Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Conforme prometido, mais um capítulo, se der posto mais, afinal, como disse antes, ainda tenho mais 3 fics pra atualizar rsrsrs

Bem vindos leitores novos!!! Comentem, não sejam tímidos, me digam se estão gostando da fic!



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Estava vestido com uma roupa simples, jeans e camisa de um deputado estadual, baixinho, careca e com uma baita barrigona!

— Por favor senhor, bom dia, antes de mais nada, gostaria de falar com Paulo Nascimento.

— Sou eu.

— Você? Não é não!

— Sou sim!

— Não é não! Claro que não é!

— Ô moça, a senhora tá doida? Ah! Já sei... — ele colocou a cabeça pra fora do apartamento olhando o corredor — é pegadinha!

— Não. — fiquei confusa — Desculpe, mas o Paulo que conheço tem quase 1,90 de altura, é forte, atlético, meio loirinho, olhos castanhos amendoados e tem um sinalzinho discreto no canto direito do lábio superior, braços musculosos, peitoral largo, seguido por um abdome definido e bem marcado, as coxas são grossas e torneadas e...

O homem me olhava espantado, Deus eu estava toda derretida pra descrever o Théo, ou Paulo, ou seja lá quem ele for.

— Senhorita, não tem ninguém aqui com essa descrição não, eu que moro aqui. — ele bateu na pança de Sancho, é, tá na cara que esse homem não era nem de longe o Théo. Então inesperadamente ele puxou a identidade da carteira em cima da mesa, é... era Paulo Couto do Nascimento, o baixinho gorduchinho.

Me desculpei e fui embora.

Que absurdo! Ele usava um endereço fantasma e um laranja! Ou... esse cara estava escondendo o Théo de mim!

Agora isso virou questão de honra!


Na terça-feira pedi pra uma colega do trabalho ligar pro celular dele e perguntar se ele estava disponível. Expliquei que se tratava de uma brincadeira com um amigo antigo de faculdade, um trote bobo. Carol ficou indignada, ela achava que eu deveria estar fazendo outra coisa, ao invés de procurar, como foi que disse... ah sim, chifre em cabeça de cavalo.

Quando a Fatinha ligou ele disse que não estaria disponível por um longo período.

Pelo menos me deu exclusividade. Isso foi uma coisa que gostei de saber.

Quarta-feira, dia muito chato, cheio de problemas no trabalho, me aborreci como nunca antes com um colega, isso é tão desgastante, odeio essas discussões sem fundamento nem finalidade.

Cheguei ao meu apartamento um pouco mais tarde que de costume, o dia foi mesmo complicado. Joguei a bolsa sobre a cadeira e percebi que não estava sozinha, a sala toda cheirava a comida, ai que fome, que cheiro bom...

— Théo?

— Oi, já chegou? — perguntou ainda na cozinha, e então surgiu na sala.

Sei que abri a boca, porque isso foi muito mais forte que eu! Mas também, puta merda! Ele apareceu de calça jeans preta, sem camisa e com o meu avental xadrez, que ficou lindo nele, e extremamente sensual.

— Oi, boa noite. — tirei os sapatos, Théo veio em minha direção e os tirou da minha mão, me dando um selinho com gosto de vinho, um não, foram dois, minto foi um selinho e um outro beijo mais demorado e mais úmido, que obviamente correspondi.


Tomei um banho rápido, não queria deixa-lo esperando pra jantar, além do mais meu irmão e a Luiza estavam à caminho.

Théo me serviu de uma taça de vinho tinto seco, nem acreditei quando vi a mesa, linda! Tinha até um vaso com flores do campo. O jantar que ele preparou também surpreendeu demais! Medalhão de mignon ao tornedor, arroz de brócolis e batatas souté.

Posso definir agora a refeição? Incrível!

— Jura que foi você quem fez?

— Claro que fui eu. Gostou?

— Tá sensacional! Delicioso!

— Seu dia foi estressante? Está parecendo.

— Muita coisa.

— Quer me contar?

— Quero. — respondi com sinceridade, queria mesmo dividir — Tudo começou quando me deram um contrato pra analisar de uma empresa de prestação de serviços, mas então descobri que eles não entregaram os documentos de seguro de vida do pessoal, e como uma das cláusulas é o cumprimento do seguro de vida, mandei parar a medição, medição é o pagamento... — expliquei — só que o coordenador tem algum tipo de ligação com esse gerente...

Enquanto eu contava tudinho o que aconteceu detalhadamente, Théo continuava comendo, mas prestando a maior atenção! E vez e outra balançava a cabeça confirmando, ou assentindo pra que eu continuasse.

— ...Então foi isso que aconteceu, mas o que me deu mais raiva, foi a cara de pau dele de dizer que poderia ir medindo enquanto eles acertavam os documentos!

— E o valor do seguro foi pago inicialmente? Estava previsto no DFP?

— Pior que estava, já foi até pago essa porra! Isso me tira do sério...

— Se tem algum esquema por trás, você não pode fazer muita coisa, mas fica esperta, e mande seus e-mails sempre com cópia oculta para o seu particular, se eles liberarem a medição ainda que tenha feito a análise desfavorável o ideal é que tenha isso registrado.

Sabe quando de repente a gente se liga numa coisa? Foi esse o momento. Ele percebeu que eu percebi. Porque pousei o garfo no prato ainda olhando para a comida, cabeça baixa e um silêncio insuportável.

— Com que tipo de pessoa você anda fudendo, Théo? — a pergunta saiu baixinha, mas ele ouviu, e eu ainda não o conseguia encarar, como não me respondeu, eu continuei — Falar de Demonstrações Financeiras Padronizadas pela sigla... — levantei meus olhos, ele apenas sorriu um sorriso sem graça.

— Conheço muitas pessoas, já estou nessa vida há muito tempo, muito mais do que gostaria.

— Você não gosta do que faz, não é?

— Sim e não.

— Resposta ambígua, como devo entender?

— Do jeito que é, ambígua, por que tudo tem de ser preto no branco, certo ou errado, sim ou não?

— Eu não sei.

— Mudando de assunto, seu irmão vem a que horas?

— Devem chegar lá pelas nove, ele vem de Penedo.

— Tá, e tem alguma coisa que queira que eu faça... Ou que não faça?

— Sinceramente?... Não quero que seja o Théo, o cara que faz programas, quero que seja você mesmo.


Minha resposta o fez sorrir um sorriso aberto, feliz.


Terminamos o jantar ainda conversando sobre contratos e administração e foi quando o Théo deixou escapar que “na faculdade houve um estudo de caso...” Caralho! Ele tem nível superior! Por isso tanta desenvoltura pra conversar sobre tantas coisas, deixei com que falasse bem à vontade, nada de pressionar por respostas, aceitei o que ele quis me dar.

Lavei a louça e ele foi enxugando e guardando, as vezes ficava olhando ele falar e mexer o nariz tipo A Feiticeira fazendo suas bruxarias, ele tem uma mania bonitinha. A forma que seus lábios se mexiam ao falar a letra erre, diferente, acho que ele fala outra língua que não seja o português, e a forma sutil com que levantava as sobrancelhas surpreso com alguma coisa que tenha dito.

Ele explicava seu ponto de vista sobre o direito trabalhista, mas tudo o que podia ver era um homem lindo, mexendo os lábios em câmera lenta, com aquele erre diferente e aquele sorriso de dentes alinhados, a pintinha acima do lábio, pequenininha, estava lá, dando um charme a mais em sua boca, a essa altura absolutamente desejável por mim.

Meu irmão estava demorando, como de costume, ele não entendia bem o conceito de pontualidade e foda-se o Mundo esperando pelo príncipe. E naqueles quinze minutos em que ficamos esperando o Junior, Théo colocou meu cd (já quase furado do Justin T.) e quando Mirrors começou a tocar ele me tirou pra dançar.

http://www.radio.uol.com.br/musica/justin-timberlake/mirrors/409016


Me pegou pela mão delicadamente me levantando do sofá e colou nossos corpos, nossos rostos, apoiando sua mão esquerda em minha escápula, forçando meu braço a ficar em posição de dança de salão. Dançando comigo, descalços, no meio da sala, desviando perfeitamente dos móveis. Me rodopiando em meu eixo e me puxando firme pra junto do seu corpo, seus olhos nos meus, e me abaixou para um beijo que não veio, a campainha tocou.

Sério, se não estivesse de fato apaixonada por esse cara, teria ficado naquele instante, pior que tenho a leve impressão de que está tentando me seduzir pra isso, e o resto de consciência que tenho me diz pra fugir dele como o Diabo foge da cruz, porque provavelmente ele só quer me deixar pobre de uma vez.


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Notas finais do capítulo

Cadê meus comentários??? O que acharam do capítulo???