Meu Refugio. escrita por hollandttinson


Capítulo 28
A Culpa É Do Destino.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma recomendação e eu tô tipo: COMO ASSIM?!
Mas é... A DanyMellark recomendou a minha fic! E tava tudo tão lindo naquela recomendação, Dany. Mil vezes obrigada. Eu nem preciso dizer o quanto isso é importante pra mim, né? Você deve saber que isso me dá uma alegria sem tamanho! Eu fico mais feliz ainda por saber que essa fic te conquistou. Obrigada por todas as reviews que você já me mandou aqui, viu? Um enorme beijo.



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POV: PEETA.

Katniss tinha tido uma ideia para o natal, que eu particularmente gostei muito, não só porque foi ela quem deu a ideia, mas porque eu poderia passar o melhor natal da minha vida, dessa forma.

Iríamos fazer a ceia, não na casa de Gale, mas sim no Beco. No nosso beco. É perto da Padaria, o suficiente para que nós possamos ficar indo e voltando, e deixar os pães num lugar aquecido e depois voltar pra pegar. Vamos juntar as nossas familias, a minha(papai também vai participar, mas não sei nada sobre mamãe), a de Gale, de Delly e Katniss. 

- Vai ser demais, não vai?- Disse Katniss, á noite, quando eu fui levá-la em casa e paramos na frente dela. Nos sentamos no chão e ficamos brincando com a neve.

- Vai ser, sim.- Eu disse. Ela sorriu e escorou a cabeça no meu peito.- Eu e você. Delly e Gale...- Eu disse. Nós tínhamos presenciado o pedido de namoro de Gale. Ele tinha dito que não sabia o que sentia por ela, exatamente, mas que não era a mesma coisa de antes, e ele queria que ela mostrasse  pra ele o que está sentindo. A Delly chorou muito e aceitou. Mas o Gale ainda não sabe que ela é apaixonada por ele desde sempre, ninguém contou, ninguém quer estragar a magia daquele momento.

- As coisas aconteceram tão rápido, não foi? Parece até coisa de destino.- Disse Katniss, dando de ombros. Katniss não é muito o tipo de pessoa religiosa e tudo mais.

- Eu tenho certeza que estava escrito nas estrelas que nós íamos ficar juntos. Quer dizer, se não fosse assim, porque eu não tinha desistido de você? Porque era pra sempre. Sempre foi.- Eu disse. Ela balançou a cabeça.

- Mas o Gale não gostava da Delly, e a Delly não gosta do Gale á tanto tempo assim, só descobriu isso depois de um tempo.- Disse Katniss.

- Você também não gostava de mim. E quem pode explicar os feitos do destino?- Eu perguntei. Ela sorriu.

- Eu amo você.- Ela disse. Meu sorriso era enorme. Katniss não dizia isso o tempo todo, mas sempre que dizia, eu tinha certeza de que ela estava dizendo com o coração, de que era exatamente aquilo que ela sentia, e isso me deixava mais feliz. Ela me ama e eu não posso ser menos feliz.

- Eu amo você.- Eu disse, beijando o alto de sua cabeça.

- Vão dormir aí fora? Não seria melhor que entrassem? É mais quente.- Disse a Sra. Everdeen, com os braços cruzados. Estava tarde e ela sentia frio. Katniss fez uma careta. Eu não estava com frio, o corpo de Katniss esquentava o meu, além dos agasalhos.

- Eu já vou para casa!- Eu disse, me levantando e ajudando a Katniss a se levantar. A mãe dela acenou e entrou na casa.- Te vejo amanhã.- Ela sorriu e me beijou. Depois de ter passado a noite com Katniss, todos os seus beijos estão sendo diferentes. Eu não sei explicar o que é, mas tudo parece me chamar para a impureza, e isso está me perturbando, não tanto ao ponto de não me deixar levar por aqueles lábios.

- Até amanhã.- Esperei até que ela entrasse. Eu passei a mão pelos meus cabelos e sorri, balançando a cabeça. Ser um adolescentes cheio de hormônios nem é tão ruim assim.

- Vai dormir tarde, e fica todo cansado na manhã seguinte.- Disse mamãe, assim que eu coloquei os pés dentro de casa. Ela estava vestida para dormir e seus braços estavam cruzados. Estava tudo escuro.

- Eu ia  dormir tarde de qualquer jeito, se estivesse em casa, ou não.- Eu disse, balançando a cabeça e tirando as botas. O chão estava frio, muito frio, como a noite. Eu não devia ter saído de perto de Katniss.

- Pelo menos iria dormir tarde por um bom propósito, e não porque está levando uma menininha em casa.- Disse ela. 

- Katniss é bem mais que uma menininha, e tudo que eu faço tem um propósito. Você devia saber disso, eu sou seu filho.- Eu disse. Ela fez uma careta.- Pode apostar que não é a única que não fica feliz em lembrar disso.

- Seu insolente! Eu só estou te dizendo que você tem que cuidar  melhor da sua vi...

- Eu sei o que eu faço da minha vida, ok?- Eu disse. Me irrita o fato de as pessoas sempre acharem que eu sou quase uma criança, que não sei cuidar de mim mesmo, que eu não tenho o minimo de responsabilidade. Ela bufou.

- Você e essa menina... Vocês tem algo?- Ela nunca ficou sabendo sobre mim e Katniss, eu nunca contei porque eu não quero ter que aguentar suas palavras, mas Katniss vivia aqui, eu imaginava que ela fosse desconfiar.

- Pensei que você já soubesse disso, quer dizer, por qual outro motivo ela viria tanto aqui?- Eu perguntei. Os ombros da minha mãe caíram. Ela estava chocada.- Nem vem, Sra. Mellark! É claro que eu tenho algo com ela.

- Mas... Mas... Mas Peeta, ela não é a menina certa para você! E a Delly?- Disse ela, começando á andar de um lado para o outro na sala. Sua voz estava começando á aumentar.

- Delly tem um namorado, sabe? O fato de eu ser amigo dela não quer dizer que nós vamos namorar. Isso é meio obvio. E quanto á Katniss: Eu sei exatamente quem são as pessoas certas pra mim. E não importa o que vá dizer, eu não vou terminar com ela. Eu amo a Katniss. Você sabe o que é isso? Amar alguém?- Perguntei. Sabia que tinha jogado pesado agora. Minha mãe sempre amou o meu pai, talvez tenha sido a única pessoa que amou na vida. Ela me olhou e sentou no sofá, que era muito surrado. Eu respirei fundo e fechei os olhos.- Desculpa, é só que...

- Suba para o seu quarto, agora. Eu não quero mais ouvir  sobre isso.- Ela disse,  saindo da sala e indo para a cozinha, ela não acendeu as luzes. Eu sei que agora ela ia ficar mal. Parece egoísta pensar assim, mas ela já me fez mal tantas vezes... Mas ainda é a minha mãe. Eu fui atrás dela na cozinha.- Agora não me obedece mais? Te mandei ir para o quarto.

- Agora eu não te obedeço mais, quando eu sei que isso é errado.- Eu disse, ligando as luzes da cozinha. Ela balançou a cabeça. Estava de costas para mim, sentada á mesa.

- Vocês devem se perguntar porque eu sou tão rude.- Ela disse, eu dei de ombros. Eu já estava acostumado, na verdade.- Mas deviam saber de que eu ainda sou melhor do que o que vocês vão enfrentar quando eu morrer.- Ela disse. O que não vai ser muito diferente, ela sempre foi tão ausente no que eu posso chamar de vida... mas eu não quero que a minha mãe morra.

- Todo mundo sabe que a vida não é fácil. Ninguém tá dizendo que é fácil.- Eu disse, me escorando num balcão. Eu tinha entendido o que ela quis dizer.

- E você acha dificil ser ignorado por mim, que não sou nada?

- Você é a minha mãe. Você é a pessoa que me colocou nessa porcaria de mundo, e eu nunca pedi pra estar aqui, é responsabilidade sua cuidar de mim, a culpa é toda sua, sempre.- Eu disse. Estava começando á notar o quanto estou sendo egoísta e isso não é bom pra mim.- A única pessoa que devia me amar incondicionalmente, me ignora. É complicado pra uma pessoa... Não se sentir amada. Fazer de tudo por alguém e receber a ignorância.- Eu disse. Ela abaixou a cabeça, ainda de costas para mim. 

- Não foi sempre assim.- Ela tinha razão. Não foi sempre assim. Depois que houve aquela explosão na mina, e todos ficaram muito sensíveis, ela começou á ser assim. No começo, papai dizia que era só porque tínhamos perdido muito na explosão, mas isso nunca passou.

- Me pergunto o que fez ser assim.- Eu disse. Eu queria que ela falasse, eu queria que ela  falasse com todas as palavras.

- Estava tudo indo bem, perfeitamente bem, até que eles morreram. E ele chorou. Ele chorou de verdade. Mas ele não chorou por ninguém morto, chorou pelos vivos. Chorou por  aqueles que viveriam com a morte, aqueles que entravam em depressão, que iriam acordar "sozinhos", por aqueles que nunca mais sorririam sem lembrar do marido morto naquela mina.- Disse ela. Estava falando do meu pai.

- E que culpa eu e meus irmãos temos por isso?- Perguntei.

- Ele a amava, sabe? Amava de verdade. E foi a minha vez de chorar. Como você disse, é complicado para uma pessoa, não se sentir amada, fazer de tudo por alguém e receber um nada completo. No caso, o nada são vocês.- Ela disse. Como assim  o nada somos nós?

- Pode ser mais explicita?

- A única coisa que fazia ele se importar comigo, por menor que seja, são vocês. No fato de eu ficar sempre com vocês, de ter que ficar perto e tudo mais. Isso me irritou. Vocês sempre foram importantes, eu não. Eu queria atenção também. Não foi de propósito...

- Não foi de propósito o quê? Odiar seus filhos por eles terem nascido?

- Não é isso. Eu não posso odiar a unica coisa que fez o seu pai ficar perto de mim.- Ela disse, se virando pra me olhar. Então no fim é isso: Papai.

- Porque você é tão fissurada no papai, se ele é tão ruim pra você, como fala, porque é tão apaixonada?

- Porque você é tão apaixonado por Katniss Everdeen quando sabia que talvez ela fosse ser feliz com outro?

- Porque amor é assim mesmo, fazer as coisas sem receber em troca. Mas você espera algo em troca.- Eu disse, cruzando os braços. A irônia em seu sorriso me incomodou.

- Você tem certeza de que conseguiria viver uma viva inteira ao lado de Katniss, amando-a para que ela ame outra pessoa?- Perguntou. Então eu sei que eu não aguentaria ouvir que Katniss ama o Gale dessa forma, que eu não aguentaria que eles namorassem.

- Mas eu não culparia o mundo por isso.

- Eu não culpo vocês por isso.- Ela disse, com os olhos estreitos. Depois deu de ombros.- Mas isso não importa, de qualquer jeito.

- Você não vai mudar e eu não vou terminar com a Katniss.

- Boa sorte.- Ela disse, passou por mim e subiu as escadas. Eu respirei fundo. Ao menos agora eu sei que a culpa não é minha por minha mãe não me amar. Afinal, ninguém tem culpa... Deve ser o destino que fez assim. Não é sempre culpa do destino?


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Notas finais do capítulo

Lembram que eu disse que tinha uma leitora portuguesa? Eu descobri que são duas! Pois é, 2 leitoras em Portugal! Eu estou morrendo de tanta emoção aqui. Mas tudo bem... Até mais.