This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 3
Dias quentes são agradavelmente ruins


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olá! Olá! Estamos de volta e eu queria fazer um comunicado: Harley Frost acabou de se casar com TSL! Como isso é possível? Não faço ideia, mas ela se casou com a fic.
Ah, e MUITO obrigada pela recomendação, Toth ♥ eu vomitei muito arco-íris com ela!
Toma Pudim, pode se acalmar agora (ou não né) que tem um capítulo fresquinho pra tu!



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Tenho a leve impressão que cortei todo o clima de Soluço com Astrid, já que se passaram apenas cinco minutos até ele me ligar de volta. E não parecia nem um pouco contente.

— Fabricaram alguma criança? Vou adorar ser tio! — Disse todo alegre.

Soluço rosnou alguma coisa incompreensível.

— Astrid acabou de ir embora, Jack. Vai direto ao assunto.

— Eu sei sobre a ruiva. — Disse na lata.

Soluço pareceu surpreso.

— Sabe o quê, exatamente?

— Sobre o pai dela. E um pouco da mãe dela.

Soluço ficou em silêncio por um tempo.

— Como descobriu?

Não podia entregar Rapunzel, então fiquei em silêncio.

— Isso não interessa Simon. — É estranho chamar Soluço pelo verdadeiro nome, mas ele sabe que quando eu faço isso, é porque estou muito sério. — Minha intuição diz que aquilo sobre Merida tem a ver com aquilo sobre o quê você só pode contar com ela.

Soluço ficou um tempo em silêncio, provavelmente pensando sobre a história toda.

— Tudo bem Jack, me diz logo o que você quer.

— Você acha que eu sei? Soluço, desde que descobri dessa história minha cabeça está correndo uma maratona.

— Jack, se você não sabe o que você quer, não vai ser eu que vai saber. Muito obrigado por ter destruído minha noite.

— Disponha. — Murmurei antes de desligar o telefone.

Estava muito escuro, a lua estava cheia e parecia um holofote no céu. Sempre gostei da lua; a considero como um amigo, estranho não? Eu ouvi uma voz sussurrando diretamente na minha mente “Jack, você tem que ir!”. Estranhamente a voz era a mesma de Rapunzel.

Senhoras e senhores, minha consciência é a voz de Rapunzel.

Que Flynn nunca descubra, meu Deus!

A voz de Rapunzel não parava de sussurrar aquilo, tinha um tom aflito como se algo terrivelmente errado estivesse acontecendo.

Eu odeio esse sentimento de impotência, de ter que fazer algo e não saber o quê. Me senti um inútil. Arrastei-me para minha cama e me joguei lá, usando o travesseiro para tampar os ouvidos, como se estivesse tentando abafar a voz. O que era impossível, já que a voz vinha diretamente da minha mente.

Adormeci tendo os mesmo pesadelos de todos os dias.

[...]

Faz três semanas desde que descobri sobre o passado de Merida e ainda não falei com ela.

Não me olhe assim! Eu não faço a mínima ideia do que dizer e não vou sentir pena dela. Ela continua a mesma arrogante e metida. Ainda a odeio.

Certo? Certo.

Tem uma coisa que está me incomodando – e aparentemente, só eu. Veja bem, antes Macintosh e Merida eram colados, viviam juntos. Agora, Macintosh vem tratando a arrogante com frieza, como se ela fosse apenas uma garotinha que o ama, mas ele despreza. Eu sinto raiva disso, mas não falo nada. Não é da minha conta.

Minhas brigas com a metida se intensificaram. Merida anda indo para a diretoria quase todos os dias por causa de respostas venenosas, tanto para professores quanto para alunos.

Ela também parou de se sentar conosco na mesa, e apesar de todos sentirem a falta dela, nenhum deles faz nada. Isso me irrita! Que tipo de amigos eles são? Se fosse eu no lugar dela, eles ficariam desse jeito também? Minha cabeça fica quente e a voz de Rapunzel rapidamente começa a sussurrar “Calma, Jack, eles só estão preocupados, não sabem o que fazer.”. Rapunzel é tão adorável como uma boneca, não tem como simplesmente dizer não para ela.

Hoje está sendo um dia extremamente calorento – eu odeio dias quentes.Deixe-me dizer minha opinião aos dias quentes; Dias quentes me fazem ficar cansado, com calor, com raiva e com preguiça. Mas! Tem aquele elemento chave, que se não fosse meu bom amigo Flynn, eu nunca perceberia.

Dias quentes é meu passaporte pessoal para observar todas as pernas que eu quiser.

Deus abençoe esse sol infernal!

Minha primeira vítima foi Astrid. Não me leve a mal, mas eu já fiquei com ela. Já explorei as pernas dela muito bem e não me canso de observá-las. Astrid não é do tipo que fica usando coisas curtas. Sim, ela usa saias e shorts, mas nunca acima da metade da coxa. Ela parecia mal-humorada e assim que me viu me lançou um olhar assassino. Droga, devo ter encarado muito. Desviei os olhos e fui procurar outra vítima.

A primeira coisa que vi foi Flynn agarrando Rapunzel como se ela fosse uma joia e ele estivesse a roubando. Abraçava Rapunzel de uma forma possessiva e olhava para todos os homens de forma desconfiada.

Foi mal Flynn, mas você mesmo me ensinou a observar pernas sendo discreto.

Rapunzel usava uma saia jeans que valorizava muito suas curvas. Seus cabelos curtos estavam fazendo ela não sentir nenhum calor extra. Não fiquei observando muito as pernas de Rapunzel, por dois motivos. Primeiro, se Flynn me pegar eu sou um homem morto e cego, segundo, não consigo imaginar Rapunzel daquele jeito.

Sim, Rapunzel é linda e sexy, não tem como negar. Mas toda vez que olho para o rosto dela, vejo o rosto de uma boneca. É como observar sua irmã mais velha.

Cumprimentei Flynn olhando para um ponto acima da cabeça dele. Ele grunhiu alguma coisa e continuou arrastando Rapunzel para longe dos olhares famintos em direção a ela.

Continuei observando pernas atrás de pernas e já estava pensando o quanto o calor era abençoado quando vi alguma coisa pegando fogo.

Arregalei os olhos e olhei para aquele ponto com mais atenção e percebi que na verdade era o cabelo de Merida. Com aquele calor todo, o cabelo dela parecia em chamas. Imediatamente ouvi a voz de Rapunzel cantarolando “She’s a girl on fire” e a mandei calar a boca.

Ela tinha uma expressão cansada, como se não tivesse dormido direito. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo e tinha uma cascata de fogo em suas costas. Ela usava uma regata azul que realçava seus olhos e um short branco. Arregalei os olhos e imaginei se meu queixo estava no chão.

De alguma maneira, estava imaginando o quão sexy Merida estava, com os cabelos praticamente em chamar, os olhos azul-celeste e pernas que... Meu Deus, eu estou babando? Uma pessoa não pode ter pernas daquele jeito sem um photoshop. Imaginei se era por conta de todos os exercícios que Merida faz. Na lista: Judô, kendô, esgrima, equitação e arco-e-flecha.

Balancei a cabeça com tanta força que devo ter distendido algum músculo enquanto Merida se afastou e entrou na escola.

Resolvi continuar naqueles bancos até bater o sinal e observar mais pernas.

Na primeira aula – que eu, obviamente, não prestei atenção – Merida não apareceu. A ruiva nunca falta, então fiquei pensando onde ela estaria. Ainda mais, porque, eu a vi antes da aula.

Será que ela virou um tipo de delinquente e fica faltando às aulas para fazer coisas que nem ouso pensar com Macintosh?

Pensar nisso me deu um calafrio.

Imaginar Merida fazendo coisas de namorado com Macintosh me fazia passar mal, como uma ânsia de vômito.

Segunda aula e Merida ainda não havia aparecido. Já estava imaginando que ela não ia aparecer de jeito nenhum. Vai ver ela passou mal com o calor e foi embora.

Terceira aula e fui desenhar coisas aleatórias no meu caderno.

Intervalo.

Rapunzel estava no colo de Flynn e ele fazia de tudo para escondê-la dos olhares alheios. Segurei uma risada e me aproximei.

— Oi Rapunzel, que saia linda a que você está usando! De que marca que é? — Perguntei fingindo interesse.

Flynn ficou tão furioso que deve ter passado do vermelho para o verde depois para o azul e já estava achando que ele ia ficar roxo. Ele apertava a Rapunzel como se necessitasse dela para respirar. O que a coitada estava lutando para fazer.

— F-Flynn... Não... Consigo... Respirar!

Ele aliviou o aperto, mas não a soltou. Respirou fundo e aos poucos seu rosto voltou a cor normal.

— Desculpe, amigo. Queria ver sua reação. — Confessei sorrindo maroto.

Já estava achando que Flynn ia me estripar quando vi Astrid e Soluço vindo em nossa direção.

Soluço estava vermelho e estava meio distraído. Astrid parecia brava com alguma coisa e também estava vermelha. Suas pernas também eram bem definidas, já que ela vive para malhar, mas ela não deve fazer tantos exercícios como... Bem, deixa pra lá.

— Oi gente. — Murmurou Soluço distraído.

— E aí? — Astrid forçou um sorriso.

— O que aconteceu? — Perguntei curioso. — Vocês estão mais estranhos que o normal.

Astrid murmurou alguma coisa em norueguês – suponho que alguma ofensa – e me encarou de forma raivosa.

— Alguns garotos mexeram com Astrid por causa das pernas dela. — Murmurou Soluço ainda naquele olhar perdido.

Astrid ficou vermelha.

— Eu dei um soco em cada um até eles se esquecerem de como falar.

Arregalei os olhos – não duvido nem um pouco disso – e encarei Soluço.

— E qual é o problema dele?

Astrid ficou mais vermelha ainda.

— Eles disseram que a Astrid é muita areia pro meu caminhãozinho. — Soluço suspirou. Ele estava completamente melancólico.

— Isso não é verdade! — Disse Rapunzel olhando para Soluço com compaixão. — Você é extremamente adorável e é uma das pessoas mais inteligentes que conheço! Quero dizer, ei, você vai para a faculdade com 15 anos de idade!

Foi a vez de Astrid ficar com o olhar melancólico.

Fiz uma careta, não gostava desse clima deprimente.

— Isso tudo é recalque! — Exclamei. Todos olharam para mim.

Comecei a desfilar como se fosse uma modelo, com a mão levantada, como as patricinhas.

— Quer dizer — Rebolei em volta de Soluço que estava mordendo os lábios para não rir. —, você não é tão sexy e esbelto como eu — Dei uma voltinha —, mas dá pro gasto! — Beijei a bochecha de Soluço que recuou com nojo, limpando o lugar que beijei.

Ele e Astrid gargalhavam, Flynn também se acabava de rir. Rapunzel também riu, mas me deu um olhar agradecido em troca. Apenas sorri para ela.

— Ei Soluço. — Chamei. Tinha alguma coisa me incomodando. — Macintosh apareceu hoje?

— Na verdade, acho que o vi por aí, mas ele não entrou na sala para nenhuma das aulas. Estranho, não?

Rapunzel – não a Rapunzel de verdade, mas minha consciência “Rapunzel” – começou a gritar na minha mente “Vai Jack! Corre!”.Minha consciência podia ser mais específica, não? Mas infelizmente, ela só fica gritando essas coisas de vez em quando sem explicar nada.

Uma vez eu estava jantando calmamente em casa – sozinho – quando do nada Rapunzel gritou “ANDA LOGO JACK! CORRA!” eu derrubei toda a macarronada em mim mesmo e praguejei alguma coisa.

O intervalo acabou e eu fui para sala com a sensação de que alguma coisa ruim estava acontecendo, mas não faço ideia do quê.


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Notas finais do capítulo

Hey Toth, por mais que eu tenha adorado a sugestão musical, decidi usá-la em outro momento. Num mais depressivo, hahahahah