Fix You escrita por mandiproost


Capítulo 8
Believe


Notas iniciais do capítulo

Leia as notas finais, por favor (;



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O domingo estava sendo inútil, na opinião de Hinata. Ela não saiu de casa e tampouco do quarto. As horas passavam enquanto ela alternava atividades como olhar para o teto, pensar em Naruto, enxugar as lágrimas, dormir e comer.

Hanabi estranhava ver a irmã tão depressiva. Ela sempre fora reservada, mas nunca ao ponto de não sei do quarto o dia todo. Talvez estivesse doente. Resolveu bater na porta e verificar.

– Oneechan? Posso entrar?

Hinata se assustou ao ouvir aquela voz fina por detrás da porta. Estava se esquecendo de que a irmã estava em casa. Sentou e passou os dedos abertos pelos fios lisos do cabelo, numa tentativa de domá-los.

– Claro, Hanabi. – respondeu respirando fundo.

– Você está bem, oneechan? Não saiu do quarto o dia todo. – disse enquanto corria para se sentar na cama de Hinata. Ela observava com olhos atentos os atos da irmã, tentando captar qualquer indício de fraqueza ou mal estar. Sabia que Hinata tentaria esconder dela se houvesse algum sintoma, na tentativa de não preocupá-la.

– Sim. – Hinata esboçou um sorriso e levou a mão até o cabelo da menina, mas percebeu que a reação de Hanabi demonstrava que ela não estava satisfeita com aquela resposta. – Só estou preocupada com a reunião com o conselho amanhã.

– Isso não leva você a ficar trancafiada no quarto o domingo todo. Vamos... Você pode confiar em mim. – apesar da pouca idade, Hanabi sempre demonstrou ser madura quando preciso. Ela sabia que Hinata precisava dela naquele momento, mas não sabia o porquê da irmã não contar a verdade.

– Não quero conversar sobre o outro motivo. – ela se virou, ficando de lado para a irmã. Não podia contar sobre o que sentia por Naruto e, muito menos, sobre suas recentes experiências.

– Tudo bem. Não quer contar pra mim, não conta. Mas procure alguém pra conversar sobre isso. Não é bom guardar pra si mesma! – disse enquanto levantava e olhava para Hinata. Era visível seu sofrimento e conflito interno, mas ela sabia que a irmã nunca diria nada a ela.

– Pode deixar.

*/*

Hinata levantou-se e enxugou as lágrimas que caiam pelo seu rosto. Era cedo demais para se estar chorando, mas para ela era tarde demais para ainda estar pensando na rejeição e na tentação. Ela não havia dormido quase nada aquela noite. Estava cansada, porém tinha obrigações para cumprir. Vestiu seu roupão e caminhou até a mesa do café da manhã. Sua irmã já estava sentada comendo, assim como seu pai.

– Você está atrasada, Hinata. – disse Hiashi sem tirar os olhos da xícara que segurava com as mãos.

– Gomen’nasai. Não tive uma boa noite de sono.

– Ohayö, oneechan! – exclamou Hanabi com a boca cheia de um pedaço de pão.

– Não fale com a boca cheia, Hanabi. Tenha modos. – disse o pai severamente. Ele encarou a menina seriamente depois de presenciar uma careta malcriada, mas voltou sua concentração ao café.

– Ohayö, Hanabi. – respondeu enquanto tentava esboçar um sorriso no rosto.

Encarar o pai e suas rígidas palavras e ideias sempre fora um problema para Hinata, ainda mais quando já estava abalada emocionalmente. Mas era só ela olhar para Hanabi, que tinha forças para continuar. Conseguia forças para encarar o pai e se manter firme. A fase em que se escondia dele já havia passado. Hanabi não demonstrava ter medo algum do pai. Parecia querer enfrentá-lo e não se importava muito com a rispidez com que ele falava e tratava as filhas. E Hinata deveria fazer o mesmo. Talvez um dia se tornaria chefe do clã, mostraria para o pai que não era a mesma garota fraca e indefesa de antes.

Hinata sentou-se ao lado do pai e de frente para a irmã. Seus pensamentos absortos foram interrompidos pela frase amarga do pai ao se levantar.

– Não se esqueça de ir até o núcleo hoje, Hinata. Você tem uma reunião com o conselho, por ser a primogênita.

– Sim, senhor.

Ela tinha uma leve impressão do que a reunião iria tratar. Estava na hora de assumir seu dever. Mas não sabia se seus atos a fariam merecer tal cargo. Há alguns anos, o pai havia dito que Hanabi talvez fosse a mais indicada, por ser mais forte. Hoje, apesar de todos os feitos que ela havia conquistado, não sabia o que o conselho iria decidir.

Hinata terminou de comer e levantou-se da mesa enquanto ajeitava o roupão. Precisava de um bom banho antes de encarar aqueles homens tão rígidos quanto o pai.

A garota tomou um banho refrescante e tentou não pensar em Naruto enquanto relaxava. A relação de ambos estava em um nível que ela não conseguia definir e estava determinada a se afastar dele.

*/*

Naruto estava caminhando em direção ao prédio da Hokage. Seus pensamentos corriam de Hinata para seus compromissos de forma incansável. Desde a aproximação calorosa entre os dois, Naruto não conseguia deixar de pensar na morena. Aquele perfume, aqueles olhos, aquele corpo... Não. Não poderia resistir a ela e não fazia questão de esconder. Era homem, por Kami. Tinha suas necessidades, mas elas nunca haviam batido nele tão forte como quando viu Hinata pela última vez. Não fosse aquele pulguento... Se não fosse por Kiba eles teriam se beijado e Naruto teria provado do paraíso. Tinha certeza.

Ele havia tentado descansar o máximo possível no domingo. Seu corpo estava totalmente revigorado, mas sua mente não trabalhava como o normal. Pensava em todo o trabalho que teria com aqueles malditos papéis quando chegou à porta de Tsunade.

– Ela já chegou?

– Sim. Está uma pilha de nervos hoje. Péssimo dia para se atrasar. – respondeu Shizune enquanto recolhia alguns papéis de cima da pequena mesa que se encontrava no corredor.

– Conta outra novidade, essa daí já não tem graça. – respondeu enquanto abria devagar a porta da sala da Hokage.

– Mas hoje está diferente. Parece que teve algum problema com o clã Hyuuga. – Naruto congelou ao ouvir aquele nome e levou a mão à maçaneta.

– Kuso... – disse mais para si mesmo do que para a moça. – Obaa-san! – exclamou com um sorriso falso no rosto enquanto adentrava a sala.

– Sente. Agora. Você sabe que está atrasado, não é mesmo? – ela estava com uma voz séria que causava arrepios. Naruto não se demorou e agarrou a cadeira para se sentar ao lado da mulher de cabelos loiros.

– Gomen’nasai, obaa-san! – ele respondeu enquanto pegava uma pilha de pergaminhos que ela lhe entregava.

– Termine estes. Depois quero conversar com você sobre um assunto. Aplicarei um pequeno teste a você.

– Teste? Mas vovó... Eu não estou preparado ainda.

– Deixe de tolices. Depois conversamos. – ela se levantou e caminhou para fora da sala, deixando Naruto impaciente.

Ele queria saber qual era o problema com os Hyuuga. Hinata estava sendo afetada? Precisava descobrir.

– Naruto... Vou lhe explicar uma situação e quero que me responda o que faria se fosse Hokage. – ela havia voltado e estava sentada em sua cadeira, de frente para o loiro. Ele havia terminado de revisar metade do material que ela havia encaminhado.

– Tudo bem.

–O conselho dos Hyuuga me comunicou hoje que vai decidir quem será o próximo chefe do clã. Além disso, me informaram que estão mais propícios para a nomeação da Hyuuga Hanabi para o cargo e que isso será feito quando a mesma completar dezoito anos. Se isso for decidido, a primogênita, Hyuuga Hinata, perderá o direito do cargo por incapacidade, segundo eles. Como Hokage, você tem certo peso no voto final da decisão do conselho. O que quero saber é: você apoiaria a decisão do conselho e colocaria Hyuuga Hanabi como chefe ou iria contra e sustentaria a opinião de que Hyuuga Hinata, a primogênita, deveria assumir o cargo?

Naruto ouviu tudo silenciosamente. À medida que Tsunade falava, seu sangue fervia. Como poderiam tirar o direito de Hinata assumir tal cargo por incapacidade? Ele sabia que a garota era mais que capaz de se tornar chefe do próprio clã e não conseguia esconder o nervosismo ao pensar que não receberia a posição de direito por causa de velhos idiotas.

– Não. Hinata não é incapaz. Essa afirmação não tem fundamento. A garota tem coragem, garra e força de vontade! Ela é capaz! Eu brigaria com o conselho de idiotas, com certeza!

Ele estava visivelmente exaltado e Tsunade não pôde deixar de suspirar. Era o que ela temia.

– Não, Naruto. Você não pode se envolver emocionalmente com as suas decisões. Você está pensando em Hinata como uma amiga e não como uma pessoa que vai liderar um dos clãs mais poderosos de Konoha. Como Hokage, você tem que ser imparcial. Você deverá pensar antes de agir.

– Mas vovó... Nós dois sabemos que Hinata é capaz de fazer isso e muito mais! – ele fazia gestos com as mãos tentando mostrar para a mulher que tinha razão.

– Naruto! Pense! Isso é um treinamento para você. Você tem que pensar! – ela estava com o cenho franzido e olhava para ele com os olhos cor de mel sérios. Tsunade desejava, do fundo do coração, que ele dissesse a coisa certa. E ele disse, mas não da maneira certa. Ela também era a favor de Hinata. Mas ele estava tomado pelos sentimentos e isso era inadmissível.

Depois de um breve momento com a cabeça baixa, Naruto olhou para ela. Seus olhos estavam determinados e ela pôde perceber que ele já não se deixava levar pelas emoções.

– Eu defenderia Hinata até a morte. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a você que comentou e leu!! Fico muito feliz que você esteja gostando >< Espero que você deixe seu comentário/review pra me deixar MUITO animada e incentivada pra continuar!!
Como quinta-feira eu dou aula, eu vou postar de quarta, pode ser?
Espero que você tenha gostado do capítulo de hoje (: Se você for tudo-de-bom, como sempre é, eu posto o próximo na terça, já que é meu aniversário *-* Não deixe de acompanhar!!
Xoxo