This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 4
Como socar um mauricinho


Notas iniciais do capítulo

Porque "Como treinar o seu dragão" é para os fracos. HUEHUE
Sentiram minha falta? Claro que sim, eu sou o ar que vocês respiram -sqn



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Vamos colocar as cartas na mesa: Eu passei o resto do dia agoniado com alguma coisa. “Rapunzel” não parava de gritar coisas desconexas na minha cabeça e eu estava quase indo para a enfermaria deitar numa maca, mas aguentei firme.

A noite, Astrid e Soluço se convidaram para ir pra minha casa. Flynn também iria, mas a verdadeira Rapunzel o encarou de um jeito engraçado. De repente ele começou a murmurar um monte “Melhor não, melhor não, vou ficar em casa; é, em casa, sozinho, fazendo nada”. Rapunzel revirou os olhos, mesmo assim sorriu.

Estranhamente, é a primeira vez que Soluço vem para minha casa – Astrid já veio aqui muitas vezes, só que isso é outra história. Quando chegou ele olhava tudo com uma pontada de curiosidade e aquilo estava começando a me irritar.

Qual é Soluço? Para de encarar! O que vocês querem? – Perguntei, vendo-o olhar a decoração da sala de estar parecendo muito interessado.

Mas Soluço me ignorou. Maldito.

Ei, Jack. Cadê seus pais?

Imediatamente eu fiquei tenso.

Não é da sua conta. Rosnei.

Tudo bem, tudo bem! Exclamou Astrid. Soluço, fala logo com o Jack sobre aquilo, só vim junto para te lembrar, já que você é um lerdo!

Ela deu as costas para nós, caminhou até a porta e foi embora. Aproveitei que Soluço estava distraído e dei mais uma espiada nas pernas de Astrid quando a loira estava caminhando de costas para a entrada de minha casa.

Jack. Ele me chamou.

O que é?

Ele suspirou algumas vezes e evitou contato visual comigo.

É o meu pai.

O que tem ele?

É isso que tenho em comum com Merida. Esse é o meu segredo com ela.

Eu apenas o olhei confuso: O pai de Merida morreu, a ruiva viu o pai morrer diante de seus olhos, o que Soluço tinha haver com aquilo?

Não estou entendendo. Declarei frustrado.

Não esperava que você entendesse. Eu não vou te explicar, não me leve a mal, você é um bom amigo. Mas não acho que você precise saber de certas coisas sobre mim.

Eu lhe dei o meu maior sorriso sarcástico.

Lhe digo o mesmo, Simon.

Ele ficou vermelho de repente.

Oh... Seus p-

Simon Interrompi sério. , era só isso? Porque se for, pode ir.

Nos olhamos um pouco constrangidos por ter uma conversa daquele modo, então ele apenas acenou e foi embora, assim como Astrid, só que um pouco constrangido. Revirei os olhos e essa foi a deixa de Rapunzel começar a falar dentro de minha mente.

“Você não deveria ter sido tão duro com o Soluço...”. A mandei calar a boca, decidindo que esqueceria minha conversa com Soluço.

Naquela momento apenas fiz alguma coisa comestível e fui comer. Suspirei em descrença ao perceber a voz de Rapunzel reclamando toda hora em minha cabeça.

[...]

Já se passou uma semana e o calor só aumenta. De certa forma isso é bom, porque as garotas estão indo só de roupas curtas todos os dias, e ruim por que... Bem, é calor.

Odeio temperaturas altas.

Estou com uma pulga atrás da orelha por dois motivos: Primeiro, Rapunzel não para de gritar “CORRA JACK” do nada; sério, antes de ontem ela gritou no meio da aula de Educação Física. Não foi uma experiência muito boa, já que eu realmente corri.

Segundo porque Merida faltou a semana toda. Desde aquele dia que eu vi as pernas dela – prefiro não pensar muito nessa parte – não a vi mais.

Eu deveria estar feliz e tranquilo, não?

Mas não consigo parar de sentir que tem alguma coisa errada.

Cartas na mesa; estou preocupado com a ruiva arrogante, sexy, metida e irritante.

Isso é tão... Irritante!

Em plena segunda-feira, Merida não apareceu em nenhum dos dias anteriores e meus amigos estão calados como se não se importassem com isso.

Que raiva deles!

Eu já estava na sala, observando as garotas que entravam e suas lindas pernas expostas. E o sol estava tão quente que eu estava pensando em tirar a camisa – como certo mauricinho. Por falar nele; ele só faltou aquele dia, já nos outros apareceu. Parece que, sem Merida aqui para ele disfarçar, pode dar em cima de todas as garotas sem se preocupar.

O professor já estava entrando quando vi alguma coisa em chamas praticamente voar para a cadeira ao lado da minha. Com espanto notei que era Merida.

Rapunzel deve ter murmurado alguma coisa, mas eu não prestei atenção; tudo que olhava era aquela cabeleira ruiva armada como nunca. Eu nem estava conseguindo ver o rosto de Merida direito por causa dos cabelos.

Juro que resisti. Juro mesmo, mas quando percebi, meus olhos já estavam nas pernas dela. Eu ainda não estava acreditando que era humanamente possível ter pernas como aquelas, até que... Calça? O que?!

Imagine minha decepção ao ver ela de calça! Imagine só!

Imagine que sua escola prometeu pizza de graça para todos e quando chega no maravilhoso dia, todos descobrem que eles prometeram para a escola errada. Imagine a descrença de todos da sua escola, some todos. Essa era o nível da minha descrença. E eu NÃO estou exagerando.

Primeiro fiquei decepcionado, depois indignado, e finalizei com o intrigado; quer dizer, estava fazendo quase 40 graus lá fora e até eu estava de bermuda! Olhei para Merida mais atentamente e percebi que ela estava usando uma blusa de manga longa.

Ela era louca?! Aquele cabelo maluco dela queimou seus poucos neurônios? Cara, eu até estava sentindo calor por ela! Como se eu não estivesse sentindo calor apenas por mim mesmo!

Resolvi ignorá-la. Ou ao menos tentar.

Ok! Eu não conseguia parar de encará-la.

Mas, veja bem, ela some por uma semana e aparece aqui como uma... Uma... Qual o nome daquelas mulheres que tampam o corpo todo?

“Árabe?” Rapunzel me ajudou, então agradeci mentalmente para ela.

De qualquer forma, Merida estava estranha. Não apenas pelo jeito que ela se vestiu hoje, mas pela sua atitude. Já estamos na terceira aula - nossa, mas já? Quanto tempo eu a observei? - e ela ainda não me dirigiu um olhar superior. Nem para mim, nem para ninguém.

Na verdade, ela não falou nada para ninguém, não abriu a boca.

O sinal tocou e como sempre as pessoas saíram em disparada para porta. Com espanto percebi que Merida continuou sentada, na verdade, ela cruzou os braços sobre a mesa e deitou, escondendo todo o seu rosto com aqueles cabelos flamejantes.

Olhei para a porta novamente e notei que Macintosh não veio busca-la.

Limpei minha garganta e pigarrei, mas isso não fez com que ela olhasse para mim. Resolvi ser direto.

Problemas no paraíso, DunBroch? Perguntei irônico.

“JACK!” berrou Rapunzel na minha mente num tom de aviso, eu a ignorei. Estava com raiva por algum motivo e não faço ideia de qual.

Merida continuou me ignorando.

DunBroch, estou falando com você.

Foi mais ou menos quando eu já estava em pé, preste a puxá-la pelos cabelos, que notei que ela tremia. Franzi o cenho intrigado e me inclinei perto dela.

Estava dormindo.

O que diabos deu nela?!

Sei que não é da minha conta, mas mesmo assim eu a sacudi.

Ei, DunBroch, acorda.

Ela murmurou algumas coisas desconexas e levantou a cabeça, piscando. Com horror, notei as enormes olheiras dela.

Merida me lançou um olhar gelado e me empurrou.

Não me toque! Quem você pensa que é? E começou a falar um monte de coisas nada agradáveis em escocês.

Olhei para ela indiferente.

O sinal já tocou. Estamos no intervalo, babaca.

Talvez não tenha sido a coisa mais esperta a se dizer para alguém tão estourado como ela, mas apenas a encarei. Achei que ela ia me dar um soco, mas ela só murmurou um “E daí? Vai embora, Frost” e voltou a dormir.

Dei de ombros e sai da sala, não ia desperdiçar meu tempo com ela. Ignorei todos os protestos de Rapunzel e fui para a minha mesa no pátio, junto com os meus amigos.

Com nojo notei Macintosh junto de algumas garotas – sem camisa, claro -, provavelmente fazendo um monte de juras de amor.

E não sei o que deu em mim.

Uma hora eu estava me dirigindo para os acenos animados de Rapunzel e Astrid - bem menos animada, ela apenas me acenou com a cabeça para eu ir lá - e na outra dei meia volta e estava indo para perto de Macintosh.

Yah, minha querida. Você é a flor mais linda deste país, sou completamente sincero quando digo que você é uma das garotas mais lindas desse país que eu já vi. O ouvi dizer.

A garota que ele estava cantando era Ana, uma amiga minha. Ela tem cabelos negros com algumas mexas coloridas e seus cabelos sempre estão com algumas penas – talvez de enfeite, talvez pelo fato de ela ser fissurada em pássaros; provavelmente os dois. Ela é um ano mais velha que eu e, que eu saiba, ela tem uma queda pelo "Coelhão", o australiano da sala dela que sabe dar ótimos chutes estratégicos – e não gosta nem um pouco de mim. Pelo menos, na maior parte do tempo.

Eu não consegui controlar minha língua quando disse – um pouco alto – “Macintosh!”

Ana olhou para mim curiosa e logo desviou o olhar, corando. Ela deu um sorriso tímido para Macintosh e foi embora. Já ele se virou e não tinha uma cara amigável.

O que você quer, Frost? Ele praticamente grunhiu o meu nome. Até Merida diz “Frost” sem enrolar tanto a língua!

O que você está fazendo? Meu tom era hostil, Macintosh deve ter notado isso.

Estou fazendo nada demais. Ele disse com desdém.

Notei com o canto dos olhos Flynn e os outros se aproximando.

Não sei se você notou, seu babaca, mas a sua namorada está passando mal.

Macintosh tomou um olhar frio.

Como sabe disso? Você falou com ela? O que ela disse? Não soube ler muito bem a expressão dele, mas parecia preocupado.

Ela não me diria alguma coisa, não é? Ela não lhe disse que eu não sou amigo dela?

Isso é verdade. Fique longe dela, seu plebeu inútil.

Não tenho muita certeza em qual foi o momento em que dei o soco nele. Minha mente deu um apagão, abafando os gritos das DUAS Rapunzeis dizendo “Jack, não!” e os berros de incentivo de Astrid. Consegui ver Soluço tampando os olhos, mas vendo mesmo assim entre os dedos e Flynn parado, apenas me observando.

Quando eu dei por mim, o sinal já tinha tocado; só tinha nós no pátio e Astrid me segurava enquanto me debatia. Meu cabelo castanho caia nos meus olhos, mas isso não importava, minha cabeça estava um borrão e eu via vários pontos vermelhos.

Consegui dar alguns socos em Macintosh só que em algum momento ele deve ter revidado já que eu sentia uma dor horrível no meu maxilar e meu olho direito pulsava. Eu percebi que Macintosh ia avançar em mim de novo e Flynn o agarrou bem forte. Notei também que Rapunzel e Soluço não estavam mais lá conosco e rapidamente vi Rapunzel chegando com a enfermeira e Soluço com o diretor.

Estremeci com raiva e vergonha.

O diretor era meu pai adotivo.


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Notas finais do capítulo

Que comecem as ameaças de morte caso eu demore!