The Surviver escrita por NDeggau


Capítulo 30
Capítulo 29 — Retornando


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora para postar, eu fiquei um tempão sem internet. Mas aí está, espero que gostem :3



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Retornando

A VOLTA ERA AINDA MAIS ESTRANHA QUE A IDA. Eu havia sido avisada. Tudo era claro demais, luminoso demais, e eu queria fugir novamente para o mar de sombras em que eu sumira. As luzes do lugar encheram meus olhos, e eles lacrimejaram. Não estava acostumada com tamanha luz. Não me lembrava de nada, nem de ninguém. O que havia acontecido?

Pouco a pouco, as lembranças foram voltando. O tiro. Lembrei-me bem da dor, e me arrepiei. Era enorme e sofrida. Mas a dor havia passado, felizmente. Tentei me lembrar de algo mais, e um rosto me veio à mente. Era bronzeado, com malares acentuados e pele macia, que eu sabia que era quente, com lábios rosados e nariz afilado. Tinha cabelos negros cheios e sobrancelhas em linha reta sobre os olhos. E os olhos, castanhos escuros e cremosos, brandos. Eu senti falta daqueles olhos, pois, junto com aquela lembrança, eu soube onde estava. Estava morta.

Mas minha visão estava tão borrada. Parecia tão errado, mesmo que eu não fizesse a menor ideia de como teria que ser. Todavia eu sentia o ar morno e mofado entrar nos meus pulmões, e reconheci o cheiro. Parecia... Familiar demais. Mas minha memória faltava, deixando apenas curiosidade para trás. Respirei fundo, tentando clarear a mente e acabar com as dúvidas. Porém novas surgiram.

—Ashley?

Ashley? A voz parecia branda e gentil, e meu coração bateu descompassado, mas... Quem era Ashley? Eu? Minhas memórias diziam que sim, elas haviam voltado.

A lembrança também me trouxe o nome do dono da voz, e procurei os músculos certos para sorrir.

Jamie.

Queria chama-lo e traze-lo para o alcance dos meus olhos, mas não encontrei as palavras. Apenas murmúrios.

—Jam...

—Ash? Ash? Abra os olhos.

Pisquei diversas vezes minhas pálpebras, sem conseguir focar em algo. Virei minha cabeça, e encontrei sombras, chocolate e luz. E sorri.

—Jamie? —Minha voz saiu perfeitamente macia, do modo que eu queria.

Vi o sorriso dele surgir antes de Jamie tocar os lábios nos meus.

—Você finalmente acordou. —Ele murmurou.

—Onde estou?

—Onde deveria estar, é claro.

Tentei reconhecer o local, e avistei uma cortina de veludo vermelha. É claro. Meu quarto.

—Como eu... Como eu não morri?

—Você é uma sobrevivente, Ash. —Ele sussurrou enquanto levava minha cabeça para repousar abaixo do seu queixo, apoiada contra seu peito. Seu calor familiar me trouxe paz como nada mais poderia.

—Você está bem? —Perguntei. —Como acordou? O Buscador está morto? Doc salvou você?

—Você me salvou. —Ele disse. —E matou o Buscador, em seguida, mas...

Não gostei do modo como ele pronunciara o “mas”. Era cheio de hostilidade.

—Mas?

—Você poderia ter morrido.

Apertei meus olhos com força.

—Eu sei. Eu deveria ter morrido.

—Você faz ideia... —Ele suspirou. —Faz ideia do desespero que passei quando encontramos você quase morta? Eu achei que... —Jamie engasgou. —Achei que iria perder você.

—Eu...

—Eu. Não. Consigo. Perder. Você.

Eu fiquei em silêncio, tomando a dor das palavras dele.

—Eu estava protegendo quem eu amava.

—Iria se sacrificar por isso? Por...

—Por você. —Eu ergui meu rosto para encontrar o dele. —É inevitável.

—Eu não viveria comigo mesmo se algo acontecesse com você.

—Mas eu prometi que ficaria sempre com você, não foi?

Jamie me puxou para cima, até meu rosto ficar na altura do seu, e franziu as sobrancelhas.

—Você nunca mais tente algo assim, entendeu bem, Mayfleet? Não tente se suicidar cada vez que corremos risco.

Eu sorri poucos segundos antes de beija-lo.

—Entendi, Stryder.

Ele me beijou novamente, com uma nova voracidade em seus lábios, mais ardência, ocasionando a explosão que sacudiu todas as minhas células, trazendo-me de volta a verdadeira vida. Eu me afoguei em seu beijo, sumindo em seus braços, sentindo a felicidade infinita invadir meu coração. Foi uma pontada, mas uma pontada boa, como se estivesse sido ligada na tomada.

Contudo Jamie separou nossos lábios, e a explosão sumiu tão rápido quanto apareceu.

—Eu tenho uma surpresa. —Ele disse.

—Do que você está falando?

Jamie não respondeu. Ele apenas exclamou “Pode entrar” e me deu espaço no colchão.

A cortina de veludo deu lugar para alguém entrar. Eu a reconheci de primeira, abraçando seu corpo peludo.

—Lola! Minha menina!

Eu fiquei distraída demais com Lola para ver quem a tinha seguido. O susto foi tão grande que pensei estar sonhando.

Mas era real.

Os cachos vermelhos-ferrugem, acompanhados dos seus olhos perfeitamente azul-esverdeados, bochechas rosadas, e um grande sorriso.

—Alice! —Eu gritei. Tentei me levantar, mas ela caiu no meu colo. Abracei-a com força.

—Meu Deus! Você... Você acordou! Alice, é você!

—Eu senti tanto sua falta, Ash... —Ela sussurrou.

—Quando você acordou?

—Faz dois dias.

—Quanto tempo eu...

—Quatro dias. —Respondeu Jamie. —Você dormiu por quatro dias.

Abracei Alice com mais força, e ela gemeu.

—Você não precisa me quebrar no meio, Ashley. Eu não irei fugir.

Eu ri suavemente.

—Eu sei, minha pequena, só quero garantir que você está aqui mesmo.

—Pode me beliscar se quiser.

Soltei-a para poder admirar seu rosto cheio de sardas pálidas.

—Você está tão crescida.

—Você também, desde que eu me lembre... Ashley, você tem um namorado! Foi um choque tão grande que eu mal acreditei.

Eu ri, e olhei para Jamie. Ele estava nos observando, sorrindo. Gesticulei para que ele se aproximasse. Jamie passou os braços pelos meus ombros e me apoiou melhor sentada.

—Que reviravolta, não é? —Suspirei e apoiei meu rosto sob o de Jamie.

—Mas eu tenho outras novidades. —Disse Alice, animada. —Papai e mamãe estão vivos.

Eu sorri com tanta foça que parecia que meus lábios rachariam.

—Isso é tudo que eu precisava ouvir. —Sussurrei.

—Mas... Não sabemos onde eles estão. Eles viajaram para muito longe.

—Está tudo bem. Só pelo fato de eu saber que eles estão bem... —Suspirei de felicidade e passei um braço pelas costas de Alice e o outro pelo pescoço de Jamie, abraçando-os apertado. —Eu amo tanto vocês.

—Eu também amo você. —Sussurrou Jamie no meu ouvido.

—Eu preciso ir agora. —Gritou Alice, me fazendo solta-la. —Tenho tanta coisa para fazer, Ash, você nem imagina. Tem uma menina aqui, a Liberdade, e acredita que ela não sabe fazer tranças? Eu prometi que iria ensina-la o quanto antes. Mas estava esperando você acordar. E você, dorminhoca como sempre, demorou uma eternidade.

Eu demorei... —Resmunguei, pensando na ironia presente.

—E tem o irmão dela, o Isaiah. Ele é tão fofinho, Ash. Ele disse que adorou meu cabelo, acredita?

—Divirta-se. —Falei.

Alice se levantou num pulo e correu até a porta, parando apenas para dizer.

—Eu volto mais tarde. E você logo vai conseguir levantar, então...

Ela nos deixou sozinhos.

Virei-me para Jamie e suspirei novamente. Ele me observava com seu leve sorriso. Quando meus olhos encontraram os dele, Jamie se inclinou para cobrir meus lábios com os seus. Ele me beijou suavemente, sem pressa. Não havia mais motivos para ter pressa, teríamos a vida toda para viver agora. Talvez nossa vida toda fosse apenas alguns meses, talvez dias. Mas, agora, teríamos toda a vida para nos beijar com toda a calma. Ele me puxou para seu colo, minhas pernas envoltas em sua cintura, minhas costas apoiadas em seus joelhos. Apertei a malha de sua camisa entre as mãos e o puxei para mais perto possível de mim.

Seu sorriso se apertou contra o meu. Ele abraçou minha cintura, me atando contra ele. Reconheci a malha que eu estava agarrada. Jamie estava vestindo meu moletom azul. Ele seguiu meu olhar.

—Acho que você vai querer de volta, não é?

Em uma fração de segundo, ele desvestiu o moletom e o colocou sobre meus ombros. Meus olhos ainda fitavam seu peito.

—Eu sei o quanto isso é importante para você. —Ele sussurrou.

—Há algo mais importante.

Ergui meus olhos para os dele e Jamie estava sorrindo. Segurei seu rosto com uma mão e o beijei novamente, acendendo as faíscas, explodindo.

A explosão foi mais arrasadora. Mais duradoura. Melhor. Movíamo-nos juntos, como uma dança, sabendo exatamente como o outro agiria. Meu estômago promoveu uma revoada de grandes borboletas, a sensação me fazia querer rir. O riso escapou em pequenas bolhas fluidas pela garganta, a cura para tudo. Meu riso não foi suficiente para interromper nosso beijo, ele se seguiu por vários minutos intermináveis e extremamente acelerados.

Separei nossos lábios para poder respirar, o hálito dele soprava minha franja.

—Doc não aprovaria esse método de recuperação. —Jamie sussurrou.

—Não me importo com o que Doc aprova.

A explosão voltou, mas foi curta. Eu sentira uma fadiga inexplicável de repente, e tive que repousar encostada nele por um momento. Jamie passou os braços a minha volta com o maior cuidado que tinha, como se eu fosse quebrar ao me apertar demais. Apoiei minha testa em sua bochecha e fechei os olhos para desfrutar melhor de seu familiar calor.

—Eu já deveria ter chamado Doc. —Jamie disse baixo e roucamente, enquanto passava os dedos pelas mechas avermelhadas do meu cabelo.

—Não saia daqui de jeito nenhum. —Reclamei. —Isso não faria bem a minha saúde, e você precisa cuidar de mim.

—Acha que eu não sei disso? Eu monopolizaria minha vida toda para cuidar de você.

Ele sentiu quando sorri, pois sorriu em seguida. Eu sentia seu rosto se deformando em um dos seus lindos sorrisos.

—Eu não me importaria em passar o resto da vida aqui. O que acha de cobrir a entrada do quarto com uma pedra? —Eu sussurrei.

—Não me tente.

Senti um arrepio percorrer minha espinha – um arrepio bom. Tudo estava tão perfeito, uma linha tão tênue que parecia inquebrável. Porém era tudo tão frágil, principalmente aquela felicidade que parecia eterna. Comecei a ficar preocupada, temerosa, querendo manter sempre aquele sentimento, mas já o perdendo. Jamie percebeu quando meu corpo ficou tenso.

—O que está pensando? Parece nervosa. Está tudo bem?

—Melhor impossível. —Soou como uma mentira. Não gostei. Jamie afastou meu rosto para me olhar nos olhos.

—O que aconteceu? Algo errado? Está doendo?

Balancei negativamente a cabeça.

—Eu estava pensando... Estou com medo de perder toda essa felicidade.

A expressão de Jamie se suavizou aos poucos, tornando-se branda novamente. Ele beijou o ponto onde minhas sobrancelhas estavam tensas.

—Você se preocupa demais.

—É necessário.

—Apenas aproveite sua felicidade, Ash, e não pense se um dia vai perdê-la.

Ficava fácil de pensar que seria eterna enquanto Jamie agisse daquele modo tão doce. Meu rosto relaxou em um sorriso e voltei a descansar a cabeça apoiada em seu ombro.

—Eu prometi que diria aos outros quando você acordasse. —Ele sussurrou.

—Alice já deve tê-los avisado. Não se preocupe.

Dito e feito. Alguns minutos depois, ouvi passos no corredor. Jamie me puxou com cuidado para o lado, e eu saí totalmente do colo dele, caindo no colchão ao seu lado. Ela passou os braços a minha volta e me aninhei contra ele. A cortina de veludo foi afastada e Peg surgiu, acompanhada de Melanie.

—Bem-vinda de volta, Ashley. —Disse Melanie. Ela se agachou ao lado de Jamie e meio que me abraçou por cima dele. Depois o abraçou.

—Vocês dois estão bem?

Eu franzi as sobrancelhas e olhei para Jamie.

—O que quer dizer “vocês dois”?

—Jamie levou um tiro. —Disse Peg. —E não houve Curar o suficiente para salvar você e ele totalmente. Ambos ainda estão um pouco feridos.

Ele mais do que você. O teimoso não deixou que o curássemos antes que você ficasse quase perfeita.

—Jamie! Deixe-me ver.

Ele suspirou impaciente.

—Valeu, Melanie.

E ergueu a camiseta.

Seu abdômen — que eu nunca havia reparado antes, mas era extremamente definido, assim como todos os músculos do seu corpo — estava meio coberto por um tecido rijo na altura das costelas, onde o tiro havia acertado. Não parecia bem.

—Jared vai chegar amanhã com o novo estoque de curar e eu vou estar novinho em folha.

—Você deveria ter se curado melhor. —Falei.

Ele negou com a cabeça.

—As damas primeiro, Ash. E eu nunca deixaria você ferida para me curar.

Melanie franziu as sobrancelhas.

—Se quiserem ficar sozinhos, é só pedir.

Corei um pouco. Jamie continuou a vontade, já parecia acostumado com esse comportamento da irmã.

Mudei de assunto.

—Peg, foi você quem trouxe Alice de volta?

—Ela voltou sozinha, na verdade, mas eu a ajudei a se adaptar rapidinho.

Inclinei-me para poder passar um braço pelos ombros pequenos dela.

—Obrigada, Peg.

—É o meu trabalho. —Ela disse, se afastou e sorriu. —E foi um prazer. Alice é muito amável.

—Eu sei.

A cortina de veludo foi afastada, e novos rostos surgiram. Doc e Ian.

—Ashley! —Doc exclamou. —Jamie, eu havia pedido que me chamasse assim que ela acordasse.

—Ashley consegue ser teimosa quando quer. —Respondeu Jamie.

Eu ergui o olhar e encontrei neve e noite. Ian se ajoelhou com cuidado ao meu lado, estendendo a mão para me ajudar a sentar. Eu aceitei a ajuda, e Ian envolveu meu corpo com um dos seus grandes abraços.

—Graças a Deus, você acordou. Estávamos todos morrendo de preocupação. E Jamie não me deixou te ver de jeito nenhum. Achei que ele fosse se levantar só para me bater.

Eu ri apoiada contra ele, mas senti minha garganta se inchando por dentro. Havia um nó no meu estômago, uma dor que eu não entendia. Havia umidade demais nos meus olhos, as lágrimas teimavam. E escorreram. Ian foi o primeiro a percebê-las.

—O que foi Ashley?

—Eu fiquei com tanto medo. —Gemi. —Tanto medo de perder vocês. Chorei tanto só de pensar em ter que partir, me desesperei... E tudo está aqui agora, tão vivo, tão intenso... Meu psicológico não aguenta.

Ian riu, acariciou meu cabelo e me soltou. Passei as costas da mão no rosto para retirar os rastros de lágrimas. Jamie me puxou pela cintura para bem perto dele, me ajeitando ao lado dele e apoiando a bochecha na minha testa. Ele olhou para Ian e sibilou.

—Mantenha suas mãos longe dela.

Eu sorri de olhos fechados, e relaxei um pouco. Meu corpo estava tão tenso que doía. Talvez fosse a dor, ou a ausência dela.

—Ciúmes, Stryder? —Ian riu de uma piada que só ele entendia.

—Seria ciúme se eu quebrasse seu nariz?

Ian ergueu as mãos, e deixou cair os braços sobre os ombros de Peg, puxando-a para si.

—Eu amo Peg, e Ashley sabe disso. E você sabe disso.

—Não seja ciumento. —Murmurei. —Ian e eu somos apenas bons amigos.

Jamie apertou o braço a minha volta. Ergui minha cabeça e sussurrei em seu ouvido, para que só ele escutasse.

—Eu. Amo. Você. Só você, Stryder.

Um sorriso brincou nos lábios de Jamie.

Doc estava nos examinando com os olhos desde o momento que entrou. Ele estendeu a mão para mim e a aceitei. Doc me puxou para mais perto, estendeu uma caixinha de Corta Dor e disse.

—Não está doendo agora, mas o efeito já vai passar.

Engoli um quadradinho transparente. Jamie também pegou um. Doc inclinou a cabeça e estreitou os olhos.

—Ainda dói, Jamie?

Jamie se mexeu desconfortável, e me afastei para que ele tivesse mais espaço. Jamie não gostou, ele me puxou para perto novamente.

—Dói um pouco. O problema é a falta de ar.

—O tiro furou seu diafragma. Não é a toa que lhe falta ar. Isso precisa ser curado logo antes que inflame... Temos que torcer para que Jared volte antes que isso aconteça.

—E quanto a Ash? —Quis saber Jamie. —Ela também se feriu gravemente.

Doc dirigiu o olhar para mim.

—A bala atingiu seu coração, Ashley. Usei dois frascos de Curar só para removê-la. Mas o tecido dos órgãos ainda está danificado, igual sua pele.

Puxei um pouco o degote da camiseta que vestia, apenas o suficiente para ver um grande curativo passar pelo lado esquerdo do meu peito até meu ombro direito, bem rijo.

—Eu vou ficar bem. —Falei. —Obrigada, Doc.

—Não tem de quê. Bem, se precisarem, é só falar. Estarei por perto.

—Vamos com você, Doc. —Disse Peg. Ela ficou de pé, rebocando Ian com ela. Ian me dirigiu um leve aceno com a cabeça.

—Nos vemos depois.

—Até logo. —Respondi.

Melanie estava sentada ao lado de Jamie, segurando sua mão entre as dela.

—Você está mesmo bem?

—Isso depende de quanto tempo Jared vai demorar. —Respondeu Jamie.

—Ele virá logo, eu espero.

—Por que Peg não foi com ele?

Melanie baixou os olhos.

—Ele não teve tempo de avisá-la... Partiu assim que percebeu que não tínhamos Curar o suficiente para os dois. Você sabe o quanto Jared se preocupa com você...

—Claro. —Disse Jamie, e suspirou. —Tenho medo que isso acabe matando-o.

Melanie se contorceu, atordoada.

—Nada vai acontecer com Jared. —Falei, tentando tranquilizar ambos. —Ele é muito esperto para ser pego.

—Eu sei, mas... —Melanie deu um suspiro triste. —Eu tenho tanto medo de perdê-lo! Já perdi aquela vez, quando me capturaram. Às vezes eu penso... E se... E se ele for pego? Se não for tão esperto? Vamos perdê-lo para sempre? —Havia lágrimas eu seus olhos.

Jamie me soltou e passou os braços pelos ombros dela. Percebi que ela estranhou o abraço dele. Não demorei a descobrir o motivo.

—Nunca vou me acostumar com esse seu tamanho... —Ela sussurrou.

—Jared vai ficar bem, Mel. Tenho certeza.

—Eu queria ter ido junto. Aqui, eu fico muito preocupada, só pensando... Mas eu não podia deixar você de jeito nenhum.

—Mel...

Ela o silenciou com um olhar, o reprendendo por tentar consola-la. Melanie era durona a esse ponto – não se deixava ser consolada. Ela enxugou as lágrimas e respirou fundo.

—Vou ver se Darcy precisa de ajuda. Ela está de mudança. Joe e ela vão ficar juntos, agora que Alice arranjou uma nova companheira de quarto.

—Uma... Companheira de quarto? —Não entendi.

Melanie deu um leve sorriso.

—Foi uma nova garota... Que salvamos. O nome dela é Anna. Deve ter dez anos, mais ou menos. Alice e ela vão ficar no mesmo quarto, não há probabilidade dela ficar aqui.

—Por que não?

—Algo me diz que vocês dois não vão querer ser incomodados.

Olhei para Jamie e, pelo sorriso maroto no rosto dele, sabia que ele concordava.


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