Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse capítulo vocês vão gostar.
Depois me contem o que acharam!



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Sábado chegou, as meninas chegaram, meu apartamento ficou lotado e graças ao meu bom Deus, a vagabunda da Letícia não resolveu aparecer.

Em compensação meu irmão, que estava ao telefone com Luiza, quis falar comigo.

— Alô, oi Junior.

— Oi é o caralho! Eu ouvi uma coisa da Luiza que não tenho certeza se estava com muita maconha na ideia... ou se ouvi direito. Você está morando com uma cara?

— É, mais ou menos...

— Mais ou menos? Como assim mais ou menos?

— Ele passa a maior parte do tempo aqui, mas ainda não nos juntamos, se é essa sua preocupação. E outra coisa! — caiu a ficha que ele não tinha o direito de falar assim comigo — Além de ser dona do meu nariz, me respeita! Sou sua irmã mais velha!

Luiza levantou os olhos e fiz sinal que iria a estrangular!

Passei o telefone e ela ficou toda sem graça.

Junior estava muito enganado pensando que poderia se meter desse jeito na minha vida!

Ele tinha vinte e oito anos e desde que assumiu a gerência da pousada dos nossos tios, estava se achando a última ruffles do pacote!

Nossos tios estavam morrendo de orgulho dele, o que só fazia aumentar-lhe o ego. Também... meu primo Sandro resolveu se assumir e se mandou para viver com seu bofe magia em Macaé! Vida louca... Ainda me lembro, no Ano Novo o sem noção resolveu presentear os pais, levando o Gui pra conhecer a família, ficamos de cara! Tipo, uma coisa é “será que ele é?” outra coisa bem diferente é ele aparecer com o boy lá em pleno Ano Novo!

Carol estava mais animada que nunca, chegou primeiro que todas e já foi logo se enfiando apartamento adentro, fuxicando nas coisas do Théo, cheirando, analisando, fazendo várias caretas!

— Menina, mas esse homem é muito chique... Olha só essa gravata lilás! Débora você já viu a marca dessa gravata? É Chanel! Que tipo de garoto de programa usa gravatas Chanel? Débora! Você reparou nisso?

— Lógico que eu reparei! E também me liguei que boa parte desses luxos, somos nós quem vamos bancar nos próximos meses! Sua piranha!

— Ah deixa de ser escrota e aproveita então, otária!

— Aproveitar o que exatamente, sua quenga?

— O homem! Sua burra! Um homem desses, com uma piroca dessas a gente não encontra por aí não, eu mesma já andei conferindo essa semana umas coisas que... Deus me livre... cara, ontem fui lá na boate que te falei na Barra, com a Michele, garota... acabei me rolando num canto com um gato! Mas quando botei a mão dentro da cueca dele.... Puta que pariu...

— O quê? Era pequeno?

— Pior.

— Pior como?

— O cara tinha piru de bengala.

— Como é piru de bengala? — a essa altura já estava rindo.

— Ué, bengala! Não sabe como é uma bengala? Fina e torta na ponta.

— O quê? — cai na gargalhada — Você tá zuando...

— Não tô não! Tirei foto e tudo!

— Mentira!

Foi quando ela puxou o celular do bolso e me mostrou, não sabia se continuava tendo uma crise de riso ou se me lamentava. Caralho! O cara tinha mesmo a piroca mais torta da face da Terra! Era grosso na base, perto da pélvis e ia afinando e na ponta entortava pro lado esquerdo de uma tal maneira! Nunca vi algo assim antes!

— Amiga que roubada!

— Pior é que ele queria que eu chupasse, vê se eu tenho cara de quem fica chupando caramelo natalino?

Tentava parar de rir, mas a Carol é mestra em falar coisas sérias como se fosse uma piada!

— Fuder, nem pensar! Como é que isso aí entraria em mim, nem que ficasse brincando de bambolê! — ele ficava virando o quadril num semicírculo e eu me acabando de rir!

Nesse momento, as meninas começaram a chegar, trazendo cada uma o combinado. Eu daria as bebidas, elas os aperitivos.

Estava tudo tão animado que até me esqueci por um momento do Théo. Carol estava inspirada na bobeira! Luiza radiante com as roupas intimas que estava ganhando.

Só mesmo um conjunto que a Geovana deu que não daria nela de jeito nenhum, Luiza é muito magrinha e muito pequenininha, o conjunto rendado extremamente sexual de cinta liga, meia, sutiã meia taça e calcinha fio dental ficou parecendo uma fantasia de carnaval! Rimos à beça dela!

— Experimenta você, Débora. Com seu tom de pele moreno vai ficar melhor que em mim! — Luiza era bem branquinha de cabelos curtos castanho escuro, parecia uma sósia da Branca de Neve.

— Tá! Vou experimentar! — já estava muito chapada a essa hora, de tanta caipirinha de vodca misturada com cuba libre.

O conjunto caiu perfeitamente em mim!

Apareci na sala, vestindo a lingerie, e coloquei um sapato de salto vermelho de vinil só pra zuar mesmo. Comecei a dançar conforme elas ficavam cantarolando música de streap tease.

Não é pra me gabar não, mas meus cento e dez de quadril fazem a diferença numa dança dessas em que a gente vai rebolando até o chão e isso pra mim, sobre um salto agulha não é nada! Quem aguenta ensaio da Mocidade meses à fio, uma reboladinha sensual até o chão é fichinha!

E estava eu, rebolando quase encostando a bunda no chão, de costas para as meninas e resolvi subir como uma dançarina de poli dance, empinado a bunda exposta com um fiapo microscópico que desaparecia por baixo da cinta liga, me sentindo a Beyonce do Largo do Machado! Joguei minha cabeça para trás, levando meu cabelo junto, que bateu feito um chicote no meio das minhas costas e me virei toda sensual pra olhar as meninas.

Elas estavam gritando horrores, e dei de cara com Théo, parado na porta da sala. Ninguém o viu chegar!

Aquela cara de safado dele, me deixou com uma leve contração no baixo ventre. Que nervoso! Ele estava segurando o lábio inferior nos dentes, de olhos semicerrados e fazendo que sim com a cabeça.

Gelei. Parei toda sem graça. E foi minha reação totalmente inesperada que fez com que as meninas se virassem para ver o que havia me feito paralisar.

Théo.

De calça social grafite e blusão social branco, com um paletó pendurado no braço cruzado, me encarando.

— Oi Théo! — Carol estava muito mais embriagada que eu! — Meninas esse é o noivo, namorado marido da Débora!

Éramos dez no total, uma zona do cacete, todas pra lá de Bagdá! Cerveja, Vodca, caipirinha, rum e muita tequila foram o combustível alcoólico para nos manter no brilho!

Elas começaram a rir e a gritar “Hmmm, Debinha", "arrasou meu bem!” entre outras coisas...

Théo cumprimentou a todas meio por alto e veio até mim. Me deu um selinho atoa com a mão na minha cintura.

— E aí Théo? Tá aprovada? — Será que a Carol não sabia calar a boca??

E eu morri! Quando ele me apertou a cintura e deslizou a mão até minha bunda apertando de leve e me puxando pra ele. Depois se virou pra Carol e respondeu...

— Essa já é a roupa da nossa Lua de mel?

As meninas gritando e rindo ainda mais! E eu com a cara no chão!

Mas aí me deu um calor absurdo, ainda com a mão na minha bunda, colou seus lábios na minha orelha, sussurrando...

— Muito gostosa. Tô de pau duro querendo meter fundo nessa bocetinha melada.

Senti latejar lá em baixo e um arrepio percorreu minha nuca.

— Deixa de ser safado.

— Não tem como. Vou tomar um banho e tocar uma punheta pensando na recepção que tive.

Théo acenou para as meninas como se estivesse encabulado e seguiu pra dentro do quarto.

As meninas ficaram eufóricas com a chegada do Théo. E tenho certeza de que ele ouviu os gritinhos agudos que elas dispensaram quando ele fechou a porta do quarto atrás de si.

Não demorou nada pra que fossem embora! Luiza levou os presentes e Carol decidiu que a festa continuaria no apartamento dela, mas foi a última a descer. Claro! Precisava me dar instruções!

— Se você não der pra ele, nossa amizade acaba hoje!

— Você tá louca?!

— Você que tá de não aproveitar! São dezoito mil Reais! Acorda sua retardada! — então gritou bem alto — Tchau Théo! Estamos indo!

E saiu do apartamento empurrando a língua na bochecha, me dizendo “paga um boquete!”

De repente me vi no apartamento, sozinha, na maior bagunça de papel de presente rasgado, copos espalhados pra todo lado, restos de salgadinhos em bandejas e um garoto de programa possivelmente se masturbando no meu banheiro.

Fui trocar de roupa, aquilo estava tudo muito insano.

Já estava sem o sutiã, indo o mais rápido possível pra que... não adiantou porra nenhuma, Théo abriu a porta do banheiro e deu de cara comigo, de cinta liga branca, meia calça oito oitavos branca, sapato vinilico vermelho de salto alto e de seios de fora.

Primeira reação, impulsiva - cobrir os seios com as mãos. Primeira reação dele, sorrir de lado com a maior cara de safado que eu já vi na vida!

Segunda reação, involuntária – sentir meu sexo se apertar, umedecer e latejar ao mesmo tempo. Segunda reação dele, tirar do corpo a toalha que lhe cobria a nudez, revelando sua ereção.

Ficou se tocando, puxando o pau na mão, alisando do tronco a cabeça exposta, sem deixar de me encarar.

Não era uma dessas picas gigantescas, do tipo tripé vinte e cinco centímetros... que a gente costuma ver nos filmes pornô, mas devia ter uns vinte centímetros com certeza! E era grosso, muito grosso, era de fato como na foto da internet.

Foi inevitável não encarar, ele continuou se tocando e eu encarando boquiaberta, paralisada, sentindo mil coisas ao mesmo tempo.

As comparações são inevitáveis, João era muito menor que o Théo! Na grossura então, nem se fala!

— Você quer que eu te fôda, tá morrendo de vontade de ter uma pica de verdade te penetrando, não é?

Não conseguia falar nada só fiquei parada, feito uma idiota.

Théo deu o primeiro passo, me senti empurrada por uma força estranha, e dei um passo também em direção a ele.

Ele se sentiu mais confiante e deu os três últimos passos que faltavam para estarmos tão próximos que era possível sentir seu hálito mentolado.

Théo esticou as mãos e tocou meu ombro de leve, descendo para meus braços, os descruzando da frente dos meus seios. Expondo-me a ele, numa lentidão ao mesmo tempo sensual e angustiante.

Meu coração batia na garganta, então ele diminuiu ainda mais a distância entre nós, olhando-me nos olhos, maxilar tensionado, as narinas sutilmente dilatadas, mas a respiração dele era controlada, enquanto a minha era exaltada, exasperada.

Engoli em seco.

Théo molhou os lábios na língua e tocou minha boca suavemente, meu corpo inteiro estremeceu quando senti seu membro em meu umbigo, duro, excitado, faminto.

E foi por estremecer e suspirar que ele descolou nossas bocas bruscamente. Olhou-me com os olhos semicerrados, de um para o outro, acho que na minha cara estava estampado um pavor absurdo!

Senti o membro dele relaxar um pouco e Théo se afastou. Respirou muito fundo mesmo, soltando o ar pela boca de uma só vez, pegou uma muda de roupas quase que correndo e saiu do quarto, sem dizer uma só palavra.

E foi estranho por que assim que ouvi a porta da sala bater, uma música do Leny Kravitz começou a tocar, não me lembro de tê-la colocado na playlist. E também não combinava em nada com o momento do chá de lingerie! Calling all angel.

http://www.kboing.com.br/lenny-kravitz/1-50152/

Sabe quando dá vontade de chorar? Me senti assim e não pude evitar as lágrimas, aquela música malditamente romântica tocando e eu me esvaindo em lágrimas e coriza, tomei um banho rápido, vesti uma camisola de algodão e me deitei.

Foda, a música ficou repassando na minha cabeça! “Toda minha vida, Eu tenho esperado alguém para amar”, aquela voz triste cantava, eu realmente não me lembro de deixar essa música pra tocar.

Não consegui pregar o olho, fiquei rolando de um lado a outro horas e horas e quando ouvi o barulho da porta fiquei nervosa. Olhei no celular, quatro da madrugada. Virei de lado, fingindo dormir, ele voltou!

Mas só entrou no quarto muito tempo depois, ficou com a porta aberta, eu fingi estar dormindo, mas abri os olhos bem pouquinho e pude vê-lo escorado no portal, cabeça reclinada também encostando no portal de madeira, olhando-me por um bom tempo, pensando em alguma coisa, então esfregou o rosto e andou até o outro lado da cama, se deitou ao meu lado sem fazer muito barulho.

— Débora. — não respondi, fiz que estava no décimo sono! Então ele entrou para baixo do lençol que me cobria e se aconchegou a mim.

Meu coração disparou, o corpo dele estava quente e podia sentir cheiro de whisky, ele passou o dedo de leve no meu cabelo, tirando-o do meu rosto, tentei manter a respiração controlada, mas tudo o que consegui foi prendê-la.

Morri quando senti seus lábios tocando meu pescoço ao mesmo tempo que seus braços me puxavam pra ele, colocou-me recostada em seu bíceps, minhas costas em seu peito e seu braço direito enlaçando minha cintura.

Suspirou e voltou a respirar normalmente e seu braço relaxou, deixando o peso em meu corpo. E foi aquela respiração que me acalentou a alma e adormeci.


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Notas finais do capítulo

Momento casalzinho feliz...