Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

ÊEEEE que legal leitores novos!!!

Vamos ao capítulo que este está ó... show!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395449/chapter/3

Senti a cor sumir do meu rosto. Micão! Precisava achar um motivo por ligar no domingo cedo!

Ouvi Théo bocejar e se espreguiçar, ele ainda estava rindo, que bom saber que meu constrangimento o divertia.

— Desculpe ligar tão cedo no domingo, tenho certeza de que o acordei, desculpe. — pronto, agora me pus a matraquear...aff... — É que fiquei com uma dúvida, na verdade a gente não acertou nada, mas é que quanto sai... é... quanto custa você?... Digo... — ele estava rindo! Rindo e rindo de mim! — Quanto fica com beijos? — pronto falei!

— Beijos. Que tipo de beijos?

— Como assim que tipo de beijos? — minha mão estava tremendo, Jesus Cristo, que absurdo.

— Ora, Débora, que tipo de beijos? Selinhos, beijos simples de boca aberta e sem língua, beijo de língua... ou... o meu beijo.

— Como assim, seu beijo? Você por acaso tem um beijo? — agora ele estava tirando uma com a minha cara.

— Patenteado.

— Tá de sacanagem comigo?!

— Bem que gostaria de estar...

Fiquei muda e gelada, senti um arrepio estranho, calma Débora, deixa de ser tão carente!

Mas a verdade é que estava há quase um ano me contentando com um vibrador de clitóris que a essa altura não estava prestando pra porra nenhuma!

— Théo, de quanto é o acréscimo por beijo seja lá qual for? — tentei ser o mais profissional possível, afinal era uma gestora contratual! Como assim que de repente desaprendi a falar com um fornecedor?

Ele suspirou — Não vou cobrar pelos beijos, nenhum deles, entre a ponta dos fios de seu cabelos até o busto e da ponta dos seus pés até o alto de suas coxas, tá bem assim?

— Tá bem assim, obrigada pela informação e desculpe mais uma vez pela hora.

— Era só isso?

— É. — Que merda, caralho!!! Novamente aquele "É" que mais parece uma desculpa!

— Ai...ai... — ele se recuperava de uma boa risada — E quando vai precisar de mim? Tenho que fazer a agenda do mês.

Agenda do mês? Meu Pai celeste, nunca imaginei que esse pessoal tinha agenda! Ah! Que ignorância! Claro que eles tem agenda, pra saber com quem e quando!

— Semana que vem vou me encontrar com umas amigas na quinta-feira, pra um Chopp, elas são as madrinhas do casamento, a noiva também vai estar lá.

— E o que quer que eu faça?

— Eu... não sei.

— Tá, já vi que é a primeira vez que contrata um serviço desses. Manda uma mensagem com o endereço de onde estiver que eu vejo o que posso fazer por você. Quinta que vem?!... — ouvi uns barulhinhos de gemido, os pelinhos da minha nuca se arrepiaram. Ele continuou com o barulhinho, era algo como hmmm...

— O que... o que você tá fazendo?

— Hmm’anotando. — será que ele pode por favor Senhor, ser menos sensual? — certo, Dona Débora. Qualquer coisa me avise. Tchau.

— Tchau.

Ele desligou e corri para minha gaveta de calcinhas, isso estava me deixando fora da realidade, totalmente!

Depois de aliviar a tensão daquele homem gostoso gemendo no meu ouvido pelo telefone, fui tomar um banho, frio pra ver se abaixava a temperatura.

A verdade é que não estava certa de que ele era o cara ideal pra essa missão, Théo era muito homem, aonde por acaso ia dizer que o conheci? Não havia pensado nisso. Será que digo que foi na academia? Assim justifica aquele corpo maravilhoso que ele tem... Mas minhas amigas sabiam que eu mal pisava em uma academia. Que trabalha comigo também não, será que ele sabia falar sobre administração de empresas? Ah! Deveria sim, afinal ele administrava a empresa dele né?!

Passei o domingo pensando no assunto, mas nada que me impedisse de viver.

Carol e eu fomos ao cinema, adoro ir ao cinema em dia de domingo, infelizmente ou felizmente ela acabou encontrando uma “ex amiga” da época da faculdade e fiquei meio que sobrando, de vela.

A bissexualidade de Carol sempre foi o que mais me orgulho nela, nos conhecíamos desde... sei lá, desde sempre, morávamos no mesmo prédio, brincamos juntas, estudamos juntas, fizemos recuperação juntas, faculdade, muita coisa com aquela magricela maluca.

Éramos muito amigas e muito parceiras também, fui uma das primeiras a saber que ela estava se interessando também por meninas, na mesma época que ela acobertava minhas saídas pra namorar escondido.

Conhecemos Letícia na faculdade, nos tornamos amigas, até que entrei no banheiro da boate em que estávamos e vi o João, meu ex, comendo ela por trás, a saia dela parecia um cinto, toda enrolada na cintura, ele com a calça jeans pela metade da coxa.

Sabe qual foi a pior parte? Já havia bebido todas e mais um pouco, me virei no primeiro vaso que encontrei livre e menos sujo e comecei a vomitar, de cachaça nas ideias, de nojo deles, de raiva, de susto, e quem segurou meu cabelo foi ela, e foi ele quem apoiou meu corpo pra eu não cair de cara no vaso, tamanha minha tontura alcoólica!

Fiquei ouvindo os dois se explicarem na semana seguinte, imagina só, ter de ouvir do meu namorado de quase quatro anos que ele e minha amiga estavam apaixonados, ela dizendo que não foi por querer, ele que Letícia era a mulher de sua vida, e ambos me agradecendo por tê-los apresentado.

Deveria ter arrebentado os dois de porrada, deveria ter tocado fogo neles! Mas ouvi tudo calada, sufocando um bolo enorme na garganta, prendendo os lábios nos dentes enquanto meu corpo tremia inteiro de ódio.

Fiquei sentada de braços cruzados enquanto eles acabavam comigo.

Carol voltava de uma má sucedida campanha amorosa com a ex dela, que encontramos no cinema, e nos acabamos de tanto beber caipirinha.

Mas isso tudo aconteceu há muito tempo... mentira, faria um ano naquele mês de junho.

Inferno.

 *

Segunda-feira chata, terça-feira ótima, meu chefe resolveu nos presentear com sua ausência, quarta-feira tediosa e quinta-feira de quebra pau, sumiu um documento importante, procuramos em tudo quanto foi arquivo e nada, sobrou na pasta somente a cópia, que não tinha validade legal nenhuma! Daria uma enrabação geral, sem dúvida!

 Mas sabe quando respirei aliviada? Quando dei a primeira golada no meu Chopp. Tipo, amanhã a gente vê a merda que vai dar.

Meu rosto paralisou no meio da segunda rodada quando vi aquela vadia da Leticia chegando com a Luiza, minha cunhada. E a cachorra estava linda, de calça de couro marrom e blusa vermelha. Ai que ódio que me deu por estar de calça social preta e blusa de um ombro só branca coberta por um terninho.

Carol me olhou preocupada, mas fui super educada.

Geovana, Amélia e Sara também me olharam, mas sorri de volta e vi Amélia fazer mímica de “fica calma”. Não pensei duas vezes em mandar o endereço do barzinho para o Théo.

Não comi nada, não queria ter que mastigar, acho que não suportaria, fiquei bebendo e bebendo e bebendo até ficar entre aquele estágio de estou bêbada mas levemente consciente.

Minhas amigas riam muito com as coisas que dizia, eu falando sério e elas rindo, Letícia também ria e fazia a linha de “não tem nada de errado aqui”. Vadia.

De repente, elas pararam, ficaram sérias. Carol abriu um sorriso desses que mostra todos os dentes, e eu lá falando merda atrás de merda.

Foi quando senti um par de braços fortes em volta do meu corpo, o perfume Armani e me virei pra olhar, seu rosto já colado ao meu e me beijou, selou nossos lábios e praticamente forçou que abrisse a boca para que me invadisse com sua língua macia sabor hortelã.

Não ouvi mais nada. Então me soltou, ainda mantendo a menor distância possível entre nossos rostos.

— Oi, amor.

— Oi. — não sei se respondi direito ou se sussurrei.

Ele se afastou e se pôs ereto, estava de terno e gravata, e não era um desses de lojinha não, ele estava com um terno de marca, bem cortado e bem caro pelo visto, mas tinha alguma coisa de diferente, os cabelos estavam claros.

— Oi, Carol. — ele cumprimentou.

— Oi, Théo.

As meninas olhavam pra ele com a boca entreaberta, Letícia piscava o olho sem parar, Carol, sorrindo, deu mais um longo gole de Chopp.

— Amor, por que não me falou que viria pra cá? — sua voz era segura e suave ao mesmo tempo. Segurou minha mão me pondo de pé diante dele.

Precisava embarcar na dele!

— Desculpa, pensei que ficaria no trabalho até tarde.

— Não, sai ainda agora, por sorte passei por aqui e te vi.

Théo se inclinou e me deu um selinho.

— Deixa te apresentar minhas amigas! — ele me olhava com um estranho divertimento no olhar, deve ter pensado que agiria como das outras vezes, uma pateta! — Luiza, a noiva do meu irmão, já te falei dela, Letícia, Amélia, Sara e Geovana, Carol você já conhece.

— Boa noite, senhoritas.

Elas só faltaram derreter! Até mesmo Luiza! Também... quem usa “senhorita”, hoje em dia?

O cumprimentaram e antes que começasse a chuva de perguntas nos afastamos delas.

— Você veio! Você veio! — segurei em seu rosto, feliz da vida!

— Claro que vim, você me mandou o endereço, lembra?

— É, mas não achei que viria! Ah! Sei lá o que achei!

— Você tá chapadinha né?!

— Só um pouquinho — indiquei com o dedo.

— Deixa ver se é só um pouquinho mesmo.

Théo me puxou para um abraço apertado e não recuei, passei os braços em torno de seu pescoço e ele abaixou o rosto para me beijar mas não beijou, ficou brincando, fazendo-me buscar pelos seus lábios enquanto ele recuava, sorrindo, e me dava acesso e quando avançava me negava, minha vez de sorrir e ele tocou meu lábios com sua língua, senti um calafrio na espinha.

Théo tomou minha boca, deslizando sua língua em meus dentes antes de encontrar a minha e puxá-la nos lábios, meu corpo inteiro entrou em combustão.

Depois um beijo de língua normal e uma mordida no pescoço logo abaixo do lóbulo de minha orelha. Naquele instante pude ver que as meninas não tiravam os olhos de nós e Letícia ainda estava boquiaberta.

Théo continuou brincando com meu pescoço, arrepiando-me inteira.

— Agora é um bom momento pra sairmos daqui.

— Também acho. — respondi revirando os olhos.

—  Dá um minuto?

Théo arrumou os cabelos e se afastou para dentro do bar.

Enquanto isso fui me arrastando das nuvens até a mesa.

— Débora, quem é esse homem? — Luiza estava se roendo de curiosidade.

— Hmmm... — fiquei fazendo charme.

— Carol não quis contar! — agora era a vez de Geovana se morder de curiosidade.

— É... meu...

Théo me interrompeu puxando pela minha cintura, fazendo-me girar em meu eixo e me beijou mais uma vez.

— Meninas, as rodadas anteriores foram por minha conta.

— Ah! Como assim? — Carol olhava espantada.

— Como assim que agora vou levar a minha garota de vocês. — Minha garota? Quem fala isso? Minha garota?

Me despedi rapidinho com um tchau bobo com a mão apressada e fui praticamente arrastada aos risos e gargalhadas, e como dois amantes apaixonados fomos embora.

No estacionamento do edifício garagem Théo se aproximou do Hyundai Sonata preto e as portas se destravaram.

— Esse carro é seu ou você alugou só pra me buscar?

— É meu. Entra.

— Pra onde a gente vai?

— Para o seu apartamento.

— Ah não... Você me tirou no melhor do Chopp...

— Você já está bem chapadinha, Débora. Precisa se controlar ou pode acabar soltando a língua.

— Você é um chato! Lindo de morrer, mas um chato!

Ele riu mais uma vez de mim! Balançando a cabeça.

Não me lembro de muita coisa depois disso, só uns momentos em flash, lembro dele ter aberto minha bolsa, mais beijos, o rosto dele sobre o meu, como se estivesse olhando um anjo descendo do céu. E... e... não lembro.

*

Acordei com o despertador do celular, abri os olhos com uma preguiça horrível! E uma dor de cabeça de lascar!

Aí me dei conta de que estava em casa, estava mesmo em casa, na minha cama, enrolada no lençol feito um casulo, e estava nua! Oh meu Deus! O que aconteceu? Minha roupa estava dobrada em cima da cômoda. Foi espontâneo, passei a mão entre minhas pernas e estava um pouco úmida. Mas que caralho eu fiz???


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hmmm.... Que será que eles aprontaram...