Lord's Princess escrita por Brigadeiro


Capítulo 6
5 - Grandes Coisas Estão Por Vir


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, amados e amadas! Se é que tem algum menino aqui...
Este é o capítulo que mais gostei de escrever até agora e é o maior também. Teremos momentos pai/filha e uma nova amizade surgindo nos horizontes da Bella... Espero que gostem!
Quero fazer um agradecimento especial à Bella Chase, por ter recomendado a fic! Eu amei cada palavra, obrigada!
Neste capítulo vocês poderão ver com mais clareza a pessoa em que a Bella se tornou depois da fama. É apenas um gostinho do lado ruim da Bella, tentem prestar atenção nos seus pensamentos e na forma com que ela age com os empregados em geral e não apenas com os que ela gosta. E se atenham na diferença do modo de pensar da Bella e do Edward, isso será importante mais para frente!

Ah, sim! E tenho uma novidade! FIZ UM TRAILLER PARA A FANFIC! Aqui está o link, para quem quiser ver:

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O nome da música que toca é Steady My Heart, da Kari Jobe. Sim, é gospel.

Boa leitura,

B♔.



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Eu confesso que não dormi naquela noite.

Quem é que conseguiria dormir direito sabendo na manhã seguinte estaria enganando sua filha e lhe apresentando um ator contratado no lugar do pai que ela pediu?

Todos os empregados foram avisados de que eu teria visitas hoje, portanto todos estavam proibidos aparecerem. Bons empregados são como o ar: você sabe que eles existem, mas não os vê. Entre faxineiras, jardineiros, motorista, cozinheira, seguranças e porteiros, eu possuía mais de vinte pessoas a meu serviço naquela casa. Os únicos que tiveram permissão de se apresentarem a Edward foram Leah, Seth e Felicia, os únicos em quem eu realmente confiava. Claro que o porteiro e os seguranças seriam vistos por Edward, mas não falariam uma palavra.

Sou muito rígida quando o assunto são meus funcionários. O plano inicial era tratar Edward como um deles, mas ele realmente me surpreendeu com sua atitude moralista. Quero dizer, ele realmente quis se dedicar a uma criança que não era dele.

Eden, por sua vez, teve seus próprios motivos para não dormir. Eu havia deixado o walk talk dela ligado ao sinal do meu para que eu pudesse velar seu sono do meu próprio quarto, algo como uma babá eletrônica mais moderna. Eu passei a noite inteira a ouvindo conversar com uma boneca sobre o pai. Será que ele era legal? Será que ela se parecia com ele como vovó Esme parece com tio Emmett? Ele gostava de brincar?

Quando me levantei da cama, às seis da manhã, fui direto verificar minha menina e Eden já não estava em seu quarto. Winnie, o apelido do walk talk dela, jazia em sua cômoda abandonado. Onde aquela pequena preciosidade tinha se enfiado tão cedo?

— Renata! — eu gritei do alto da escada enquanto descia de degrau em degrau — Renata!

Ao som dos meus gritos a pequena mulher espanhola que era responsável pela arrumação das camas apareceu ofegante e com a face corada. O seu cabelo preto, que fora preso cuidadosamente em um coque, estava ligeiramente desarrumado.

— Chamou, senhorita Cullen?

— Sim, eu chamei. Duas vezes — respondi irritada. — Por que a cama de Eden já está arrumada às seis da manhã?

— Ela não estava na cama quando cheguei, senhorita. Eu arrumei o quarto e saí.

— Então ache-a. Rápido — ordenei. Não tinha tempo para procurá-la pela mansão inteira e ela certamente estava no terceiro andar.

Renata saiu correndo e deu a volta na mansão para subir pelas escadas dos fundos. Leah ainda deveria estar dormindo, dado que seu horário de trabalho só começa as sete. Em contrapartida, Felicia já estava a todo o vapor na cozinha.

— Hum... Sinto o cheiro de maravilhas — eu entrei na cozinha com a cabeça inclinada, tentando captar mais do aroma delicioso. Eu chamava a comida da Felicia de oitava maravilha do mundo, porque realmente o era.

— Deixe de ser boba, menina. Bom dia — ela me deu um aperto na bochecha e me conduziu para longe de seu fogão.

— Bom dia, Cici. Caprichou no desjejum hoje, ein?

— O pai da minha princesa vem provar a minha comida hoje, o que queria que eu fizesse? — ela perguntou como se fosse óbvio. — Ainda não acredito que você realmente achou o doador e que ele concordou em assumir a Eden... Parece ser um bom rapaz. Estou ansiosa para conhecê-lo.

Não contei a verdade para Cici também. Ela nunca compactuaria com uma mentira daquelas. Leah e Seth também sabiam apenas o que precisavam saber. Eu deixei Cici na sua cozinha, como ela mesma chamava, e fui atrás de meu celular. Havia um e-mail de Emmett.

“Edward chegará na mansão por volta das 07:30 am. Mandei um motorista buscá-lo. Dobrei o número de seguranças ao redor para que nenhum paparazzi pegue alguma imagem de quem está dentro do carro. Heidi já está avisada que ele foi liberado do emprego por hoje, vocês tem a manhã livre. A tarde você tem que passar na Charm para aprovar um book e assinarem o contrato. Eu e Alice te encontraremos lá. Boa sorte, Emm.”

Ótimo. Eu só tinha uma hora e meia para deixar tudo em ordem até que ele chegasse. Por que eu estava tão nervosa? Não era o presidente, oras! Era apenas o pai de mentira da minha filha. Argh!

— Tão cedo e já arrancando os cabelos, patroa? — para o meu alivio, Leah vinha descendo as escadas de mãos dadas com Eden. Aparentemente Renata não tinha servido para muita coisa.

— Oh, graças aos céus! Onde você estava? — perguntei diretamente a Edeline.

Ela encolheu os ombros, como se não fosse importante.

— Na salinha de artes, desenhando.

Eu suspirei e depositei um beijo de bom dia em sua testa. Ela parecia menos nervosa do que eu.

— Leah, dê um banho na Eden e faça algo bonitinho do cabelo dela. Com a roupa eu me viro — pedi e ela atendeu prontamente, subindo com minha filha até o quarto dela.

Rapidamente voltei ao segundo andar, peguei meu celular e disquei o número de emergência dos contatos. Ela devia estar dormindo, porque demorou quatro toques para atender.

— Você tem alguma ideia de que horas são? — Alice atendeu irritada do outro lado. Eu claramente havia acordado ela de seu sono de beleza.

Eu ri enquanto entrava no meu quarto. Da porta ao lado podia-se ouvir Eden rindo no banho e Leah rindo com ela. Eu fechei a porta da minha suíte.

— Sem corpo mole agora, Polly — eu respondi e ela bufou, irritada por mais um de seus apelidos. — Edward está chegando em uma hora e vinte minutos. O que se deve vestir para receber o pai da sua filha em sua casa?

— Corrigindo sua frase: o que se deve vestir para apresentar a sua filha o pai de mentira que você contratou? — sua voz estava fria, ela ainda não havia aceitado bem toda aquela história. — Me escute com atenção que só vou dizer uma vez. Vá até o seu closet...

— Já estou nele — interrompi, já entrando dentro do enorme cômodo repleto de roupa.

— Pegue o short social nude de corte reto na sexta gaveta do primeiro corredor...

— Short, Alice? — questionei, em dúvida — Não seria melhor um vestido ou uma calça...?

Alice soltou um chiado do outro lado da linha. Ela odiava ser contrariada quando o assunto era moda. Este era sua zona de experiência.

— Não ouse questionar minhas escolhas, Isabella Cullen. Pegue a droga do short e cale a boca — ela respondeu de maneira tão firme que apenas obedeci. — Agora vá no terceiro corredor e pegue uma blusa de malha cor de creme na segunda divisória. Encontrou?

Saí seguindo as instruções de Alice. Eu já estava com o short na mão e não tive dificuldade em encontrar a blusa, era de manga comprida e possuía dois bolsos perto do decote pequeno. Alice era a responsável por cada peça de roupa que eu possuía e pela organização de cada uma delas também, ela conhecia meu closet como a palma de sua mão.

— Tudo bem, encontrei. E agora?

— Pegue um peep toe rosa chá com meia pata frontal, na quarta prateleira do fim do segundo corredor.

Eu fui até lá. Encontrei o sapato que Alice descrevera, mas ao lado dele havia uma uncle boot exatamente da mesma cor do short que achei que ficaria melhor.

— Hum... Alice? — perguntei receosa — Há um uncle boot nude aqui perto e eu...

— Não — ela me cortou. — As cores de um conjunto de roupas tem que harmonizar entre si e não ficarem iguais. Pegue a droga do peep toe rosa chá.

— Tudo bem! — gritei, frustrada. Alice de mal humor era um pé no saco.

— Posso confiar em você quanto à acessórios e maquiagem? — ela perguntou insegura. Como se eu não fosse capaz de me maquiar sozinha! Ah!

— Claro que sim!

— Ótimo. Tenha um bom dia, nos vemos a noite.

E então ela desligou. Na minha cara.

Me vesti ás pressas, desejando que o relógio andasse mais devagar. Quando terminei com roupa, acessórios e maquiagem, tive que admitir que meu chaveirinho fizera um bom trabalho. Como sempre. A roupa era moderna e simples ao mesmo tempo, como um look para o dia a dia que servisse para qualquer outra eventualidade. Alice sempre seria Alice.

Corri ao quarto de Edeline e verifiquei a roupa dela enquanto Leah fazia cachos na mesma. Era um vestidinho azul de manga curta, babados na barra e detalhes em dourado. No chão perto da roupa havia um sapatinho branco estilo boneca. Ponto para Alice novamente.

— Eden está prontinha — Leah sinalizou.

— Olha os meus cachinhos, mamãe! — ela pulou ao meu redor para demonstrar o movimento dos cachos. Sua gargalhada me fez sorrir.

— Está maravilhosa como sempre, querida. Venha colocar o vestido e calçar os sapatos.

Uma hora depois eu estava ao lado da minha filha na sala de estar, ambas nervosas e esperando a chegada do tão ilustre convidado. Na cozinha, Cici já havia montado uma enorme e deliciosa mesa de café da manhã para desfrutarmos todos juntos.

Eden parecia uma mini boneca de porcelana com aquele vestido e eu estava orgulhosa por tê-la. Eu não parava de olhar no relógio enquanto minha filha chacoalhava os pés impacientemente.

— Ele não vai vir — ela resmungou, já com cara de choro.

— Ele vai vir, sim — afirmei e levantei sua cabeça de forma que ela olhasse para mim. — Ei, nunca abaixe sua cabeça na frente dos outros. Postura, mocinha. Eu já quebrei alguma promessa feita a você?

— Não — ela sussurrou, olhando em meus olhos e com a cabeça levantada.

— Então se eu digo que ele virá, é porque ele virá — respondi. Naquele exato momento, o barulho do portão automático sendo aberto chamou nossa atenção — Viu? Ele chegou.

Corremos as duas para o hall de entrada, que era relativamente pequeno se comparado aos outros cômodos. Do vidro central da porta conseguimos enxergar o carro preto que adentrava ao pátio principal, perto da fonte. O motorista saiu do carro, deu a volta e abriu a porta traseira. E então ele saiu do carro.

Edward ficava incrivelmente lindo fora daquele macacão azul marinho. Estava trajando uma calça jeans simples e uma blusa branca por baixo de outra xadrez azul aberta. O que mais surpreendeu foi o fato de que ele não estava sozinho. Em seu colo estava um garotinha loirinha um pouco maior do que Eden e logo atrás deles, uma mulher também loira trajando um vestido simples verde claro desceu do carro.

Deviam ser a irmã e a sobrinha dele. Franzi o cenho. Emmett não me informou que ele teria companhia, pensei que viria sozinho. Eden deveria ter amanhã dela com o pai. E acho que ela pensava a mesma coisa, porque cruzou os braços e fez um bico enorme.

— Aquele é o meu pai? — ela perguntou. Eu conhecia seu tom de voz irritado.

— Sim, querida.

— E por que ele ‘tá segurando outra menina?

Eu sorri e toquei o bico em sua boca. Apontei o pátio, onde Edward e as outras duas caminhavam em direção à porta enquanto olhavam tudo ao seu redor. Eu soltei uma risada fraca. Esperem só até a garotinha conhecer o terceiro andar da casa.

O motorista os acompanhou até a entrada e abriu a porta, revelando a mim e a minha filha extremamente ansiosa. Assim que a porta se abriu e Edward ficou cara a cara conosco, Eden desfez o bico e começou a quicar no mesmo lugar. Parecia uma mini Alice.

— Bom dia — eu sorri enquanto os dois atravessavam a porta. A garotinha parecia estar meio dormindo e meio acordada no colo do tio. — Entrem e fiquem a vontade. A casa é de vocês.

Dispensei o motorista mandando-o voltar de onde Emmett o enviara. Peguei a mão de Eden e puxei-a para a sala de estar. Eles nos seguiram cautelosamente, olhando tudo ao redor. Eden já olhava para Edward com olhos enciumados.

É, isso iria ser divertido.

EDWARD PDV

Eu estava uma pilha de nervos. Não é todo dia que você acorda e tem que se arrumar para fingir ser pai de alguém, não é?

Rosalie surtou quando exigi que ela e Dominique viessem comigo nesta primeira visita. Não estava nada combinado, mas eu precisava das duas. Além do mais, Bella havia me dito que a mãe dela nos esperava para um almoço em breve, então achei melhor que Rose as conhecesse antes.

— Francamente, Edward... Eu poderia te matar agora por me fazer passar por isso — Rosalie disse enquanto esperávamos na sala pelo motorista que viria nos buscar.

Emmett havia me ligado ontem, quase de madrugada, para me informar certos detalhes. Ele me disse que um motorista viria até a minha casa às sete da manhã porque Bella e Edeline estariam me esperando para um café da manhã. Heidi já havia liberado meu dia.

Rosalie estava brava porque eu insistira para que ela me acompanhasse. Primeiro ela surtou por não saber como se comportar em uma mansão, depois ela surtou porque não tinha roupa para ir a uma mansão e agora estava surtando porque Dominique estava sonolenta e um pouco irritadiça.

— Vai ser mais fácil lidar com isso com a Nick lá. E você vai gostar da Bella — incentivei.

— Estou indo para a mansão de uma celebridade com um vestido velho que tem mais de cinco anos! — ela exclamou. Rosalie era estressada demais para seu próprio bem. — Não sei me comportar no meio dessa gente.

— Não vai ter gente nenhuma, só a Bella. E tenho certeza de que não é tudo isso que você está pensando...

Como que para me contradizer, um carro preto luxuoso parou em frente à nossa modesta casa, da qual nos mudaríamos logo. Rosalie me lançou um olhar zangado e marchou porta a fora, deixando Nick dormindo no meu colo. Fui atrás.

Um homem vestido com um terno preto saiu do banco do motorista e abriu a porta para nós dois, fazendo uma ligeira reverência.

— Bom dia — Rosalie disse ao passar por ele. Eu repeti o cumprimento e o homem nos olhou estranhamente. Qual era o problema em ser educado?

Dentro do carro havia mais dois homens de terno preto. Eu estava curioso para saber o porquê de tudo aquilo. Rosalie cruzou os braços e foi durante todo o caminho com a cara emburrada, eu realmente esperava que ela melhorasse esse humor quando chegasse na tal mansão.

Dominique meio dormia e meio acordava no meu colo. Ontem ela tinha ficado realmente empolgada com a ideia de ter uma prima e foi ela quem começou a insistir para vir comigo hoje, o que me levou a trazer a mãe dela junto. Nick, por causa da doença e da reclusão em casa, nunca teve amigas com quem brincar. Acho que esse foi o único motivo para Rose ter topado vir comigo.

A medida que íamos nos aproximando da Costa de Santa Monica, meu queixo foi caindo. Eram casas imensas, maiores do que muitas escolas ou hospitais do nosso bairro. Rosalie ficava me lançando olhares assassinos, como que me avisando que era exatamente ou tão pior quanto ela havia imaginado.

Quando o carro parou, eu não conseguia acreditar que a casa era aquela. Casa não, mansão. Com um portão enorme guardando a entrada onde haviam no mínimo quinze fotógrafos apenas esperando por um momento de deslize da moradora. Os flashes começaram a disparar quando o carro virou para o portão que se abria, mas os vidros eram tão escuros que eu duvidava de que alguma foto captasse algo de nós.

— Acho bom você aproveitar o café da manhã hoje, porque será o último da sua vida — Rosalie disse de maneira sombria. Eu engoli em seco e ajeitei Dominique no meu colo. Ela estava quase acordada agora.

O motorista mais uma vez desceu do seu lugar para abrir a porta para nós. Eu queria impedi-lo e dizer que não precisava, porque eu tinha duas mãos perfeitamente saudáveis... Mas não quis parecer inconveniente. Eu e Rose descemos do carro para darmos de cara com um pátio enorme, adornado com uma fonte e que provavelmente só servia para isso: adornar. Era pouco provável que aquele espaço fosse usado para um piquenique ou alguma brincadeira.

— Por aqui, senhor — o motorista prestativo indicou o caminho até a porta e eu levantei a sobrancelha para Rose.

Acho que ninguém nunca me chamou de senhor desde que eu deixei a escola.

Seguimos ele até a grande porta de madeira, eu consegui identificar duas sombras paradas ali. Ele abriu a porta e indicou o lado de dentro com a mão, eu quase agradeci, mas achei melhor me manter em silêncio dessa vez.

— Bom dia — Bella sorriu para nós assim que passamos pelo vão da porta. A garotinha ao seu lado, supostamente minha filha, sorria de orelha a orelha. — Entrem e fiquem a vontade. A casa é de vocês.

Nós sorrimos de volta e agradecemos. Dominique levantou a cabeça do meu colo e passou a olhar tudo atentamente.

— Pode ir agora — Bella disse ao motorista sem nem olhá-lo.

Entramos no hall, o nome comum para o pequeno espaço de entrada de casas grandes, onde a pequenina garotinha que me esperava parecia não se aguentar de ansiedade. Lancei um sorriso a ela. Rosalie olhava tudo em volta, parecia deslumbrada. O hall não era tão espaçoso, mas não deixava de ser moderno. O chão era de mármore, do lado esquerdo havia uma mesinha com um vaso lindo de flores e no lado direito a parede se dividia em duas escadas: uma que subia e outra que descia.

Bella nos guiou até a sala de estar, que era espaçosa, mas possuía um ar caseiro. Nos sentamos cada um em uma das pequenas poltronas e Bella puxou a criança para o seu colo. Ambas estavam lindas. A garotinha parecia uma boneca e Bella usava uma roupa sofisticada daquela que se viam em modelos de capa de revista.

Rosalie me olhava atenta, desta vez com um ar de timidez que nunca vi nela.

— Hum... Bella, esta é minha irmã e a minha sobrinha. Rosalie, Nick, está é a Bella — apresentei-as. Dominique agora estava acordada, havia passado para o colo da mãe e olhava atenta para tudo ao seu redor. Seus olhos se fixaram em Bella e Edeline e ela sorriu para as duas.

— É um grande prazer conhecê-las — Bella sorriu e voltou-se para a filha. Rosalie focou seu olhar nela e parecia verdadeiramente intrigada. — Acho que Edeline mal está se aguentando de ansiedade. Querida, este é Edward...

— Papai! — a menina gritou, assustando a todos nós. Ela pulou do colo de Bella e correu até mim, enlaçando meu pescoço em um abraço que retribui na hora. — Espera... Eu conheço você, papai! Você é o moço do camarim do vovô!

Ótimo, ela se lembrava do pequeno episódio no camarim. Isso não era um bom sinal. Entretanto, ela havia me chamado de papai em menos de cinco minutos de convívio. Acostumada desde sempre com a mídia, claro que ela seria tudo menos tímida.

— Sim, eu sou — sorri para ela. — Mas podemos esquecer aquilo. O que acha?

Eden acenou afirmativamente com a cabeça, fazendo seus cachinhos pularem. Ela espalmou as mãos nas minhas bochechas e olhou dentro dos meus olhos.

— Seus olhos são iguais aos meus! — ela gargalhou, em seguida bagunçou meus cabelos e apertou meu nariz — E o cabelo! E o nariz!

Eu ri também, porque a garota tinha razão. Se fosse minha filha de verdade não seria tão parecida! Bella tinha lágrimas nos olhos.

— Eden, sei que acabamos de nos conhecer, mas quero te apresentar duas pessoas especiais — eu disse perto do ouvido dela, este era o meu método para fazer crianças distraídas prestarem atenção. — Esta é sua tia, Rose. E essa daqui é a sua prima, Dominique.

— OI! — Nick gritou, entusiasmada com a nova amiga. — Eu nunca tive uma prima antes!

— Nem eu! — Eden gritou de volta. As duas gargalharam de felicidade.

— Olá, querida — Rose sorriu ternamente e acariciou os cachos de Edeline. — É muito bom poder te conhecer.

Por mais geniosa que Rosalie fosse, seu lado materno para com crianças sempre falava mais alto. Os olhos verdes de Edeline brilharam, ela estava visivelmente feliz.

— Eu tenho uma prima! E outra tia! — ela gritou para a mãe, que assentiu sorrindo. — Eu tenho um pai, uma prima e outra tia!

Ela saiu dando gritinho pela sala. Bella estava deliciada com a felicidade da filha e Rosalie não parecia mais tão brava por estar aqui. O olhar de Dominique demonstrava que tudo o que ela queria era sair pulando com a nova prima, mas os braços firmes de sua mãe ao seu redor a impediam.

Eden voltou correndo até mim.

— Papai, fiz uma coisa para você hoje de manhã! — ela começou a me puxar pela mão. — Vamos até o meu andar comigo, vamos!

— Seu andar? — questionei confuso.

— O terceiro andar da casa é composto totalmente por cômodos mobiliados para Edeline. É o andar dela — Bella explicou e deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Vamos, papai! — a garotinha continuou insistindo.

— Tudo bem... — me levantei hesitante, sendo conduzido pela menina. Ela parou de me puxar quando me levantei e olhou para Nick.

— Vamos também, prima! — Eden chamou minha sobrinha, que se contorceu até que Rosalie a soltasse para ela nos seguir.

Minha irmã me lançou um olhar de ‘cuide bem da minha filha’. Eu assenti e subi a enorme escadaria com as duas crianças, deixando Bella e Rosalie na sala sozinhas. Eu só podia esperar que Rose não fosse mal-educada.

Subimos dois lances de escadas até chegar ao terceiro andar, cujas paredes eram todas rosas e as diversas portas e cômodos eram personalizados. Edeline nos puxou até uma salinha de porta branca, relativamente pequena. Eu arfei quando entramos.  O chão era totalmente de madeira, havia mesas, cavaletes, papéis, pincéis e tintas para todo o lado. Mas o que mais impressionava era a parede branca, toda revestida com desenhos infantis feitos à mão. Era o sonho de toda criança: paredes brancas feitas só para serem rabiscadas.

— Uau! — Dominique se impressionou. Ela foi timidamente até a parede para olhar os rabiscos infantis ali. — Que desenhos bonitos!

Com essa eu tive que rir. Os traços infantis na superfície branca não podiam passar de linhas tortas e desconexas, desenhos típicos de crianças no primário. Eu tinha que admitir que a sala era muito criativa e com certeza educativa, eu teria que trazer Rosalie aqui de alguma maneira para mostrar o quão legal a sala parecia ser.

— É o meu quartinho do desenho. Mamãe chama de Sala de Arte, mas eu prefiro quartinho do desenho.

Ela parecia ligeiramente orgulhosa ao apresentar o cômodo, mas não estava ostentando... Ela estava apenas nos informando o nome do cômodo naturalmente em sua inocência infantil. Talvez ela não fosse tão ruim quanto pensei. Talvez a mídia tenha exagerado. Um ponto positivo para Bella no que se referia à criação da filha.

— Então... O que queria me mostrar? — perguntei a Edeline.

Ela sorriu e apontou para uma das cadeirinhas minúsculas que havia no centro da sala, em frente a uma mesinha igualmente minúscula. Ajuntei bem os joelhos e me sentei, quase entortando minha coluna para fazê-lo. Lancei um olhar ligeiro para Dominique, que agora observava os borrões de tinta em um papel pendurado a um cavalete no canto do quarto.

Enquanto isso, Edeline foi timidamente até uma das gavetas da pequena mesinha de madeira e tirou de lá de dentro um papel. Ela apertou a folha de sulfite ao peito e se aproximou timidamente de mim. Suas bochechas ficaram ligeiramente rosadas, ela deu passinhos lentos até mim e me estendeu o papel devagar.

— Acordei mais cedo para poder fazer pra você — ela sussurrou. Parecia ter medo de que eu não aprovasse.

No desenho tinha dois bonequinhos, cujos corpos eram compostos por cinco palitos representando o corpo, um circulo para a cabeça e mais risquinhos verdes para os olhos e vermelho para o sorriso.  Um boneco era maior e feito com giz azul, também havia um montinho de cabelos feitos com uma mistura das cores vermelho, amarelo e marrom. O segundo boneco era da mesma maneira só que menor, feito com giz rosa e com cabelos um pouco mais compridos só que da mesma cor misturada que o outro. O que deveriam ser as mãos dos dois se interligava.

Os dois bonecos eram claramente eu e Edeline. E haviam vários corações feitos em lilás em volta. Meus lábios se abriram em um sorriso singelo. O coração de uma criança era realmente um tesouro a ser guardado.

— Mas que desenho mais lindo! — exclamei, sorrindo. — Somos nós?

— Sim, papai. Eu e você de mãos dadas — ela me explicou — E eu queria escrever ‘eu te amo’, mas não sei escrever ainda, então eu fiz os corações com a minha cor preferida.

O sorriso deslumbrante que ela me deu aqueceu meu coração, da mesma forma que as risadas de Dominique sempre conseguiam fazer. Eu não conhecia aquele lado de Edeline Cullen. A Princesinha da América não era apenas birra e manhas, afinal de contas. Eu vi ali uma criança que, apesar de ter um amor incondicional da mãe, sentia a falta do pai que sempre sonhou conhecer.

Fiquei com raiva da Bella naquele momento, por mentir para um anjo inocente como a Eden. Estávamos cometendo o pior pecado do mundo enganando a criança daquela maneira. Naquele dia, apesar de não ter percebido, Edeline começou a roubar meu coração aos poucos.

Eu levantei da cadeira, abri os braços e a chamei para um abraço, ela correu até mim prontamente. Seus bracinhos se encaixaram no meu pescoço e eu a sustentei facilmente. Era uma sensação tão estranha segurar nos braços alguém pensava que eu era seu pai, um coração tão inocente que já me amava com tamanha devoção. O meu próprio coração se quebrou ali. Naquele momento fiquei feliz em ter aceitado os termos do contrato da Bella e sabia que jamais teria coragem de contar a verdade para a criança que já me amava. A culpa me consumia, mas prometi a mim mesmo que jamais poderia magoá-la dessa maneira.

— Eden... — eu a chamei.

— O que foi, papai? — ela levantou a cabeça do meu ombro e me olhou. Olhando assim para ela, de perto, dava realmente para pensar que ela era minha filha biológica.

— Você pode me desculpar?

Seus olhinhos piscaram confusos diante da minha pergunta.

— Te desculpar pelo o quê, papai?

— Por não ter estado sempre com você — eu disse, tentando explicar a ela algo que nem mesmo era minha culpa, mas que seria importante para ela ouvir. — Sei que a mamãe sempre cuidou bem de você, mas eu não estava aqui. Me desculpe por não ter te conhecido antes.

Eden sorriu e eu imaginei quem seria o homem sortudo que havia tido uma filha como aquela sem saber. Bella havia me dito que a doação foi anônima e que nunca soube o nome do indivíduo. Por experiência própria eu sabia que as possibilidades eram muitas e que a resposta para a pergunta de onde estava o pai biológico da Eden poderia nunca ser respondida. Talvez fosse melhor assim.

— A mamãe me disse que ela não contou pra você que eu nasci... Tudo bem, papai.

Eu sorri e a abracei novamente. Escutei um suspiro e olhei para o outro lado da sala, onde Dominique olhava a cena um tanto quanto enciumada. Eu sorri e chamei ela para perto, pegando-a no colo também.

— Então, minhas duas princesas preciosas, o que vocês querem fazer agora? — perguntei fingindo entusiasmo para as duas crianças.

— BRINCAR! — as duas gritaram ao mesmo tempo.

— Vamos para o quarto de brinquedos! — Eden completou.

Quantos quartos diferentes há nesse andar apenas para Edeline? A resposta era: muitos. A pequenina nos arrastou até uma porta que, quando aberta, revelou um quarto inteiramente cor de rosa, com apenas um toque branco na parte de cima das paredes. O chão era todo coberto por um carpete branco. Havia todo e qualquer tipo de brinquedo organizado pelo espaço. Desde bonecas, cavalo de madeira e jogos até mesas, casinhas e um castelo grande de madeira.

— Uau! — Dominique repetiu a mesma frase que dissera anteriormente.

Eu abri um sorriso maroto e olhei para as duas garotinhas que seguravam a minha mão.

— Quem aqui está pronta para se divertir?

ISABELLA PDV

Fiquei apreensiva quando Edeline puxou Edward e a criança para o terceiro andar, deixando-me sozinha com a irmã dele que ainda me era desconhecida. Ela juntou as mãos no colo e permaneceu quieta, apenas olhando ao redor.

— Então... Hum... Rosalie, certo? — eu tentei iniciar uma conversa.

Ela me olhou. Seus olhos eram tão verdes quanto os de Edward e, claro, de Edeline.

— Sim.

— É um prazer finalmente conhecê-la. Edward me falou bastante de você.

— Em todos esses dois dias de convívio? — ela arqueou as sobrancelhas. Eu corei.

— É... Sim. Tivemos bastante tempo para conversas — respondi. Por que ela estava tão na defensiva?

— Conversas ou detalhes de contrato? — ela parecia irritada, intolerante.

— Desculpe, o que disse?

Emmett tinha repetido muitas vezes no meu ouvido a ordem de que eu fosse gentil com eles. Eu concordei. A partir de hoje teríamos que conviver de uma maneira harmoniosa pelo bem das duas crianças que se encontravam no andar de cima e eu sabia que seria bem mais fácil se fossemos todos amigos. Se todos eles cooperassem, é claro. Rosalie não parecia querer cooperar. Respirei fundo.

— Não é isso que estamos cumprindo aqui? Um contrato. Nada mais do que isso — Rosalie estava realmente me lembrando de Alice, com toda aquela imposição ao meu plano.

— Você tem algo contra a minha filha? — perguntei confusa. Não queria me irritar, apenas entender.

— Não, tenho algo contra essa farsa toda. Não gosto de mentiras. Mentir para uma criança é duplamente pior.

Seu olhar era mortalmente sério. Eu quis desesperadamente que ela me entendesse, algo dentro de mim necessitava que não me julgasse. Eu era uma mãe que só queria o melhor para a filha. Que direito ela tinha de me julgar, afinal, se estava fazendo a mesma coisa? Indo contra todos os seus princípios pelo bem da filha? Em outra ocasião eu certamente debateria e iniciaria uma briga pela crítica, mas ali naquele momento eu só quis me explicar. Talvez para diminuir a culpa que também latejava no meu coração.

— Não a culpo por me julgar pela situação. É realmente algo inusitado. Mas, sabe.. Todos olham para mim e veem a Isa Marie famosa e rica, mas ninguém realmente sabe o que já sofri na vida. Hoje, só vivo pela Eden. Você, como mãe solteira, deveria entender o que é fazer o necessário para ver sua filha feliz.

Acho que consegui o que queria. Rosalie abaixou a cabeça e pareceu repensar. Pela expressão em seu rosto, certamente estava arrependida das coisas que me dissera. Ficou calada por um tempo e pensei ver uma lágrima em seu olho esquerdo, mas certamente deve ter sido algum lampejo de luz.

— Você tem razão — ela suspirou profundamente e ergueu os olhos para o meu rosto — Pode não parecer, mas eu sei o que é sofrer, Isa. Mais do que ninguém, deveria ter entendido o seu ponto. Me desculpe.

Eu fiz uma careta pelo apelido. Só desconhecidos e pessoas do trabalho me chamavam assim e a tia da minha filha certamente não se encaixava nessa categoria.

— Não há o que se desculpar. E, por favor, me chame apenas de Bella.

— Tudo bem, Bella — seus lábios perfeitos se abriram em um sorriso. — A propósito... Muito obrigada.

— Pelo o quê, exatamente? — perguntei confusa.

— Você está salvando a vida da minha filha.

— Ah, isso... Não tem de quê — eu corei com o agradecimento. Quer dizer... Era mais um pagamento do que uma caridade e ela não tinha que se sentir agradecida. O esforço estava sendo do irmão dela e não meu.

Rosalie riu.

— Aposto que Edward contou como que eu sou estressada e grossa...

— Na verdade, não — interrompi. Ele não me falara dela exatamente daquela maneira. — Ele apenas comentou que você podia ser ríspida às vezes, mas também disse que você é amorosa, determinada e esforçada.

— É muita gentileza do meu irmão, mas ele exagerou. Há um motivo para eu não ter amigas, sabe...

— Como, não tem amigas? — perguntei. Nunca tive muitos amigos, apenas Alice e Emmett. Mas Rosalie parecia ser muito nova, quase uma adolescente.

Olhei mais atentamente para a loira e me surpreendi com o que não tinha visto logo que ela chegou. Rosalie era muito mais do que linda, estava mais para deslumbrante. Os traços de seu rosto eram perfeitos, os olhos verdes chamavam atenção pelo brilho, embora necessitassem de mais vivacidade, a pele branca certamente atingiriam a excelência com uma hidratação de qualidade. O corpo estava totalmente em forma, sem nenhum excesso aparente. Seu cabelo dourado como ouro, com um pouquinho mais de cuidados, poderia se tornar um motivo de inveja mundial.

Com algo mais moderno que o vestido e a sapatilha que usava, Rosalie seria a imagem perfeita de uma deusa. Eu vi ali uma modelo internacional em potencial. Só lhe faltava uma agência disposta a investir nela e quem é que tinha uma produtora de modas à procura de um verdadeiro talento? Eu.

— Já tive colegas e conhecidos, mas amigas de verdade me faltam até hoje — ela respondeu. Sua expressão denunciou a falta que isso fazia para ela. — Não é fácil manter as pessoas por perto com meu gênio. Eu posso ser difícil de conviver, às vezes.

Eu a entendia. Minha vida era realmente uma droga antes de Alice e Emmett aparecerem, sei o quanto uma verdadeira amizade faz falta. Só quem não tem amigos diz o contrário, pois todos precisam de alguém. Rosalie precisava de uma verdadeira amizade que estivesse sempre com ela para rir ou chorar. Assim como eu precisei um dia.

— Bem, agora não faltam mais — eu abri um sorriso, eu estava disposta a ser para Rosalie o que Alice foi para mim. Retribuir a vida de alguma maneira, ajudando alguém como eu fui ajudada. Alguém para me tirar do mar de tristeza. Eu nunca fui uma mulher muito disposta a ajudar os outros, mas Rosalie me inspirou algo bom e eu realmente quis fazer algo por ela. Ser considerada minha amiga poderia abrir muitas portas para ela. — Rosalie Lilian Masen, aceita ser minha amiga?

Ela franziu o cenho, parecia mais desconfiada do que alegre, o que eu suspeitei que ela ficaria.

— Como sabe meu nome completo?

— Hãn... — ela me pegou desprevenida. Não seria de bom tom dizer que investiguei a vida do irmão dela, seria? — Aceita ou não?

Sua dúvida permaneceu por mais alguns segundos, então ela abriu aquele sorriso deslumbrante de dentes perfeitos.

— Talvez.

— Talvez? — perguntei.

Ela riu.

— Não posso fazer de uma estranha minha melhor amiga em um hora.

— Essa doeu. Agora sei porque você não tem amigas.

Eu sorri, mostrando que era brincadeira. Ela sorriu de volta.

— Tudo bem, então estou em período de teste — eu ri junto com ela. Rosalie parecia ser legal. Mas eu ainda precisava saber mais algumas coisas para por meu plano em prática — Rose... Posso te chamar assim?

— É o meu apelido — ela deu de ombros.

— Então, Rose... Quantos anos você tem?

— 23, por quê?

Eu me surpreendi. Não por sua aparência, porque Rosalie realmente aparentava ser nova, mas imaginei que tendo uma filha de seis anos de idade teria quase a minha idade.

— Você é muito nova! — eu arregalei os olhos e ela riu. Ainda bem que não ficou ofendida, pensei.

— Eu ouço isso bastante.

— Você tem alguma noção do quanto é bonita, Rose? — perguntei, já entrando em meu lado profissional. Um achado raro como Rosalie tinha que ser agarrado de imediato. Eu queria fazer tudo o mais rápido possível e, se tudo desse certo, Rosalie assinaria um contrato com a nossa agência ainda naquele dia.

— Infelizmente, sim — ela respondeu.

Fiquei confusa. Como alguém pode dizer que infelizmente é bonita?

— Você parece triste. Não entendo... — lhe disse — Rosalie, muitas mulheres no mundo se matariam para ter essa beleza natural que você tem.

— Eu não. Minha beleza nunca me trouxe coisas boas, muito pelo contrário.

— Então, está na hora dela começar a trazer para você as melhores coisas da Terra — eu anunciei com orgulho — Você já ouviu falar da Charm?

— Hum... Não faço ideia do que seja.

Eu franzi o cenho. Em todos os seus seis anos de existência, a Charm já havia se tornado uma das agências de moda mais famosas do mundo. Coleções inteiras, em sua maioria criadas pela Alice, a estilista principal entre os sete que trabalhavam para nós, eram lançadas todos os anos e faziam o maior sucesso. Centenas de modelos que iniciaram sua carreira ali ganharam fama e hoje correm o mundo em revistas e desfiles. As melhores revistas de moda nos procuram para matérias e capas, os mais reconhecidos estilistas procuram nossas modelos para seus desfiles.

Foi ideia do Emmett. Eu havia criado a Charm junto com Alice e Emmett, que são meus sócios, antes mesmo da Eden nascer. Decidimos abrir uma produtora porque Emm queria um negócio só dele depois que se formou, Alice precisava de um local fixo para o qual investir suas coleções, e eu precisava ter um negócio sólido que me garantisse o futuro porque toda fama um dia termina. Jamais imaginamos que o nome ficaria tão famoso ou que o empreendimento desse tão certo.

— Charm é uma produtora e agência de moda que eu e meus irmãos abrimos juntos. Além dos lançamentos de coleções de moda, também investimos em modelos quando realmente achamos que elas têm potencial completo: beleza natural, carisma, brilho e talento — tentei explicar com calma, de forma que ela entendesse o que eu estava querendo dizer — Quando encontramos pessoas com esse potencial, investimos na carreira dela. Assinamos um contrato, criamos um book e um perfil que circulam nas nossas linhas de marketing. Através dessas linhas elas são selecionadas não só para os desfiles e propagandas da nossa própria marca, mas também para revistas e estilistas de fora...

— Entendi. É um bom lugar para se trabalhar — ela concordou, mas eu sabia que ainda não tinha entendido — Mas por que está me contando isso?

— Porque você tem esse potencial, Rose! — afirmei, eu estava contente por ter encontrado tal preciosidade. — Estou lhe fazendo uma proposta aqui, preste atenção! Quero que seja a nova modelo da Charm.

O verde de seus olhos ficaram cada vez maiores enquanto ela os arregalava. Foi engraçada sua expressão de surpresa e eu teria rido se não estivesse com medo de que ela recusasse. Meu medo se intensificou quando ela não respondeu, me fazendo esperar. Decidi ficar quieta porque ela estava claramente pensando na proposta.

— Você está... Falando sério? — ela perguntou.

— Sim, claro! — exclamei. Como ela pôde pensar que eu estava brincando? — Uma beleza como a sua é tão difícil de encontrar! Você fará sucesso instantâneo. Por favor, aceite.

— Bella, eu... Estou um pouco desnorteada — ela confessou. — Ninguém nunca me propôs algo assim e eu preciso pensar direito.

— É um pedido justo. Confesso que estou ansiosa e queria te levar hoje mesmo para a agência, mas entendo que é um passo grande. Você tem até o fim do café da manhã para me dar uma resposta.

Ela abriu a boca eu choque, não estava esperando a última frase. Eu sabia que era errado pressionar, mas queria uma resposta rápida.

— Bella? — Felicia entrou na sala com seu habitual vestido de estampas e um pano de prato nos ombros — Está tudo pronto, querida. E os bolos vão ficar gelados se demorarem muito.

— Obrigada, Cici. Vou chamar Edward e as meninas — eu disse, já me esticando em direção à mesinha de centro para pegar o walk talk que eu chamava de Wood.

Felicia lançou um sorriso para nós duas antes de sair para os fundos. Alcancei o walk talk e apertei o botão que levaria a minha voz até o walk talk da Eden, a Winnie.

— O que é isso? — Rosalie perguntou.

— Isso é como uma brincadeira interna que temos. A mansão é grande demais para gritos serem ouvidos de longe, portanto usamos esses aparelhos para facilitar a nossa vida — expliquei.

Eu e Eden decidimos batizar os aparelhinhos que outrora chamávamos de walkie talkies. O meu se chamava Wood, o Eden era Winnie, Alice era dona da Penélope e Emmett batizou o dele de Cooper.

— Eden? — chamei pelo Wood, segurando o número 1 do aparelho — Está me ouvindo? Responda!

— Oi, mamãe!

Ela me respondeu depois de alguns segundos. Sua voz estava em arquejos, como se estivesse cansa ou rindo muito. Risadas altas e gritinhos infantis que imaginei ser de Dominique ecoavam atrás.

— Desçam os três para comer, Felicia já arrumou toda a mesa.

— O castelo está sendo atacado! — ouvi a voz de Edward gritar ao fundo. Fiquei mortalmente curiosa para saber o que eles estavam fazendo lá em cima.

— Já estamos descendo! — Eden gritou de volta para mim, certamente dividida entre me responder e voltar para a brincadeira.

— Onde vocês estão, querida? — perguntei, minha curiosidade estava subindo ao ponto máximo.

— No quarto de brinquedos.

— E o que estão fazendo? — perguntei casualmente, como quem não quer nada.

— Pare de ser chata e nos deixe em paz, Bella! — Edward gritou do fundo, as meninas riram com o comentário.

Fechei a cara. Liberdade demais para pouco tempo de convívio.

— Ótimo, continuem brincando e morram de fome — respondi. — Direi a Felicia que a comida dela não era boa o bastante para vocês!

— Quer que abandonemos o reino encantado em troca de alguns pedaços de bolo? Jamais! — ele falava de uma maneira teatral, fazendo as duas crianças rirem. Ao meu lado, Rosalie também riu.

Eu ainda tinha um truque na manga.

— Então acho que terei que jogar fora o bolo brigadeiro trufado...

— BOLO BRIGADEIRO TRUFADO?! — a voz de Eden reagiu instantaneamente ao nome do seu bolo preferido.

— Foi o que eu disse — confirmei.

— Papai, temos que descer!

Mas aparentemente Edward não estava ouvindo, porque um gritinho da Dominique soou ao fundo e mais risadas.

— Prima, socorro! — houve um grito estrangulado pelo que pareciam ser cócegas e então o contato foi cortado.

— Bem, acho que elas realmente estão se divertindo — eu soltei uma risada leve.

— Ah, Edward sabe que não pode ficar fazendo cócegas na Nick — Rosalie resmungou, já preocupada.

— Tenho certeza de que ela vai ficar bem. Venha, vamos esperá-los na mesa — eu me levantei do sofá e Rosalie fez o mesmo. Antes de começarmos a andar eu a olhei — Lembre-se de pensar na minha proposta durante este desjejum... E Rosalie?

— Sim?

— Não aceito não como resposta.


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Notas finais do capítulo

*Curiosidade básica: o nome do capítulo é um trecho de uma música do Fernandinho, que tem o mesmo nome do capítulo. Não sei se alguém conhece:

"Grandes coisas estão por vir, grandes coisas estão pra acontecer neste lugaaaaaaaar!"

Eu amo o Fernandinho, os louvores dele são ótimo!

Aquii estão cada um dos links das descrições separados:

— Closet da Bella: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Bella-Closet_zps7c7aa110.jpg

— Roupa da Bella: http://www.polyvore.com/bella_cullen_lords_princess/set?id=92261499

— Pátio de entrada da Mansão: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Mansatildeo-Entrada_zpse385a6ef.jpg

— Edeline Cullen: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Edeline-MiaHays_zps30c8e2bb.png

— Dominique Masen: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/KaegonBaron-Dominique_zps9b113b0c.jpg

— Hall de entrada da mansão: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Mansatildeo-Entrada2_zpsa7305032.jpg

— Sala de Estar: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Mansatildeo-SaladeEstar_zps33421b57.jpg

— Salinha de Pintura da Eden: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Edeline-SaladePintura_zpsa23574a4.jpg

— Quarto de Brinquedos da Eden: http://i1275.photobucket.com/albums/y458/Barbara_Dias/Lords%20Princess/Mansao%20da%20Bella/Edeline-QuartodeBrinquedos_zps88af13dd.jpg


Beijos e até sexta feira que vem!

B♔.

http://jornada-de-amor.blogspot.com/