Capítulo 9

Eu estava descendo as escadas na direção das masmorras. Eu tava puto Não era só raiva não, eu estava realmente extremamente puto. Ela entrou no salão e me olhou como se nada tivesse acontecido. Pior ainda, foi se sentar exatamente do lado daquele ocludo idiota. E como se não bastasse aquele imbecil quatro-olhos do Potter ainda tinha colocado os braços envolta da MINHA Hermione. Calma Malfoy respira, respira se não você explode.

Ok, ela ainda não era minha Hermione. Mas cara, aquele beijo me deixou completamente maluco. Parei no corredor e soquei uma parede fazendo os nós dos dedos sangrarem. Só então ouvi Blás gritando meu nome e vindo correndo atrás de mim.

- Draco! Draco! Espera aí Draco! – quando ele viu que eu tinha parado diminuiu a velocidade. Quando chegou perto ele estava sem fôlego. – Droga Malfoy. – pausa pra respirar – O que foi que te deu dessa vez? Você passou o dia inteiro com uma cara de quem viu o próprio Salazar. Não quis me contar nada e ainda por cima sai daquele jeito depois que a Granger entrou no salão. Quer me contar o que merda aconteceu hoje? Porque é que vocês estão se estranhando? Você estragou tudo não foi? O que foi? Xingou ela?

- Cala a boca Zabini. Não foi nada disso que aconteceu.

- Então quer fazer o favor de me contar? Anda vamos pra comunal, eu aproveito e vejo se tem como fazer um curativo nessa sua mão.

Fomos andando pelo corredor até achar parede que escondia a porta com senha que era a passagem pra comunal da Sonserina. Blás disse a senha e me empurrou pra dentro. Foi no dormitório procurar um kit de primeiros socorros e voltou pra fazer o curativo na minha mão. Eu já tinha me sentado na poltrona de sempre próximo à lareira. Fiquei olhando para o fogo enquanto ele terminava de enfaixar minha mão.

- E então – disse ele sentando na poltrona ao lado e colocando o kit em cima de uma mesinha – quer me contar o que aconteceu hoje?

- É uma longa história.

- Temos tempo né? Anda Draco. Eu sou seu melhor amigo, se não contar as coisas pra mim vai contar pra quem?

Contei absolutamente tudo que tinha acontecido naquela manhã após a aula de Poções. Contei das risadas e depois do abraço e do beijo e de como ela havia fugido. E então contei que ela havia sumido o dia inteiro e que só vi ela de novo aquela hora no salão principal.

- Draco! Você não percebe que isso é ótimo!?

- Como ótimo cara? Ela fugiu de mim, e pior, agiu como se não tivesse acontecido nada entre nós dois.

- Porra Malfoy, cê queria que ela fizesse o que? Olhasse pra você e te desse um sorriso? Acorda, pra todos os efeitos vocês ainda são inimigos esqueceu?

- Eu sei cara, eu só. Sei lá. Eu realmente fiquei puto quando vi ela perto do cicatriz daquele jeito.

- Que jeito cara. Eles são amigos, é normal ele abraçar ela.

- Eu sei, mas eu não consigo controlar meus ciúmes depois dela ter me beijado daquele jeito.

- É. E desse jeito toda Hogwarts vai acabar sabendo que você é afim da Granger. Se toca cara, você precisa se controlar. Eu já disse, o que aconteceu hoje é ótimo pra você. É perfeito e está dentro dos planos.

- Ah é? Então me explique.

- Meu Merlin, deixa de ser tapado. Ela te beijou não foi? Então cara. Ela tá afim de você. Bom, pelo menos é um indício. Mas temos certeza que ela está confusa. Ela sente algo por você cara, ou não teria te beijado, entende? Ela pode até ser afim do Potter ainda, mas não é mais só dele que ela gosta. Vê como isso é bom pros nossos planos?

- Eu não tinha visto por esse lado. Mas mesmo assim, eu ainda fico um tanto preocupado.

- Não precisa cara. Você tem a mim. E eu vou juntar você e a Granger ou não me chamo Blázio Zabini.

***

Acordei pela manhã bem mais tranquilo. A conversa com o Blás realmente tinha deixado muita coisa clara pra mim. E agora nós estávamos prontos pra ir pro próximo passo do plano dele.

Eu já tinha combinado de me encontrar com Hermione na biblioteca bem cedo de manhã, e Blás disse pra que eu não me preocupasse caso ela não fosse. Então lá estava eu, sentado na nossa mesa de sempre, com alguns livros que usaríamos pra estudar enquanto esperava ela aparecer.

Já tinha passado mais de meia hora do horário combinado e eu já estava quase indo embora quando vi ela vindo na minha direção. Ok. Siga o plano Malfoy e que Merlin me ajude.

- Bom dia Hermione – disse quando ela chegou mais perto da mesa. – trouxe as anotações de ontem da aula de Aritimancia. Bem, uma parte pelo menos, eu não prestei muita atenção.

- Ah, tudo bem. – ela fez uma pausa. - Draco, a gente precisa conversar.

- Sobre o que? Hermione se é sobre aquele beijo você não precisa ficar preocupada. Eu não vou mais tocar nesse assunto e não vou perturbar você com isso. Não quero estragar nossa trégua com uma briga.

- Hmm. Bem, era sobre isso sim. Mas, pensei que você fosse me encher de perguntas, e bem, eu vim pronta pra responder a todas elas.

- Não, não precisa. Não se preocupe. Tá tudo bem eu já disse. Agora, vamos estudar?

- Ok. Se é assim que você quer. – droga, não. Não era assim que eu queria, mas tinha que seguir a droga de plano do Zabini. MERDA, Hermione porque diabos você me beijou?

- Então vamos lá. – puxei um livro da pilha e dei uma palmadinha no lugar ao meu lado pra que ela viesse se sentar.

- O que foi isso? – Ela estava apontando o curativo na minha mão.

- Ah, nada. Só soquei uma parede ontem à noite. Agora vamos nos concentrar nesse capítulo, parece que aqui tem umas dicas pra maldita poção que o Snape quer que preparemos na próxima aula.

- Draco. Porque você socou uma parede?

- Eu estava com raiva. Que outro motivo eu teria pra socar a parede? – Disse sem desviar os olhos do livro.

- Draco, olha pra mim. – baixei o livro e olhei pra ela – Do que era que você estava com raiva? – suspirei.

- Não foi nada Hermione. É sério, você não precisa se preocupar comigo tá legal? É melhor a gente mudar de assunto ou então eu vou começar a achar que você realmente se importa com a doninha quicante aqui presente. – dei um sorriso pra ela e voltei a olhar o livro.

- E se... E se eu me importar? – ela disse baixo, quase num sussurro, mas eu ouvi. Meu coração saltou uma batida. Olhei pra ela e perguntei ainda surpreso.

- Como assim se importar Hermione?

- Nada. Não foi nada. Tem certeza que sua mão tá legal?

- Uhum. E então. Vamos estudar ou não? – sorri e vi ela sorrir de volta.

- Vamos. Quer me mostrar o que você anotou da aula de Aritimancia?

- Claro.

Passamos o restante da manhã estudando normalmente, exatamente como fazíamos antes do beijo. Por volta do meio dia eu levantei e chamei ela pra irmos almoçar.

- Já é hora do almoço?

- Sim. Você acha que o tempo não passa quando tá lendo é? Anda, vamos comer alguma coisa.

- Ok.

Ela levantou e se espreguiçou colocou os livros no lugar e pegou os cadernos. Saímos da biblioteca juntos, já sabíamos que aos fins de semana não havia ninguém no quarto andar além de madame Pince e nós dois. Madame Pince como sempre estava tirando seu cochilo na sua mesa na entrada da biblioteca. Saímos pelo corredor e quando chegamos as escadas fiz como sempre fazíamos desde o começo, deixei que ela fosse na frente e esperei até ela estar no terceiro andar pra poder descer as escadas também.

Entrei no salão ela já estava sentada e como sempre acompanhada dos dois amiguinhos. Controlei meu ciúme e fui me sentar à mesa da Sonserina, Blás já me esperava pra saber das novidades.

- E então cara. Como foi?

- Foi. Segui seu plano idiota ué.

- Hey, não fale assim do meu plano. Anda me conta, o que rolou? Ela foi? O que foi que você disse?

- Calma aí. Me deixa almoçar primeiro.

Após o almoço nós fomos pra beira do Lago Negro, eu também tinha meu lazer afinal de contas não é? Sentamos em baixo de uma árvore e contei pra ele o que acontecera de manhã.

- Rá, é isso aí amigo. Estamos chegando lá.

- É falta um mês pra primeira visita a Hogsmead acha que até lá eu e ela já teremos algo?

- Cara, você sabe tão bem quanto eu que você e ela nunca vão ter realmente algo. Afinal de contas por mais que vocês namorem ninguém vai saber não é? Eu estou te ajudando mas não fico muito feliz com essa ideia de você e a Hermione esconderem tudo.

- Ah claro, como se eu pudesse realmente chegar com meus pais e dizer “Ah, oi pai, oi mãe. Essa aqui é Hermione Granger, minha namorada nascida trouxa. E ah pai, antes que eu me esqueça, pode contar isso pro Lorde das Trevas, acho que ele não vai se importar por minha família estar se tornando uma traidora do sangue.”.

- Por Morgana cara, você é dramático demais.

- Morgana? Cansou de chamar por Merlin?

- É, Morgana também serve. – ele fez uma pausa – Olha cara. Eu sei que as coisas com a sua família não são fáceis, é só que bem. Você-sabe-quem está morto não é? O que importa de verdade pra sua família se você namora ou não uma sangue-ruim?

- Vai saber. Meu pai diz que o Lorde era forte demais pra ter morrido. Ele muito provavelmente está esperando a oportunidade certa de reaparecer e governar tudo novamente. Ele disse que ainda sente a marca queimando às vezes. É assustador, ainda mais porque de vez enquando vejo a marca se mexendo.

- Urgh. Deve ser nojento isso sim.

Começamos a rir.

POV Hermione Granger

Eu acabei decidindo por ir até a biblioteca. Tinha quase certeza que Draco iria me encher de perguntas e por causa disso acabei me atrasando, no fundo eu estava com medo não só das perguntas, também estava com medo das minhas respostas. Entrei na biblioteca e me dirigi pra nossa mesa. Vi ele me encarar e quando me aproximei ele me cumprimentou

- Bom dia Hermione, trouxe as anotações de ontem da aula de Aritimancia. Bem, uma parte pelo menos, eu não prestei muita atenção.

- Ah, tudo bem. – fiz uma pausa, pra criar coragem - Draco, a gente precisa conversar.

- Sobre o que? Hermione se é sobre aquele beijo você não precisa ficar preocupada. Eu não vou mais tocar nesse assunto e não vou perturbar você com isso. Não quero estragar nossa trégua com uma briga. – Como assim? Sem perguntas?

- Hmm. Bem, era sobre isso sim. Mas, pensei que você fosse me encher de perguntas, e bem, eu vim pronta pra responder a todas elas.

- Não, não precisa. Não se preocupe. Tá tudo bem eu já disse. Agora, vamos estudar?

- Ok. Se é assim que você quer. – Fiquei um tanto decepcionada. Ele não se importava nem um pouco com o beijo que trocamos?

- Então vamos lá. – ele disse puxando um livro e fazendo sinal pra que me sentasse a seu lado. Foi aí que vi o curativo na mão dele.

- O que foi isso? – A mão esquerda estava enfaixada.

- Ah, nada. Só soquei uma parede ontem à noite. Agora vamos nos concentrar nesse capítulo, parece que aqui tem umas dicas pra maldita poção que o Snape quer que preparemos na próxima aula.

- Draco. Porque você socou uma parede? – perguntei preocupada.

- Eu estava com raiva. Que outro motivo eu teria pra socar a parede? – ele nem ao menos me olhou. Aquilo me irritou um pouco. Porque a indiferença agora?

- Draco, olha pra mim. – esperei ele baixar o livro e me olhar nos olhos pra prosseguir – Do que era que você estava com raiva? – ele suspirou e me respondeu com uma cara tranquila.

- Não foi nada Hermione. É sério, você não precisa se preocupar comigo tá legal? É melhor a gente mudar de assunto ou então eu vou começar a achar que você realmente se importa com a doninha quicante aqui presente. – ele deu um sorriso de canto de boca e voltou a ler o livro. Fiquei triste. Eu me importava afinal, não era algo que eu quisesse, mas também não podia mentir pra mim mesma.

- E se... E se eu me importar? – eu falei muito baixo mas ele parecia ter me escutado. Me olhou surpreso.

- Como assim se importar Hermione?

- Nada. Não foi nada. Tem certeza que sua mão tá legal?

- Uhum. E então. Vamos estudar ou não? – sorrimos.

- Vamos. Quer me mostrar o que você anotou da aula de Aritimancia?

- Claro.

Estudamos durante toda a manhã até ele me alertar que já deveríamos ter descido.

- Já é hora do almoço?

- Sim. Você acha que o tempo não passa quando tá lendo é? Anda, vamos comer alguma coisa.

- Ok. – Peguei minhas coisas, guardei os livros e saímos.

Ao chegarmos as escadas fui na frente. Entrei no salão principal e vi que os meninos já me aguardavam sentados à mesa.

- Porque é que você precisa estudar tanto? – Perguntou Rony - Nós ainda estamos longe dos NOM’s.

- E de onde foi que você tirou a ideia de que não precisa estudar Rony Weasley? – Harry riu, Gina também, logo eu e Rony também estávamos rindo. O restante do almoço e o dia continuaram normais. Mal eu sabia que logo as coisas iriam mudar.