The Surviver escrita por NDeggau


Capítulo 23
Capítulo 22 — Viajando




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Viajando

 E COMO QUALQUER OUTRA, começou como um sonho...

Era uma sensação estranha, mas totalmente familiar. Eu devia ter reconhecido de imediato, apenas pelo cheiro no ar, mas havia muito tempo que eu não presenciava esse fenômeno. Chuva. Gotas mornas e miúdas caindo sobre meus braços e meu rosto. Fiquei parada na chuva, até as gotas se tornarem frias e pesadas, encharcando meu cabelo e minhas roupas. Eu não via nada além da chuva e da neblina baixa. Mas não era neblina. Minha visão estava borrada, como se eu estivesse usando os óculos da minha avó. Eu estava em um lugar aberto demais, cinzento demais, e me senti exposta. Mas era familiar. Conheci o hospital a alguns metros. Tucson?

Onde estava Lola? E... Jamie?

Bruma?  Sem resposta.

Dei um giro, tentando captar algum foco, mas tudo estava borrado. Um borrão azul claro, branco, cinza-claro, cinza-escuro, outro borrão branco e um vermelho. Vermelho? Eu conhecia aquele tom. Estava distante e pequeno, mas eu o conhecia. O vermelho escuro e acastanhado, com manchas de laranja-ferrugem, e pequenas mechas cor de champanhe.

Corri em direção ao borrão, tropeçando em formas invisíveis. A visão começou a clarear, e eu soube que estava acordando. Não, ainda não. Corri mais depressa. A forma avermelhada estava bem próxima, apenas alguns metros. E tudo estava claro demais. Eu iria acordar, a previsão acabaria.

Não! Eu queria gritar. Tinha que chegar ao vermelho enferrujado, tinha que ter certeza.

Estiquei os braços e trouxe o borrão, a figura vermelha para mais perto, e estava claro e distinto. Sim, eu estava certa. Era ela.

 —Alice?

 —Alice! —Berrei, mas era tarde. Havia sumido.

Eu acordara encharcada de suor, e quase havia caído do catre que havia adormecido. Eu tinha corrido até o hospital na noite passada, e acabei dormindo aqui, encolhida em um catre duro feito pedra, mas tive certeza de que estaria mais confortável aqui do que no meu quarto. Lola se mexeu aos meus pés. Em algum momento, ela me procurou a noite, seguindo meu cheiro. Eu acariciei suas costas, a tranquilizando. Ela também estava assustada com o meu grito.

Que... Horrível, sussurrou Bruma.

Era uma previsão. Ela está viva, Bruma. Alice está viva! Em Tucson, perto do hospital. Alice está viva!

Precisamos ir busca-la. E com cuidado, para não assustar Chuvisco.

Alice está viva! Cantarolei.

Talvez seus pais.

 Eu sorri, não conseguindo impedir que esse sorriso largo se espalhasse pelo meu rosto.

Eles podem estar vivos! Vivos!

Tudo bem, eu já entendi.

Desculpe, eu estou... Extasiada. Eles podem estar vivos, cantarolei novamente, mas tratei de tomar o controle novamente.

 Sentei e me espreguicei, as juntas do meu braço estalaram.

 Mas não tinha tempo. Alice. Alice. Meu coração bombeava esse nome. Pulei de pé, me orientando. Apenas sabia que precisava correr, encontrar alguém. Ian não podia me ajudar, eu não tinha certeza. Jamie, fora de cogitação. Talvez Jared pudesse.

 Implorei mentalmente para que Jared estivesse em seu quarto. Saí do consultório de Doc, alongando as pernas as descer do catre. Corri ao longo do túnel escuro, passei pela cozinha e o salão principal, seguindo o túnel norte até os dormitórios. Segundo corredor, para onde Jared e Melanie haviam se mudado depois do desbarrancamento. Esmurrei a parede de pedra próxima à abertura coberta por um biombo verde.

 —Jared! —Exclamei. —Jared, por favor!

 O biombo foi afastado, e Jared surgiu usando apenas uma calça de moletom.

 —Ashley?

 —Preciso de sua ajuda. —Disse, esbaforida. —Preciso fazer uma incursão!

 Uma hora depois, eu estava batendo o pé impacientemente do lado de fora do buraco de servia de depósito. Jared surgiu alguns minutos depois, com uma sacola cheia de coisas. Ele jogou a sacola para mim, e dei uma olhada. Havia roupas novinhas, um par de botas pretas, dois canivetes, facas maiores, munição para revolver, dois pacotes de Cheetos e um prendedor de cabelo preto que foi muito querido por mim naquele momento. Enrolei a alça da sacola no braço e prendi o cabelo com o prendedor.

 —Vamos indo. —Disse Jared, me empurrando em direção a um túnel pelo qual eu nunca havia passado.

 —Onde esse túnel vai dar? —Perguntei, ainda com os dedos presos no prendedor de cabelo.

 Mas Jared não precisou responder, pois alguns passos depois uma luz brilhou, acima de uma rampa. Fora. Era onde daria aquele túnel. Eu deveria ter o reconhecido da primeira vez que passei por ali, há tantos meses atrás. Quase um ano.

 Mas não havia tempo para divagações. Alice, eu precisava encontra-la.

 Subi a rampa em direção à saída quase correndo, escutando os passos de Jared atrás de mim. E havia outros passos também...

 Sem parar de andar, virei de costas e me deparei com... Ian?

 —Ian? O que faz aqui?

 Ele deu um meio sorriso.

 —Acha mesmo que vou perder sua primeira incursão?

 Estreitei os olhos e me virei, andando normalmente.

 Chegamos a uma pequena caverna estreita, onde havia um jipe. Jared pulou no banco do motorista, e Ian abriu a porta de carona para mim.

 —Primeiro as damas. —Ele disse com um sorriso bobo colado no rosto. Passei por ele esbarrando em seu ombro e pulei no jipe. Ian se acomodou nos bancos de trás.

 —Para onde, Ashley? —Perguntou Jared.

 —Tucson. —Respondi, mesmo que ele já soubesse.

 A viagem se seguiu por mais poucas horas. Quando Tucson começou a despontar na extremidade da estrada, minha frequência cardíaca estava me sufocando.

 Tombei minha cabeça para trás, e sorri discretamente ao perceber um céu branco com nuvens de chuva se aproximando.

É isso então. Disse Bruma. Iremos encontrar Alice.

 Dei um suspiro alegre.

Sim. Vamos encontrar minha irmã.

 —Jared. —Começou Ian. —Pode me explicar exatamente o que está acontecendo?

 —Ashley... —Chamou Jared, indicando que eu explicasse.

 —Eu tive uma visão. —Informei. —Eu estava aqui em Tucson, perto do hospital. E estava chovendo. E encontrei Alice.

 —Sua irmã?

 Assenti. Ian sorriu largamente, e apertou meu ombro.

 —A esperança é a última que morre.

 Um sorriso bobo surgiu no meu rosto. Mas não havia tempo para sorrisos, e assim que o jipe entrou na cidade e estacionou em meio aos outros carros, pulei para fora. Jared segurou meu braço, seu rosto estava coberto por óculos de sol grande, assim como Ian.

 —Não demore. Não corra. Não chame atenção.

 Apontei para o meu rosto.

 —Eu sou uma Alma, teoricamente. Não preciso me preocupar com isso. E vocês... —Olhei para ambos, Ian e Jared. —Tratem de não serem capturados enquanto eu não estiver aqui. Volto em meio minuto.

 Jared deu um meio sorriso, e Ian tocou ligeiramente a testa, como uma continência.

 Comecei a andar em direção ao hospital, minhas pernas bambas. A civilização parecia tão selvagem, todos aqueles prédios cinzentos e altos, e se eu olhasse para cima, teria a impressão de que eles despencariam sobre mim. Engoli em seco e comecei a andar devagar, medindo os passos, até chegar ao lado do hospital. Apoiei-me contra a parede azul-claro e fechei os olhos, lembrando melhor da visão. Bruma me ajudou, recuperando a memória e clareando-a para mim. De acordo com a visão, eu estava vendo o hospital de longe, quase como se eu estivesse...

 Abri os olhos e eles caíram sobre a esquina fechada por uma cerca de madeira, onde eu havia me escondido com Lola, há tempo. Corri até lá e fechei os olhos novamente. Abri-os rapidamente quando a sensação inquietante de deja-vú me atingiu. Naquele momento, como mágica, gotículas minúsculas começaram a cair levemente, ruindo as folhas das árvores. Olhei em volta, assim como havia feito na visão. Não falei com Bruma, não pensei em ninguém. Apenas procurei o maldito borrão vermelho, que não surgia em lugar algum. Dei duas voltas completas, contando em minha mente o número de borrões da visão. O borrão azul claro, o hospital; o borrão branco, a pequena lanchonete; o borrão cinza claro, um prédio; o borrão cinza-escuro, a loja de sapatos; e o outro borrão branco, uma casa. Alice deveria estar ali, em frente a casa branca. Corri até lá, procurando tudo em volta. A chuva finalmente engrossou, me encharcando, e não havia sinal de ninguém na calçada. Todos haviam se refugiado e fugido da chuva, mas... Onde estava Alice? Comecei a correr pela calçada, sem rumo certo, e absurdamente desesperada.

Talvez seja o dia errado. Sussurrou Bruma. Agora é época de chuva, e basicamente choverá todos os dias...

Não! Gritei em pensamento. Não pode ser o dia errado. Alice está aqui, tem que estar!

 Senti os soluços se formarem na minha garganta, se amontoando em um grande e pesado nó, e deixei que eles saíssem. A chuva morna atingia de cheio meu rosto, e escorriam junto com frustrantes lágrimas. Comecei a ficar cansada, mas não parei de correr. Correria até desabar, se fosse necessário, mas eu precisava achar Alice.

Eu não posso tê-la matado. Não pode ser. Não pode! Pensei.

 Mas ela não estava em lugar algum. E se tivesse sido... Apenas um sonho?

Não! Gritei, e o grito escapou pela minha garganta. Apoiei em uma parede para não cair, e senti mais soluços se aproximarem. Eles escaparam sem dó, meu corpo tremia.

 Uma mão grande cobriu minha boca e me puxou para trás, e graças ao elemento surpresa, não consegui me soltar.

 —Ashley! —Era Ian. —Onde você estava indo? Não pode correr desse jeito.

 Eu me livrei das mãos dele e caí contra seu peito, me aconchegando dolorosamente em sua camisa molhada.

 —Ela não estava lá, Ian. Alice não está lá, nem aqui. Ela não está em lugar algum.

 —Shh. Shh. Tudo bem. —Ele acariciou meus cabelos presos e molhados, tirando a franja grudada em minha testa. —Talvez ela não esteja aqui agora, mas Alice está por aí. Shh, tudo bem.

 Eu funguei para afastar as lágrimas.

 —Tenho que continuar procurando.

 —Agora não. —Disse Ian. —Podemos voltar outro dia...

 —Não! —Eu me afastei dele num salto. —Alice tem que estar aqui. Eu sinto isso, Ian. E não tente me impedir.

 Saí marchando pela calçada, em direção ao hospital. Porém não conseguia evitar uma sensação ruim dentro de mim, algo que dizia que talvez Alice não estivesse aqui. Entretanto eu não admitiria isso, de modo algum. Ele me alcançou.

 —Alguém já lhe disse que você é extremamente teimosa?

 —Já me disseram coisa pior. —Resmunguei alto.

 Ian continuou ao meu lado, com suas longas passadas, acompanhando meu trote ligeiro. Contudo, freei abruptamente na entrada de um beco.

 —O que houve? —Sussurrou Ian.

 Não respondi, apenas adentrei o túnel poucos metros e dei dois tapas leves sobre meu Troller cor de areia empoeirado.

 —O que está fazendo? —Exigiu Ian.

 —É meu carro.

 —Seu carro? Eu nem sabia que já tinha idade para dirigir.

 —Idiota. Pois saiba que eu irei fazer dezessete anos daqui há... —Calculei mentalmente a data e me surpreendi com sua proximidade. —vinte dias.

 —Então... Onde estão as chaves?

 Agachei-me e me arrastei para baixo do Troller. Tateei a roda dianteira esquerda em suas elevações, até escutar um tilintar metálico. Puxei as chaves e saí de baixo do Troller. Sacudi-as na frente de Ian.

 —Aqui estão.

 Ele tentou pegá-las, mas desviei e destranquei meu carro. Subi no banco de motorista e liguei o carro. Olhei para Ian.

 —Você vem ou vai ficar só observando?

 Ian hesitou e então subiu no banco de carona.

 —Ficaria mais confortável se o motorista fosse eu. —Ele admitiu.

 —Está duvidando das minhas habilidades de piloto? Eu gosto de velocidade.

 Ian olhou para frente, mas seus olhos estavam arregalados.

 —É isso que me preocupa.

 Não pude deixar de dar uma gargalhada e pisei fundo no acelerador, o Troller deu algumas guinadas até se estabilizar. Ian agarrou a porta e o banco em todas, e achei o medo dele divertido. Avancei em alta velocidade até o local onde Jared havia estacionado o jipe e estacionar na vaga ao lado. Jared nos observou com as sobrancelhas franzidas.

 —Que diabos é isso?

 —Meu carro. Bem, nosso novo carro. —Respondi sorridente.

 —Encontraram Alice?

 Meu sorriso murchou.

—Não. Ainda não. Vou continuar procurando. Pretendia ir em direção a Phoenix, no bairro onde eu morava. Queria dar uma olhada na casa, ver se eu encontro Alice lá.

Jared me olhou com impaciência.

—Não temos a vida inteira, Ashley.

—Não vai demorar muito. —Respondi, dando partida no jipe. —Vou voando. A viagem não levará meia hora. Ian, arrume esses óculos.

Ian obedeceu, recobrindo os olhos com os óculos.

—Para onde agora?

—Não sei. Mas vai ser rápido.

—Por que eu não gosto quando você fala assim?

Acelerei e dei mais duas voltas no quarteirão de garantia, sem sinal de nenhum borrão vermelho enferrujado. Continuei seguindo a estrada principal e peguei a autoestrada, pisando no acelerador com toda a força. O carro voou pela autoestrada vazia, e em questão de meia hora, as pequenas casas começaram a despontar, junto com sinais e outras pistas de civilização. Entrei na quinta rua depois do terceiro sinal. Era minha antiga rua. Parei em frente a minha antiga casa e deixei um suspiro nostálgico sair.

—Sua casa? —Sussurrou Ian.

—Costumava ser. —Respondi.

Desci do Troller e abri o portão, seguindo o caminho de grama, agora alta, até a porta cor de limão. Nem dei ao trabalho de bater, apenas abri. Estava destrancada, e abriu num rangido. Partículas de poeira voaram nos feixes de luz que entravam pela janela, e todos os objetos continuavam ali, perfeitamente no mesmo lugar. Os porta-retratos, as almofadas coloridas no sofá, os globos de neve sobre a lareira, o abajur africano, o cinzeiro que não era usado, um porta retrato que retratava um homem corpulento com olhos azuis escuros e cabelos loiros, uma mulher de rosto fino, maçãs do rosto salientes, olhos verdes brilhantes e cabelos perfeitamente cacheados e vermelhos, uma pequena garotinha do colo do homem, com os mesmos cabelos vermelhos da mãe, e eu. Aquela casa teria sido meu sonho há três anos, meu futuro, e me lamentei ao perceber quão diferente meu futuro era agora. Passos leves sobre o assoalho atrás de mim, e uma mão pálida tocou meu ombro.

—Acho melhor irmos. A casa está abandonada.

 Dei uma ultima olhada na casa, relembrando todos os detalhes na minha mente, e com um pedaço enorme de choro entalado em minha garganta, saí pela porta e a fechei com força.

 Voltei para o Tucson, direto para o hospital, e trajeto foi silencioso. Ian até respirava silenciosamente. Estacionei o Troller ao lado do jipe. Jared tinha uma expressão impaciente no rosto.

 —Podemos ir agora?

 —Me dê apenas mais um minuto. —Disse. Algo no tom da minha voz fez com que Jared não contrariasse.

 Desci do Troller e caminhei até a esquina de frente ao hospital. Fechei os olhos. A chuva havia diminuído. Estava agradável. Reabri os olhos, vendo o hospital. Comecei a girar minha cabeça para a esquerda, lentamente. E parei de imediato ao ver a única coisa que eu desejei ver o dia inteiro.

 Ela estava de pé, olhando para o céu com impaciência, se protegendo da chuva embaixo da tenda da lanchonete. Seus cachos ruivos estavam molhados e grudados em seu pescoço, e suas mãos abraçavam seus cotovelos. Ela havia crescido consideravelmente, e parecia linda. Linda, aos meus olhos tolos de irmã mais velha, e corri até ela sem hesitar.

Alice! Eu queria gritar, mas lembrei a tempo que ela não respondia mais por esse nome.

 —Chuvisco?

 Ela sorriu ao me ver, correndo até mim com os braços esticados.

 —Bruma! Que bom te ver! Por onde andou?

 —Terminando a faculdade. —Menti. —Você precisa vir comigo, Chuvisco, tenho algo grandioso a lhe mostrar,

 —Como sabia onde eu estava?

 —Acho que é esse corpo. —Continuei mentindo descaradamente, mas já havia me habituado a mentir para Almas. —Acontecem coisas tão estranhas com esses humanos.

 —Eu sei. Um dia desses...

 —Chuvisco. —Interrompi-a, com um sorriso. —Podemos conversar depois? Eu gostaria de lhe levar a um lugar especial.

 Ela pegou minha mão, sorridente.

 —Claro.

 Levei-a até os jipes estacionados. Jared e Ian nos observavam em silêncio.

 —Esses são meus amigos, Folhas no Céu e Beijado pelo Sol. —Apontei para Ian e Jared, respectivamente, quando inventava os nomes. —Eles eram Golfinhos.

 Chuvisco arregalou os olhos, interessada.

 —Eu também já fui! Podemos falar sobre eles?

 —Mais tarde. —Respondeu Ian, gentilmente. —Agora, temos uma surpresa.

 Os olhos de Chuvisco faiscaram de curiosidade. Ajudei-a a subir no jipe.

 —E qual a grande surpresa? —Ela quis saber.

Ian se aproximou dela com um cilindro branco aerossol, com a palavra Adormecer escrita na lata, e borrifou sobre ela. O corpo de Alice demorou dois segundos até tombar no meu colo. Ajeitei-me melhor e puxei-a para meus braços.

 —Vamos Ian, antes que ela acorde. Vamos para casa.


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