Susan não é o meu preferido. – disse tentando soar normal, mas o que tinha de normal nessa cena? Nada de nada.

–Ok, então Susan esta fora. Alguma coisa contra os outros três?

–Nada contra. – respondi. Eu já estava chegando ao meu limite, ficar aqui pensando em nomes para o filho do James não é algo saudável. Era doentio isso sim. – Eu vou embora. – disse me levantando. Olivia deve ter visto que para mim não dava mais já que não tentou me impedir.

–Tudo bem. – disse ela – Eu vou a sua casa ainda essa semana. Ainda temos muitas coisas para resolver. – antes que eu pudesse fazer alguma coisa ela estava me abraçando. Não me movi. Eu não era dada a abraços e risinhos. – Obrigada Hestia. – ela falou.

Não disse nada. Eu não sabia o que falar. Acenei com a cabeça e sai.

Aparatei na porta da minha casa. Entrei e encontrei Rose no meio de varias caixas.

–O que é isso? – perguntei sem entender.

–Estou arrumando minhas coisas. – ela respondeu – Me caso em duas semanas.

–Mas já? – perguntei surpresa. – por que a pressa?

–Nós já demoramos demais. – ela respondeu sem conseguir esconder o sorriso. – Estou levando minhas coisas aos poucos para o apartamento do Scorpius.

–Você vive mais lá do que aqui de qualquer forma. – disse indo em direção à cozinha.

Ela riu. Peguei a varinha e trouxe uma cerveja amanteigada e comecei a fazer um sanduiche com os restos que tinha na geladeira. Algumas coisas trouxas eram realmente uteis.

–Quer ajuda? – perguntei a ela.

–Não. – ela gritou da sala. – Mas um sanduiche desse que você esta fazendo seria bom.

Resmunguei alguma coisa e comecei a fazer outro. Entreguei a ela e me espalhei no sofá.

–Você vai ao meu casamento não é Hestia? – ela perguntou.

–Não sei. – admiti. Eu não queria ver James. Ok, na verdade eu queria, só não queria ser ignorada por ele mais uma vez.

–Ah que isso... – ela começou a reclamar me encarando. – Não seja idiota.

–Cale a boca Rose. – respondi. Eu não estava com animo para nenhuma discursão, não depois de tudo que tinha acontecido na casa da Olivia.

–Então diga que vai ao meu casamento. – insistiu ela.

–Onde vai ser? – perguntei.

–Na Toca.

A Toca. Eu já tinha ouvido falar desse lugar. Era a casa dos avôs de James. Ele sempre me contava sobre as férias que quase sempre passava lá.

–Não vou. – respondi indo para o meu quarto.

–Você vai. – retorquiu Rose, sem se alterar.

–Me obrigue!

Fechei a porta do meu quarto com a certeza de não ir a esse casamento, mas Rose era teimosa como uma Grifinória que era, ela não iria descansar ate me convencer. Disso eu tinha certeza. Uma das poucas coisas que eu tinha certeza na minha vida.


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Notas finais do capítulo

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