Meu Refugio. escrita por hollandttinson


Capítulo 19
Cupido.




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POV: KATNISS.

E então, mais uma vez, eu estava sem palavras diante ao que Peeta dizia. Ele estava falando sério? Namorar? Mas tão rápido? Tão cedo? Tão de repente? Eu estava meio chocada... Eu já esperava por uma coisa dessas algum dia, e eu sabia que não era tão cedo,não era tão rápido, ele esperou a vida toda por esse momento, e eu não podia chegar agora e estragar esse seu momento. Mas eu não conseguia encontrar a voz, e eu sabia que o meu silencio estava magoando ele, que agora, nesse exato momento, ele sentia a dor da rejeição em seu peito. Balancei a cabeça para que pudesse organizar meus pensamentos e conseguir dar uma resposta plausivel mas eu não conseguia, minha garganta estava formada num nó que eu não conseguia desfazer. Agora eu queria correr para não olhar para seus olhos. Eu estava apenas sendo covarde porque eu não sei se eu posso dar uma resposta á ele agora, e eu sei que ele não tem de esperar mais, porém, que culpa eu tenho de nunca ter notado que ele era apaixonado por mim? E se o tivesse feito, que efeito isso teria? Provavelmente eu fugiria desse sentimento, como eu estou tentando fazer agora. Mas porque eu estou agindo assim? Eu não disse á ele que o amava? Não é isso que as pessoas que amam fazem, namoram? 

 E então eu notei o porquê de eu não ter conseguido lhe dar uma resposta, o Gale. Eu não conseguia lhe dizer que "sim" porque eu sabia que se Gale soubesse que estou envolvida á fundo com Peeta, ele se magoaria muito, eu não posso magoar Gale mais do que já estou magoando, eu não posso! Eu sei que devia estar irritada com ele por ter  me agarrado, mas ele já sofreu demais por minha causa. Meu Deus! Vai ser sempre assim? Se eu disser sim á Peeta, eu magoarei Gale, se eu digo não á Peeta, eu magoou o Peeta, que espera por isso á tanto tempo. Mas dizer não ao Peeta não vai fazer a alegria de Gale ser maior, e não vai me trazer o minimo de alegria.

- Você pode responder outra hora se isso a incomoda tanto, sim? Eu já imaginei que era cedo demais para fazer esse tipo de pedido... Eu só achei que esse lugar  seria o lugar perfeito.- Ele disse, depois deu de ombros. Ele interpretou o meu silencio á sua maneira. Ele não se sentia rejeitado, ao menos, ele sabia que eu estava confusa, com a glória divina dos céus, eu sempre deixei isso bem claro para ele. Mas porque ele tinha de ser tão compreensivo sempre? Isso só me faz sentir mais culpada.

- Peeta...

- Não, Katniss, eu estou sendo sincero, de verdade, você não precisa tomar nenhuma decisão precipitada só porque está se sentindo pressionada.- Ele disse, passando a mão pelo meu rosto, sempre tão sereno, tão calmo.

- Você não está me pressionando, Peeta. E o problema é esse. O que me faz sentir mais culpada. Parece que qualquer coisa que eu faça pode te magoar muito, e eu não quero isso.- Então Peeta bufou e se sentou.

- Katniss, eu não sou tão frágil assim, sabia? Eu entendo pelo que você está passando melhor do que você pode imaginar.- Ele disse. Eu sei que ele entende. Eu sei. Tanto como eu sei que apesar de estar magoado, ele nunca me abandonaria se eu dissesse um "não". Peeta estará sempre comigo, e agora, eu vejo o quanto eu estou sendo burra em pensar em Gale.

 - Me dê até amanhã de manhã para te responder, certo?- Ele balançou a cabeça.

- Não, Katniss, não existe um prazo para a confusão que tem aqui.- Ele apontou para o meu coração com um sorriso simples mas iluminador.- Você tem o tempo que quiser, eu vou estar sempre aqui.

- Namoro é um compromisso, você sabe.- Eu disse. Ele sorriu abertamente agora.

- Namoro é o máximo que eu posso alcançar agora. Ou que eu possa pensar em alcançar. Se você aceitar, é claro.- Ele disse, depois balançou a cabeça.- Mas sem pressão!

- Certo, certo.- Eu disse, sorrindo. 

- Mas não demore muito, Katniss, querida.- Quando eu me virei para a porta, lá estava ele, com seu arco na mão, expressão raivosa e roupa suja. Ele me seguiu.

- Gale!- Eu me levantei rapidamente, assustada.- Como você nos achou aqui?

- Você esqueceu de apagar seus rastros.- Ele disse, dando de ombros, depois balançou a cabeça.- Você nunca me trouxe aqui, sabe? Eu pensei que seria uma boa saber pra onde você vai levar seu futuro namorado.

- E então você me segue?- Agora eu estava irritada de novo. Depois eu descobri que ele ouviu tudo o que eu disse. Tudo. Ele sabe que eu sou apaixonada por Peeta, então eu o magoei de todo jeito. Dei um passo para trás, cruzando os braços. Eu o magoei, eu sei que magoei e a sua raiva era a prova disso.

- Talvez você precisasse de proteção. Um padeiro não é a melhor opção para isso.- Disse Gale, balançando a cabeça.- Mas e então? Porque não responde logo á ele? Vai namorar ele ou não?

- Você não tem que se meter nisso!- Disse Peeta, agora eu o vi irritado. É muito raro vê-lo irritado, mas isso sempre acontecia quando envolvia Gale. Balancei a cabeça.

- Vocês podem parar de discutir, por favor? Peeta tem razão, isso não é da sua conta Gale.- Eu disse. Ele me olhou com uma sobrancelha erguida.

- Sua vida era da minha conta até algumas  semanas quando muito de repente você descobriu que sentia algo por um garoto que você nunca viu na vida.- Gale nunca soube sobre o pão. Ninguém soube. Era um segredo meu e de Peeta que eu não pretendia contar á ninguém, nem mesmo Gale. 

- Gale, nós não vamos discutir sobre isso, sim? Estamos aqui querendo saber porque você me seguiu. Sabe muito bem que eu poderia proteger 4 pessoas sozinha, eu sempre me protegi muito bem.- Eu disse, revirando os olhos. Ele deu de ombros.

- Nós não vamos discutir nada, só quero saber se você vai aceitar o pedido de namoro dele, aí.- Disse Gale, apontando para Peeta, que bufou. Eu olhei para Peeta, ele estava balançando a cabeça.

- Essa situação já deu, eu vou embora.- Disse Peeta, indo para a porta. Gale segurou o braço dele.

- E vai pra onde? Por que caminho? Foi dificil para mim que estava seguindo vocês, pra você será impossivel.  Não que isso me preocupe, você podia morrer e eu ficaria feliz.- Disse Gale, dando de ombros.Ele soltou o braço de Peeta, que também deu de ombros,

- Eu vou embora da casa. Vou deixar vocês aí, conversando.- Ele disse.

- Tome cuidado! Existem criaturas á noite.- Eu disse, dando um passo para frente. Ele sorriu.

- Eu sempre tomo cuidado. Pode deixar, qualquer coisa eu grito!- Eu sorri para ele que saiu. Olhei para Gale.

- Você o ama.- Ele disse. Eu desabei os ombros, suspirando. Ele sabia, todos sabiam que eu amava o Peeta, menos eu, ao que parece.

- Eu amo você também, Gale. A única diferença está aí.- Eu disse. Ele abaixou a cabeça. Eu sei que ele entendeu. O meu amor por Gale nada tinha a ver com o meu amor por Peeta. Gale era meu amigo desde sempre, eu sentia afeto e um sentimento estranho de proteção quanto á ele, mas era só isso. Com Peeta não, tinha algo mais que eu ainda não sei explicar o que é. Mas deve ser algo muito importar pra que eu passe por cima de todos os principios.

- Você não me ama como eu queria que você amasse.- Disse Gale. Mas eu também não amo o Peeta como ele queria que eu amasse. Não dá pra amar á partir do querer dos outros. Temos que amar por nós mesmos, e pelos outros, mas acima de tudo, por nós.

- A gente não pode amar do jeito que as pessoas querem, não é assim, Gale. Tem sentimentos ali. As pessoas... Elas se machucam.- Eu disse, abaixando a cabeça. Elas se machucam por outras pessoas, porque outras pessoas são egoístas. Gale e Peeta se machucam por mim, porque eu estou pensando mais no que vai ser bom pra mim, no que eu posso conviver do que neles, nos seus sentimentos. Quem eu quero enganar?

- Eu sei. Eu sinto, também, Katniss. E é exatamente por isso que eu segui você, porque eu precisava de soco na cara como esse. Eu precisava saber que você não me pertencia da forma que eu queria. Precisava saber que Peeta lhe merece assim como você o merece.- Ele disse, me fazendo levantar a cabeça, espantada. Ele parecia o Peeta falando, total e absolutamente compreensivo.

- O quê?- Eu estava espantada. Ele suspirou.

- Eu sei que nada que eu faça vai fazer com que esse sentimento morra em você, como eu sei que nada que ele faça vai fazer você deixar de me amar, porque amor é pra sempre, eu vou ter sempre um espaço reservado no seu coração.- Nunca vi Gale sendo tão sentimental e eu estava me segurando para não rir da sua cara quando ele mesmo caiu na gargalhada.- Eu pareço tão ridiculo!

- Sim, você parece!- Eu disse, gargalhando junto. Ele balançou a cabeça.

- Tudo bem, agora é serio.- Ele ficou sério novamente.- Eu não vou atrapalhar sua vida com Peeta, eu realmente acho que ele pode ser legal para você.

- E eu posso saber de onde veio toda essa compreensão?- Perguntei, relaxando os meus braços e a minha expressão. O alivio percorria minha corrente sanguínea enquanto eu raciocinava as suas palavras. Ele sorriu.

- Eu não sei. Conversei com a Prim hoje de manhã enquanto a levava para casa e ela começou á contar sobre como o Peeta era legal com você. Depois ela brigou comigo, ela me disse que eu estava sendo egoísta. E depois me disse que tem outra garota gostando de mim e eu nem sei disso. Você faz ideia de quem seja essa pessoa? Eu não falo com nenhuma garota além de você, deve ser um amor platônico como o de Peeta, de qualquer forma.- Ele deu de ombros.

Delly.

- Eu não faço a minima ideia de quem seja, mas provavelmente, deve ser alguém legal. Você merece isso.- Eu disse, sorrindo. Ele retribuiu o sorriso á sua maneira. Sua expressão ainda era triste. Eu suspirei.- Você...

- Sim, eu estou magoado. Você não tem noção do quanto dói para mim ter que falar essas coisas, mas eu vou me recuperar, de qualquer jeito, mesmo. E sexta acabam as aulas, e então eu vou começar á trabalhar nas minas.- Ele disse, sorrindo. As minas. Gale odeia as minas... Mas ele precisava ajudar a familia. Eu balancei a cabeça.

- Eu vou mantê-los salvos para você.- Eu disse. Ele sabia que eu estava falando de seus irmãos e sua mãe. Ele suspirou aliviado.

- Obrigado.- Ele disse. E então entrou um vento muito frio, me lembrando que Peeta estava lá fora.- Agora eu vou voltar para o Distrito. Você fica aqui com o Peeta e aceita o pedido de namoro.

- Eu não estou tão certa assim se quero aceitar seu pedido de namoro.- Eu disse, abaixando a cabeça enquanto passava a mão na minha trança. Ele ergueu uma sobrancelha pra mim.

- Eu espero que isso não tenha nada a ver comigo, por favor. Eu já disse que vou ficar fora disso.- Ele disse. Eu balancei a cabeça.

- Não, não é por você. É por mim mesma. Eu não sei se eu estou preparada para um compromisso agora.- Eu disse. Gale balançou a cabeça.

- Você tem que dizer isso pra ele, e não pra mim. Eu sei que ele é bastante compreensivo. Ele vai te entender. Vocês vão ficar bem e eu vou pra casa.- Ele disse, pegando o arco e jogando em seu ombro.- Passo na sua casa amanhã, antes de irmos na escola pra saber se você chegou em casa.

- Obrigada.- Eu disse, sorrindo. Ele se aproximou e me deu um abraço. Eu sabia que esses braços estariam sempre aqui para me abraçar e eu nunca estive tão feliz quanto agora. Só me restava uma opção agora: Ser cupido.

(...)


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