As Crônicas De Nárnia - A Filha De Aslam escrita por ChaniMoon


Capítulo 31
A Queda da Feiticeira Verde e o Retorno de Edmundo


Notas iniciais do capítulo

Heey guys and girls! Sorry pela demora absurda, tô tendo várias interrupções desde quinta e não conseguia terminar o cap em paz! Mas admito que esse cap me deu muito gosto de escrever *-* KALED IS BACK, BABY!!! O Nyah tá cada vez mais vazio... culpa das escolas! Tem duas frases de Brejeiro Lispector nesse cap que eu simplesmente amo :3 Enfim, espero que gostem :)


Boa Leitura!



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Em seu sonho, Kalene viu a si mesma, ainda com aparência de 11 anos, no dia em que conheceu os Pevensies. Ela reconheceu Pedro, Susana e Lúcia, mas ainda estava com problemas para reconhecer Edmundo. Só se lembrou de ter sentido uma atração por ele naquele dia. Então, a imagem mudou e foi para o dia em que ele foi resgatado das garras da Feiticeira Branca e passou longas horas conversando com Kanes. A imagem mudou novamente, dessa vez, avançou os 1.300 anos de espera até chegar no momento em que ela deu uma surra nele. Se lembrou de que o real motivo de ela ter batido nele, foi porque estava zangada de ele tê-la deixado sozinha. Outra mudança e chegou no momento do primeiro beijo deles, durante o duelo de Pedro e Miraz. Vieram alguns flashes da viagem que eles fizeram no Peregrino da Alvorada e veio a imagem da noite em que ela passou com ele. Se lembrou de como havia ficado feliz. Estava quase se lembrando do nome dele, quando foi despertada por um barulho na outra sala. Rapidamente, se levantou e saiu daquele quarto, se escondendo para não ser vista. Ela ouviu a conversa de Jill, Eustáquio e Brejeiro com o homem daquela voz tão familiar.

–Ouçam, enquanto eu ainda posso me controlar. Quando eu tiver o ataque, vou pedir, implorar e até ameaçar que soltem minhas amarras. Eu vou pedir a vocês pelo que é mais sagrado e mais temido que não me deem ouvidos! - Disse o homem. - Endureçam seus corações, fechem seus ouvidos, porque quando eu estiver amarrado, vocês estarão em segurança.

Kalene deu uma espiada pela porta da sala e viu o homem amarrado em uma cadeira de prata. Ela, rapidamente, virou para que ninguém visse seu rosto. Queria que pensassem que ainda estava dormindo.

–Se eu sair dessa cadeira, vou me transformar em uma serpente e os matarei. - Continuou o homem.

–Não tema. Não temos vontade de lutar contra serpentes. - Disse Brejeiro.

–Mas tomem cuidado. Não dá pra saber o que direi para que vocês baixem a guarda! Prometam, jurem que o que quer que eu diga ou peça, vocês não me libertarão das minhas amarras. - Pediu o homem.

–Com prazer, não farei isso. - Disse Jill.

–Entretanto, precisamos tomar cuidado. Ele será muito astuto, eu imagino. - Disse Brejeiro.

Então, o homem começou a gritar e delirar, amarrado na cadeira. Aquela voz familiar estava perturbando Kalene, que voltara a sangrar pelo nariz. Ela nunca havia tido tal sangramento, até ir parar ali embaixo. Mas ela tinha que se manter forte. Não podia deixar que suspeitassem que ela estava acordada.

Quanto mais o homem delirava sobre coisas aleatórias, mais Kalene ficava perturbada. Ela chegou ao ponto de cair de joelhos no chão, fechar os olhos, colocar as mãos na orelha e ficar repetindo pra si mesma:Pare! Pare! Pare!

O homem implorava de todas as maneiras que Jill, Eustáquio e Brejeiro o soltassem. Depois de muitos pedidos, foi então que o homem disse algo inusitado.

–Eu imploro que me libertem! Por todos os temores, e todos os amores, pelo céu brilhante da terra da superfície, pelo grande Leão, pelo próprio Aslam! - Ele foi perdendo as forças. - Libertem-me...

Assim que Kalene ouviu o nome de seu pai, ela tomou coragem e entrou na sala, sem dizer uma palavra. Apenas olhando para o homem preso na cadeira. (Olhar dela abaixo -->)



Era quase do mesmo jeito que Eustáquio, Jill e Brejeiro olhavam para ele. Olharam preocupados, pois aquele era um dos quatro sinais que Aslam deu para Jill.

–É o sinal. - Sussurrou Brejeiro.

–O que faremos? - Perguntou Jill.

–É o que Aslam queria? Que soltássemos esse louco selvagem? - Perguntou Eustáquio.

–Se é o que meu pai quer, então façam. - Disse Kalene, ainda olhando vidrada para o jovem acorrentado.

–Kalene? Você está acordada há quanto tempo? - Perguntou Eustáquio, ainda mantendo seus olhares.

–Não muito tempo. - Respondeu Kalene, se virando para Jill. - Jill, você sabe o que fazer, não sabe?

Jill não tinha palavras, então, Brejeiro falou por ela.

–A Rainha está certa. - Disse Brejeiro. - Aslam não disse para Jill o que aconteceria se ela seguisse os sinais. Só disse o que ela tinha que fazer. Este homem pode ser nossa morte se o soltarmos. Mas isso não vai nos impedir de seguir os sinais de Aslam!

Então, Brejeiro soltou as amarras que prendiam o homem na cadeira. Assim que terminou, o jovem se levantou rapidamente, pegou sua espada, mandou que Kalene, Eustáquio e Jill saíssem da frente e golpeou a cadeira até virar sucata.

–Fique em pedaços, perverso instrumento de feitiçaria! - Disse o homem. - Para que jamais seja usado sobre outra vítima.

Parecia que todas as influências ruins haviam deixado o corpo daquele jovem e ele havia retomado o bom senso. Assim que isso aconteceu, Kalene o reconheceu, finalmente.

–Você é... você é... por isso que sua voz era tão familiar! - Disse Kalene.

–Eu sou Rilian, Príncipe de Nárnia! - Disse o homem, revelando ser Rilian.

–Oh, vossa alteza real! - Disse Brejeiro, se curvando para Rilian. - O único motivo de termos vindo foi para procurar e libertar o senhor!

Rilian apontou para Jill e Eustáquio.

–Quem são os meus salvadores? - Perguntou Rilian.

–Eu sou Eustáquio! - Disse Eustáquio, se apresentando.

–E eu sou Jill! - Disse Jill, se apresentando.

–Uma de vocês eu já conhecia. - Disse Rilian, se virando para Kalene e a abraçando, ao ponto de tirá-la do chão.

Ela, por algum motivo, não o abraçou de volta. Ainda estava confusa com sua memória, por isso, não iludiria ele à toa.

–Senti sua falta, Kanes. - Disse Rilian, soltando Kalene.

–Eu também senti a sua. - Disse Kalene, disfarçando um sorriso.

Eles ouviram um barulho e gritos vindos do outro lado da sala. Quando deram por si, era a Feiticeira Verde que estava ali, e ela não estava nada contente.

–Qual de vocês se atreveu a destruir a Cadeira de Prata??? - Perguntou a Feiticeira, furiosa.

Rilian começou a desafiá-la e ela resolveu mudar de tática. Começou a confundir a cabeça de todos eles, assim como havia feito com Kalene. Ela colocava coisas nas cabeças deles do tipo "não existe um sol" e "não existe Nárnia, nem nada na superfície". Jill e Eustáquio foram enfeitiçados um pouquinho, mas Brejeiro e Kalene se mantiveram firmes.

–Diga o que quiser, mas não me fará esquecer de Nárnia! - Disse Brejeiro.

Kalene começou a se lembrar do rosto da Feiticeira, no dia em que a fez esquecer, do que até hoje, estava com problemas pra lembrar.

–Eu lembro de você. Foi você, não foi? Aquele dia na floresta! Me enfeitiçou! - Disse Kalene.

–Bem, estou vendo que minha mágica perdeu o efeito em você. - Respondeu a Feiticeira.

–Por sua causa, passei anos sem dormir direito à noite, tentando lembrar do que você me fez esquecer! - Exclamou Kalene. - Agora, não tem mais controle sobre mim! Eu jamais esquecerei de Nárnia!

–Ah, é? E como você e o paulama sabem disso? - Perguntou a Feiticeira.

–Porque eu me lembro de cada estrela naquele céu lá em cima. - Respondeu Kalene.

–E eu me lembro da claridade do sol do meio dia, tão claro, que não dava pra olhar. - Respondeu Brejeiro.

–Eu me lembro de ter visto o sol se pôr, inúmeras vezes. - Continuou Kalene.

–E eu vi o sol nascer inúmeras vezes. - Continuou Brejeiro.

A Feiticeira, num ato de raiva, atacou Brejeiro. Ele, então, colocou sua mão no fogo da lareira e a fez ficar mais furiosa ainda. Mas ela só perdeu a razão quando Brejeiro disse a coisa mais bonita que qualquer narniano jamais disse outra vez.

–Eu viverei como um narniano, mesmo que não haja Nárnia. E vou acreditar em Aslam, mesmo que não haja Aslam! - Disse Brejeiro.

Foi então que a Feiticeira se transformou na horrível serpente esverdeada, atacando os cinco. Rilian lutou contra a malévola criatura sozinho (a Kanes esqueceu a espada outra vez...) e a derrotou. Juntos, Rilian, Kalene, Jill, Eustáquio e Brejeiro, fugiram daquele mundo subterrâneo, testemunhando sua destruição.

Enquanto isso, Aslam executava seu plano de tentar fazer Kalene se lembrar. Ele havia ido, espiritualmente, para o outro mundo, visitar os Pevensies. Além de visitar, ele queria trazer um deles de volta à Nárnia.

No outro mundo, os Pevensies já estavam quase "crescidos", sendo que Lúcia, que era a mais nova, estava com 15 anos. Em uma manhã, Lúcia e Edmundo estavam atravessando a rua, para irem até a estação de trens, de onde, voltariam para a escola. Aquele seria o último ano de Edmundo, e depois apenas Lúcia voltaria para a escola.

Aslam não mentiu quando disse que eles estavam crescidos. Mas pelo fato de o mal estar quase em Nárnia novamente, e de Kalene estar quase enlouquecendo tentando reverter o feitiço, por meio de uma exceção, Edmundo seria necessário em Nárnia mais uma vez. Mesmo tendo passado um tempinho, ele ainda amava muito Kalene. Estava atravessando uma rua com Lúcia quando aconteceu. Só teve tempo de ouvir o grito da irmã caçula.

–Edmundo, cuidado! – Gritou Lúcia.

Depois, a única coisa que ele viu foi um clarão, antes de apagar. Quando acordou, se viu numa beira de um riacho, perto de uma floresta (o mesmo riacho onde Jill havia estado com Aslam.) Aslam estava em uma pedra, observando-o acordar. Quando Ed viu Aslam, automaticamente levou um susto.

–Aslam?! – Perguntou Edmundo, perplexo. – Mas como isso é possível?

–Imagino que tenha ficado contente em voltar aqui. – Respondeu Aslam, pacientemente. – Fiz uma exceção para que pudesse retornar sem complicações.

–Estou muito feliz em estar de volta! – Disse Edmundo, contente. – Mas qual a razão de eu ter voltado sozinho?

Aslam pediu que Edmundo se sentasse, e ele assim fez. Então, Aslam lhe contou toda a história após a última vez que ele e Kalene se viram. Contou sobre Rilian e a Feiticeira Verde, e de como ela tinha enfeitiçado Kalene.

–Então ela se esqueceu de mim? – Perguntou Edmundo, triste.

–Não totalmente. Ela voltou a se lembrar de algumas coisas, pouco tempo atrás. O amor que ela sente por você foi maior do que a magia da Feiticeira Verde. Mas apenas você pode fazê-la se lembrar de vez. – Respondeu Aslam.

–E onde ela está agora? – Perguntou Edmundo. – Eu quero muito vê-la!

–Está retornando de uma missão, junto com alguns amigos. Entre eles, o seu primo, Eustáquio. – Respondeu Aslam. – Mas ela já deve estar chegando. Deve ir até o castelo do Rei Caspian, para aguardá-los.

Edmundo assentiu e Aslam o enviou até lá do mesmo jeito que enviou Jill e Eustáquio. Através de um sopro. Porém, ele demorou a chegar. Quando chegou, estavam muitos Narnianos reunidos ali para testemunharem a coroação de Rilian, junto com a morte de Caspian. Edmundo, a princípio, não acreditou que Caspian pudesse estar tão velho. Lhe deu um grande aperto no coração, saber que seu velho amigo estava morrendo.

Jill, Eustáquio e Brejeiro estavam mais afastados, enquanto apenas Kalene e Rilian ficavam mais próximos de Caspian.

–Kalene, você foi a melhor amiga que eu tive em toda a minha vida. – Disse Caspian, com dificuldades. – Espero te encontrar no País de Aslam algum dia, minha cara.

–Nós vamos, Caspian. Com certeza vamos. – Disse Kalene, enxugando as lágrimas.

–Rilian, agora que você retornou, me desculpe por não poder acompanhar seu reinado, filho. – Disse Caspian, se virando para Rilian. – Eu só queria que tivéssemos passado mais tempo juntos. – Caspian virou seu olhar para o céu (ele estava deitado em uma cama, fora do castelo, em frente aos narnianos). – Adeus.

Caspian deu seu último suspiro e partiu dessa vida. Kalene, agora, não podia segurar o choro. E não eram só lágrimas, era um Senhor Choro mesmo. Rilian foi até ela e fez menção de abraça-la, mas ela se esquivou. Ele estranhou aquela atitude.

–O que foi? – Perguntou Rilian.

–Eu não posso, Rilian. – Respondeu Kalene. – Eu não posso casar com você e ter uma vida normal.

–Mas por que não? – Perguntou Rilian. – Você havia dito que me amava.

–Eu estava enfeitiçada e confusa. Não sabia o que estava dizendo. E algo me diz que pertenço a outro rei. – Respondeu Kalene.

A rejeição de Kalene fez Rilian acordar para a realidade. Aquilo tudo foi apenas outra artimanha da Feiticeira Verde, e Kalene não o amava de verdade. Mas ele não iria desistir dela tão fácil.

Enquanto isso, Eustáquio se distraiu um pouco e olhou para algum lugar não muito distante. E o que ele viu foi seu primo Edmundo, chegando cada vez mais perto do castelo, com um olhar de procurador.

–O que o meu primo está fazendo aqui? – Perguntou Eustáquio.

–Mas você não tinha dito que seus primos estavam velhos demais para voltarem aqui, Eustáquio? – Perguntou Jill.

–Sim, eu disse sim. Mas se ele está aqui, deve ter sido coisa de Aslam. – Respondeu Eustáquio. – É melhor eu ir falar com ele.

Eustáquio desceu algumas escadas e foi em direção a Edmundo. Assim que chegou perto, Edmundo o reconheceu.

–Edmundo, como veio parar aqui? – Perguntou Eustáquio.

–Aslam disse que eu precisava salvar Kalene de um feitiço. Onde ela está? – Perguntou Edmundo.

–Você não poderia ter chegado em hora melhor! Ela está lá em cima, com Rilian. Ele está louco por ela, mas ela, mesmo ainda enfeitiçada, sabe que pertence a você! Corra até lá agora e faça-a se lembrar! – Aconselhou Eustáquio.

–Obrigado, primo! – Disse Edmundo, correndo na direção que Eustáquio havia indicado. Obviamente, Eustáquio foi atrás.

Chegando lá em cima, ele viu Kalene ainda tentando se esquivar de Rilian. Então, o que ele fez a seguir, acabaria com o feitiço.

–Lennie! – Chamou Edmundo.

Assim que ela ouviu o seu apelido e eles cruzaram os olhares, imediatamente, o feitiço sumiu. Todos os momentos em que Kalene passou com ele vieram em sua cabeça, como se fosse um flashback. Ela finalmente havia se lembrado de quem ele era.

–Eddie! – Respondeu Kalene. – É você! É você mesmo! Agora eu me lembrei! – Ela sorriu e correu ao seu encontro.
Os dois se abraçaram em um abraço apertado, matando completamente as saudades. Agora que Kalene havia lembrado, era como se ela nunca tivesse se esquecido dele. Ele a rodopiou em seus braços, exalando alegria. Quando a soltou, ela o beijou apaixonadamente. Somente pararam quando ouviram um grito. Foi então que viram Rilian, vermelho de raiva partindo para cima de Eddie com uma espada.


Continua


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se não gostaram, podem me matar... eu admito que demorei :( Mas a culpa é dos meus parentes que ficam me enchendo o saco o tempo todo e eu nunca consigo escrever em paz!! Algumas dúvidas do cap serão respondidas no próximo, okay? Tipo, como Aslam trouxe Edmundo para Nárnia...
(~le eu dançando sozinha no quarto...) Kaled is baaaack!! Kaled is baaaaack! Chupa Rilian!!!

Kisses :3