Lord's Princess escrita por Brigadeiro


Capítulo 9
8 - Mesmo Sem Entender, Eu Confio Em Ti


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, amados e amadas.

Meninas, vocês se lembram do meu blog? Ja postei algo, se quiserem ver...

http://jornada-de-amor.blogspot.com/

Me desculpem a demora, de verdade. Agradeço todas as orações, todo o apoio e o incentivo. Quero agradecer especialmente a Cybella, meu anjo enviado por Deus para cuidar de mim aqui no site; a Maria Clara Silva, uma amiga que fiz a pouco tempo mas que já me ajudou muito; e a Raabe, a minha nova parceira no quesito músicas da Fernanda Brum rsrsrs. Obrigada, meninas!

Vamos a mais um capítulo. O nome deste é retirado da música Mesmo Sem Entender, do Thalles Roberto. Essa música é simplesmente muito linda.

Boa leitura.



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ISABELLA PDV

Chegamos em casa totalmente exaustos depois de toda a festa na agência. Minha cabeça estava doendo, eu odiava quando tinha de ser severa com algum funcionário, o que era a maior parte do tempo.

Pelo menos as fotos da Rosalie ficaram perfeitas, ela seria um grande sucesso se nos deixasse trabalhar com ela direito.

— Comida! — Emmett anunciou assim que colocamos os pés na cozinha, onde havia uma mesa cheia com um jantar que parecia maravilhoso. — Felícia, eu te amo!

— Acho que ouvi meu nome — Felícia surgiu na sala de jantar com um pano de prato no ombro e um sorriso no rosto — Imaginei que chegariam cansados da agência.

— Imaginou, certo! Estou faminta! — comentei já sentando. O frango assado no centro parecia me chamar — Emmett aprontou novamente.

Felicia suspirou enquanto todos se sentavam, Emmett puxou a cadeira ao seu lado para Rosalie, que corou e agradeceu; em menos de um minuto todos os pratos estavam cheios com as maravilhas que Cici preparou. Edward sentou-se à minha direita, Edeline entre nós dois. Fiz um prato pequeno para ela, sabendo que se comesse demais ficaria sentindo-se pesada e não conseguiria dormir.

— O que é isso? — Edward perguntou, apontando para uma jarra cheio de um conteúdo roxo.

— Meu suco de amora! — Eden comemorou. Ela me estendeu seu copo — Enche tudo, mamãe.

— Suco de amora? Não me diga que gosta de suco de amora!

Enchi o copo de Eden enquanto olhava interrogativamente para Edward.

— Ela não gosta, ela ama. Desde bebê, ela não passa uma semana sem tomar pelo menos uma jarra cheia, meu camarim inclusive é cheio de caixinhas de suco para ela. Foi a primeira bebida que ela aceitou tomar depois do leite materno — informei-os.

— Uau! Isso é incrível! — Rosalie exclamou.

— O que é incrível?

 Alice e Emmett também ficaram curiosos, assim como eu.

— Edward também é viciado em suco de amora. É a única coisa que não falta na nossa casa.

A coincidência agradável resultou em uma divertida gargalhada. Felicia se recolheu antes de nós, alegando que amanhã daria um jeito na louça. A essa altura já estávamos com os pratos limpos, apenas a conversa reinava na mesa.

— Rose, já escolhi a sua roupa para o jantar com meus pais — disse Alice.

— E ainda temos alguns detalhes a acertar — Emmett olhou significativamente para Edeline e Dominique. Eu entendi o recado. Elas tinham que sair para podermos conversar.

Olhei para o relógio. Leah deveria estar em seu horário de aula, então não estava na mansão. O quão difícil poderia ser para duas meninas se aprontarem para dormir sozinhas?

— Hum... Garotas, porque não sobem e colocam o pijama? — perguntei.

— Sozinhas? — Eden questionou.

— Sim, vocês já são bem grandinhas. E escovem os dentes também — orientei. — Filha, empreste um dos seus pijamas de princesa para Nick e escolham um filme para vermos na sala de TV antes de dormir.

Não precisou ser dito mais nada. As duas subiram correndo feitos furacões. Eu ri.

— Liberado. Explique a situação, Emm.

— Como sabem, nossos pais não têm ideia de que Edward foi contratado para fingir ser pai do Edeline. Eles acham que Bella contratou um investigador e encontrou o pai biológico dela. Esta é a história que vocês vão manter.

— Você sabe onde está o verdadeiro pai, Bella? — Rosalie me perguntou. Pelo olhar de Edward, ele também queria muito saber.

— Você sabe que Edeline é produção independente, não sabe? — dei de ombros. Ela assentiu. — O doador era anônimo. Escolhi uma ficha com as características que mais me chamaram a atenção e pronto.

— Deve ter sido uma decisão difícil. O mundo acompanhou sua gravidez, me lembro de assistir matérias sobre isso. A mídia julgava muito sua escolha — Rose comentou. — Você escolheu o sexo?

— Não. Me informaram que eu podia tentar escolher e eles davam 75% de chances de acerto, mas preferi deixar o destino escolher — suspirei, lembrando-me feliz da ansiedade em que fiquei enquanto esperava Eden chegar ao mundo. — Como sabe que é possível escolher o sexo, Rose?

Rose e Edward se entreolharam e ficaram quietos.

O que estava acontecendo?

ROSALIE PDV

Eu sabia que Edward ainda se culpava dia após dia pelo que fez no passado e, provavelmente, não queria que mais ninguém conhecesse seu erro. Eu não deveria ter tido nada.

— Rose? Você está bem? — ouvi a voz grave de Emmett me perguntando.

— Estou. Ah, eu assisto muitos documentários — lancei um olhar penetrante a Edward, ele levou o dedo indicado à boca sinalizando silêncio.

— Você é inteligente.

Eu lancei um sorriso tímido para ele. Emmett conseguia me fazer corar como nunca corei antes na vida. Ele me chamou a atenção desde o primeiro minuto, como interagia com as crianças, seu jeito estabanado e doce, o modo como ele era inocente apesar de grande.

— Obrigada.

— Você poderia ter tido qualquer homem, mas foi a uma clinica de fertilização? — Edward perguntou. — Por quê?

— Porque eu queria um filho que nunca vinha. Todos com quem eu me envolvia só estavam atrás do meu dinheiro e eu me recusava a dar um pai oportunista ao meu filho. Foi então que Alice veio com a proposta... E decidi que seria melhor não existir pai nenhum.

— Levei Bella a uma clínica e ela escolheu um perfil de doador. A clinica o contratou e até hoje não sabemos quem é — Alice interrompeu a irmã. — Portanto, Edward terá de ser convincente quando contar que doou esperma por algum motivo que ainda temos que inventar.

— Ah, pode deixar essa parte comigo. Conseguirei ser bem convincente.

Olhei novamente para Edward, pude ouvir apenas um suspiro saindo de seus lábios antes que ele falasse novamente.

— Tudo bem. Então, vocês mentiram para os seus pais por que...?

— Porque Dona Esme Cullen é a mais amorosa e dedicada mãe do mundo, porém é mais feroz que um leão para defender seus filhos. E isso inclui não deixar que eles errem — foi Alice quem me respondeu. — Já foi difícil demais eu conseguir fazê-la concordar com a ideia da inseminação, ela jamais nos deixaria contratar um ator para se fingir de pai da neta adorada dela.

Eu gemi.

— Estou começando a realmente ficar com medo da mãe de vocês.

A descrição de Esme Cullen, naquele dia, realmente me amedrontou. Quero dizer... O que ela faria se não me achasse adequada? Meus medos podiam ser ridículos, mas eu não me achava nem um pouco adequada para nada.

— Não precisa ter medo dela, ursinha. Mamãe é linha dura, mas é fácil conquistá-la.

Todos olharam para ele incisivamente, inclusive eu. Que apelido era aquele?

— Ursinha? — Bella questionou.

Alice caiu na gargalhada, seguida por Bella e Edward. Eu corei violentamente, junto de Emmett.

— Bem... Todo mundo te chama de Rose, eu precisava ter algo mais especial. Seus cabelos me lembram da história de cachinhos dourados, mas “Cachinhos” é muito idiota. Só sobraram os ursos na história.

E ele deu de ombros, como se tivesse dito a coisa mais sensata do mundo. Naquela hora eu caí na gargalhada junto com os demais. Emmett Cullen, realmente, era uma figura a parte.

— MAMÃÃÃÃE! — ouvimos o gritinho fino de Eden vir do andar de cima.

Todos nós corremos para a sala de estar, Edeline estava gritando no topo da escada e parecia assustada.

— O que houve, princesa? — Bella perguntou, abaixando-se na frente da filha.

— Nick e eu estávamos escovando os dentes quando ela começou a gritar, de verdade. E agora ela ta assim, ó...

Edeline começou a respirar em arquejos. Assim que ela pronunciou o nome eu já estava correndo para o quarto. Antes mesmo de vê-la, eu já sabia o que ela tinha.

— Edward, corra lá embaixo e pegue o picador na minha bolsa!

Dominique estava curvada com a mão nas costas, escorada nos azulejos brancos da parede do banheiro de Eden. Eu me abaixei à sua frente e apoiei suas costas com a minha mão esquerda, enquanto a direita acariciava seus cabelos dourados.

— Querida fique calma. Fique calma, Nick. A dor vai passar, filha, prometo!

— A porta bateu nas minhas costas — ela chorou.

Ela me obedeceu, mas eu sabia que a dor era forte. Eu odiava acontecia algum acidente assim, ela ficava desesperada e eu também. Ela tentava se acalmar, seu rostinho estava todo vermelho e suado, seus olhos estavam molhados de lágrimas e repletos de medo. Eu comecei a chorar também.

— Aqui está!

Nem mesmo esperei Edward entrar no banheiro, corri até ele e tomei o picador de suas mãos. Eu sempre o deixava perto de onde estivéssemos para acidentes como esse. O que chamávamos de picador era um aparelho pequeno cheio de um forte remédio para dor, ele dava uma pequena picada no dedo da pessoa e liberava direto na corrente sanguínea o remédio, que aliviava a dor em menos de dez minutos. Ele recebeu esse nome de Dominique, porque ela dizia que o aparelho mau picava seu dedinho.

Nick já sabia o que fazer. Ela segurou o objeto em suas mãos e apertou o botão, apertou os olhos no momento da picada e depois me abraçou. Aquilo tinha custado quatro meses de salário do Edward, mas foi o dinheiro mais bem gasto de toda a nossa vida. Depois de alguns minutos de pura agonia da minha parte, minha filha respirou fundo e eu soube que a dor começou a ceder.

— Está tudo bem, querida. Já acabou, você vai ficar bem...

Envolvi meus braços ao redor de seu pequeno corpo e a puxei para mim. Olhei para os outros pela primeira vez. Edward parecia calmo, já estava acostumado com as crises. Emmett e Alice, por incrível que pareça, estavam chorando também. Eden estava no colo da mãe, ambas com cara de assustadas.

— Está tudo bem? — Emmett perguntou, limpando as lagrimas disfarçadamente.

— Sim. Ela vai ficar bem.

Dominique, agora mais calma, sorriu para Emmett. Em seguida ela fez algo que me surpreendeu: ela esticou os braços para que Emmett a pegasse no colo. Edward levantou as sobrancelhas, estava tão surpreso quanto eu porque geralmente a Nick não desgrudava de mim quando isso acontecia.

Assim que Dominique esticou os braços, Emmett a pegou. Ele parecia tão grande perto dela, mas senti como se minha filha estivesse mais segura nos braços dele do que em qualquer outro lugar. Ele a ergueu até os ombros e sentou-a ali.

— Está melhorando, gatinha? — ele perguntou. Ela apenas confirmou com a cabeça e deixou a cabeça no colo dele.

— Não aperte muito as costas dela, Emmett — Edward alertou.

Emmett afrouxou o abraço nela e descemos de volta para sala. Todos estavam tensos, Edeline estava assustada.

— O que exatamente ela tem, Rose? — Bella foi quem perguntou.

Suspirei, tentando encontrar um jeito de resumir o longo histórico médico da minha filha.

— Quando ela era um bebê, menos de um ano de idade, um pequeno caroço apareceu nas costas dela. Levamos ela ao médico e nos disseram que aquilo era comum em crianças pequenas e que não tínhamos que nos preocupar porque era inofensivo e sumiria com o tempo. Mas então o tempo passou e o caroço crescia, até que ela começou a ter dores no local do caroço e a ter febre por conta das dores. As febres levaram a convulsões. Uma biopsia foi feita, ela revelou que um lipoma, uma pequena bola de gordura que se aloja debaixo da pele. É considerado um tumor benigno... Por enquanto.

Respirei fundo para engolir o choro. Não queria parecer fraca na frente deles, principalmente na frente de Emmett.

— Um lipoma geralmente não causa dor e é fácil de resolver, mas no caso da Dominique ele está alojado debaixo do músculo, o que causa as dores e dificulta a remoção. Quando ela bate ele em algum lugar, usamos esse aparelho que aplica analgésicos diretamente na corrente sanguínea dela. Mas de vez em quando ele se mexe alguns centímetros, porque ela está crescendo e quando faz movimentos muito bruscos, e aí a crise de dor é tão intensa e longa que precisamos corre com ela para o hospital. A retirada pode ser feita através de uma cirurgia que não temos como pagar. Ela está na fila do sistema publico, mas existem milhares na frente dela — Edward quem continuou a história por mim. Eu olhei para o teto, lembrando a mim mesma de que nossas orações foram atendidas e que tudo logo seria passado. — Nosso maior medo é que ele está ficando maior e mais rígido. Se crescer mais, ela vai ficar corcunda. Se ficar mais rígido ainda, vai evoluir para um liposarcoma e aí é quando se torna maligno.

Pude perceber Bella apertando Eden em seu colo inconscientemente, o instinto materno agindo. Alice estava quieta. Emmett parecia mais apavorado do que eu.

— Vamos levá-la a um especialista ainda nessa semana! — ele exclamou.

— Vocês estão salvando a vida da minha filha, serei eternamente grata a vocês — eu disse com a cabeça baixa, envergonhada. Eu era uma péssima mãe, dependia da ajuda de estranhos para cuidar da minha filha.

Foi então que Emmett apertou a minha mão livre e, quando olhei para ele, estava sorrindo para mim. Não, não eram mais estranhos. Eram amigos.

— Mal dá para perceber que ela tem algo nas costas — Alice comentou.

— Se você não souber o que está procurando, é difícil perceber. Mas se olhar com atenção percebe que seus ombros são um pouco mais curvados do que o que uma criança comum.

Dominique fungou no colo de Emmett, parecia mais calma agora. Ela sabia exatamente o que tinha, mas se constrangia quando falávamos disso. Ela já sofreu muito com isso. Emmett sentou-a em seu o joelho e sorriu para ela.

— Agora que esta pessoinha está bem, que tal jogarmos algo divertido? — ele sugeriu.

Nick acenou positivamente e Eden gritou: — QUEST!

Eu não fazia ideia do que era “Quest”, mas fui rapidamente orientada a jogar. Quest era um jogo de perguntas e resposta, algumas bobas e outras mais complicadas. Nós nos organizamos em uma roda no meio da sala de estar e o tabuleiro foi posto em cima de uma mesinha. Havia várias cartas que ficaram com Alice, já que ela seria a juíza. O jogo funcionava da seguinte maneira: você escolhe um numero de 1 a 5 e Alice faz a pergunta que está no número da carta da frente, cada acerto avança uma casa e quem chega no fim primeiro ganha.

— Vamos tornar isso um pouco mais interessante — Emmett disse — Quem vencer o jogo ganha um prêmio.

— Que tipo de prêmio?

— Essa é a parte legal! O vencedor vai exigir o que quiser de quem ele quiser. Por exemplo: se eu ganhar posso pedir um beijo a Rosalie.

Eu corei. Novamente. Emmett não era nada sutil.

— Vamos começar! — Alice bateu palmas entusiasmada e pegou uma carta. — Rosalie, você começa. Escolha um número.

— 2.

— Qual é o nome do inimigo das Meninas Superpoderosas que é um bicho?

Eu sorri. Se todas as perguntas fossem fáceis assim, eu ganharia.

— Macaco Louco.

— Está certo! — Alice pegou meu pininho e avançou — Bella, sua vez.

— 1.

— Pular corda durante uma hora queima mais ou menos do que 700 calorias?

— Menos. Queima 400.

Quando Alice disse que ela estava certa, eu arregalei os olhos. Como pode alguém saber exatamente quantas calorias se gasta em algo? Depois de Bella foi a vez do meu irmão, ele escolheu o numero 1.

— Complete o provérbio: “Diga-me com quem andas e eu te direi...”

— Quem és.

— Certo!

Logo depois foram às vezes de Nick e Eden. Eden errou sua pergunta, pois não sabia o que significava a sigla CD. Confesso que eu também não sabia, só descobri que a resposta era Compact-disc quando Alice revelou. Já Nick recebeu uma pergunta fácil – qual cor é formada pela mistura do azul e do amarelo? – e acertou, avançando uma casa. Porém, o ponto mais alto do jogo foram as rodadas de Emmett. Jogamos aquilo por um bom tempo e demos muitas risadas com ele. Não importava se a pergunta era fácil ou difícil, Emmett sempre errava.

— No filme Shrek, o ogro faz amizade com um animal que o ajuda a resgatar a princes. Que animal é este?

— O GATO DE BOTAS!

— A palavra “cadeira” é: paroxítona, proparoxítona ou oxítona?

— Ela não é nada dessas coisas e está chateada por você tê-la xingado desta maneira.

— Como se chama o dinheiro no Japão: Ione, iene ou iang?

— Amy e Yumi!

— Qual a capital do Brasil?

— E o Brasil tem capital?

— Claro que tem, Emmett! — Bella gritou, totalmente constrangida pela burrice do irmão.

— Ah, sim! É São Paulo!

Eu não sabia se ele estava fazendo aquilo para descontrair ou se não sabia de verdade, mas eu achei fofo.

— Vamos lá, Dominique. Esta é a última pergunta, se você acertar vai ganhar o jogo! — Alice disse à minha filha — Qual é a fêmea do carneiro?

Eu sorri. Não havia maneira de Nick errar essa.

— A ovelha!

Emmett começou a assoviar e bater palmas. Ele a pegou no colo e saiu correndo com ela cantando uma musiquinha de vitória. Eu sorri com a cena, minha filha estava se divertindo como nunca se divertiu na vida.

— Aqui está a vencedora senhoras e senhores! Muito bem, princesa, o que você vai querer como prêmio? — Emmett perguntou a ela.

— Quero você, tio Emmett!

Eu parei de sorrir. Edward me olhou de soslaio. O que ela queria dizer com isso?

— Tudo bem, o que você quer que o tio faça? — Emmett perguntou.

— Quero que você seja o meu papai!

Silêncio na sala. Eu troquei um olhar apreensivo com Edward, tentando pensar no que dizer a ela. Emmett, porém, foi mais rápido, sentou-se no sofá e sentou Dominique em sua perna.

— Nick, não posso ser seu pai. Seu papai de verdade ficaria chateado se ouvisse isso.

— Eu não tenho um papai de verdade. Não é, mamãe? Diga a ele que não tenho!

Ela olhou para mim, seus olhinhos implorando. Eu sabia que esse dia chegaria, sabia! Ela nunca tinha falado ou pedido pelo pai, mas toda essa confusão com Edward e Edeline a afetaria de alguma forma.

— É verdade, querida, mas você não pode pedir para uma pessoa ser seu pai só porque não tem um.

— Não é justo! Eden achou o tio Edward, porque não posso escolher o tio Emmett? Eu ganhei o jogo! — ela cruzou os braços e fechou a cara. Em menos de um minuto estaria chorando.

Eden concordou com a prima. — Eu empresto meu tio Emmett pra você, prima.

Dominique sorriu para mim, como que para provar que estava certa.

— Dominique...

— Ela está certa — Emmett me interrompeu. Olhei para ele com as sobrancelhas levantadas. — Ela ganhou o jogo e tem o direito de pedir o que quiser — ele sorriu abertamente para Nick, seus olhinhos brilharam. — Vamos fazer assim: serei seu pai postiço, o que acha?

— O que significa postiço?

— Significa que não sou seu pai de verdade, mas vou ficar no lugar dele.

Ela sorriu e o abraçou.

— Eu tenho um pai postiço!

Sua alegria me desarmou. Bella e Alice sorriam, mas Edward tinha a mesma expressão que eu. Medo, incerteza, confusão. Senhor, onde é que eu estava me enfiando? Dominique já sofreu tanto... Meus pensamentos naquele momento eram todos voltados para a incerteza. Como eu poderia saber se aquilo era certo? Eu pensei que não deveria permitir aquilo. Ao meu ver, naquela época, Emmett não ficaria em nossas vidas para sempre e uma hora iria magoar minha filha ao ir embora. Mas eu tinha que confiar em Deus, Sua vontade para nossas vidas é sempre boa, perfeita e agradável.

— Acho que está na hora de dormir — foi a única coisa que pensei em dizer.

— Rose está absolutamente certa. Já para a cama, mocinha — Bella pegou Eden no colo, mas a garota grudou em Edward e disse que queria que o pai a colocasse na cama. Claro que Nick e imitou.

— Papi postiço, me põe na cama hoje?

Emmett, como o palhaço inocente que era, aceitou na hora. Então as duas mocinhas subiram agarradas aos dois homens, seus sorrisos pareciam idênticos. Eu suspirei.

— Sei o que esta pensando.

Me virei para a pessoa que proferiu as palavras. Era Alice, ela estava sentada no sofá com um notebook no colo.

— O que quer dizer?

— Você acha que Emmett vai acabar machucando a Nick sentimentalmente. Mas fique tranquila, meu irmão não magoaria nem uma mosca.

— Alice esta certa — Bella complementou. — Enquanto Dominique quiser Emmett em sua vida, lá ele estará.

— Obrigada, mas eu ainda não acho isso certo. Ela só o conhece há algumas horas, não sabe o que está fazendo.

— Rosalie, você precisa relax... — Alice interrompeu sua fala, olhando para algo no computador. — Oh, meu Deus!

— O que foi?!

Eu e Bella gritamos ao mesmo tempo e corremos para o lado de Alice para espiar o que quer que ela tenha visto.

A baixinha estava em um site de fofocas. Havia duas fotos enormes, lado a lado, estampando a capa da matéria. A primeira éramos nós, saindo desta mesma mansão hoje mais cedo; eu estava com Dominique no colo e Edward segurava Eden. A outro éramos nós também, saindo da Charm, todos sorrindo e mais uma vez Edward estava com Eden, que sorria. A matéria dizia:

“O PAPAI MISTERIOSO DEU AS CARAS!

Não é surpresa para ninguém que Edeline Cullen, a Princesinha da América, foi especialmente encomendada para alegrar nosso país. Nós, jornalistas e fotógrafos, sonhávamos com o dia em que encontraríamos o homem sortudo que foi escolhido anonimamente por Isa Marie. Bem, parece que este dia chegou! Hoje pela manhã, a limusine de Isa foi vista chegando com visitantes inesperados, que não foram vistos por ninguém. Porém, algumas horas mais tarde, o grupo saiu da mansão da cantora e, ao entrarem no carro, conseguimos visualizar exatamente quem era o grupo: a própria Isa Marie, atriz e cantora internacionalmente amada por todos; Alice Cullen, sua irmã e estilista incrível; Edeline Cullen, a princesinha em questão; e um trio de desconhecidos formado por uma loira muito bonita, um homem pra lá de gato que segurava Edeline em seu colo e uma garotinha adorável no colo da loira. Logo em seguida, podemos ver a foto desse mesmo grupo entrando na Charm, agência de moda da família Cullen, e novamente Edeline Cullen estava nos braços do homem.

Será este o secreto e sortudo pai de Edeline? Fontes seguras afirmam que, após a última entrevista de Isa do dia dos pais,ela teria decidido procurar pelo misterioso doador anônimo! Há boatos de que eles vieram de South L.A., mas nada foi confirmado ainda. Mas finalmente, após tantos anos, conseguimos uma imagem exclusiva. Edeline, de fato, se parece muito com o homem. O cabelo, o rosto, os olhos! Cara de um, focinho do outro! Agora eu lhes pergunto, internautas: Qual o nome do rapaz? Quem seriam a mulher e a garotinha? Isso, meus queridos, são perguntas que desejamos que Isa apareça para nos contar!”.

Bella suspirou, ela certamente já estava acostumada com esse tipo de coisa. Eu encarava minha foto no site com surpresa. Eu nunca, jamais havia saído em qualquer revista, site ou programa de TV. Aquele era um dos sites mais acessados do país, o que significava que aquela foto estava rodando por todos os lugares naquele momento. E haviam paparazzi na porta da minha casa. Aquilo estava saindo do controle.

— Eles foram rápidos dessa vez.

Olhei para Alice, ela parecia calma.

— Não estão com medo? Com raiva? O mundo todo vai descobrir essa farsa!

— Tudo o que eles vão descobrir é que o pai da Eden apareceu, Rose. Seu irmão é a cara da Eden e ninguém tem como provar que ele não é o pai dela. Ninguém vai descobrir nada.

— Mas...

— Está tudo bem — Alice me tranquilizou. — Vou dizer a Emmett para marcar logo uma entrevista com vocês, para esses sites pararem de especular coisas.

— Eu também?!

— Claro, você é parte essencial nisto, Rose. Além do mais, uma entrevista será a oportunidade perfeita para divulgarmos sua carreira.

Acho que eu estava ficando verde. Bella começou a me abanar com as mãos.

— Eu não sei como me comportar em uma entrevista. Não sei o que vestir, o que falar, como agir... Eu não posso aparecer em rede nacional... Eu...

— Rosalie, Rosalie! Respira! — Alice me chacoalhou, tirando-me do estado histérico em que eu estava entrando. — Eu vou cuidar das suas roupas e discutiremos o que vai ser dito com a minha mãe, ela é a rainha das entrevistas. Ela está esperando vocês para o almoço na semana que vem.

— Oh, eu vivo me esquecendo desse bendito almoço! — gemi. Era muita coisa para um dia só.

Conheci metade da família mais importante do país, fui levada a uma agência para iniciar uma carreira de modelo, Dominique teve uma crise, Emmett se tornara o pai postiço da minha filha, haviam fotos minhas em sites famosos, eu estava uma pilha de nervos por conta de um almoço de avaliação amanha e ainda tinha de me preocupar com uma futura entrevista. Tudo em menos de um dia!

Senhor, não entendo o que está querendo fazer, mas confio em Ti. Só me diga, Pai, onde foi que o Senhor decidiu me colocar? 


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Notas finais do capítulo

Curiosidades:
— Eu tenho o Quest aqui em casa. Enquanto escrevia peguei as cartas e fui escolhendo as perguntas como se eles estivessem mesmo jogando. A questão sobre a capital do Brasil, onde Emmett responde que o Brasil não tem capital, realmente aconteceu aqui em casa. Estavamos jogando e meu tio me vem com essa resposta: Mas o Brasil não tem capital!

— Enquanto escrevia esse capítulo, notei algumas coisas engraçadas. Eu planejei tudinho, fiz tópicos com o que iria acontecer, o que iria ser dito, e tudo... Mas quando fui escrever, simplesmente escrevi tudo completamente diferente. Era como se Deus estivesse guiando meu dedos, assim como pedi em oração. Creio que, nessa fanfic, só vai acontecer o que Ele quiser que aconteça!

Obrigada por ainda estarem aqui. Continuem orando por mim, ok?

Beijos e até a próxima sexta!

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