Memórias Póstumas escrita por yin-yang


Capítulo 10
Capítulo Décimo: O Festival.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Mil perdões pela demora, de verdade. Além dessa vida de universitária, que já me atrasa muuuuito com relação à produção, tive problemas de cunho pessoal e, consequentemente por isso, a minha criatividade havia me deixado por um tempo. ;-;

Esse capítulo em especial eu gostaria de dedicar à Alessandra Galvão (Arê chan), que tanto me ajudou nesses últimos tempos de turbulência. Saiba que também pode contar comigo no que der e vier, ok?

Enfim, aí está o nono capítulo de Memórias Póstumas. Espero que gostem!

Att,
yin-yang.



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Sozinha, em frente ao grande espelho tido naquele quarto luxuoso e com auxílio das sacerdotisas menores, eu me preparava para o Festival Memorial do Eclipse Lunar. A mim, bem como aos outros, foi oferecido uma troca de roupa, própria para as ocasiões festivas. As garotas do templo, com graciosidade e paciência, vestiam-me uma yukata [1] lilás, minha cor favorita.

Diante do reflexo, porém, o que eu enxergava não era a realidade; no lugar das moças estavam as criadas do Clã Hyuuga, as bunkes; ali já não era mais o Templo Sagrado de Takigakure, mas sim meu humilde quarto na Mansão. Era reflexo de uma lembrança.

• • •

– Você está ficando linda, Hinata-onee [2]! – Exclamou Hanabi, com os olhos brilhantes, enquanto me observava, sentada sobre o zabuton [3] do quarto.

– Você não está exagerando um pouquinho, Hanabi? – Respondi sem jeito com um singelo sorriso acanhado. – Não acredito que seja para tanto...

– Não é exagero meu! – Falou em voz alta, emburrada. – A onee está espetacular!

Suspirei enquanto ouvia minha irmã tagarelar e as mulheres a darem os últimos ajustes. Assim que eu estava finalmente pronta, elas se retiravam do quarto em silêncio e eu, diante do espelho, dava meia volta para me analisar. Até que eu não estava tão ruim assim.

– Toc toc. – Disse uma voz masculina rouca ao bater na porta antes de abri-la. – Hinata-sama?

– É isso! – Exclamou a menor ao se levantar correndo para atendê-lo. – Neji-onii[4]! – Empolgada, ela o puxava para dentro do quarto antes que eu pudesse falar algo. – Entra logo!

– Já estou entrando, Hanabi! – Respondeu o mais velho em um timbre grave, porém agradável.

Bem como eu, ele vestia um yukata masculino, porém em tons mais escuros e acinzentados, atípico quando comparado com o cotidiano, contrastando com a cor alva de sua pele. Pelo espelho eu o observava, até que finalmente custei a virar para trás, passando a fitar a ele e à minha irmã.

– Hanabi, por favor! – Pedi, quase a repreendendo. Definitivamente, bancar a durona não era meu feitio. Desviei minha atenção agora exclusivamente para Neji, curvando-me para ele. – Desculpe-me, Neji nii-san.

– Não me incomode com isto, Hinata-sama.

Ao voltar para a posição ereta, meu olhar se encontrava com o dele. Por um momento, eles se uniam e se prendiam, como se uno fossem. Sem jeito, eu sorri em uma atitude quase involuntária, bem como ele que me retribuía o gesto após uma curta reverência. De repente, Hanabi agarrava-se nele e, travessa, também sorria, apontando o dedo para mim.

– A onee está bonita, não está? – Indagou ela enquanto o fitava radiante.

– Está magnificamente linda, Hinata-sama. – Confessou ele, sincero. Em seus olhos havia certo brilho a mais ao pronunciar aquelas palavras.

– Não é para tanto! – Respondi, quase brava.

– Eu não disse, eu não disse?! – Exclamou Hanabi, vitoriosa, como se tivesse ganhado alguma aposta, da qual pudesse ter feito comigo. – Viu, Hinata-onee?

– Hanabi! – Repreendi, tímida. Aquilo começava a me deixar realmente constrangida. Enrubescida, eu desviava o olhar do dele para assim encará-la.

Ela, porém, sequer se abalou. Aliás, contente e saltitante, mostrava-me a língua antes de voltar para o quarto dela, onde também passaria a se arrumar. Agora estava somente eu e meu primo.

– Perdoe-me por ela. – Proferi em um sorriso sem jeito, frente ao mesmo.

– Não precisa se desculpar. – Disse, esboçando um raro sorriso em seu rosto. – Eu fui sincero nas minhas palavras.

• • •

As aprendizes do templo logo deixavam o recinto ao terminarem de me vestir. Ainda presa em meus próprios pensamentos, continuei ali, frente ao grande espelho, com seus olhos opacos, vidrados. Diferentemente daquele tempo, agora Neji nii-san não mais existia para me elogiar, nem agora e nem no futuro. Ele era quem sempre zelava por mim, quem sempre me defendia...

– Hinata-chan. – Chamou-me Tsubame, sorridente. – A yukata serviu direitinho em você?

– Tsubame-san. – Virei-me para trás, fitando-a. Fiz uma pequena reverência, abaixando de leve a cabeça. – Sim, sim. Perfeitamente.

– Ai, que bom! – Disse entusiasmada. – Dali a pouco teremos a abertura do festival. Por isso, já preciso ir, para terminar os ajustes finais. – Informou. – Mas se anime, sim? Garanto que irá gostar.

Sorri simpática, nada além disso. Educação era tudo o que eu demonstrava agora, já que animação eu já não tinha nenhuma. Novamente, era apenas eu e o meu reflexo. Talvez Tsubame-san estivesse realmente correta: talvez eu realmente estivesse precisando aproveitar aquele Festival.

• • •

– Uma pessoa não pode esconder para sempre suas inseguranças. – Disse a sacerdotisa, agora a acariciar a ave sobre seu ombro. – Enquanto seu coração e alma não estiverem libertos de suas próprias prisões, nada poderá avançar, nada poderá retroceder. O que teu coração tanto teme a esclarecer? – Fez-se uma pausa. – O que tanto receias enxergar, Hyuuga Hinata?

• •

Pelas ruas daquela vila, eu via crianças se divertindo, brincando, dançando; casais alegres, apaixonados e felizes.

Eu sorri.

Um dia, eu já desejei estar abraçada, de mãos dadas, com Naruto-kun, como aqueles ao meu redor o faziam, mas eu sei e já me conformei, que não passava apenas de sonhos bobos de uma garota apaixonada. O que me doía agora, porém, não era a frustração desse sonho — era a ausência daquele que, apesar dos pesares, sempre estivera comigo, para o que desse e viesse; daquele que zelava por mim e cuidava de mim; que me confortava e me ensinava a lutar... Que me fazia sorrir mesmo quando eu falhava.

– Hinata! – Chamou-me uma voz familiar feminina. Era Tenten que, correndo, vinha a meu encontro. Animada, ela pegava minha mão, puxando-me. – O que você está fazendo sozinha aí? Daqui a pouco vai começar a apresentação de abertura! Venha assistir conosco!

Confesso; eu pensei em recusar o convite, não estava com cabeça para me misturar ou sequer prestar atenção, mas o que custava também? Em um sorriso simples e educado, eu concordei com aquela companheira mais velha... Aquela que um dia tão amiga havia sido de meu primo, Neji.

Junto à equipe de missão eu novamente estava. Em uma barraca de takoyaki [5] estava Lee-san e Gai-sensei em uma disputa compulsiva daquele que mais conseguia comer. O entusiasmo deles era tanto, que contagiavam os aldeões, os quais paravam para vê-los disputar. Alguns, a meu ver, até passavam a arriscar apostas.

– Dessa vez, Lee, meu querido discípulo, não vou te deixar vencer! – Disse o professor, espetando três bolinhas daquele alimento de uma vez só.

– Desculpe, Gai-sensei, mas não estou nem um pouco a fim de perder para você! – Respondeu, a certo modo aceitando a provocação alheia.

Em meus lábios, acabei por esboçar um leve sorriso involuntário. Olhei para o lado, talvez com o intuito de comentar algo com Tenten, quando então percebi que ela os encarava com fogo nos olhos.

– Vocês dois... – Murmurou, num acesso de nervo.

– Tenten-san...? – Chamei-a, talvez um pouco assustada. Ela parecia querer degolá-lo.

Sem tardar muito, furiosa, ela ia até os homens, os quais ela passou a segurar pelo colarinho da yukata de ambos, encarando-os. Eles engoliram a seco, igualmente temerosos.

– Vocês dois... – Iniciou ela uma vez mais, aos murmúrios. – NÃO TÊM VERGONHA NA CARA, SEUS IDIOTAS?! – Gritou, com uma veia saltada em sua testa.

– C-Calma, T-Tenten. – Tentou Lee tranquilizá-la, porém sem muito sucesso.

– N-Não precisa de tudo iss— – Tentou se justificar o mais velho, quando brutalmente era interrompido pela garota.

– Urusaaai[6]! – Declarou ela, quase chorosa tamanha era sua irritação. – Estamos em público! Será que vocês podiam ao menos por hoje se comportar?!

Irritada, ela deixava o dinheiro sobre o balcão da tenda referente ao que eles comeram e assim os tirou dali arrastados. Novamente, eu observava a interação tão daquele time que, apesar dos conflitos e desentendimentos, sempre estavam de bom humor e otimismo. Sem conseguir disfarçar, eu ri, ainda que baixo e nada extravagante. Repentinamente, o trio então me olhava, como se eu tivesse feito algo que chamasse a atenção deles. De repente, sorrisos eram esboçados no rosto deles.

– A Hinata-san riu! – Disse Lee, feliz. O professor assentiu.

– Você riu, Hinata! – Declarou Tenten, igualmente contente.

Tímida, eu me retraí. Por que eles se alegrariam tanto a me ver rir ou sorrir? O jounin mais velho colocou a mão sobre meu ombro, enquanto me fitava, convicto.

– A vida realmente só tem sentido quando sorrimos de verdade, de coração.

Aquele comentário do professor fez meu interior gelar, como se meu coração partisse. Qual havia sido a última vez em que eu sorri de verdade? Sequer eu me lembrava; não naqueles últimos dez anos em que haviam se passado. Curvei meus ombros, encolhendo-os. A tristeza provavelmente era visível em meus olhos, mas foi algo involuntário. Desajeitada, eu tentei disfarçar, esboçando outro sorriso, porém agora apenas simpático.

Dali então, as palavras entre eles eu já não ouvia, interiorizando-me. Tudo me levava até ele novamente. O seu zelo, seu carinho, seu olhar e sua voz... Ele me fazia falta, como se fosse a última peça do quebra-cabeça para que eu pudesse pelo menos sorrir, sentir-me confiante. Não era a minha luz, mas era a sombra que nunca me abandonava e que agora, com sua ausência, sinto-me absolutamente só.

Perdida facilmente em meus pensamentos quase me esquecia de que estava em um festival, quando Tenten, uma vez mais, me chamava de volta para a realidade com um toque no ombro.

– Olha lá, a apresentação já vai começar! – Anunciou ela, procurando com o olhar a presença da sacerdotisa, ansiosa. Eu apenas sorri, discreta e disfarçadamente, só para não desapontá-la com meu desânimo.

Não muito obstante, a donzela sagrada finalmente se fazia ser vista ao adentrar no grande palco montado exclusivamente para as atrações. Sentada ao centro, tinha suas ajudantes — inclusive Tsubame — atrás de si, todas com os instrumentos musicais mais tradicionais possíveis, preparadas para iniciar a grande orquestra, a morena devidamente produzida para a ocasião abria seus olhos rubros opacos e, assim, passava a fitar a grande lua que, ao topo do céu, zelava por aquela noite tão especial para os moradores daquela aldeia. Vidrada, parecia contemplá-la em um diálogo silencioso entre ela e aquele corpo celeste.

E um respeitoso silêncio cobriu a plateia enquanto ela voltava a fechar seus olhos misteriosos e se pôs a cantar finalmente uma canção.

Sadame, sadame

kanashiki sadame

Itami no naka

Ikiru kokoro

Sadame, sadame

Omae no sadame

Yami wa hikari wo sagasu. [7]

Assim, a orquestra ao fundo começava a ser tocada e a sacerdotisa lentamente passava a se levantar, com movimentos graciosos e harmônicos, como se fosse tão leve como uma pena levada ao vento. Reabria os olhos e, como em um jogo de tiro ao alvo, seu olhar era certeiro em direção ao meu. Intimidadora, seus olhos opacos pareciam infinitos em sua profundidade, como o infindável oceano. Aquela garota parecia me repreender o tempo todo! Era impressão minha apenas, não era? Aquilo era horrível! Eu já estava triste e confusa; ela parecia conseguir deixar as coisas ainda pior.

• • •

– És capaz de ouvir o soar das notas? – Indagou Mikaru, ainda a manter aquela expressão neutra.

Eu, particularmente, não sabia o que responder. O medo em meus olhos era notório. Ela suspirou, como se conseguisse decifrar cada movimento ocular meu.

– Estás perdida. – Proferiu ela ao direcionar aquelas palavras a mim. – Somente os corações confusos e transtornados ouvem a Melopeia de Subaru.

• •

Aquela definitivamente era a música. Eu tinha certeza; eu sentia um aperto no coração e minha mente parecia querer se perder em memórias uma vez mais. Aquilo era agoniante! Meus olhos passavam a se encher em lágrimas, que tão facilmente não caíam. Aquela melodia, aquele hino... Parecia não sair de minha cabeça. Tentava ignorar todo esse desconforto, mas tudo parecia vir à tona cada vez mais, com mais intensidade.

– Não... – Proferi para mim mesma. – Já basta, Hinata... – Eu tentava me esforçar. Pensar no passado não adiantaria nada, tampouco mudaria as coisas. Se um dia errei, eu teria levar isso para minha morte, porque era irrefutável, assim como foi com Naruto-kun. Porém, quanto mais eu tentava afastar meus pensamentos, minhas dúvidas e angústias, com mais força e intensidade eles voltavam para mim; mais vazio eu me sentia. Mais culpa eu sentia.

Do meio da multidão, então, eu saía às pressas, tampando meus ouvidos, querendo cada vez mais me afastar de tudo e de todos.

Doko he yuku, Hikari

Yami wo terasu sadame.

Doko he yuku no

Yami ha omae no sadame.[8]

Dentro de mim, eu ouvia a voz dele chamando por mim. A música não cessava. Por mais longe que eu fosse, eu conseguia ouvi-la. À minha mente, o sorriso dele, o abraço dele, a companhia dele. Tudo o que me completava, tudo o que me fazia ter esperança, tudo o que não me fazia desistir e aliviava a minha dor era o que agora me sufocava, me torturava e me agoniava!

Bem afastada do festival, eu parava à ponte que ligava a vila e o bosque local. A melopeia, lentamente, se desfazia dentro da minha mente e agora estava apenas eu e meu reflexo na água, quase perfeito. No silêncio, minhas lembranças se ordenavam e minha consciência aos poucos voltava a si.

• • •

– Neji nii-san, me espere! – Disse eu, tão pequenina, a correr, apressada atrás de meu primo. Eu tinha meus três anos. – Nii-san!

Gentilmente, ele parava no meio da ponte e assim me esperava, como eu o havia pedido. Ele me estendia a mão, sorrindo, com uma expressão tão serena, tão benevolente, tão sincera e inocente... Tão verdadeira.

– Vamos, Hinata-sama. – Proferiu acolhedor enquanto pacientemente me fitava, tão gracioso.

Sentir-me amada por ele era uma das coisas que mais me fazia feliz. Com aquelas palavras, involuntariamente meu sorriso se tornou indisfarçável, tão grande quanto a alegria e o conforto que eu sentia. Enrubescida, eu dava a mão para ele.

– Hai! –Assenti alegre como nunca estive.

Aquela mão dele era quente; e eu estava feliz por ele me guiar e estar ao meu lado, como se ele nunca fosse se afastar... Como se nossa promessa nunca fosse ser quebrada ou esquecida.

• • •

As lágrimas, antes retidas em meus olhos, agora saltavam deles e caíam na água do lago, a qual passava a fazer pequenas ondas e desmanchar a minha imagem, bem como a da lua refletida tão realisticamente. O vento de junho soprava em minha direção, fazendo com que meus fios de cabelo dançassem ao seu ritmo, voando sem se desprender. Olhei para o céu, admirando a lua que, cheia e delicada, continuava ali, a me acompanhar. Eu sorri, ainda que triste. Não eram as memórias e lembranças de Neji nii-san que me sufocavam; o que me deixava sem chão era a sua ausência, a compreensão de que ele não mais existia; de sequer conseguir se lembrar daquela promessa que um dia havíamos feito juntos e que havíamos jurado jamais nos esquecer.

– Que estranho... – Disse ao pensar alto, tentando sorrir forçadamente embora minhas lágrimas denunciasse minha tristeza. – Quando será que eu havia me esquecido dele...?

Com as mãos sobre meu peito, eu tentava agarrar meu coração, que em dor gritava, como se com aquilo eu pudesse aliviar o aperto ou a culpa que inconscientemente eu carregava comigo. Mesmo que desentendimentos tivessem se feito presentes em nossas vidas, mesmo que tão cegamente eu tivesse sido apaixonada pelo Naruto-kun, mesmo que eu não o tivesse dado o devido valor, ele nunca havia deixado de me amar, nunca havia deixado de me proteger e de me apoiar, me acolher— e é por esse homem que deu a sua vida pela minha felicidade que eu estava amando uma vez mais; pelo meu primeiro e inocente amor de infância.


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Notas finais do capítulo

[1] Vestimenta japonesa típica para verão e festivais. Variante de kimono.
[2] Modo informal e encurtado para designar irmã mais velha. Variante de "onee-sama".
[3] Estilo de futon utilizado para se sentar no Japão. Tipo de tapete.
[4] Modo informal e encurtado para designar irmão mais velho. Variante de "onii-sama"
[5] Comida japonesa feita à base de polvo. Vide imagem: http://x.iamafoodblog.com/iamablog/wp-content/uploads/2012/07/takoyaki-6.jpg
[6] "Cale a boca" ou "silêncio".
[7] Tradução:

"Destino, destino
Triste destino
Um coração que dor
Continua a viver

Destino, destino
Vosso destino
A treva procura pela Luz."
[8] Tradução:

"Onde vais, Luz?
Destino vosso de iluminar a Treva.
Onde vais?
A Treva é o vosso Destino.