–Exatamente o que a Senhora está pensando. A Senhora está grávida. Meus Parabéns.

Paulina não conseguia acreditar nas palavras que lhe eram ditas. Sabia das possibilidades de ter um filho no ventre, mas não imaginou que seria tão rápido. Seus olhos marejaram, sua boca ficou seca e um sorriso imenso e iluminador foi colocado em seus lábios.

–Eu estou... estou... –Uma lagrima desceu de seus olhos verdes. –Gravida. –Ela deixou que as lágrimas de seus olhos fluíssem.

–Sim Senhora Bracho, dentro de alguns meses terá seu filho nos braços. –Disse o doutor sorrindo.

–Eu vou ter um filho. Meu Deus, um filho. –Aquele sorriso imenso apenas multiplicou-se, deixando o olhar de Paulina radiante.

Após Doutor Varella receitar as devidas vitaminas a Paulina, o doutor indicou a ela um amigo seu obstetra, para acompanhar a gravidez.

Paulina saiu do Consultório radiante, em seu ventre, o fruto de um amor puro e sincero crescia a cada instante. Imaginar a felicidade do amado ao saber que dentro dela havia um filho seu, fez ela emocionar-se novamente. Paulina desejava que tudo fosse perfeito, e assim, começou a planejar como contaria ao marido. Paulina saiu a caminhar pela cidade. Seus olhos passeavam pelas vitrines e toda a vez que ela lembrava sua gravidez, sorria bobamente colocando a mão sobre o ventre. Os olhos de Paulina fixaram-se em uma vitrine, e outra vez uma lagrima escorreu de seus olhos. Ali recebeu a ideia de como contaria ao amado a chegada do filho.

Entrando na loja para bebês, Paulina olhava tudo encantada, imaginando que logo poderia voltar ali, escolhendo as primeiras roupinhas do seu bebê. Olhando tudo, ela encontrou os famosos sapatinhos de lã. Uma vendedora veio atende-la, Paulina pediu um sapatinho amarelo a moça que logo lhe trouxe o mimoso sapatinho amarelo. Paulina pagou-o e saiu da loja. Pegou seu celular e ligou para Carlos Daniel.

–Oi minha vida como foi com o Doutor, está tudo bem? –Perguntou ele rapidamente ansioso.

–Oi amor meu, sim, está tudo... –Ela baixa a cabeça e põe a mão na barriga. –bem, muito bem. –Sorri.

–Tem certeza? –pergunta completamente preocupado.

–Está tudo bem sim. E como está a fábrica?

–Tudo na mais devida ordem. E você está indo pra casa meu amor?

–Não, resolvi dar uma volta no centro da cidade e olhar algumas lojas.

–Paulina, minha amada, você não está em condições de ficar andando por ai. Você desmaiou semana passada... pense bem... Paulina. Não quero que te aconteça nada. –Paulina podia ouvir o medo na voz dele.

–Carlos Daniel, meu amor, minha vida, meu marido, escute-me: eu-estou-bem! Confie em mim! Você acha que eu colocaria... humm.. você acha que eu não sei os meus limites?

–Não acho, tenho certeza. A Senhora Bracho semana passada teimou e desmaio frente a mim. Quer que eu a lembre? –Disse sério.

–Ok meu amor, ok. Confesso que errei, mas estou bem mesmo, muito bem. E além do mais, já estou indo pegar um taxi. Não se preocupe.

–Taxi? Porque não liga para o Pedro?

–Não precisa amor meu. Eu te amo, nos falamos em casa tudo bem?

–Claro. E eu também te amo minha Paulina.

–Até!

–Até.

Paulina desligou o celular, e em sua mente, os planos da noite perfeita voltaram a ronda-la. Pegando um taxi, ela voltou pra casa, passava-se das 15 horas, e calculando o tempo, teria 3horas para planejar tudo.

Ela foi até seu quarto, abrindo o closet, escolheu um de seus mais belos vestidos. Logo, escolheu o sapato perfeito e os deixou separados. Assim, com tudo em mente, sentou-se a cama e pegando uma agenda telefônica, escolheu o melhor restaurante da cidade, e assim, fez uma reserva em nome de Carlos Daniel. Após guardar os pequenos sapatinhos na bolsa, Escolheu um terno para o amado, Preto com a gravata na cor do vestido dela. Colocando o terno dele com o par de sapatos sobre a cama, Paulina desceu para a sala, a procura de vovó Piedade. Ao encontra-la na cozinha brigando com Cacilda por causa de um bolo, segurou as lágrimas para não chorar e contar tudo a vovó Piedade.

–Está tudo bem Minha filha? –Perguntou vovó olhando-a parada na porta com um olhar distante.

–Está sim vovó. –Engoliu o choro.

–E como foi com o Doutor Varella? –Perguntou a velhinha com um sorriso enorme.

–Bem...

–O que ele te disse?

–Ele disse... que estou bem e me deu mais alguns exames. –Disse baixando o olhar.

–Tem certeza que foi só isso, filha?

–Tenho vovó. –Ela sorriu tentando passar confiança.

–Ok, não pergunto mais! –Vovó Sorri colocando as mãos pra cima em sinal de rendição.

Entendendo o que se passava vovó era só sorrisos. Paulina sentindo-se um pouco cansada foi para seu quarto esperar Carlos Daniel. Ainda era cedo e assim deitou-se ao lado do terno dele com uma revista infantil em mãos.

Após lê-la por algum tempo, Paulina começou a raciocinar as descobertas do seu dia:

–Bem, não tenho nada grave, me preocupei atoa. Mas agora, tenho o fruto do meu amor com Carlos Daniel em meu ventre. –Ela baixa o olhar, mirando a barriga, alisando o ventre com uma das mãos. –Eu estou gravida. Meu Deus, ainda estou sem acreditar. Vou ter um filho, um bebezinho. –Ela deixou uma lágrima cair de seus olhos, e em sua mente, as lembranças da lua de mel ecoaram...

“-Dentro deste ventre, logo formaremos a maior prova do nosso amor: Um novo ser, o nosso filho, meu amor.”

“Shiiii! Eu estou me comunicando com ele, fique quietinha ai..”

Seus olhos encheram-se completamente com lágrimas, e acariciando o ventre que guardava seu maior tesouro, ela deixou as lágrimas rolarem.

–Te amo meu pequeno. Te amo e você será muito amado, por mim, pelo seu pai, seus irmãos... –Ela sorri, passando uma das mãos ao rosto enxugando-o.

Recostando a cabeça sobre as almofadas da cama, Paulina sentindo-se um pouco cansada, acabou adormecendo.

“...Uma criança brincava livremente pelos jardins da Casa Bracho. Paulina com Carlos Daniel sentado ao seu lado no 3º degrau da escada, admirava-os enquanto seus braços envolviam a amada. A Criança estava distante, Paulina não conseguia identificar quem era. Logo, Carlinhos e Lizete se juntaram e ela, brincando pelo enorme jardim.

–São lindos nossos filhos, meu Amor... –Disse Carlos Daniel tocando os lábios de Paulina com os dedos.

–São... Lizete e Carlinhos estão tão crescidos... e nossa pequena já está enorme. Parece que foi ontem que nos casamos...

–Realmente parece.

Os lábios de Carlos Daniel buscaram os da amada. Paulina aproximou-se dele e pode sentir sua respiração... Seus lábios se tocaram com suavidade. Parecia que aquilo não era um sonho... era tão real.. o calor das mãos de Carlos Daniel tocando-a.. tudo...”