Eu cresci sem uma família.

Acho que esse é um jeito estranho de começar uma história, mas a questões é que esse fato foi o que ocasionou todas as partes importantes desta história, que decidi contar porque o mundo precisava ouvir.

Acho que uma boa pergunta para iniciar meu breve resumo é: quem é Jesus? Acho que existem várias respostas e várias religiões que o definem de forma diferente, mas a resposta certa é o que pode ser a diferença entra sua salvação e sua condenação. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Ele é o meu melhor amigo e o melhor amigo que qualquer pessoa pode ter.

Eu apenas tive que aprender algumas lições antes de aprender isso. E eu não estaria aqui afirmando este fato se não fossem por dois anjos e um plano de Deus. Os dois anjos que o Senhor me enviara foram minha filha, Edeline, e meu marido, Edward. E o plano de Deus foi que me colocou em toda a confusão que estou prestes a contar.

Tudo começa na minha infância. Eu ainda me chamava Isabella Swan na época. Meu pai era alcoólatra e minha mãe viciada em drogas, nunca tive amor e muito menos atenção. E eu reclamava tanto por isso! Murmurava e xingava e me perguntava quando minha vida ia mudar? Morei com eles até os meus onze anos de idade, amadureci cedo, pois quem cuidava da casa e da alimentação era eu. Isso quando tinha alimentação, pois nenhum dos dois possuía um emprego. Quando eu completei onze anos minha mãe morreu e, por consequência, meu pai foi preso. Fui mandada para um orfanato de um bairro pobre de Los Angeles sabendo que seria impossível alguém me adotar e que eu só sairia de lá quando fizesse dezoito anos, mas eu estava feliz por ir morar em qualquer outro lugar que não o caos em que cresci.

As professoras e tias do orfanato simples sempre me trataram bem e eu fui mais feliz lá do que com meus pais. Naquela época eu jamais havia pensando em Deus, mas ele já me olhava e zelava por mim desde então. Ir para o orfanato foi apenas o começo de tudo o que Ele tinha para mim. Quando comecei a perceber que estava livre dos meus pais desnaturados, eu passei a sonhar em ter alguém que nunca me abandonasse, alguém que tivesse meu sangue e me amasse incondicionalmente por quem eu era. Mesmo em plena adolescência, eu sonhava em ser mãe. E esse sonho era tão intenso que acabei ficando solteira pelo mesmo motivo que queria estar namorando. A cada ano que se passava meu desejo crescia e eu passei a assustar os meninos com isso.

Mal sabia eu que permanecer solteira também fazia parte do plano de Deus para mim. De que outra maneira eu conheceria Edward? O Senhor é mesmo perfeito, de todas as maneiras. Ah, sim... O plano d’Ele também incluía uma pequena órfã que apelidei de pulga.

Conheci Alice naquele orfanato e tive uma melhor amiga pela primeira vez. Talvez fosse mais certo dizer que Deus me enviou mais um anjo para cuidar de mim. Alice sempre foi incrível, sua vivacidade e alegria enchia o orfanato de luz e contagiava qualquer um. Prometemos que nunca iríamos nos separar, nós seriamos a família uma da outra e desde então todos passaram a nos chamar de irmãs.

E não posso esquecer a outra grande parte dos planos: os Cullen. Minha louca família feliz.

Meu grande irmão, Emmett Cullen, também foi uma benção que Deus me enviou através do orfanato. A maior benfeitora do orfanato era Esme Cullen, mãe de Emmett e esposa de Carlisle, que era diretor em Hollywood. Não, eles não conheciam totalmente Jesus na época, mas foram usados por Deus da mesma forma. Todo esse inicio da minha história serve para provar que Deus usa quem Ele quer e na hora que Ele quer, seja a pessoa boa ou não.

Sempre que Esme nos visitava no orfanato Emmett vinha junto e passávamos horas e horas brincando, então Esme passou a levar a mim e a Alice para sua casa nos feriados. Foi assim que Emmett Cullen entrou para nossa gangue e viramos um trio.

Esme foi quem me ajudou com a minha carreira e a de Alice. Fomos adotados por ela e Carlisle aos dezesseis anos, quase dezessete. Não reconheci na época, mas aquele foi um dos primeiros milagres de Deus em minha vida. As duas garotas mais velhas do orfanato, as que todos diziam que jamais seriam adotadas, que seria impossível alguém querê-las... O que todos não sabiam que é Aquele que cuidava de nós duas era o Deus do impossível, o dono de todas as coisas. E foi assim que duas órfãs adolescentes, sem dinheiro ou família foram adotadas e tiveram um futuro brilhante.

A adoção foi apenas o último detalhe formal, pois já éramos consideradas e tratadas como filhas desde o primeiro feriado lá. Crescemos, Alice se formou em Design de Moda, Emmett em Publicidade e Propaganda, mas eu só fiz um ano do meu curso de Pedagogia. Tudo porque uma vez Carlisle me ouviu cantar e me impediu de continuar o curso alegando que meu talento era muito grande e foi assim, com apenas uma pequena ligação dele, que eu fui aceita na Juilliard, a maior escola de música e artes do mundo.

A Escola ficava em Nova Iorque e mais uma vez Esme e Carlisle me ajudaram em tudo. Foram quatro anos de curso em música e dramaturgia. Eu voltava para a casa deles em todos os feriados e, com o tempo, passei a considerar aquela como minha casa também. Pela primeira vez eu tinha pais amorosos, irmãos atenciosos e um lar feliz. Mesmo não tendo o mesmo sangue, eu era parte daquela família. Eu e Alice éramos amadas, tratadas como filha e eventualmente passamos a chamar Esme e Carlisle de mãe e pai.

Ainda me pergunto como pude não pensar em Deus naquela época. A quão cega eu estava para não ver as benções que Ele me proporcionava?

Carlisle me ajudou a entrar no mundo da fama mesmo antes de terminar a faculdade, apenas um ano depois de iniciar os estudos eu me encontrava em todas as revistas e matérias de televisão, me afastando cada vez mais do meu chamado e da vida que o Senhor queria para mim. Veja bem, nem tudo o que acontece está dentro dos planos perfeitos d’Ele, nós sempre acabamos desviando e virando tudo do avesso. Pelo plano original d’Ele, ninguém nunca sofreria. Mas Deus é capaz de pegar toda a bagunça que nós criamos e fazer dar certo, se nós deixarmos.

Com apenas 20 anos mudei-me para minha própria casa e Alice para a dela, sem nunca deixar de visitar nossa família, é claro. E aquele desejo, aquele sonho maior nunca me abandonou. Mesmo com a família postiça que eu tinha ganhado, o desejo de ser mãe ainda me consumia por completo.

Eu fugia das câmeras e de entrevistas para ir a parques e observar as crianças, esperando o dia em que eu teria a minha. Eu tentei namorar, mas todos os homens que conheci estavam claramente interessados no meu dinheiro e assim eu não queria. Eu estava chegando ao topo, mas ainda me sentia vazia e incompleta.

Uma vez ouvi que na Bíblia todos os grandes heróis possuíam uma grande dificuldade em suas vidas. Só não entendi que era daquela maneira que Deus atuava. Afinal, como alguém sabe o que quer sem sentir falta de nada?

Foi quando Alice chegou com aquela solução... Aquela que mudaria toda a minha vida.