This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 5
Eu descubro o óbvio


Notas iniciais do capítulo

Oooooooolá! ~leva tomate~ bububu... Me desculpem pela demora, okay? Eu trabalho agora, e tô super atolado com um monte de coisas. Mas pra compensar, um capítulo bem grandão



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Jackson Overland Frost!

Tudo bem! Quando as pessoas começam a me chamar pelo nome completo, eu tendo a me desesperar. Ainda mais quando foi um russo do dobro do meu tamanho cheio de tatuagens. Então, não me culpe pelo fato dos meus joelhos começarem a tremer.

Claro que eu disfarcei isso, afinal, não deixaria Macintosh me ver fraquejando.

Oi direitor.

Sabe, um fato estranho de ter seu “pai” trabalhando no colégio é que eu nunca sei do que chama-lo. Sr. North? Diretor? Papai?

Complicado.

Ainda mais pelo fato dele não ser meu pai verdadeiro, mas isso é outra história, uma que não gosto de contar.

Vocês dois, na minha sala, já! E vocês quatro, eu sugiro que voltem para suas salas. Agora.

Macintosh empurrou Flynn, fez uma careta de ódio e saiu pisando duro. Astrid me soltou de forma um pouco hesitante, Soluço me deu um olhar esquisito, sussurrou um “Boa sorte” e saiu com Astrid. Flynn bufou e pegou Rapunzel pela cintura, a levando. Acho que ele sabia que ela ia tentar limpar minha barra falando coisas desnecessárias.

O pior de tudo foi o olhar que meu “pai” me deu. Um olhar repleto de decepção.

Eu teria preferido mil vezes um soco do aposentado General Russo quatro estrelas do que aquele olhar. Ele balançou a cabeça triste e saiu também, me deixando sozinho com aquele sol ardente no pátio. Nem Rapunzel falava na minha consciência.

[...]

A sala do diretor é no mínimo excêntrica. Uma baita de uma contradição. O diretor North é especialmente conhecido por dar medo nas pessoas; até sua risada é como se todas as janelas tremessem, rindo junto com medo de ele ficar furioso e quebra-las. Pobres janelas, eu as entendo.

Talvez eu esteja exagerando, talvez não.

O fato é que o diretor é extremamente dócil. Ele é tão meigo que deixa sua sala o mais adorável possível, mas talvez seja só preguiça de tirar todo aquele material natalino. E mesmo com todos os querubins sorridentes em minha volta, eu me sentia horrível. O diretor quis falar conosco separadamente, Macintosh primeiro, eu logo depois. Meu olho já estava começando a ficar inchado e meu lábio sangrava um pouco.

Rapidamente Macintosh saiu, sorrindo. O babaca devia ter falado para o diretor que foi eu que começou a briga e ele deve ter saído ileso.

Eu estava tão confuso. Por que eu dei um soco em Macintosh para começar? Por que sentia tanta antipatia por ele? Rapunzel não me dizia nada. Talvez ela esteja com raiva, ou talvez esteja tão confusa quanto eu. Isso tudo é tão frustrante que eu quis simplesmente começar a chorar no sofá que cheirava canela.

Em vez, disso me mascarei com uma cara confiante e entrei para receber minha merecida punição com dignidade.

Jack... A primeira coisa que vi ao entrar foram aqueles grandes olhos azuis repletos de confusão e decepção. Quer me contar o que aconteceu?

Na verdade não. Okay, isso foi estúpido até para mim. Mas como posso dizer o que aconteceu se nem eu entendo?

Meu “pai” franziu os lábios e semicerrou os olhos, como se estivesse tentando me decifrar.

Se ele conseguir, apreciaria se ele me dissesse.

Jack, Macintosh me disse que você começou a briga. Que simplesmente o socou.

Infelizmente, essa é a verdade, diretor. - Ele continuava me encarando e eu me sentia incomodado.

De repente os querubins não sorriam tão amigavelmente. Eu sentia olhares julgadores de um bando de bebês com fraudas – a que ponto chegamos – e arcos com flechas, apontando para minha cabeça.

O arco-e-flecha me lembrou Merida e o jeito acabado que ela aparentava. Talvez estivesse apenas doente, mas algo me dizia – Rapunzel – que era mais do que isso.

Jack, você pode ser suspenso por isso.

Sinto muito. O pior era que eu realmente sentia, mas continuava sério com um ar de deboche.

Acho que não foi a coisa mais esperta a se fazer. North rapidamente se levantou e socou sua mesa com força. Senti vontade de sair correndo e gritando como uma garotinha, mas me mantive firme. Eu vi toda a decepção e raiva naqueles olhos azuis, totalmente dirigida a mim.

Jack, você está suspenso pelo resto do dia. Em casa conversamos.

Tudo bem, papai. Acho que fui zombeteiro demais.

Quando fui para minha sala pegar minhas coisas, todos olharam para mim. Logo ouvi os cochichos sobre meu olho que há essa hora já deve estar roxo e o lábio trincado. Fui para minha cadeira pegar minhas coisas ciente dos olhares e cochichos. Eu já estava me levantando quando ouvi aquela voz escocesa irritante do meu lado.

Ei, imbecil, o que você fez? Merida não me olhava e o seu cabelo tampava o seu rosto.

Soquei o seu namorado. Eu já estava saindo quando ouvi a risada dela. Era de certa forma agradável e me fez dar um sorriso torto.

Sai da sala e não olhei para trás. Só pensando na risada de Merida e quais eram seus motivos. “Muito bem, Jack”, ouvi Rapunzel murmurar na minha mente. Não tenho certeza se foi sarcasmo ou não.

[...]

Meus amigos não sabem sobre minha família, eu prefiro assim. Fiz um acordo com o meu “pai” de que o fato de eu ser seu filho adotivo seria apenas da nossa conta. A desculpa que usei foi para não ter favoritismo.

As pessoas vão me respeitar pelo que sou, não pelo meu assustador pai adotivo, um ex-general russo de quatro estrelas cheio de tatuagens que ainda por cima é o diretor. Mas, a verdade, talvez, seja que eu ainda não estou pronto para entrar no assunto família com alguém.

Eu tenho uma sensação de que já falei sobre isso com alguém e não deu certo. Acho que foi num sonho... Há muito, muito tempo. Para ser honesto, não estou preparado nem para falar para você, leitor.

Eu já estava em casa quando ouvi a campainha. O irritante som de “ding dong” estava barulhando na minha cabeça sem parar. Seja quem for que está tocando, está bem impaciente.

Minha ideia era deixar o/a infeliz tocando a campainha até cansar e ir embora, mas Rapunzel rapidamente começou a tagarelar sobre minha educação e blábláblá...

Eu não estava esperando ninguém, na verdade, só que se eu visse algum dos meus amigos, talvez não tivesse ficado tão surpreso ao notar logo ele aqui.

Hum... O que você está fazendo aqui? Ei, estava muito perplexo para dizer algo mais inteligente.

Bom dia para você também, Frost. Ele bufou.

Minha pergunta permanece a mesma.

Ele revirou os olhos e entrou na minha casa, sem nem ao menos pedir.

Aster! Gritei indignado.

O que é?! Cara, eu sou seu vizinho a muito, muito tempo. Tenho total direito de entrar aqui quando quiser.

Revirei os olhos, indignado.

Você faltou aula hoje? Isso explica porque a Ana estava toda sorrisos pro Macintosh.

Aster congelou no lugar.

Como é que é?!

E. Aster Bunnymund, o australiano. Meu vizinho que me ama, mas me odeia. O “Coelhão”. Ele tem cabelos cinzentos e olhos verdes, é bem mais alto que eu e um ano mais velho. Revirei os olhos.

É isso aí meu camarada, colecionador de coelhinhos-

Já disse que foi presente!

De qualquer forma! Ana estava todo sorrisos com o Macintosh, bem que senti sua falta por um momento.

Cala a boca, Frost! E... eu... Não ligo. É. Não ligo. Não me importa com quem ela sorri ou sai.

Ah é? Então pode parar de estrangular a almofada do sofá.

Hãn? Ah! Ele soltou a almofada e... Meu Deus, ele está corado?

Cara, você está vermelho.

Não estou não!

Está sim! HAHAHAHAHAHA!

Ele pegou o bumerangue que nunca tira de perto e atirou em mim. Felizmente, consegui abaixar a tempo.

Você podia ter me matado! Exclamei.

Não tenho tanta sorte.

Bufei indignado.

O que você quer, Aster?

Eu vi você chegando e resolvi comer alguma coisa.

Você tem uma casa, sabia? Fica, tipo, a uma esquina daqui.

É, só que estou com muita preguiça de fazer alguma coisa que não seja chocolate.

O maldito sortudo do Aster mora sozinho, caso você esteja confuso.

Mas que folga! Bem, já que vai usar minha cozinha, faça algo para mim também.

Tenho cara de seu empregado? Espera, não responda.

Soltei uma risada. Ele foi para a cozinha e eu fui logo atrás. Sentei numa das cadeiras do balcão esperando Aster fazer alguma coisa para eu comer.

Por que você faltou, Aster?

Tive que resolver algumas coisas com a casa. E você, Jack? É uma surpresa você estar por aqui. Eu tenho certeza que te vi indo pra aula, e o General nunca ia deixar você faltar por nada.

Aster é o único que sabe que o diretor North é meu pai adotivo. Ele é como meu irmão mais velho, do tipo que odiamos mas aturamos. E Aster só sabe disso porque é meu vizinho, tanto é que ele vive vendo eu saindo da mesma coisa que o diretor.

Sem falar que antes do pai de Aster ir embora, o pai dele e o meu eram muito amigos, então Aster é como um segundo filho.

O General me deixou de suspensão.

O quê?! O que você fez, Frost?!

Dei um soco em Macintosh. Ei, me agradeça! Assim que cheguei perto de Macintosh a Ana saiu de perto dele.

Aster ficou vermelho e fechou a cara.

A questão não é essa! Você sabe que eu adoraria chutar certo lugar naquele mauricinho escocês, mas não na escola! E outra, o que a Meri- Ah, os ovos vão queimar!

Espera, você ia dizer Merida?

Merida? Que Merida? Ah, a Merida da sua sala? Não, não, que isso.

Aster... Disse em tom de aviso.

Ele bufou.

Não que seja da sua conta Frost, mas Merida e eu somos amigos, okay?

O QUÊ?! Você amigo daquela... Daquela... Eu não tinha palavras para descrever aquele ser ruivo. Tentava agarrar qualquer palavra do meu vocabulário de ofensas.

Gostosa ruiva? Tentou Aster.

Isso! Estava tão desesperado por uma palavra que concordei com a primeira que ouvi. Percebi tarde demais que era uma armadilha. Quer dizer, não! Aquela arrogante e metida e irritante e...

Nossa, calma, Jack. Merida é muito legal, vocês até dariam bons amigos, eu acho.

Amigos?! Eu e a DunBroch?! Andou bebendo, Aster? – Perguntei incrédulo, olhando para ele com o rosto torcido em medo.

Cala a boca, sou eu que estou fazendo sua comida, quer morrer envenenado?

Nossa conversa acabou aí.

[...]

Aster e eu fizemos maratona de filmes de terror. Não acho que meu “pai” vai se importar com o Aster aqui, então estamos bem despreocupados. Olhei para o relógio e já estava quase na hora do ex-general chegar. A aula já tinha acabado, mas ele sempre fica na escola umas horas a mais.

Estávamos bem na cena de que o babaca do mocinho entra na casa gritando pelos amigos dele. Será que o cara não percebe que tem é que sair correndo daquele lugar?! Babaca.

O mocinho já estava descendo no sótão atrás dos amigos dele – que idiota, se fosse eu ia sair correndo, cada um por si e Deus pra quem te quero -, quando meu celular tocou.

Eu e Aster demos um pulo e gritamos do nada. Evitei contato visual e fui atender o telefone, percebi que era Ana.

Tive uma ideia-a-a-a... Rapidamente ouvi a voz de Rapunzel “Jack, o que você...?”, a mandei calar a boca e aproveitar o show.

Era Ana. Atendi com um sorriso e deixei no viva voz para Aster escutar.

E aí, Ana?

Vi Aster congelar no sofá. Segurei a risada.

Hum, oi Jack. Ela disse tímida. Soube que você e Macintosh brigaram...

Ah. Hum, bem, de certa forma...

Ouvi ela respirando fundo como se estivesse se preparando para algo, então, jorrou palavras, dizendo tudo num fôlego só, muito rápido.

Espero que não tenha sido por minha causa, porque eu gosto de você Jack, mas não assim, e eu também não gosto do Macintosh, caso tenha sido ciúmes. Na verdade eu gosto de outra pessoa, uma pessoa que você conhece e é amigo dela. Espero que continuemos amigos.

Eu precisei de alguns minutos para perceber que Ana estava me dando o fora mesmo nunca termos nada.

Espera, o quê?

Rapunzel ria desesperadamente na minha mente e Aster segurava a risada, mas eu via as pequenas lágrimas se acumulando.

É isso aí.

Não, Ana, você entendeu errado, não foi nada disso!

Não? Ela perguntou confusa.

Claro que não! Acha que vou ser um cretino com o Aster?

Aster arregalou os olhos e ficou vermelho. Achei que ele ia me estrangular, mas continuou imóvel.

A-A-Aster? Q-q-quem falou no Aster? Não fui eu!

Revirei os olhos.

Bem, o Aster gosta de você, se você corresponde ou não, eu já não sei.

Já estava imaginando qual iria ser meu último pedido antes de Aster me dar uma morte lenta e dolorosa quando ouvi um longo suspiro.

Verdade? Ah, que maravilha! Podia ouvir ela pulando pelo telefone. Aster continuou parado, em choque. Sabe, eu nunca disse isso para ninguém, mas... Eu estou apaixonada pelo Aster!

Tive que usar todo o meu auto controle para não explodir em gargalhadas ali mesmo. “Que cruel, Jack! Não é assim que o Aster tem que descobrir dos sentimentos de Ana!”, a mandei calar a boca e apreciar o show multicolorido do rosto de Aster.

Sério?! Nossa! Era meio óbvia a paixonite dela por ele, mas foi legal ela me contar. E por que você nunca disse para ele?

Hum, tinha medo de ele me rejeitar.

Deixei escapar uma risadinha.

Tenha certeza que ele não vai.

Bem, então... Tchau, Jack. Depois vou ligar para o Aster. Espero que ele não esteja ocupado. Agora vou alimentar meus passarinhos.

Ocupado? Que nada, aposto que vai estar bem disponível para você.

Ela deu uma risadinha e desligou.

Olhei para Aster, subitamente com medo.

Jack.

Sim?

Corra.

Eu corri.

[...]

Estava sendo estrangulado pelo Aster no meio da sala quando ouvimos a porta sendo aberta. Aproveitei o afrouxamento das mãos de Aster na minha garganta e olhei quem era.

Era meu “pai”.

E aí, North? Espero que não se importe de eu estar estrangulando seu filho.

Quem, eu? Fique à vontade.

Pai! Exclamei.

Talvez mais tarde. Deixe a porta destrancada, North, vou invadir de madrugada e esfaquear o Jack. Aster soltou o meu pescoço e eu tossi um pouco.

Tudo bem, só tenha cuidado com as digitais.

PAI!

Sem problemas. Até mais tarde, North. Morra, Jack.

Morra você também, seu ingrato!

Aster fez um gesto obsceno com a mão que se fosse na escola levaria uma detenção. Mas o General apenas fingiu que não viu. Típico.

Jack, venha para a cozinha. Precisamos conversar. O tom dele deixava bem claro: Se Aster não te matar, matarei eu.


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Notas finais do capítulo

E. Aster Bunnymund! O que é o "E" e só vou revelar depois :3