Meu Refugio. escrita por hollandttinson


Capítulo 1
O Garoto do Pão.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro. Espero que alguém leia. : )



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POV: KATNISS.

Eu estava andando pela floresta com Gale. Fazia muito frio e nós não tinhamos conseguido muita coisa. Exceto pelo esquilo e o coelho, mas ele já estavam fracos, não têm muita carne, o Prego não vai pagar muito por isso. O inverno não estraga só os humanos, não somos só nós que sofremos com a fome. 

- Ao menos você tem o leite da cabra de Prim.- Disse Gale, quando nos sentamos na neve, perto dos limites do Distrito 12. Eu olhei para ele, carrancuda.

- Sabe que pode ir lá e comer com a gente.- Eu disse, ele balançou a cabeça, ia começar á dizer algo mas eu o interrompi.- Eu não conseguiria caçar esse coelho de hoje sem você.- Eu disse, tentando sorrir, não aconteceu. Não sei o que acontece comigo, eu simplesmente não consigo ser gentil e sorridente. Gale as vezes conseguia arrancar um sorriso de mim, era raro, mas acontecia. Ele suspirou.

- E eu não estaria com esses outros aqui, se não fosse sua flecha.- Disse ele. Gale estava segurando a carcaça de 2 coelhos brancos, muito brancos e magros, muito magros. 

- Então estamos quites.- Eu disse, abracei meus joelhos, jogando o arco e a flecha de lado, junto com a caça. Estava frio e nós não tinhamos muitas chances de nos aquecer. Ainda era dia, devia estar perto das 2 da tarde, mas mesmo assim, o frio era de bater queixos. Talvez eu morresse essa noite, e seria até bom sair dessa tortura de vida. Mas eu tinha Prim, e a minha mãe, eu não podia abandoná-la.

- Sente falta deles?- Gale perguntou de repente. Eu olhei para ele, talvez a minha expressão triste tenha comovido ele, mas ele estava errado quanto ao motivo. 

- Eles quem?

- Os tributos, Catnip!- Disse Gale. Á 4 dias atrás, os tributos foram escolhidos. Alguns conhecidos nossos da escola estavam lá, na capital, se matando. Amanhã seria o dia do inicio dos Jogos Vorazes ao qual, ninguém poderia perder, é claro. Eu neguei com a cabeça.

- Sinto falta de comida no estomago, isso sim. Vamos caçar mais, e deixe de conversa furada.- Eu disse, me pondo de pé. Falar de sentimentos não era comigo, nunca gostei de me fazer parecer fraca. Eu sou forte. Eu tenho que ser forte. Eu vou ser forte. 

- Não vamos conseguir achar mais nada, devem estar todos enterrados na neve ou em seus esconderijos naturais. Não vai ser nada facil achar algo pra comer. Podemos morrer aqui.- Disse Gale, fazendo uma careta.- Acho que isso não seria tão tragico, analisando as atuais circunstancias.

- Não fale besteiras, Gale. Você tem seus irmãos e eu tenho Prim e mamãe.- Eu disse, seguindo a minha propria linha de raciocinio. Mas eu sabia que Gale estava cansado de viver em pró de seus irmãos, mas o que podia fazer? Desistir da vida não é opção. Ele parece ter ouvido os meus pensamentos porque se pôs de pé.

- Está bem.

Ele estava certo. Não conseguimos mais nada, quando eu finalmente me dei conta de que o que estavamos fazendo era perda de tempo, saímos da floresta, fomos direto ao Prego. As pessoas estavam por lá, se esquentando, de certa forma, com o calor humano. Eu sabia que eles não iriam querer comprar o esquilo ou o coelho, mas mesmo assim, eu tentei. Em vão. Eles não tinham dinheiro, e eu senti mais pena deles do que de mim, quando vi seus olhos tristes por não poder me ajudar. Eu suspirei, virei para Gale.

- Acho melhor eu ir para casa, cozinhar o coelho por lá mesmo.- Eu disse, ele concordou com a cabeça depois olhou para os coelhos na sua mão.

- Eu vou continuar tentando.- Disse, sentando em um lugar no chão e colocando seus coelhos em pilhas. Eu suspirei, sabia que ele se cansaria e iria embora dizendo o quanto era patetico e o quanto devia ter morrido. Eu balancei a cabeça.

- Boa sorte.- Disse e saí dali, logo senti o choque do frio. O Prego estava realmente quente em relação á lá fora. 

Estava passando por detrás das casas, onde á anos atrás esse mesmo cheiro me chamou a atenção. Era pão fresco, massa, coisa gostosa, coisa boa. Eu sorri para o cheiro. Á anos atrás, um garoto saiu de lá e me deu um pão, eu nunca iria esquecer aquilo. Não me lembro do garoto, mas eu sei que ele deve se chamar Peeta Mellark, o filho do Padeiro, o Garoto do Pão.

E então me lembrei de seu pai, o Sr. Mellark adorava esquilos, eu sabia, vendi varios para ele. Eu sorri ainda mais, talvez não estivesse tudo perdido.

Fui até os fundos da padaria, não queria que as pessoas me vissem tentando vender um esquilo ao padeiro e acabassem contando á sua esposa, aquela bruxa, sempre detestei a esposa dele, ela é grossa, arrogante. Detesto-a.

Estava quase desistindo quando a porta se abriu. O Sr. Mellark sorriu para mim quando viu o esquilo na minha mão.

- Oh, meu Deus! Como conseguiu? Pensei que eles fossem estar escondidos em algum lugar, e eu já tinha perdido as esperanças de comer um desses. Srta. Everdeen, você é uma deusa!- Disse ele, sorrindo para mim. Eu sorri de volta. Ele era, simplesmente, uma pessoa amigavel e gentil, que conseguia me fazer sorrir. Talvez fosse apenas a esperança de continuar viva que contribuisse para tudo isso.

- Acho que esse daqui estava cansado de viver de migalhas e decidiu caçar um pouco também. Foi apenas questão de sorte. Sr. Mellark! Então, eu me lembrei de seu apreço por esquilos e pensei "bem, ele pode querer". Estava certa?- Perguntei. Ele sorriu para mim.

- Certissima! Obrigado, querida! E sabe? Chegou em uma otima hora! Minha mulher acaba de sair, ela foi na casa do Prefeito fazer não sei o quê e...

- Pai? O que você está... Ah, Srta. Everdeen.- Era o filho mais velho do Sr. Mellark, ele era alto, muito alto e loiro, e bonito, quando me viu, ele sorriu malicioso.

- Já conhece a Srta. Everdeen?- Perguntou o pai dele, com gentileza, mas eu vi seu queixo trincado com aquilo. Ele sorriu mais.

- E quem não conhece? Oi, Katniss. As pessoas aqui em casa falam muito de você, mais ou menos.- Disse ele, ele piscou para mim, isso foi estranho, eu senti um tremor, mas eu decidi ignorar.

- Dos esquilos, é claro. São os melhores! Ninguém caça como você. Olá.- O outro filho dele já estava ali, ele era mais gentil e mais novo, devia ter 19 anos. Ele olhou com raiva para o irmão e o puxou para dentro da casa.

- Crianças...- O Sr. Mellark suspirou. Eles não eram crianças, eram adultos, o mais velho trabalhava nas minas e o mais novo ajudava na padaria as vezes, mas ele era muito rebelde, vez ou outra eu o via tantando invadir a floresta, mas ele sempre tinha um choque de consciencia e desistia. Eu sorri para o Sr. Mellark, e depois eu tremi, de frio.- Oh! Eu vou pegar os pães, e assim, poderá voltar para o aquecer de sua casa. Enquanto isso, entre aqui, está frio.- Ele disse, colocando a mão no meu ombro. Era dificil para mim confiar nas pessoas, mas eu não conseguia não confiar nele. Ele me levou até uma mesa na cozinha da padaria, o lugar tinha um cheiro gostoso de massa e açucar. 

E então eu o vi. Eu já o tinha visto outras vezes no Prego, mas eu não sabia que era o Peeta Mellark! Ele estava segurando uma saca grande e muito pesada de açucar, parecia ser dificil de carregar, mas ele estava conseguindo fazer direito. Ele usava uma camiseta regata mostrando seus musculos recentes de um garoto de 16 anos. Ele era lindo. Seus olhos azuis olhavam a saca que ameaçava rasgar e seus cabelos loiros e lisos caiam sobre eles. Eu sorri de leve. Ele era lindo! Seus irmãos vinham atrás, eles tinham um sorriso marotoi no rosto.

- Papai, acho melhor você levar a Katniss lá pra fora, mamãe não vai gostar de vê-la na nossa cozinha, sabe como ela é!- Disse o mais velho, sorrindo. O pai de Peeta olhou para ele no mesmo instante que eu. Peeta levantou a cabeça para me olhar e acabou derrubando a saca pesada que rasgou, derrubando um pouco de açucar, não rasgou muito. Ele estava de boca aberta e seu rosto estava muito vermelho. Ele me olhou de cima a baixo e fechou a boca e os olhos, respirou fundo depois abriu os olhos de novo. Se agachou e começou a pegar a saca do lado contrario para a açucar não cair, colocou a coisa pesada em cima de um banco de ]madeira e ficou de costas para todos. Eu sentia a pressão do momento, apenas não entendia.

- Ele tem razão, pai! Foi muito legal conhecer você, Katniss! Mande um enorme abraço para a sua irmãzinha, e diga que eu agradeço pelo leite.- Disse o mais novo dos meninos, segurando o riso. Eu acenei, pegando a sacola de pães que o Sr. Mellark me dava, ele parecia constrangido.

- Pode deixar.- Eu disse e saí dali, o mais rapido possivel. Eu me lembrava exatamente daquele dia, do dia em que eu estava morrendo de frio e fome e Peeta Mellark me jogou aquele pão, em que ele me deu esperança, em que ele salvou minha vida. Eu sempre me senti em divida com aquele garoto, que hoje, eu via, é o garoto mais lindo que já vi. Mais bonito até que meu falecido pai, ou até que Gale, que era o mais bonito de meu distrito. Não, ele tinha algo. Em seus olhos, em seu cabelo, em seu rosto, em seu musculo, em seu rubor... Afinal, ele não era apenas mais um garoto bonito qualquer, ele não era só Peeta Mellark, ele é Garoto do Pão.

(...)


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim. Ah, sigam-me no twitter, @katnissando e @OhMyDearPeeta. Um beijo! : )