As Crônicas De Nárnia - A Filha De Aslam escrita por ChaniMoon


Capítulo 5
Conversa e Resgate


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, sorry, gomenasai por não ter postado antes! Sacomé, né, viagem, férias... sem net... roubando wi-fi lixo do vizinho...
Dedico este capítulo a todos que deixaram reviews e aos fantasminhas também, love you guys



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Aslam havia chamado Kalene para conversar dentro de uma tenda. Lá, ele iria esclarecer tudo o que ela não sabia, além de ter um primeiro contato com a filha depois de anos. Kalene entrou na tenda, esperando seu pai chegar. Ela achou que ele daria algum tipo de bronca nela, ou coisa pior, por ter fugido do acampamento. Mas ela estava enganada.

–Não se assuste, minha filha. Não vou repreendê-la por nada. - Disse Aslam.

–Isso é estranho. - Sussurrou Kalene.

–O que é estranho? - Perguntou Aslam.

–É estranho, sabe. Depois de 100 anos eu finalmente te conheci, pai. - Disse Kalene, num tom desafiador e com os olhos cheios de lágrimas, que já escorriam. - E mesmo assim, eu ainda sinto como se tivesse te conhecido a vida toda.

–Está zangada comigo? Por todos esses anos que fiquei fora? - Perguntou Aslam.

–Sim e não. Estou zangada sim, mas é por você ter omitido o mundo de mim, pai! - Agora as lágrimas já escorriam como uma cachoeira. - Além de me deixar sozinha quase a vida toda, você nunca nem pediu aos centauros que me explicassem por que eu não cresço!

–Entendo que esteja chateada. - Aslam a interrompeu. - Mas a chamei aqui para explicar tudo o que você não sabe. Eu parti porque precisei partir, não porque não me importo com Nárnia, ou com você. Eu omiti todas essas coisas de você para que ficasse segura, sem o conhecimento do mal. Eu fiz isso porque amo você, Kalene! Você é minha filha e não quero que se machuque.

Apesar daquele momento estar sendo estranho e estressante, ouvir um "Eu te amo" de seu pai foi um conforto para Kalene. Pelo menos agora, ela sabia que ele se importava com ela.

–Eu quero saber de tudo, pai. - Disse Kalene, um pouco mais calma. - Me conte tudo o que eu não sei. Mesmo que seja doloroso pra mim, eu quero saber.

Aslam assentiu e começou a contar tudo, sobre como encontrou Kalene na floresta, sobre a Maldição da Feiticeira (Aslam sabia), a profecia dos Pevensies e como Kalene estava envolvida nela, e o futuro reinado da Princesa de Nárnia.

–Então é por causa dessa Feiticeira que eu não cresço? Por causa dela eu passei a vida toda vendo meus amigos morrerem? - Uma raiva profunda brotou no coração de Kalene. - Eu mesma quero matá-la! - Ela deu um soco em uma mesinha, partindo-a em dois pedaços.

–Vá com calma, Kalene! Está furiosa, eu sei, mas não quero que se meta com essa Feiticeira. Pelo menos, não agora. - Rugiu Aslam.

–Pai, essa mulher não merece viver! Além de fazer isso comigo, ela capturou Edmundo. Ele não é um dos quatro da profecia? Não será mais se ela matá-lo. Ele pode até ser um traidor, mas eu não quero que ele morra. - Disse Kalene, colocando a mão no coração.

Aslam percebeu os sentimentos da filha pelo traidor, mas não ele não havia certeza do que faria.

–Está bem. Pode ir agora. Vá se limpar e descansar, eu aviso se acontecer alguma coisa. - Disse Aslam.

–Obrigada, pai. Por ter voltado. - Disse Kalene, saindo da tenda.

Ela seguiu para sua antiga tenda, onde estavam as coisas que ela havia deixado no acampamento. Seu coração estava uma confusão de sentimentos. Uma parte feliz por Aslam ter voltado e outra parte preocupada com Edmundo, que estava sofrendo nas mãos da Feiticeira. Ela encheu uma tina com água e mergulhou nela até a cabeça. Ficou uns 15 minutos ali, se lavando. Depois saiu e colocou outro vestido, quase da mesma cor que o outro. Era branco em cima, caído até os ombros dos dois lados, com detalhes em renda. Era rosa em baixo, com uma camada de renda por toda a saia. Ela prendeu o cabelo com um coque, deixando cair alguns fios dos dois lados da frente. Depois, se jogou na cama e dormiu de barriga pra baixo.

Pedro estava no topo de uma colina, observando o magnífico castelo ao longe e pensando se algum dia seria rei naquele castelo, quando percebeu Aslam se aproximando.

–Aquele é Cair Paravel, o castelo dos Quatro Tronos. Num deles você sentará, Pedro. Como Grande Rei. - Disse Aslam.

Pedro estava nervoso. Afinal, o grande Aslam estava ali, lhe dizendo que seria Rei.

–Duvida da Profecia? - Perguntou Aslam.

–Não. É só que... Aslam, não sou quem vocês pensam! - Disse Pedro.

–Pedro Pevensie, cidadão de Finchley. - Disse Aslam. - O Castor contou que você também queria transformá-lo num chapéu.

Pedro riu disfarçadamente, e Aslam riu junto.

–Pedro, existe uma magia profunda, mais poderosa do que nós que governa Nárnia. Ela separa o certo do errado, e guia todos os destinos, o seu e o meu. - Disse Aslam.

–Mas nem pude proteger minha família! - Exclamou Pedro.

–Trouxe-os em segurança até aqui. - Rebateu Aslam.

–Nem todos... - Lamentou Pedro.

–Pedro, Kalene já me pediu isso. Eu vou fazer o possível para ajudar seu irmão. - Disse Aslam, que agora já havia tomado uma decisão. - Mas preciso que pense no que peço a você. Eu também quero minha família segura. - Aslam mirava Kalene que havia acabado de acordar e estava saindo da tenda, em direção ao laguinho onde estavam Lúcia e Susana.

Quando Kalene chegou lá, viu Lúcia e Susana conversando sobre os vestidos e sua mãe.

–Parece até a mamãe. - Disse Lúcia.

–Ela não tem um vestido assim desde antes da guerra. - Disse Susana.

–Vamos levar um pra ela. Um baú cheinho! - Disse Lúcia animada

–Se é que voltaremos. - Disse Susana.

Percebendo que Lúcia ficou aborrecida, Susana tentou animá-la.

–Desculpe ser pessimista. - Disse Susana. - Nos divertíamos juntas, não é?

–É... antes de você ficar chata! - Disse Lúcia, rindo da irmã.

–Ah, é? - Retrucou Susana.

Susana jogou um pouco de água em Lúcia que resolveu dar o troco, molhando Susana. As duas continuaram mais um pouco até que Lúcia, sem querer, acertou Kalene que estava chegando atrás de Susana.

–Kanes! Desculpa, desculpa, desculpa!!! - Disse Lúcia arrependida.

–Hm, posso até desculpar. Mas vou ter que dar o troco! - A Princesa riu e jogou água em Lúcia. Susana entrou na brincadeira e as três ficaram brincando de molhar umas as outras.

Um tempo depois, Susana se cansou e foi até a tenda para pegar uma toalha. Para sua surpresa, havia um lobo atrás da toalha, que rosnou para ela. As três gritaram e Kalene notou que havia deixado sua espada na tenda. Ela não tinha como se defender.

–Por favor, não tentem correr. Estamos cansados e preferimos matá-las rapidamente! - Disse o lobo, que era o Capitão da Polícia Secreta da Feiticeira. O resto da alcateia chegava pelos arredores.

Susana notou sua trompa próxima à tenda e jogou sua toalha no lobo com esperanças de ganhar tempo para assoprar a trompa e fugir dos lobos.

Pedro ouviu o som da trompa e correu para ajudar a irmã. Quando chegou lá, viu as duas irmãs e a Princesa em cima de uma árvore, com Lúcia mais acima e Susana e Kalene mais embaixo tentando espantar os lobos.

–Que droga! Maldita hora em que deixei minha espada na tenda! - Reclamou Kalene.

Pedro chegou correndo e empunhando sua espada contra os lobos.

–Pra trás! - Ordenou Pedro.

–Por favor, nós já passamos por isso antes. Sabemos que você não tem coragem! - Zombou o lobo chefe.

–Pedro, cuidado! - Advertiu Susana.

Aslam chegou com tropas, prendendo um lobo em suas patas. Alguns centauros estavam empunhando suas espadas, mas Aslam os impediu.

–Não! Guardem as armas! Esta batalha é de Pedro. - Disse, tentando ignorar o fato de sua filha estar naquela árvore correndo perigo.

–Pode pensar que é um rei, mas você vai morrer como um cão! - Exclamou o lobo chefe, avançando em cima de Pedro que cravou sua espada nele, matando-o.

–Pedro! - Gritou Lúcia.

As três desceram da árvore correndo. Lúcia e Susana tiraram o lobo de cima do irmão, confirmando que ele estava bem e o lobo estava morto. As duas abraçaram Pedro. Aslam soltou o lobo que estava preso em sua pata e este fugiu.

–Atrás dele! - Ordenou Aslam a suas tropas. - Vai levá-los a Edmundo.

–Eu quero ir junto! - Pediu Kalene.

–Não! Para acontecer pior do que aconteceu aqui? Não mesmo! - Disse Aslam.

–Mas eu quero salvá-lo... - Sussurrou Kalene, tão baixo que ninguém ouviu.

–Pedro, limpe sua espada. - Pediu Aslam e Pedro o fez.

Pedro se abaixou, empunhando sua espada, sendo nomeado cavaleiro por Aslam.

–Levante-se, Sir Pedro, Ruína dos Lobos. Cavaleiro de Nárnia. - Disse Aslam, num tom majestoso.

Pedro se levantou e olhou para as irmãs que sorriram para ele. Ele também olhou para Kalene que também sorriu para ele, voltando seu olhar para Aslam.

Em algum lugar, algum tempo depois, as tropas de Aslam invadiram o acampamento da Feiticeira, resgatando Edmundo e prendendo vários soldados dela, incluindo seu anão-cocheiro.

Na manhã seguinte, Pedro, Lúcia, Susana e Kalene saíram de suas tendas e encontraram Aslam dando uma lição de moral em Edmundo, em cima de uma rocha. Kalene se sentiu muito aliviada por ele estar bem.

–Edmundo! - Disse Lúcia, chamando o irmão e correndo em sua direção, mas foi impedida por Pedro.

Ed voltou seu olhar para os irmãos e para a Princesa. Ele não a vira desde aquele dia no dique dos castores, mas agora tinha certeza. Ela estava muito mais linda do que antes. Aslam disse algo e eles desceram até aonde estavam Pedro, Susana, Lúcia e Kalene.

–O que passou, passou. Não vale a pena falar com Edmundo sobre o ocorrido. - Disse Aslam, saindo.

–Olá. - Disse Edmundo, timidamente.

Lúcia o abraçou como se nunca o tivesse visto na vida. Logo depois, Susana o abraçou. Kalene ficou um pouco constrangida, pois aquele era um momento familiar pessoal, então se afastou um pouco, com uma expressão triste.

–Você está bem? - Perguntou Susana, soltando o irmão.

–Um pouco cansado. - Disse Edmundo.

–Descanse um pouco. - Disse Pedro.

Ed foi se afastando aos poucos, porém, foi chamado por Pedro.

–Edmundo! - O menor olhou para Pedro. - Tente não se perder. - Ed sorriu e continuou a andar.

–Ela sonhou com ele, sabiam? - Disse Lúcia.

–Ela quem? - Perguntaram Susana e Pedro ao mesmo tempo.

–Ora, quem mais? A Kalene, é claro! - Disse Lúcia. - Eu acho que ela tá gostando dele.

–Então, sabidinha, faça alguma coisa antes que ele vá dormir! - Ironizou Susana.

–Já sei o que fazer! - Disse Lúcia, correndo para onde Kalene estava.

A princesa estava sentada na beira de um riachinho quando Lúcia chegou correndo e a chamou.

–Vai lá agora! - Disse Lúcia.

–O que? Ir aonde? - Perguntou Kalene, meio desorientada.

–Na tenda do Edmundo, é claro! Aproveita enquanto ele ainda não dormiu! Corre! - Disse Lúcia animada.

Kalene se levantou rapidamente e foi até a tenda de Edmundo. Chegando lá, ela encontrou o moreno dormindo. Ela achou tão fofo que ficou ali, parada, observando-o. Contudo, ela fez algum barulho que o acordou, um tempo depois.

–Hã? Quem está aí? - Perguntou Edmundo, sonolento.

–Sou eu. Desculpe ter te acordado, eu já estou saindo. - Disse Kalene, envergonhada.

–Não! Espere, não vá embora! - Pediu Edmundo.

Os dois se encararam um momento e Kalene notou que o rosto dele estava molhado.

–Limpe sua boca. - Disse a Princesa, fazendo um gesto. - Você baba enquanto dorme.

(N/A: Não resisti!! Tive que botar essa fala épica de PJO!)

–Hã? Ah, sim. - Disse o moreno, limpando a boca rapidamente.

–Por que fez aquilo? - Perguntou Kalene. - Sabe, fugiu daquele jeito.

–A Feiticeira me convenceu. Eu estava tão cego que... quando vi já tinha feito. - Explicou Edmundo.

–Eu fiquei preocupada. Você podia ter morrido lá! - Exclamou Kalene.

–Ficou preocupada comigo? - Perguntou Edmundo. - Que linda.

–É, eu só... - Ela foi interrompida por Edmundo, que levantou e foi na direção dela.

–Você não me vê como um traidor? - Perguntou Edmundo.

–Eu só acho que você não merece ser condenado por causa de uma Feiticeira ordinária. Não foi culpa sua. - Disse a Princesa, timidamente.

–Vem aqui. - Chamou Edmundo, estendendo a mão para ela.

Os dois sentaram na cama e ficaram conversando um tempinho. Durante aquele tempo, os dois adquiriram mais intimidade do que nunca.

–Então você sobreviveu uma viagem inteira com os meus irmãos e os castores? - Perguntou Edmundo rindo.

–Ah, qual é. Você fala assim, mas eu sei que os ama! - Disse Kalene.

Durante risadas, veio o silêncio. Aquele silêncio constrangedor entre você e a pessoa que você gosta. Até que Edmundo resolveu falar algo.

–Você é bem legal, Kalene. - Disse Edmundo.

–Pode me chamar de Kanes se quiser. - Disse Kalene.

–Kanes? Sempre achei que seu apelido fosse Lennie. E vamos combinar, Lennie é bem mais fofo e combina mais com você. - Disse Edmundo.

–Você me acha fofa? - Perguntou Kalene.

–E linda também. - Disse Edmundo.

Ele, então, tomou uma decisão. Se inclinou na direção dela e beijou sua bochecha levemente. Apenas um beijinho infantil, mas foi o suficiente para que Kalene ficasse vermelha como um pimentão. Quando se afastaram, ela olhou confusa para ele.

–Me desculpe. Eu fiz algo errado? - Perguntou o moreno.

Ela nada disse, apenas acenou que não com a cabeça e se levantou, fazendo-o se levantar junto.

–Eu tenho que ir. - Disse Kalene.

Antes de sair, ela tomou coragem e beijou a bochecha do garoto, retribuindo o beijo que ele dera nela. Quando terminou, ela saiu dali com o coração a mil e um sorriso de orelha a orelha.


Continua


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, o climinha tá começando... vamos ver no que dá, né. Kisses and happy new year!