This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 17
A verdade nua e crua


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys! Eu não sei quando vou postar de novo, ainda estou lutando contra a balança, sabem como é, mas tô me esforçando aqui!



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— Levanta Jack! Levanta! LEVANTA!

— Asteeer... Você não tem casa, não?! — Resmunguei enquanto me levantava.

— Anda, cacete. Você já arrumou suas malas?

— Então... Veja bem...

— Ah, seu cretino! Você tem meia hora para ajeitar suas coisas! Ás 8h o pessoal chega, e a gente vai embora com ou sem você.

Que jeito mais agradável de se acordar, hein. Tateei pelo chão em busca de Banguela, mas lembrei de que meu pai o deixou num hotel para gatos ontem a noite. Olhei para o relógio e arregalei os olhos. O coelho tem razão! Pulei da cama e abri minha mala. Eu apenas coloquei o básico ontem a noite antes de dormir.

Básico: Roupas íntimas, roupa de banho, bronzeador solar, protetor fator 50º.

Abri o armário e joguei todas as minhas roupas dentro da mala, sem perder tempo dobrando-as. Pulei em cima da mala algumas vezes para conseguir fechar e sorri com o meu trabalho feito.

Desci com a mala a deixando na sala. Aster estava na cozinha fazendo o café-da-manhã. Meu pai me cumprimentou polidamente, perguntando como estava o meu nariz. Eu disse que estava tudo bem e peguei mais gelo para colocar nele.

Aster me olhava feio de vez em quando mas eu o ignorei. Eu precisava falar com meu pai a sós mais tarde. Ele cozinhava bem, o cara, mas eu nunca vou elogiar a comida dele, nunquinha.

Não demorou muito para o Soluço chegar com a Rapunzel. Ele parecia mal-humorado e Rapunzel não estava ajudando pro lado dele.

— E aí, pessoal. — Eu disse.

— Oi Jack. Oi diretor North. — Disse Rapunzel, sorrindo.

— Olá srta. Corona. Vejo que seus pais deixaram você vir, apesar de tudo.

— Eles confiam no senhor.

— E você, sr. Haddock?

Soluço fez uma pequena careta por ser chamado pelo nome, mas respondeu mesmo assim.

— Eu só deixei um bilhete avisando a Astrid e Heather. Não faz sentido avisar meus pais sendo que eles estão em outro continente.

— O garoto tem um ponto. — Disse Aster. — Ah, e oi, aliás.

— Oi. Você é o Aster, não?

— Esse mesmo. E não, eu não acabei com a máfia, nem com o FBI.

— Só checando.

Aster suspirou desanimado. Ele odeia esses boatos ridículos.

— A Ana fala tanto de você! — Disse Rapunzel sorrindo.

As orelhas dele ficaram automaticamente vermelhas.

— Ela fala, é? Fala o quê exatamente?

— Você vai deixar o bacon queimar, coelhinho.

— Cale a boca, Jack! — Mas ele foi para a cozinha verificar assim mesmo.

— Cadê ela, falando nisso?

— Não sei... — Disse Rapunzel. — Daqui a pouco ela aparece, pode ter certeza.

[...]

Era 8:20h quando a campainha tocou. Dei aleluia para os céus e Rapunzel deu alguns pulinhos de ansiedade. Soluço e eu trocamos um olhar desconfiado e Aster tentou ajeitar o cabelo. Meu pai apenas comia.

— Que diabos?

— Que diabos?!

— O que você está fazendo aqui?

— O que você está fazendo aqui?

— Eu moro aqui!

— Aaargh! Maldita Ana!

Rapunzel praticamente me jogou pro lado para abraçar Merida que estava na porta.

— Estou tão feliz que sua mãe deixou você vir!

— Como é?!

— Você convidou a Merida? — Perguntou Soluço incrédulo.

— Claro que não! Cadê a Ana?!

— Como assim “cadê a Ana?”? Ela disse para mim que estava muito doente e pediu para eu vir no lugar dela. Em nenhum momento ela disse que você também ia! Disse que ia o Aster, o Soluço e a Rapunzel!

— Ah é? Pois a casa é minha e eu não te convidei!

— Tudo bem, agora chega. Jack você está sendo infantil. — Meu pai resolveu se juntar a nós e me olhou de forma reprovadora. — Elinor me ligou mais cedo e a srta. DunBroch é mais do que bem vinda.

— Pai! — Exclamei.

— E aí, North? Valeu.

Espera aí... Por que é que a Merida não está surpresa? E como é que a mãe dela poderia saber que meu pai é o diretor North?!

Questionarei ela depois.

Por enquanto, ficarei apenas de cara emburrada

— Agora que todo mundo já está aqui, vão colocando suas coisas na mini-van.

Ninguém discutiu com o General.

[...]

É claro que a Merida tinha que sentar do meu lado. E não adiantou todos os meus argumentos para eu sentar no banco da frente, quem acabou lá foi Aster.

Soluço até quis se sentar junto de Merida, mas Rapunzel teve um troço dizendo que precisava de umas dicas de artes. Ela é uma péssima mentirosa...

— Aquela loira armou pra você. — Eu disse para acabar com o silêncio.

— Não a chame de loira. Ela não é loira. E sim, eu percebi.

— DunBroch, vamos ficar juntos na mesma casa por sete dias. Trégua?

— Tanto faz. — Mas ela sorriu.

— Aproveite a viagem, eu vou dormir.

Merida sorriu novamente, mas dessa vez foi de forma maliciosa. A olhei desconfiado por um momento mas deixei pra lá.

Dormi a viagem inteira.

[...]

Eu odeio Merida.

— Você simplesmente tinha que rabiscar na minha cara, não?

— Mas, Frost, você é o novo Hitler!

— Isso foi tão ofensivo que vou nem dizer nada.

— Desde quando você é judeu?

— Eu não sou, mas não deixa de ser ofensivo!

— Dá pra os dois pombinhos pararem de discutir e entrar na casa?! — Berrou Aster.

— NÓS NÃO SOMOS POMBINHOS! — Berramos ao mesmo tempo.

Trocamos um olhar de fúria e eu dei as costas para pegar minha mala.

A casa não mudou nada desde a última vez que viemos. E isso foi há quatro anos.

O sol já estava se pondo ao longe, por isso não ia dar para irmos a praia hoje ainda, mas Soluço disse que tinha algo em mente.

A separação de quartos não foi ruim, pra falar a verdade. Soluço, Aster e eu ficamos no quarto do segundo andar, ao lado do quarto do General e o único banheiro da casa. Merida e Rapunzel ficaram no térreo, no corredor da escada.

Acabei jogando minhas roupas na mala com os cabides, então eu apenas pendurei tudo de qualquer jeito e deixei a mala na cama da janela. Soluço, por outro lado, ficou dobrando tudo direitinho e colocando nas gavetas. Aster nem se incomodou a desfazer a mala. “Faço isso depois”, ele disse.

O General tirou uma mini-pizza do congelador e assou, logo depois de trancou no quarto e tudo que se podia ouvir era o barulho de 007 vindo quarto dele.

Olhei para Aster e fizemos um acordo mudo de que ele iria cozinhar.

É meio deprimente isso. Só comemos comida de verdade quando Aster aparece em casa e faz algo. O resto do tempo, pedimos uma pizza.

Para não ser injusto, a gente vai para as pizzarias de vez em quando.

A luz da lua começou a invadir o quarto pela janela e tentei lembrar se haveria um luau hoje. Aster foi um estraga prazer ao dizer que apenas na última noite de nossa estadia haveria um luau.

— O que tem demais no luau? — Perguntou Soluço.

— Awn... Esse cara é tão fofo. Posso fazer dele meu mascote?

Soluço recuou um passo.

— Ignore-o. Mas, sério, Soluço. Como assim você não sabe o que tem num luau?

— Só tem algumas garotas dançando com roupas de hula-hula e bebidas exóticas.

— Esse cara é de verdade?!

— Só porque estou brigado da minha namorada, não significa que eu esteja solteiro! Vocês me ofendem!

— Okay, dessa vez eu concordo com o Aster. Você é muito adorável cara.

Soluço se limitou a revirar os olhos e corar.

— Eu vou lá em baixo falar com as garotas.

— Bem, eu vou fazer comida. Tenho seis estômagos para alimentar.

— Não acho que o General vá querer comer de novo.

— Quem falou no general? Eu tenho dois estômagos.

Revirei os olhos e o segui. Soluço e eu ficamos zapeando a televisão – nem sinal das garotas – até Aster aparecer e dizer que a comida estava na mesa. O australiano foi chamar as garotas enquanto eu e Soluço nos sentávamos na mesa.

— Olha... Até que o Aster cozinha bem, hein.

— Eu sei. Mas não diz pra ele que eu disse isso.

— Eu já ouvi, cabeção! — Berrou Aster não sei de onde.

— Maldito! — Berrei de volta.

— Deixe-o em paz, Frost. — Disse Merida sentando-se na minha frente.

— Desde quando você manda em mim, DunBroch?

— Desde sempre, meu cachorrinho.

— Woah. — Disse Aster.

Uma ofensa de baixo calão estava prestes a sair da minha boca, mas tive auto-controle o suficiente para segurar e ignorá-la pelo resto do jantar.

— Quem cala consente. — Murmurou Merida. A chutei de baixo da mesa.

[...]

— Certo, estamos todos entediado. Alguma ideia? — Perguntei depois de zapear pela televisão pela décima vez.

— Podemos brincar de verdade ou consequência. — Sugeriu Soluço.

— Quantos anos você tem? — Perguntei incrédulo.

— Você tem uma ideia melhor, Frost? — Desafiou Merida.

— Alguém tem uma garrafa? — Resmunguei.

— Foi o que eu pensei.

— Cale a boca.

— Tem uma lata de óleo vazia de baixo da pia. — Anunciou Aster interrompendo minha troca de olhar de ódio com Merida

— Tudo bem, tudo bem. Vamos jogar esse jogo infantil.

[...]

— Tudo bem, Rapunzel, verdade ou consequência? — Perguntou Merida.

— Humm... Verdade!

— Você é virgem?

Cuspi todo o suco de laranja que estava bebendo numa crise de soluços, espirros e tosses, tudo junto.

Soluço engasgou com a pipoca e Aster batia nas costas dele para ele desengasgar enquanto encarava Rapunzel com expectativa.

Rapunzel estava tão vermelha quanto os cabelos de Merida, enquanto a ruiva mal piscava.

— Eu... Bem... Não.

— É O QUÊ?! — Berrei.

— Eu sabia! — Exclamou Merida sorrindo triunfante.

— QUEM? QUANDO?

— Como assim “quem”? Que tipo de garota você pensa que eu sou?

— Espera sua vez, Frost.

Rapunzel pegou a garrafa e a girou.

— Soluço, verdade ou consequência? — Perguntou Merida, de novo.

— Depois dessa tenho medo dos dois, mas... Verdade.

— Você é virgem?

— QUAL A SUA, SUA PERVERTIDA?! — Berrei exasperado.

— Calma aí, Frost, logo logo é sua vez. — Minha nossa, oremos. — Responde, Soluço.

— Não. — Como assim Soluço Haddock nem gaguejou ao afirmar tal coisa?!

— Puta merda, os quietinhos são os piores. — Disse Aster.

— Posso saber por que diabos essas perguntas constrangedoras? — Quis saber Soluço. Estou totalmente com ele nessa.

— Não é sua vez, Soluço.

Soluço pegou a garrafa e a girou.

— Aster, verdade ou consequência? — Perguntou Rapunzel.

— Consequência.

— Beije Merida.

— É O QUÊ?! — Berrou Merida, Aster e eu, ao mesmo tempo.

— Vingança! Anda, Aster, beijinho, beijinho.

— Rapunzel, você sabe que não posso fazer isso! Eu tenho namorado!

Isso não a impediu de me beijar antes e—O que diabos eu estou pensando?!

— Só um selinho, gente. A menos que vocês queiram mais... — Maliciou Rapunzel.

— Você tem outro conceito na minha mente, senhorita Corona. — Eu disse, incrédulo.

— Vai ter vingança, sua vaca.

— Pago pra ver.

— Ah, como isso é constrangedor. — Murmurou Soluço, corando.

Aster tinha as bochechas em chamas, Merida não muito diferente. Ela sussurrou algo no ouvido dele e ele corou ainda mais. Então eles se beijaram.

Por quase seis segundos – não que eu tenha contado.

— Acho que já deu. — Resmunguei entre-dentes.

Rapunzel deu risadinha.

— Acho que eles gostaram.

Os dois se afastaram, corando fortemente. Oh, talvez eu asfixie Aster durante a noite... “Isso é ciúmes, Jack?”, disse Rapunzel. Claro que não!

“Sou sua consciência, quer mentir logo pra mim?”, cale a boca.

— Gira a garrafa, Aster. — Resmunguei mau-humorado.

— Ca-ham. C-certo. Hã... Jack, verdade ou consequência?

— Depois dessa, estou apavorado de mais para a consequência. Verdade.

— Numa escala de 1 á 10, o quão gostosa a Merida é?

— É O QUÊ?! — Berrou Merida e eu, ao mesmo tempo.

— Awn, estou gostando desse jogo cada vez mais. — Exclamou Rapunzel batendo palmas.

— Eu estou é ficando com medo, isso sim. — Murmurou Soluço.

— Apenas a verdade, cara. — Alertou Aster.

— Eu posso mentir e você nunca vai saber. — Argumentei.

— Eu sei quando você está mentindo, cara.

— Impossível.

— Suas narinas inflam quando você mente.

— Quê?! Mentira!

— Veja por si só. Numa escala de 1 á 10, o quão gostosa é a Merida? Minta e olha pro espelho.

— Número negativo. — Minha nossa, meu nariz parece um balão.

— Viu? — Disse Aster triunfante, cruzando os braços. — Eu disse. Agora, diz a verdade.

— UGH! Por que está fazendo isso comigo?!

— Qual o motivo da demora, Frost? Tá com medo, é? — Provocou Merida.

— Numa escala de 1 á 10, né? Muito bem, eu dou 12. — Eu disse olhando diretamente para frente.

— E essa, senhoras e senhores, é a verdade nua e crua! — Exclamou Aster se acabando de rir.

Meu rosto parecia em combustão, Merida estava envergonhada – o que é raro pra ela.

Peguei a maldita garrafa e a girei.

— Merida, verdade ou consequência? — Perguntou Soluço hesitante.

— Eu... Hã... Verdade.

— Certo. Vocês fez todas aquelas perguntas por que estava com medo de ser a única virgem daqui?

— Cara! — Exclamei.

— Eu definitivamente vou fazer esse cara o meu mascote! — Exclamou Aster.

Merida estreitou os olhos para Soluço.

— Quem disse que eu sou?

— Minha nossa, isso fica cada vez melhor! — Disse Aster, quase chorando de tanto rir.

— Responda a pergunta, escocesa.

— E se eu tiver feito essas perguntas pra ver se tinha algum virgem aqui, viking?

— Quis dizer, além de você?

— A coisa está meio intensa aqui. — Disse Rapunzel.

— Não consigo ver onde você quer chegar, Haddock.

— Nem eu com você e aquelas perguntas, DunBroch.

— Essa não, a pipoca está acabando! — Choramingou Aster.

— Nããooo! Na melhor parte?! — Choramingou Rapunzel junto dele.

— Dá pra responder de uma vez, DunBroch?! — Exclamei impaciente. — Vamos esclarecer as coisas aqui! Quem não for virgem levanta a mão.

Soluço, Rapunzel e eu levantamos as mãos, lentamente, Aster se juntou a nós.

— Só para esclarecer: Não foi num bordel com mais de dez mil prostitutas que me acharam tão bom que fizeram de graça.

— Minha nossa, cara. De onde o povo aparece com esses boatos? — Eu disse incrédulo.

— É o que eu tento descobrir desde que comecei o ensino médio.

— De qualquer forma — Pigarreou Soluço. —, isso responde minha pergunta.

— Por que você fez quis saber, de qualquer forma? — Perguntou Rapunzel numa expressão estranha. — Seu namorado está te pressionando ou algo do tipo?

Imediatamente fiquei tenso, cerrando os punhos.

— Não é sua vez, Rapunzel. — Sibilou Merida. — Aguarde sua vez.

Quando caiu Rapunzel e Merida, a ruiva só aceitou consequência, e a loira, como vingança, fez Merida beijar Soluço. Foi meio constrangedor.

Fiquei meio receoso pelo desfecho do jogo, então sai, indo dormir.

No meio da noite, acho que sonhei com Merida invadindo o meu quarto e me beijando. Também senti algo gelado na minha cabeça, mas... Mas, com certeza foi um sonho... Né?


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Notas finais do capítulo

Vamos fazer uma brincadeirinha? Façam uma pergunta para cada personagem e eu vou responder como eles!
P.S: Dei enfarto em quantos com essa imagem? hehehe