This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 1
DunBroch vs. Frost


Notas iniciais do capítulo

Toma, Pudim, sua pressão funcionou! E o título do capítulo ainda vai em sua homenagem.
Cara, estou empolgada com esse projeto!
Queria agradecer a Toth por ter betado, você é diva ♥ e a Pudim, porque, graças a pressão dela, isso aqui saiu!
Vai ser uma short-fic, apreciem sem moderação.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/393502/chapter/1

Maroon 5 - This Love

Merida DunBroch sempre foi aquela garota “sem compromisso”. Garotos imploravam para namorar com ela, mas ela sempre desviava do assunto. Alegava que queria apenas a sua liberdade.

Até aí tudo bem.

Então, imagine minha surpresa ao chegar à escola e encontrar aquela ruiva de mãos dadas e beijos de esquimó - ridículos por sinal - com um garoto esquisito de um penteado ridículo e que usava saia ridícula - só usava naquele dia, mas ainda assim era uma saia.

Claro que eu fiquei na minha, fingi que não os vi e fui para a sala, secretamente esperando o intervalo para ouvir as explicações de Merida.

Merida é da minha sala, então logo eu a vi – sem o cara ao lado, graças a Deus. Mas o que me deixou furioso – por algum motivo desconhecido – foi o chupão descarado no pescoço dela. A sortuda tem cabelos cor-de-fogo enormes, então tampa bem e só consegui ver quando ela se abaixou para pegar o lápis.

Você deve estar pensando que Merida e eu devemos ser algo do tipo “melhores amigos”, não?

Errado!

Merida e eu nos “odiamos”. O motivo já até esqueci; talvez seja pelo fato de sermos completamente opostos. E quando digo, completamente, quero dizer completamente mesmo.

É como fogo e gelo. Ela fogo – está meio na cara, pelo cabelo e temperamento dela – e eu gelo - isso é um trauma de infância que não estou a fim de compartilhar agora.

Tenho a vaga noção de ter começado na quinta série, quando tivemos uma discussão séria sobre um tópico muito complicado para mim. Não sei ou não me lembro muito bem da conversa, só lembro de ter a chamado de ingrata e ela me atirar uma flecha de brinquedo.

Depois disso, nós vivemos para atazanar a vida do outro.

Por algum tipo de cruz do destino, Merida e eu somos obrigados a nos aturar no intervalo, todos os dias. Tudo culpa dela por ser amiga dos mesmos amigos que eu.

Rapunzel e Simon - ou Soluço, já que é o apelido oficial dele - são nossos melhores amigos. Rapunzel tem olhos verdes claros e curtos cabelos castanhos, já Soluço, tem olhos verdes mais escuros e cabelos castanhos um pouco grande, ele diz que não gosta de cortar o cabelo. Ok.

Infelizmente, nem um dos dois são meus colegas de sala, o que me faz aturar aquela ruiva, sozinho.

E claro, como o destino me odeia, ela se senta bem ao meu lado.

— Bom dia, DunBroch. — Disse frio. Tenho educação, sabe?

Ganhei o seu silêncio em resposta. Quanta maturidade! Mas alguma coisa estava me incomodando, como se eu precisasse arrancar alguma informação dela.

— E quem era o cara de saia? — Perguntei como quem não quem nada.

A reação de Merida foi hilária; primeiro ela arregalou os olhos em pânico, depois ela abriu e fechou a boca sem parar, como se fosse um peixe fora d’água e ficou gesticulando nada em especifico sem parar. Para a sorte dela, o professor entrou.

Vou lhe poupar das aulas chatas, as quais não prestei atenção em nenhuma. Mas vou lhe contar um pouco sobre como são minhas ações durante as aulas. Um bom exemplo é a aula de literatura, a que a ruiva ao meu lado mais odeia.

Como o próprio nome dela sugere, ela veio da Escócia com a família dela. Ela tem um sotaque super carregado de palavras difíceis e enroladas, hoje em dia está melhor, até dá pra entender o que ela diz, menos quando ela resolve te xingar em escocês. Só que a “coitada” sempre sofre quando o professor pede para ela ler em voz alta. Ela sempre fica nervosa e começa a misturar as palavras com o escocês, é a matéria em que ela mais fica para recuperação – Rapunzel é quem a salva.

— Merida. — Chamou o professor Gobber.

Ela ficou, imediatamente, vermelha e sem graça.

— Y-yah? — Começou com o escocês.

— Leia o terceiro ato de Macbeth, cena 2. — Meio irônico ela pegar a peça que se passa na Escócia.

— T-tem certeza? — Ela perguntou hesitante. Realmente, na aula de literatura, ela se transforma completamente. Normalmente ela já teria feito seja lá o que a outra matéria pedira e teria olhado com escárnio para o professor, num modo superior. Argh.

“O mesmo
Outro quarto no palácio
Entram Lady Macbeth e um criado
LADY MACBETH - Banquo deixou o pátio?
CRIADO - Deixou, senhora; mas retorna à noite.
LADY MACBETH - Vai, dize ao rei que eu quero ter com ele uma conversa rápida.
CRIADO - Isso mesmo, senhora, lhe direi.
(Sai.)
LADY MACBETH - Tudo é perdido, quando o desejo fica repartido toca ao morto decerto melhor sorte que a de alegrar-se assim quem lhe deu morte(Entra Macbeth.) Então, marido, por que só ficardes,
tendo por companhia as fantasias mais desconsoladoras e ocupando-vos com pensamentos que já deveriam ter morrido com quem se relacionam? O que não tem remédio, não devera ser pensado sequer.
O que está feito, não está por fazer.”

Essa é a parte original. Acrescente palavras enroladas, ditas com dificuldade, como uma criança aprendendo a ler, um sotaque escocês carregado e gaguejos. Se você conseguiu imaginar isso, parabéns, acabou de “visualizar” a apresentação de Merida.

Assim que ela acabou de falar, toda a sala começou a gargalhar – inclusive eu, é impossível resistir. Os únicos que não riram foram o professor - mas eu vi que ele estava se segurando para não envergonhar Merida ainda mais - e a própria Merida.

É claro, aquela arrogante nunca se envergonha. Fico impressionado com isso, se fosse outra pessoa, choraria.

Ela só fez o que sempre faz: Olha para todos com aquele irritante olhar de superioridade, xinga alguns - eu no meio, claro - em escocês e se senta.

— Oh, desculpe Lady Macbeth, você interpretou muito bem, até acrescentou sotaque onde não tinha! — Não resisti a piadinha, o que fez todos caírem na gargalhada novamente – dessa vez consegui fazer até o professor lutar contra um sorriso.

— Shut yo moth, Frost! — Com algumas ajudinhas de Soluço e Rapunzel, descobri que isso é um “Cala a boca, Frost!”.

— E como vai as aulas de inglês, princesinha? Está faltando todas elas, aposto.

Merida ficou escarlate como seus cabelos. Me atirou um lápis bem afiado que se tivesse me acertado, teria saído sangue. Sempre esqueço dessa maldita maravilhosa mira dela.

O resto das aulas foram nesse estilo, tirando o fato de que em Matemática aquela escocesa estúpida arrebenta. Metida e arrogante, argh.

Antes de irmos para o intervalo com as explicações de Merida, deixe-me explicar como são nossas amizades.

Tudo começou comigo e Flynn Rider. Somos melhores amigos desde sempre. Infelizmente, Flynn é dois anos mais velho que eu, portanto ele não fica na minha sala. Junto de Flynn vem a adorável Rapunzel – sua primeira namorada. Primeira porque ele era do tipo “pega e larga”, mas por incrível que pareça, Rapunzel está segurando as rédeas dele muito bem.

Rapunzel e eu não nos demos muito bem no inicio. Eu a achava muito infantil e inocente, prefiro garotas mais espertas, mas com o tempo eu descobri que isso era apenas uma capa protetora dela, já que uma vez Flynn me disse que quando Rapunzel era criança, ela foi sequestrada por um bom tempo. Que Rapunzel sinta o meu respeito por ela.

Outra coisa meio irritante em Rapunzel - mas tolerante - é o jeito cupido dela. Não reclamo muito, já que ganho boas ficadas. Mas apenas isso: ficadas. Há dois anos atrás, no inicio do namoro dela com meu bom amigo Flynn, ela me juntou com uma garota loira de olhos azuis. Ela sempre está com uma trança de lado e tem uma charmosa franja. É meio agressiva, mas é apenas a forma dela de mostrar que se importa, o nome dela é Astrid. É uma boa garota, mas não nos rendeu num bom relacionamento amoroso, nós viramos apenas bons amigos.

Uns três meses depois da minha amizade formada com Astrid, ela me apresentou seu novo namorado, Simon - ou Soluço, já que, como Astrid me disse, eles se conheciam na infância e ele vivia chorando e soluçando. O relacionamento deles é meio... Diferente. Soluço é do tipo nerd cínico e sarcástico, magricela e sem nenhum jeito para esportes. Já Astrid é uma das melhores atletas do colégio - ela e aquela DunBroch arrogante -, é muito esperta também, mas ela prefere se dedicar aos esportes e quem sou eu pra julgá-la? Ela é agressiva quando está preocupada com algo ou alguém e é bem orgulhosa também. Uma vez perguntei para Soluço o que ele viu na Astrid, ele só sorriu e respondeu: “Eu vi nela, tudo que faltava em mim”.

Sem comentários.

É agora que entra a pergunta “E de onde sai Merida?”. Como disse, ela veio da Escócia, num intercâmbio como Astrid e Soluço que vieram da Noruega. Só que ela veio na quinta série e nessa época ninguém era amigo dela, ninguém gostava dela. Apenas quando Astrid e Soluço vieram, há dois anos, tudo mudou. Merida e Astrid imediatamente viraram melhores amigas. Depois de um certo tempo, Soluço também virou amigo de Merida e disse para mim que eles têm muito em comum. Eu perguntei o quê, mas ele se recusa a me dizer, diz que é segredo! ARGH!

Rapunzel e Merida também não se deram muito bem, elas não tinham nada em comum, superficialmente. Depois de um bom tempo elas descobriram que tinham sim algumas coisas em comum – Rapunzel também se recusa a me dizer o que é!

E chegamos ao Flynn novamente, meu bom e velho amigo Flynn Rider. Ah cara, os dois se amaram. Parecem até que se completam - que Rapunzel não veja isso!. Religiosamente, toda sexta e sábado, os dois saem para um Haras e ficam cavalgando; Flynn no Maximus e Merida num tal de Angus. Os dois adoram brincar de polícia e ladrão, parecem até crianças!

Mas Merida e eu? Nope, de jeito nenhum. Como já disse, nos odiamos. Mas nos aturamos no intervalo por causa de nossos amigos em comum.

Voltando. O sinal bateu e como sempre a porta se amontou de gente, sempre sou um dos últimos a sair porque não gosto de muita gente em cima de mim. Uma só pessoa em cima de mim – de preferência garota – está mais do que bom.

Continuei sentado olhando com cara de tédio para a porta, esperando todos se dispersarem. Achei estranho Merida continuar sentada, fazendo o mesmo que eu, só que ela olhava com entusiasmo para a porta. Normalmente ela é uma das primeiras para “ir à luta”.

E olha que surpresa: O cara de saia estava na porta esperando ela. E ela correu para se jogar nos braços dele. E eles se abraçaram. E eu fiquei olhando tudo aquilo.

Estranho.

E nojento.

Vou lhes dizer como o cara é: Cabelos encaracolados negros, como de um galã de novela, olhos azuis celeste. Ele usava uma saia escocesa vermelha e botas bege, tinha uma tatuagem tribal azul em volta do braço todo. Camisa? Desnecessário. Odeio ter que admitir isso, mas o cara tinha muitos músculos. Aposto que o cérebro dele derreteu e foi para os músculos.

[N/A: Macintosh, e sim, ele é muito gato desse jeito]

Rapidamente Merida se lembrou da minha presença, me deu um leve olhar inseguro pelo canto dos olhos, mas logo foi substituído por aquele irritante olhar de superioridade. Argh, eu a odeio.

Peguei minha mochila e fui para a “nossa” mesa. Astrid e Flynn já estavam lá.

— Hey, Jack! — Ele me chamou acenando. Astrid se limitou a sorrir.

Acenei de volta e fui até eles, estranhando o fato da Merida não estar lá, já que ela saiu antes de mim.

Rapidamente vi Soluço aos tropeços vindo em nossa direção com Rapunzel ao seu lado rodopiando.

— Olá amigos! — Ela disse suspirando antes de se jogar no Flynn.

Astrid só deu um soco no braço de Soluço por ele ter tropeçado umas cinco vezes – e algumas delas em cima de garotas. Ele sorriu torto para ela e lhe deu um beijo na bochecha, a fazendo corar.

Ugh. Todo mundo está num clima muito nojento hoje. Credo!

Em passos incertos vi aquela ruiva arrogante se aproximar com o cara da saia. Onde ele passava, garotas suspiravam. Alguém, por favor, joga uma camisa para ele?

— Oi gente. — Ela disse naquele sotaque carregado.

— Olá.

Toda a mesa ficou em silêncio por um momento. Talvez por notar um cara estranho do lado de Merida, talvez pelo fato dos dois estarem de mãos dadas, talvez pelo fato de Rapunzel e Astrid não conseguirem fechar a boca e pararem de encarar a barriga do cara.

— E você é? — Perguntei para o “da saia” já que todo mundo estava em choque.

— Macintosh, o prazer é todo seu. — Vi Merida dar um sorriso, como se estivesse segurando uma risada.

— Não sinto prazer em ver caras de saia, seminu. — Disse franzindo o cenho.

Vi Flynn dar uma risadinha e batemos os punhos, num cumprimento.

Macintosh resolveu ignorar o que eu disse. Talvez não tenha entendido.

— E você quem é? — Ele perguntou estreitando os olhos.

Abri a boca para responder, mas Merida foi mais rápida.

— Ele é Jack Frost, um imbecil. Venha, Macintosh, conheça os meus amigos. — Ela botou tanta ênfase no “amigos” que me senti ofendido.

Macintosh pegou na mão de Astrid e Rapunzel e beijou ambas. Argh, que careta. Soluço e Flynn também não pareceram gostar muito do escocês. O mesmo se limitou a apenas acenar para Soluço e Flynn.

Uma coisa engraçada foi Merida tentar enturmar o namorado lhe dizendo o apelido oficial de Soluço, mas, claro, eu tive que me intrometer, ela foi muito má comigo.

— Esse é Simon, e não, você não pode chama-lo de Soluço. — Disse encarando, ora Merida, ora Macintosh.

Merida bufou vermelha e indignada, Macintosh apenas nos olhou com desinteresse.

Notei que Rapunzel ainda não tinha fechado a boca.

— Então, Rapunzel — Pigarreei para acordá-la antes que Flynn resolva dar um soco no cara. — como vão seus estudos pro vestibular?

Ela piscou saindo do transe. Caramba, Astrid vai acabar babando.

— E você, Astrid, já decidiu o que vai fazer? — Ela também piscou.

Soluço não é do tipo possessivo que daria um soco no cara, como Flynn, mas ele provavelmente se sentiria arrasado já que ele é extremamente inseguro.

— Oh... Hum, vão bem! Sabe que a universidade da área de medicina é muito complicada e tudo mais, mas eu acho tudo tão extraordinário!— Rapunzel tem a mesma idade que Flynn, ambos estão se esforçando para entrar numa boa universidade.

— Ah... Ah! Acho que vou entrar pro exército! — Disse Astrid completamente alegre.

Soluço engasgou com a maçã que estava comendo.

— E-exército?! — Exclamou Soluço apavorado.

— Sim! Você sabe o quanto eu adoro lutar e não sou muito boa com números.

Soluço ficou em silêncio. Só acho que eles vão ter uma DR depois da aula, hein? Para o clima não ficar muito tenso, Flynn resolveu se manifestar.

— Eu não tenho muitas opções, vou fazer administração mesmo.

— Administração? Não prefere virar um... Sei lá, mafioso? Você já tem o jeito criminoso. — Comentei sorrindo maroto.

Isso animou o astral da mesa.

O estranho foi que Merida e o mauricinho estavam muito calados. Merida não é assim, ela já teria feito algum comentário. Resolvi deixar para lá, ela não é da minha conta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora me perguntem, de onde diabos eu tirei esse enredo? Tipo, comoassim, pqp, Merida namorando Macintosh?! Aquele mauricinho?! Oh sim, mi amigas! Muitas águas vão rolar e Merida vai sofrer na minha mão! MUAHAHAHAH