Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente, minha fic entre os favoritos de vocês!!! Que máximo! Amei demais! Obrigada!


Beijos! ♥

Vamos ver o que rolou na noite anterior...



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Primeira coisa depois do banho e foda-se que eram seis da manhã! Ligar para o Théo.

Mas o filho da puta deixou o telefone desligado! Desgraçado! Ai, minha cabeça doía tanto! Acho que bebi muito além do que supunha.

Encontrei com Carol no elevador do prédio em que trabalhávamos no Centro do Rio, estávamos ambas com um copo de café em punho e óculos escuros pra cobrir a vergonhosa ressaca.

— E aí? Deu?

— Bom dia pra você também, Carolina.

— Bom dia é o caralho, ele te comeu ou não?

— Não... sei.

— Como é? Ouvi direito?

— Não sei, tá legal? Não sei!

— Tá me zuando né?

— Ah, antes estivesse... — passei a mão nos cabelos, estava aflita.

— Que perigo, Débora!

Descemos no nosso andar e andamos em silêncio até nossas mesas.

— E você acha que eu não sei? Tô aqui em pânico! — gritava em sussurro, tentando conter meus maiores medos.

— Esse pessoal pode ter Aids! Gonorreia! Sifilis! HPV... — ela também gritava em um sussurro abafado.

— Já entendi Carol! — minha voz saiu um pouco mais alta que o planejado — Já entendi, porra!

— E a gente nem pensou em pedir um teste desses de DST!

— A gente? Eu, você quer dizer! Além do mais nenhuma de nós duas pensou em mais nada depois que ele entrou lá no meu apartamento!

— Lembra que você disse que ele perguntou se era pra fazer com homem ou mulher? Então... Ai amiga, que merda! Que merda!

— Que cu! Tô fudida! Pior que acordei nua!

— Que merda! Que merda!

— Com a xereca molhada! — praticamente fiz mímica pra dizer aquilo.

— Que merda do caralho! E agora? Já tentou falar com ele?

— Claro! E só escuto aquela vagabunda dizendo que minha chamada será encaminhada para a caixa de mensagens!

— ... E estará sujeito a cobranças após o sinal... — Carol completou fazendo graça com a minha desgraça — E tá faltando alguma coisa na sua casa?

— Não! Tudo ok. — respirei fundo, apavorada — Não sei o que fazer!

— Liga agora pro laboratório e pede um exame completo de urgência!

— Sem a prescrição médica?

Alooow! ­ — Carol mostrou um papel de Atestado de Saúde Ocupacional.

Foi exatamente o que fiz, politicamente incorreta, utilizei um dos contratos com um laboratório e fui fazer o exame, próximo ao primeiro local onde nos encontramos, na rua do Ouvidor, confesso que fiquei andando meio que procurando por ele, mas é óbvio que não o encontrei.

Assim que pisei fora do laboratório meu celular tocou. Atendi de imediato.

— Théo!

— Nossa! Bom dia! Quanta saudade... — ele estava sendo sarcástico!

— Théo, pelo amor de Deus, o que aconteceu?

— Como assim o que aconteceu? — ele parecia ofendido!

Ai que merda! Ele me comeu e o pior é que eu nem lembro!

— O que aconteceu com.... a gente...

Ele deu um tempo do outro lado, o que me deixou ainda mais nervosa.

— Débora, você usa pílula?

— O que??? — tenho plena consciência de que dei um grito no meio da Avenida Rio Branco

— Perguntei se usa pílula, afinal você está no seu período fértil.

— Como assim eu tô no meu período fértil? Seu maluco! Você... você... er... dentro?

Mentalmente e no meio de toda aquela confusão de pensamentos, fiquei tentando lembrar de uma farmácia próxima! Pílula do dia seguinte!

Finalmente ele teve dó e se pôs a rir com vontade!

— Fica calma, é brincadeira.

— Que parte? Foi fora pelo menos? Você usou camisinha? A gente...

— Débora. Débora! Não aconteceu nada.

Me deu um alívio imediato, senti meu corpo flutuar e de repente bater com tudo no chão ilusório dos meus pensamentos.

— Por que não aconteceu nada? Se acordei nua! Por acaso eu sou indesejável?

— Não mesmo... Foi deveras um esforço sobre humano não enfiar a pica na sua boceta. — Ui! Primeiro ele fala todo polido pra depois mandar esse linguajar chulo?

— Então... por que... por que...

— Nós temos um acordo comercial, senhorita, não um encontro romântico. — sabe balde de água fria? — Portanto, seria no mínimo ante ético da minha parte usufruir do seu maravilhoso corpo por puro prazer, meu prazer, já que a senhorita estava praticamente morta.

— Não aconteceu nada. — constatei num misto de surpresa, tranquilidade e contraditoriamente inquietação e frustração.

— Não mesmo. Mas pensando muito sobre o assunto, lembrei-me de algo imprescindível, um exame de sangue, estou à caminho do laboratório pra resolver esta questão, espero que faça o mesmo. Para o caso da senhorita aditar nosso contrato com novas cláusulas.

— Engraçado, o senhor, falar disso, pois foi exatamente o que acabei de fazer! — atravessei a rua quando o sinal fechou para os carros.

— Excelente.

— Excelente. — remedei o jeito dele falar.

— Não se esqueça dos meus cento e cinquenta. Mandei um sms com a agência e conta em que deve depositar o valor, pelo que vi na sua carteira, é o mesmo banco. Faça a transferência ainda hoje, para que possamos prosseguir com nosso acordo.

— Sem dúvida farei.

Dá pra acreditar nisso? Esse cara é muito louco mesmo!

Joguei-me na cadeira de rodízio e ouvi as rodinhas da cadeira de Carol deslizando pelo carpete.

— Que cara é essa?

— Théo ligou.

— Ai meu Deus, vocês fizeram? Ele tem alguma doença? Você tá grávida!

— Para de falar besteira! Não aconteceu nada.

— É? Por que não?

— Seria “antiético”.

— Vixi! Amiga, esse cara é um profissional do sexo e leva isso muito a sério.

— Percebi.

— Mas você não parece muito contente com isso.

— Ah! Sei lá...

— Débora você tá apaixonada pelo Théo?

Apaixonada pelo Théo... apaixonada pelo... apaixo...

— Não! Tá maluca!

— Olha nos meus olhos!

Nos encaramos, eu com cara de tédio, ela me examinando como se fosse um médico oftalmologista.

— Que porra... Você tá apaixonada... — de repente começou a sussurrar meio irritada — Você tá apaixonada por um garoto de programa! Sua louca! Não pode! Você tá cheirada?!

— Eu não tô apaixonada por ele! — sussurrei de volta

Nosso chefe apareceu e fomos deslizando suavemente para baixo da mesa, fingindo arrumar os fios do computador.

— Débora! Admita! Você está sim a fim do Théo!

— Não tô! Foi só um beijo!

— Você tá sim e foi de antes do beijo! Muito antes!

Aquilo foi estranho, meu coração martelando enquanto eu me sentia um nada perto da Carol. Estar apaixonada por um garoto de programas? Isso não funciona!

 Saímos de debaixo da mesa pra parar debaixo dos pés do nosso chefe que nos fez de tapetinho por causa do documento desaparecido! Que ódio! A culpa nem foi nossa! E nessas horas ninguém assume o feito, pelo contrário. Caraca, prioridade número um, arrumar um novo emprego, que aquele cara já estava dando no saco!

 Théo mandou o sms com os dados bancários de uma empresa e eu depositei, fiz questão de mandar o comprovante por mensagem. Ele agradeceu.

Passei a noite como de costume, sozinha, olhando as sombras se formarem no vai e vem do farol dos carros. Desejando que ele estivesse comigo, minha mente só formava sua imagem, e não conseguia esquecer dos seus beijos, nenhum deles.

“Para o caso da senhorita aditar...” Ele sabia exatamente do que estava falando, ninguém sai por aí falando em aditar cláusulas contratuais...

Naquele instante dei um salto da cama e liguei o notebook, uma ideia absurda passou pela minha cabeça, mas sei lá! Como um prostituto iria comprar um carro daqueles? Do ano? Por que a agência e conta não eram pessoa física e sim jurídica?

Alguns minutos depois estava no site da Junta Comercial do Rio de Janeiro pedindo a verificação dos dados da empresa, com o CNPJ que apareceu pela transferência. Galáctica S/A. Não apareceu o nome Théo, ou Theodoro ou nada similar, mas sem dúvida na segunda-feira teria minhas respostas.

Passei o fim de semana em casa, estava fugindo das perguntas das meninas porque no fim das contas não combinamos nenhuma história pra contar sobre nosso amor.

Inesperadamente, no domingo pela manhã, e era cedo, meu celular tocou, Théo me acordou.

Hmm...

— Bom dia, Débora. Acordei você pelo visto.

Uhumm...

— Estou ligando pra te convidar pra tomar café da manhã comigo. Você quer?

— Tá falando sério? — respondi sonolenta.

— Estou. Muito sério. Podemos nos ver em uma hora?

— Tá.

— Coloque um traje de passeio.

Traje de passeio, esse cara tinha trinta ou sessenta anos? Traje...

Eu coloquei o bendito traje de passeio, do meu jeito, claro, nem a pau passaria meu domingo toda embonecada. Fiz um rabo de cavalo, vesti um short jeans e uma camisa polo azul, tênis rasteiro e pronto.

Théo, pontualmente às oito da manhã, surgiu no seu carro pra lá de lindo e nos levou para o jardim botânico, imprevisível, mas legal. Ele estava de calça jeans e blusa também polo, cinza chumbo, parecíamos ter combinado nos vestirmos daquele jeito.

Ele pendurou os óculos na blusa e me levou pela mão, tocou nossas mãos e me senti estranhamente desconfortável.

Nos sentamos e ele pediu o café completo.

Então iniciou sobre o real motivo de seu convite.

— Débora, a gente precisa definir algumas coisas, por exemplo, nos conhecemos na livraria, vamos continuar assim?

— Acho bom...

— Ótimo, qual sua cor preferida?

— Azul. Preto. Às vezes rosa.

— Qual seu time de futebol?

— Time de futebol? Nenhum! Odeio futebol!

— Ok, somos dois, mas se perguntarem insistindo muito, diga que é América. Alguma coisa que queira saber especificamente?

— Você acha mesmo meu corpo bonito?

— Maravilhoso. Ainda mais no período fértil.

— Como é isso? Como... sabe...

— Não precisou muito pra você ficar toda molhada e eu sinto o cheiro do seu hormônio.

— Ai meu Deus eu não ouvi isso.

— Relaxa, não estou falando nada demais, além disso, conheço bem as mulheres.

Fiquei calada por um tempo, sem encará-lo.

— Você está incomodada com isso né?

— Com o que?

— Débora, não sou estuprador, nem ladrão, nem nada do gênero. Tenha isso em mente.

Observação:  O nariz dele é perfeito, o rosto dele é perfeito e estava ainda mais bonito com os cabelos claros. Será que ele vai mudando de estilo como um ator? Dependendo do personagem? Ah! Por mais que estivesse me roendo pra saber, não iria perguntar, sei lá, de repente ele me acha uma louca intrometida...


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Notas finais do capítulo

hmmm...... então foi isso que aconteceu, mas ela ficou balançada demais!