Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Pra quem ficou sofrendo junto com a Carol, olha ela de bem com a vida novamente! (nem tanto kkkkkk)Boa leitura! E sigam-me os bons!



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Carol havia se recuperado da dor de cotovelo, hmmm... mais ou menos.

E estávamos decidindo no pedra, papel e tesoura entre almoçar no vegetariano ou no galeto. Eu precisava do vegetariano, essas comidas do Théo estavam me engordando!

— Ai merda! Caralho!

— Que foi, Carol?

— Você tá surda? Merda! Pisei numa porcaria de uma merda de cachorro, que ódio!

— Relaxa, esfrega o sapato ali no matinho.

— Ai que inferno, odeio isso! Se eu pego esse vira-latas do caralho eu colo o cu dele com super bonder!

— Você precisa comer, está começando a ficar estressada.

— Estressada vou ficar se não comer um galeto! É sério, preciso de um peito assado e batatas coradas!

— Aff... vai catar mulher na praia então! Peito assado e batatas coradas. — falei com deboche e ela acabou sorrindo. Eu rindo um pouco mais.

Ela jogou pedra, eu papel.

— Há! Ganhei! Papel enrola pedra! Otária!

— Vou acabar já com essa alegria... A quantas anda você e o Théo? — Putz, acabou mesmo com minha alegria, meu sorriso se apagou imediatamente.

— Sei lá... é estranho pra caralho. Desde o domingo que rolou aquele lance no chuveiro e a macarronada que a gente não tem ficado muito tempo sozinhos, sexta-feira é o chá de panelas, você vai né? Porque preciso de carona — Carol respondeu que sim com um aham e seguimos para o vegetariano — Ele ficou de passar lá só pra me buscar e me deixar em casa, sábado tem o último ensaio de casamento e aí sim vamos ficar mais tempo juntos.

— Sei não, pelo que você contou, esse cara tá afim sim de você!

— Ou tá me seduzindo pensando na minha grana.

— Ou isso, também.

— Você já pensou em ir lá no endereço que ele te levou e perguntar sobre o proprietário?

— Até pensei, mas aí podem me dizer que é o Paulo Nascimento e eu vou pirar! Outra vez...

— Acho que você tá precisando de sexo com urgência...

— Você acha? Eu tenho certeza!

— Tá mas e aí? Hoje é quarta-feira e ele não apareceu no seu apartamento?

— Isso que é o mais estranho, eu chego em casa e sei que ele esteve por lá, deixa janta pra mim, vê se pode?!

— É.... por dezoito mil.... ele tem que comparecer com algum tipo de comida né?

— Deixa de ser ridícula. — meu celular apitou uma mensagem, puxei pra ver enquanto entrávamos no restaurante — Falando no Diabo...

— O que ele quer?

— “Débora, vamos jantar juntos hoje?” — citei a mensagem e fiquei olhando pra Carol com cara de espanto e de boba, ela também me olhava com a mesma cara de boba espantada.

Hmm... promissor.

Digitei a resposta que sim, queria mesmo saber o que ele estava planejando.

— Se tudo der certo, amanhã estarei com cólicas e não poderei comparecer ao trabalho. — Dei uma fungada e fiz uma cara estranha, olhei pra Carol — Nossa! Que fedô! Carol é você!

Carol começou a rir.

— Vai se foder! E não muda de assunto, não! Tomara que amanhã você não venha, já estou ficando com nervoso dessa palhaçada de vocês.

— Não é palhaçada, o cara é um michê, pelo amor de Deus....

— E isso não te impediu de se apaixonar por ele.

— Ele vai me dar um golpe, Carol.

— Só se você deixar. E quer saber? — a voz dela soava um tanto irritada — Não acredito que ele vá te ferrar. Acho mesmo que ele está interessado, mas a cada vez que vocês estão juntos você tem que jogar na cara dele que ele faz programas!

— Ah! Legal, estou ferindo a autoestima e o orgulho do piranha. Ah, Carol, faça me o favor...

— Se desarma um pouco, tá bem? E não surta! Só relaxa... mas não assine nada!

O garçom apareceu para anotar os pedidos e de repente fez uma cara de quem tá com nojo, cobri o rosto com o cardápio, ele escreveu bem rapidinho e saiu.

Carol colocou o cabo da faca no alto do cardápio e foi abaixando o caderninho até dar de cara comigo segurando o riso.

— Nenhuma palavra sobre isso.

Eu bem que tentei ficar na minha, mas um colega nosso passou ao lado da nossa mesa assim que chegamos, ele é um viado muito discreto...

— Credo, vocês estão sentindo um fedor de merda de cachorro? Ai que nojo!

— Não... — Carol respondeu no maior cinismo e saiu apressada pra lavar o sapato no banheiro, não aguentei, tive que rir da cara dela.

*

Assim que cheguei em casa, estava rolando um clima romantiquinho, velas acesas, música ambiente, mesa posta e Théo, muito bem vestido com as mãos nos bolsos, a roupa social lhe cai perfeitamente bem, ele tem um ar sofisticado, um garoto de programa de luxo, com certeza.

— Boa noite, querida. — beijou minha mão tão de leve que mais pareceu um sopro, me olhando nos olhos. — Está linda com esse vestido preto.

— Boa noite, querido. — respondi com a mesma cortesia, mas que mentira, não era só cortesia porra nenhuma. — Você também está demais com essa roupa.

Sentamos à mesa e Théo nos serviu um jantar muito diferente, era num pão italiano parecido com uma broa, mas a casca era muito dura e dentro havia um picadinho de carne cremoso, tipo um escondidinho, diz ele que o nome é picadinho fondor, seja qual for o nome, estava uma delícia! Vinho tinto seco, igualmente delicioso.

— Vinho muito gostoso!

— É italiano, da região da Toscana, meraviglioso! — caraca! O tal erre que ele puxa é italiano!

— Que lindo você falando em italiano... Fala mais... — dei uma derretidinha pra ver se ele solta a língua né?!

In tutta la mia vita, non ho mai pensato di trovare una donna come te.

— Como é que é? Me comer? Você só sabe falar de sacanagem Théo?? — Fiquei indignada! Ele começou a rir.

— Não ragazza, eu disse que em toda a minha vida, nunca pensei em achar uma mulher como você.

— Ah. — hmmm abafa... que mico!

— E é verdade. Obrigado por jantar comigo hoje. — como assim, hoje?

— Estamos comemorando alguma coisa?

— Oficialmente meus trinta e quatro anos.

— Ah meu Deus! — levei as mãos à boca tentando esconder meu espanto — É seu aniversário! Parabéns! — segurei-lhe a mão e ele apertou meus dedos nos dele.

— Obrigado.

Nossa, de repente eu fiquei triste, tipo, ele estava comigo e não com a família dele? Que horror, que... triste.

— O que foi, Déb?

— Nada, eu só... pensei que... Tem certeza de que é aqui que deveria estar hoje? Tipo, aqui? — indiquei a mesa de jantar e a mim com o dedo.

— Apesar de ter de sair daqui a pouco... — ele olhou em volta, depois olhou pra mim — é... exatamente aqui, com você que gostaria de estar, na data de hoje. Portanto sua misericórdia é dispendiosa e desnecessária. Prove essa casquinha do pão com o azeite.

...


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Notas finais do capítulo

Parabéns Théo! Que fofinhos!