Uma Virada Do Destino [Dramione] escrita por Mione Malfoy


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoas eu tenho notícias pra dar pra vocês.
Eu ando terrivelmente ocupada esses tempos. Fim de ano tá chegando e com ele chegou o fim do meu semestre na faculdade. Ando cheia de coisas pra fazer e tenho tido pouco tempo pra escrever a fic. Então eu vou precisar fazer uma pausa, juro que não queria, mas é preciso.
Pra compensar vocês eu fiz um mega capítulo.
Espero que gostem. Enjoy!



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Capítulo 23

POV Draco Malfoy

Na manhã seguinte eu acordei mais feliz. Hermione finalmente havia admitido seus sentimentos por mim e isso era maravilhoso! Tomei banho, coloquei as vestes de aulas, terminei de me arrumar e desci pra sala onde Blás me esperava. Era bem verdade que eu havia deixado ele com um humor não muito agradável, dei a ele a missão de dizer a Hermione que eu queria uma prova de seus sentimentos por mim e que se ela fizesse isso eu largaria Pansy e poderíamos ser felizes. Blás não havia gostado nem um pouco disso, mas meu orgulho precisava de um afago. Avistei Blás perto da porta de saída e me dirigi pra perto dele, fui parado no meio do caminho por duas mãos que vieram por trás e cobriram meus olhos.

– Adivinha quem é?

– Pansy, quer me soltar? O que é que você pensa que tá fazendo?

– Ai credo Draco. Como você é insensível. – fingiu fazer cara de choro e fez beicinho. Creio que ela estava tentando parecer meiga, mas a mim pareceu o Pirraça fazendo caretas. Segurei meu riso.

– Deixa de criancice. Anda, vamos subir e tomar café. – estendi minha mão pra ela e ela a agarrou quase que imediatamente.

Subimos as escadas, saindo das masmorras e indo na direção do salão pra tomar o desjejum, Blás vinha logo atrás de nós, parecia distraído, provavelmente procurando um jeito de falar com a minha pequena e resolver as coisas pra que eu finalmente pudesse tê-la só pra mim. Só de pensar nisso me senti mais cheio de vida, abri um imenso sorriso e percebi que as pessoas me olhavam como se nunca tivessem visto aquilo. Realmente não tinham, e muito provavelmente estariam atribuindo ele a sonsa da Pansy. Que fosse pelo menos ajudava no meu disfarce de namorado apaixonado. Pansy poderia se iludir com isso até o dia em que eu e Hermione ficaríamos juntos.

Assim que entrei no salão percebi que havia algo MUITO errado. As mesas todas estavam aos cochichos e burburinhos, e Hermione novamente estava sentada longe do Potter. Dessa vez ela estava rodeada por praticamente todos os Weasleys, a exceção daquele imbecil que era o monitor. A Weasley fêmea parecia lhe consolar e todos na mesa olhavam estranho pro Potter. Mas o que diabos tinha acontecido? Dei uma olhadela pro Blás e ele deu de ombros, sabia tanto quanto eu. Merda.

Bem, de um jeito ou de outro eu descobriria, hoje era sexta , portanto todas as aulas de hoje seriam com a Grifinória, e eu ainda teria as duas aulas extras com Hermione. Se eu não descobrisse iria fazer ela falar. Terminei o café e me dirigi pras masmorras pras aulas duplas de poções, entramos e eu larguei Pansy e fui me sentar ao lado de Blás.

– O que foi toda essa comoção durante o café?

– Sabia que você estava tão curioso quanto eu. O burburinho que correu de mesa em mesa foi que o Potter e a Hermione tiveram uma briga muito, muito feia.

– E porque eles brigaram? – Dei uma olhada pro lado, Hermione estava sentada com o cabeça de fósforo e o Potter estava com o tonto do Longbottom.

– Bem, isso só o pessoal da Grifinória sabe até então. E creio que não sabem muito bem, depois de poções você tem aulas com a Hermi não é?

– Sim, Runas. Eu vou descobrir o que aconteceu.

– Eu ia dizer pra você deixar quieto.

– E morrer de curiosidade até você me trazer notícias enquanto posso simplesmente descobrir por mim mesmo?

– É.

– Rá, jamais. – e eu falaria mais se não fosse Snape ter entrado na sala de aula.

***

Assim que Snape dispensou a turma eu saí correndo pra usar meu vira-tempo, precisava chegar a classe de Runas antes da Hermione se quisesse ter alguma chance de conversar com ela e descobrir o que aconteceu.

Ela demorou bastante pra chegar à sala e quando veio o professor já praticamente havia começado. Esperei até ela se acomodar em seu lugar, sentada ao meu lado, pra poder começar as perguntas.

– Oi.

– Oi Draco.

– Porque demorou tanto pra chegar até a sala?

– Blázio.

– Hã?

– Quando eu fui saindo da sala de Poções ele me chamou em um canto pra gente conversar.

– Hmm. E o que ele queria?

– Me contar algumas coisas e fazer umas perguntas. – Hermione falava comigo como se estivesse em modo automático em momento nenhum desviou o olhar do professor.

– O que ele contou?

– Sobre seu pequeno ataque de egocentrismo.

– Hein?

– Sim, ele veio me dizer que você quer uma prova.

– E isso é egocentrismo agora? Orgulho talvez, mas esqueceu de tudo o que você me fez passar? Se fosse você no meu lugar aposto que não cederia tão fácil.

– Tem razão. É por isso que eu estou agindo normalmente com você. Quer sua prova? Terá. Assim é claro, que eu pensar em alguma coisa.

– Esperarei ansioso.

– Cínico.

– Orgulhosa.

– Narcisista.

– Linda.

Assim que disse isso ela finalmente virou-se em minha direção com o rosto cheio de surpresa. Dei meu melhor sorriso cínico e pisquei um olho. Ela me deu um tapinha de leve no ombro e voltou a prestar atenção ao que o professor estava escrevendo. Ela tinha usado o cabelo pra cobrir o rosto, mas eu percebi que ela sorria. Hermione era minha, eu sabia disso, ela sabia disso e um dia, todos saberiam.

Mas o que eu realmente queria saber acabei me esquecendo de perguntar, estar com ela ali me distraía, mas eu gostava disso, podia sentir o cheiro do perfume dela, era tão bom, podia ficar admirando ela enquanto estudava, de vez enquando ela mordia a ponta de trás do lápis daquele jeito dela de quem estava pensando e eu adorava aquilo, adorava o jeito dela, a forma com que fazia qualquer coisa, era ela e era perfeito.

A aula de Runas veio e se foi e de repente eu me vi no corredor andando atrás dela, eu nem havia percebido o tempo passando. Era óbvio que ela procurava um lugar pra usar o vira-tempo, e eu já tinha achado um pequeno armário de vassouras que serviria bem aos nossos propósitos, a chamei discretamente e fiz sinal pra que me seguisse, esperei a maior parte dos alunos sumir corredor a fora pra abrir a porta do armário.

– Aqui. Podemos usar os vira-tempos sem ninguém nos ver.

– Quando você encontrou essa porta? – Era meio difícil mesmo, ficava meio escondida entre duas tapeçarias.

– Bem, eu tropecei nela por acaso. Vamos?

– Sim.

Entramos no pequeno armário e voltamos no tempo pra podermos ir pra aula de DCAT, esperamos de ouvidos atentos pra saber se havia alguém próximo e então saímos, passei a frente e corri pro corredor onde seria a aula.

Assim que cheguei percebi que algo diferente, a sala estava completamente escura, tateei até meu lugar ao lado de Blás e esperei meus olhos se adaptarem a escuridão. Snape estava em um canto, perto dele havia um imenso projetor e na frente da turma havia uma tela branca esperando pra exibir os slides que ele estava organizando. Hermione chegou assim que ele havia terminado e se dirigia ao projetor pra começar a aula. Ela sentou-se ao lado do pobretão que parecia não estar gostando nada de ver o Snape ali. Bem, ninguém estava.

– Abram na página 394.

– Com licença senhor.

– O que foi Potter?

– Onde está o professor Lupin?

– Isso não é da sua conta não é mesmo? – Ele olhou em volta e dirigiu-se a turma inteira. – O professor Lupin se sentiu um tanto indisposto esta madrugada e encontra-se em repouso. Ele parece estar um tanto... doente e por isso me pediu que ministrasse a aula em seu lugar. Contudo, devido a sua evidente desorganização eu não faço a menor ideia de até onde ele lhes ensinou. – Hermione prontamente ergueu o braço e começou a falar.

– Com licença professor, o professor Lupin chegou até os Grindylows, estava previsto que hoje nós começaríamos a falar sobre Hinkypunks...

– Calada. Eu não me lembro de ter feito nenhuma pergunta Srta. Granger.

– Mas o senhor disse...

– Eu estava apenas fazendo um comentário. Devo acrescentar que eu já esperava esse evidente atraso. Em minha opinião alunos do primeiro ano já deveriam ser capazes de lidar com Hinkypunks. Hoje nós iremos tirar um pouco desse atraso, abram na página 394, por favor.

Todos começaram a virar as páginas à procura do capítulo que Snape queria que lêssemos, Hermione foi a primeira a char e obviamente ela começou a falar.

– Senhor, me desculpe, mas nós não podemos estudar Lobisomens, nós ainda nem entramos em criaturas noturnas e...

– Creio que o professor desta sala sou eu Srta. Granger, se eu digo que vamos estudar Lobisomens nós vamos estudar Lobisomens, fui bem claro?

– Sim senhor.

– Dez pontos a menos para Grifinória por sua insolência, agora abram na página 394.

Hermione baixou a cabeça, parecia chorosa, uma ira começou a querer tomar conta de mim, quem diabos Snape achava que era pra trata-la dessa forma? Blás percebeu meu descontrole e apenas disse baixinho “desconte sua raiva no Potter, ele merece”. Não precisei de mais incentivo e comecei a rabiscar um desenho tosco num pedaço de pergaminho, dobrei cuidadosamente e deixei de lado, esperaria até Snape se distrair e o enfeitiçaria pra chegar ao Potter.

Aquele ocludo quatro-olhos de uma figa havia feito algo pra Hermione eu sabia disso, sabia também que ela provavelmente já o teria perdoado e só não havia feito as pazes ainda por pressão da família de cabeças de pica-pau. Blás já devia estar sabendo da história pela conversa que ele havia tido com ela após a aula de Poções, cretino, e depois eu era o curioso. A sala se iluminou com a luz do projetor e algumas imagens começaram a aparecer na tela branca, Snape enfeitiçou o projetor e começou a andar pela classe.

– O termo Lobisomem vem da junção da palavra em latim “Lupus”, que significa lobo, com a palavra homem, o Homem Lobo. É claro que existem diversas maneiras de se tornar um e a mais comum é através da mordida de um lobisomem. O Lobisomem é um homem que durante a lua cheia se transforma em uma criatura que não chega a ser nem lobo e nem homem, mas um meio termo entre as espécies, ele responde ao som de uivos, mas apenas aos sons de sua própria espécie. Ele é pacífico com relação a maioria dos animais. Agora, algum de vocês sabe me dizer a diferença entre um animago e um lobisomem? – A sala estava em silêncio e Hermione levantava a mão, ela ainda parecia chorosa. – Mais alguém? – sem resposta. Snape fez uma cara de desprezo. – Responda Srta. Granger.

– Um animago é um bruxo que escolhe virar um animal e um lobisomem não tem escolha. Em toda a lua cheia ele se transforma e perde o controle sobre si mesmo.

– Vejo que nem sempre a senhorita tem todas as respostas. – ele empinou seu nariz feioso caçoando e depois se dirigiu novamente a turma toda - É possível usar de poções para ajudar o portador a controlar seus instintos de lobo durante a transformação, portanto nem sempre a criatura perde o controle de si mesma. É preciso que a poção seja tomada durante todo o período da lua cheia, caso contrário o lobisomem fica fora de si e poderia atacar qualquer criatura viva que esteja próxima demais.

E a aula continuou extremamente chata. Já próximo do fim, Snape resolveu que teríamos que escrever dois rolos de pergaminho sobre Lobisomens, seu habitat, sua alimentação, e foco no preparo da Poção de Acônito e em como ministra-la corretamente. Claro que o Potter se opôs, ele teria o jogo de quadribol no dia seguinte e ainda tinha o Baile de Halloween no domingo a noite. Snape prontamente ignorou a objeção e eu fiquei pensando sobre o baile. Eu havia me esquecido dele, Pansy vinha me questionando sobre o que eu iria usar pra que ela pudesse combinar seu vestido com minha roupa e eu sempre mudava de assunto até que ela parou de perguntar.

Ela me perturbava com esse baile desde pouco antes das aulas começarem, quando soubemos que teríamos que levar trajes formais pra um pequeno baile de comemoração do aniversário de alguma coisa qualquer que eu não dei atenção, como a tal festinha seria no final de semana do Halloween os alunos acabaram mudando o nome da coisa.

Como namorado da Pansy eu teria que leva-la não é? Mas essa ideia me dava nojo. Eu queria mesmo era ir com Hermione. E pensando nela, com quem será que ela iria? Aproveitaria que a próxima aula seria a de Aritmancia e iria dar um jeito de perguntar a ela, e também sobre a briga com o Potter. Cruzei com ela no corredor já perto da sala entramos juntos e ainda faltavam uns dez minutos pra começar a aula.

– E então, vai me contar qual o seu problema com o Potter? – disse tomando meu lugar.

– Pensei que você seria o único a não me perguntar, afinal não perguntou antes. – deu de ombros – Não foi nada Draco, só discutimos.

– Se você não me contar o Blás conta, sabe disso não é?

– E quem é que te garante que contei ao Blás a verdade?

– Ah qual é Hermione! Mais cedo ou mais tarde o castelo inteiro vai acabar sabendo o que aconteceu de verdade. Eu tô perguntando porque prefiro ouvir da sua boca.

Ela ficou calada por um tempo, me olhou sem graça e baixou a cabeça, disse algo bem baixinho que acabei por não entender.

– Hã? Não ouvi direito.

– Não quero contar. – ela olhou novamente pra mim - Você vai ficar bravo, sei que vai.

– Eu já estou bravo, o maldito ocludo fez merda que eu sei. Caso contrário, a família de pobretões não estaria te defendendo como lobos. Eles olham pro Potter como se ele fosse machucar você. O que chega a ser ridículo.

Ela ficou calada, pareceu ficar meio assustada inclusive, não quis mais me olhar e desviou a visão pro outro lado da sala, olhando os alunos que vinham chegando pra aula.

– Hermione. – Nada, apenas continuou olhando pro outro lado. – Hermione, olha pra mim. - Peguei-a pelos ombros e ela estava com os olhos marejados, tentava não chorar e evitava de todas as formas me encarar. – Herms olha pra mim, por favor. – falei da maneira mais gentil possível – O que foi que aconteceu pra deixar você desse jeito?

– Dra-Draco, p-p-por favor, promete, que, promete que não vai fazer nada? Promete, que vai, só me escutar? – ela não tinha conseguido conter as lágrimas e começou a chorar soluçantemente.

– Ok. Prometo. Mas se acalme primeiro, deixa pra contar tudo depois da aula, aí estaremos fora da sala. Anda, se acalma e para de chorar que a aula já começa e tem uma boa parte da turma de olho na gente.

– Ok.

A parte da turma que já estava na sala não parava de dar olhadas para nós. Sussuravam e cochichavam, Hermione estava quieta sentada ao meu lado, já tinha parado de chorar, mas estava de cabeça baixa, com vergonha porque sabia que estavam falando de nós. Uma hora eu me irritei, levantei e encarei todos.

– Não tem algo mais interessante pra fazerem? – um lufano que estava mais atrás me confrontou.

– Você acha que vai sair livre dessa? Alguém aqui vai contar ao professor que você estava machucando a Granger e você vai acabar na detenção.

– Machucando? – Por um momento não entendi nada, pensei na minha pequena conversa com Hermione tentando entender porque estavam pensando que eu a havia machucado.

– É sim, não se faz de desentendido, todo mundo aqui viu você segurando ela e fazendo ela chorar. – a essa altura já haviam umas três meninas da Corvinal ao lado de Hermione, perguntando se ela estava bem e tentando tira-la dali.

– Vocês entenderam absolutamente tudo errado.

– Quer mentir agora? Todos sabem o quanto você odeia quem não é sangue-puro como você, e que vive ofendendo a garota por aí. – eu já estava quase partindo pra cima daquele cara, disposto a quebrar toda a cara dele quando Hermione finalmente se pronunciou.

– Gente. Gente! Calma, tá tudo bem. Malfoy e eu, nós só discutimos e eu não estava chorando por ele ter me machucado ou algo do tipo.

– Você tava chorando por causa da sua briga com o Potter? – uma garota da Lufa-Lufa se meteu na conversa.

– Sim, e o Malfoy só tava reclamando comigo pra que eu parasse de chorar. Eu o odeio – disse me olhando com desprezo - mas não posso ser injusta. Ele não fez nada que mereça uma nota ao professor ou pior ainda uma detenção.

– Porque você brigou com o Potter? – quis saber outra garota, não pude ver direito a cor do uniforme mas parecia azul.

– Bem... Eu...

Nesse momento a professora entrou na sala e todos voltaram aos seus lugares reclamando, pelo visto a tal briga realmente tinha sido séria, caso contrário, a fofoca já teria morrido. Professora começou a aula, como haviam poucas pessoas na classe de Aritimancia sobravam lugares ao fundo, logo eu e Hermione estávamos praticamente sozinhos pois não havia ninguém que pudesse nos ouvir.

– Que papo foi aquele? Quer dizer que agora você me odeia, Granger?

– É claro que não Malfoy. Mas Blás já disse que estamos sendo descuidados. As pessoas podem perceber. Eu precisava inventar algo não acha?

– É acho. E Blás tem razão sabe? Sobre sermos descuidados. Ele quase sempre está certo.

– Quase?

– Sim.

– Bem, pelo pouco que já conversei com ele pude perceber que ele sabe o que faz. Não imagino em quê ele possa estar errado.

– Conhece ele realmente muito pouco. Sabe, ele é meu amigo desde que éramos crianças, ele costumava jogar quadribol comigo nos fundos da Mansão Malfoy, nós já fizemos muita besteira juntos e ele sempre esteve ao meu lado desde que me entendi por gente.

– Tem razão, ele também erra.

– Hmm?

– Ele é seu amigo. – e começou a rir, baixinho pra que não prestassem atenção em nós, mas ainda assim ela ria.

–Você é abusada sabia?

– Isso é influência sua sabia? Eu não era assim.

Foi minha vez de sorrir, eu estava olhando pra ela, Hermione parecia feliz, e o sorriso dela era lindo, eu sentia como se tivesse ficado muito tempo no escuro e agora ao ver o sorriso dela, tivesse descoberto a luz. Eu queria fazer Hermione feliz, e eu faria.

– Vem comigo. – disse pegando minhas coisas e puxando ela pela mão pra fora da sala sem que ninguém nos visse.

– Hã? Pra onde vamos. – Ela disse puxando suas coisas também.

– Só vem comigo.

Saímos da sala sem sermos notados e então eu puxei ela pelos corredores, estavam desertos por ainda estar no meio das aulas do dia. Levei Hermione mais uma vez para a Torre de Astronomia. Andamos de mãos dadas durante o caminho e confesso que sentir o toque suave da mão dela da minha me trazia uma felicidade imensa. Era como se Hermione me completasse, como se tudo só ficasse certo quando ela estava ali, do meu lado, comigo. Assim que chegamos na torre eu joguei minha bolsa em um canto, Hermione olhou em volta e fez o mesmo.

– A última vez que estivemos aqui. Não foi muito bom não é? – ela disse um tanto nervosa. Virei-me pra ela e me aproximei.

– Tem razão. Mas acho que talvez esse seja um dos motivos de eu ter lhe trazido até aqui.

– Não entendi.

– Você me ama Hermione?

Peguei ela de surpresa com a pergunta. Ela me olhava e eu via a confusão em seus olhos castanhos.

– Me responde. Você me ama?

– Amo. Eu te amo Draco. Mas você já sabia disso, Blás lhe contou não foi?

– Claro que ele contou, e sei que ele também te contou minhas “exigências”. Mas isso não importa de verdade. Eu apenas queria ouvir as palavras saídas da sua boca. Eu te amo Herms.

Nos abraçamos e ficamos parados pelo que pareceu muito tempo, eu realmente perdia toda a noção quando estava com ela. Passei a mão na massa castanha e revolta que eram seus cabelos.

– E o que vamos fazer agora? Nós já admitimos que nos amamos, mas o que fazer em seguida? Tudo está contra nós Draco. A escola, nossas famílias, nossos amigos. E você tem namorada. – me afastei, lembrar que não podia dizer ao mundo que ela era só minha me deixava doente.

– Não tenho amigos de verdade além do Blás, então só seus amigos estão contra nós. Quanto a Pansy, eu posso terminar com ela hoje mesmo se você quiser. Faço isso agora, uso o vira-tempo e volto pra aula de DCAT, termino com ela na saída e volto pra cá pra ver você.

– Eu confesso que gostaria disso, mas Draco você não pode simplesmente terminar com ela assim. Vai ferir os sentimentos da mini-cobra.

– Mini-cobra?

– É – Hermione corou e ficou sem graça – É assim que eu a chamo mentalmente.

– Devo dizer que combina.

– Mas sério Draco. Você precisa achar o momento certo, não pode simplesmente ir lá e terminar com ela.

– Está com pena da Pansy?

– Acho que sim.

– Não existe hora certa pra isso Herms. Basta terminar e pronto.

– Faça isso hoje à noite então. Após as aulas.

– Vai virar a fofoca de amanhã.

– É, acho que sim.

– E desse jeito as pessoas esquecem sua briguinha com o Potter não é? Afinal você vai me contar o que houve?

Abracei a pequena pelos ombros e deixei minha cabeça pousar na dela. Eu podia sentir o cheiro agridoce do seu shampoo, a maciez dos cachos. Senti os braços dela se apertando em volta do meu peito, a cabeça enterrada nele.

– Lembre-se. Você prometeu me ouvir e não fazer nada. – a voz dela saiu um tanto abafada.

– Sim. Eu prometi.

Hermione se afastou e me soltou, foi até a beirada da torre e olhou em volta, quando disse as palavras ela fitava o lago.

– Harry e eu havíamos brigado. Ele descobriu que eu andava mentindo pra eles, mas não sabia sobre o que. Ele e o Rony me confrontaram e eu não pude dizer. Não podia dizer a eles que havia me apaixonado por você. Então Harry ficou completamente irado comigo e subiu para o dormitório. Rony me perguntou se era sobre o Blás, então eu omiti e alterei um pouco as coisas pra encaixar as coisas. Disse que havia virado amiga do Blás, o que não é mentira, e disse que era isso que eu tinha medo de contar, por causa da reação deles. Me surpreendi com a reação do Ron e me surpreendi mais ainda com o que ele me disse depois.

– O que ele disse?

– Que Harry estava tão irritado porque estava com ciúmes.

– Foi o que Blás pensou quando viu vocês sem se falarem no jantar. Aquele maldito está sempre certo? E então?

– Bem, Ronald tinha razão. Harry e eu fomos conversar a noite e ele resolveu se declarar pra mim.

– E o que você fez?

– Disse que amava outra pessoa. Então ele ficou irado e começou a gritar comigo pra que eu dissesse quem era. Veio com um papo super esquisito de ser o Ron e depois todos apareceram e virou a bagunça que está.

– Ele gritou com você?

– Sim.

– Só isso? Ele gritou com você? Isso não é motivo pros Weasleys estarem tão bravos com o Potter. O que aconteceu de verdade Hermione?

– Bem, ele... – ela suspirou e pareceu triste - Ele estava me machucando. Quando ele começou a gritar comigo, ele veio pra cima de mim e começou a me ameaçar, então ele fez como você fez hoje, me pegou pelos ombros, mas você apenas me pegou, Harry ele, parecia fora de si, ele apertava meus braços e doía, mas eu não tinha reação. Eu só estava com medo.

– ELE FEZ O QUE? EU VOU MATAR AQUELE OCLUDO MISERÁVEL!

– Draco. – Hermione se pôs entre mim e a saída. - DRACO! Para, você prometeu.

Respirei fundo, aquele desgraçado. Como aquele Potter ousou machucar a minha Hermione? Ele perdeu a noção?

– Hermione, eu vou quebrar a cara dele, agora saia da minha frente.

– Não!

Respirei fundo mais uma vez e me afastei das escadas. Senti Hermione me abraçar por trás e me virei pra abraça-la. Eu ainda estava com raiva, mas havia prometido a ela que não faria nada. Então senti uma vontade imensa de beija-la e foi exatamente o que fiz. Levantei o rosto dela e tomei seus lábios doces nos meus, senti Hermione me abraçar mais forte e me puxar, ela levou uma mão a minha nuca e a outra ela trouxe até meu peito enquanto eu a segurava pela cintura. O beijo foi terno e livre, foi suave e doce e melhor do que todos os outros poucos beijos que trocamos. Era o primeiro beijo que dávamos depois de ambos admitirmos nossos sentimentos e era simplesmente perfeito. Hermione parou o beijo e me olhou nos olhos.

– Você tem olhos tão lindos, eu não sei porque mas sempre fiquei fascinada com a cor deles. A forma com que a tonalidade deles mudam de acordo com seu humor. Só não gosto quando ficam num cinza muito escuro, quando ficam assim é quando você está triste ou sofrendo. E eu sou culpada de tê-los deixado assim algumas vezes. Me desculpe D. Desculpe por ter feito você sofrer por minha causa.

– Shh. Não se preocupe com isso. Agora está tudo bem, você é minha e tudo vai ficar bem daqui pra frente.

– Precisamos pedir ajuda ao Blás, ele é quem vai ajudar a acobertar tudo. Confesso que ele tem me ajudado, nunca pensei que pudesse ver nele um amigo.

– É. Blás é assim. E ele vai ter que se virar pra acobertar nós dois porque eu vou querer estar com você o tempo todo. – Dei-lhe um beijo leve.

– Eu imagino. – disse Hermione rindo. – Precisamos voltar, a aula de Aritimancia já deve ter acabado e precisamos voltar pro restante das aulas.

– Ok.

Peguei minhas coisas e Hermione puxou sua bolsa pro ombro. Descemos da torre de mãos dadas. Antes de chegarmos ao andar de baixo eu roubei mais um beijo dela e soltei sua mão. Era provável que já houvessem pessoas andando por aí e se nos vissem juntos não seria nada bom.

A Torre agora voltara a ser meu lugar favorito, depois da conversa com Hermione lá eu havia evitado subir, mas agora aquele lugar me traria novas lembranças, lembranças felizes, de uma tarde onde eu ouvi pela primeira vez Hermione dizer que me amava.


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Notas finais do capítulo

Ok meus lindos é isso aí. Como sempre comentem, espalhem a fic por ae e se acharem que mereço recomendem a fic aqui no Nyah. Amo vocês.
Ah, a fic deve voltar pelo meio de Janeiro, que é quando eu entro de férias.