Beijos, Beatles E Dúvidas escrita por Alasca


Capítulo 14
É um pesadelo, Jude


Notas iniciais do capítulo

Olá!Cadê vocês??Sei que tem várias pessoas que acompanham mas cadê vocês comentando? Quero dedicar esse capítulo as leitoras mais queridas que alguém poderia querer: Lavínia e Agatha, meninas, vocês são incríveis!E um beijo para todos que acompanham: Lena, Laila e Joice, Lari, Pudim Sexy, Anna Jhulia, ThayDinucci, Bruna, Carol, Dinha, Vick, Ana, Milla... Muito obrigada!Agora, sem mais enrolação, vamos para o capítulo!



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—Lola, aqui o CD que eu te disse, é muito bom, acho que você vai gostar, depois me diz... Gente, o que aconteceu?

A Duda voltou para o portão da casa e encontrou, Pedro e eu, em total silêncio, nos encarando, meus olhos lacrimejando, coisa que acontece quando estou brava. Não que esteja brava, muito pelo contrário, encontro-me extremamente feliz, e em estado de choque, mas não aquele choque. O garoto mais perfeito que eu conheço declarou-se, disse que gosta muito de mim, não sei o que fazer agora, afinal a Maria Eduarda não sabe que já nos beijamos, não vai dar para explicar!

—Aconteceu nada, está tudo normal. -Ri, disfarçando a situação maravilhosa. -Está pegando muito no meu pé hoje!

—Tudo bem então... Fica com o CD, que amanhã você me devolve, ou eu vou buscar, ou o Pedro busca para mim.

Isso! Ótima ideia.

—OK amiga.

Ficamos ali parados, os três, um esperando o outro falar alguma coisa, a Duda sem entender o motivo disso, se apressou à perguntar:

—Que foi? Por que estamos aqui ainda? Vocês estão muito estranhos. Vamos entrar Pedro, antes que a mamãe fique brava. Tchau Lola!

E foi isso, ele entrou e eu não pude dizer nada, NADA! O garoto acabou de abrir seu coração pra mim, e... Eu não disse palavra alguma, além de dizer que estava assustada, mas que droga! Mas ainda tinha uma chance, acho que poderia dar certo: Corri para dentro de casa o mais rápido que pude, mas claro, quando estamos com pressa sempre surge algo para atrapalhar.

—Ei filha! Não vai dar "oi"? Que consideração, a gente carrega nove meses para depois crescer e não te dar uma mínima atenção!

—Que drama mãe! Só estou com pressa! Tudo bem? Como foi seu dia? Jura? Nossa, que divertido, tenho que subir!

Se eu tinha ouvido direito o que o Pedro havia me dito, minha ideia provavelmente daria certo, afinal, ele disse que me via "dançar com o vento" na sacada, espero que hoje, mesmo depois de tudo que aconteceu, ele faça o mesmo. Entrei no meu quarto, atirei a mochila na cama, e fui até a sacada, onde o vento estava forte e delicioso, como eu esperava ele já estava lá, só que dessa vez sentada numa poltrona fofa e com um violão no colo, coloquei o corpo todo para fora e disse bem baixinho, a falta de coragem me dominando:

—Olá.

Ele ergueu a cabeça, as bochechas levemente coradas, os olhos brilhando, os cabelos bagunçados, uma figura praticamente encantadora e cantarolou:

Hey Jude.

—Amo essa música.

And anytime you feel the pain, Hey Jude, refrain, don't carry the world upon your shoulders...

—Não sabia que tocava, nem que cantava...

Me aproximei mais da casa dele, deveria ser um cena cômica se vista por alguém de fora, duas pessoas tão próximas, agora que ele havia também se levantado e ido até o canto da sacada, uma pessoa normal poderia se perguntar "Por que eles simplesmente não se encontram na mesma casa?", isso seria bom.

—Você não sabe muito sobre mim. Não sabia que gostava de Beatles.

—Não sabia que gostava de mim. -OK, posso ter sido um pouco direta demais, mas eu estava ali apenas para conversar sobre esse assunto. -Isso eu com certeza não imaginava.

—Jura? Achei que estava mais que na cara.

—Só desconfiei depois do que aconteceu ontem...

—LOLA DESCE LOGO PRO ALMOÇO QUE SEU PAI JÁ CHEGOU!

Ah, que maravilha, minha mãe não podia atrapalhar um momento mais importante? O Pedro fechou o sorriso que havia aberto alguns segundos antes, e disse que eu poderia ir, depois nós conversaríamos. Fiquei muito chateada, queria continuar ali, mas ele voltou para o quarto, e eu fui para a cozinha. Quando entrei no cômodo, meus pais já estavam lá, minha mãe levemente brava por eu tê-la ignorado, pedi desculpa, afinal ela realmente não tinha culpa, mas me atrapalhou duas vezes hoje, e isso é mais que o normal. Para não perder o costume, meu pai contou os dias que faltava para a viagem, eles estavam tão animados e ansiosos, há muito tempo que eles não viajavam tão longe e sozinhos.

Depois que terminamos de comer, ajudei minha mãe com a louça, a fim de me redimir e ficarmos de bem, pois caso eu precisasse sair para resolver assuntos com alguém, ela não poderia me negar tal ato. Como todos os dias, depois de almoçar, fui para sala procurar algum coisa interessante na TV, mas claro, fui interrompida:

—Filha, tem alguém aqui que quer te ver!

Meu coração deu um salto! O Pedro estava ali, meu Deus! Gritei para minha mãe que eu já ia para lá, e subi rapidamente para o meu quarto, troquei o uniforme por uma blusinha e um short, escovei os dentes e arrumei o cabelo, coloquei um pouco de perfume, já que ele havia gostado tanto, joguei o cabelo de lado e desci animada. Antes de chegar na cozinha, eu tinha que passar pela sala, tentei fazer o mínimo de barulho, podia ver minha mãe conversando animada com ele, meu coração cada vez mais rápido...

—Oi Pedr...

Não consegui continuar, minha voz toda desapareceu e eu senti que ia desmaiar, o lugar começou a girar e minhas pernas perderam as forças. Tudo ficou escuro e de repente:. Algum tempo depois, acordei, senti que estava deitada na minha cama, com um pensamente horrível me acompanhando, não, não podia ser verdade, tinha sido apenas um pesadelo, por favor. Ouvi minha mãe e uma voz, uma voz que por muito tempo fiquei sem ouvir, meu corpo todo arrepiou e um frio percorreu minha espinha, resolvi abrir os olhos, tinha que confirmar se o pesadelo tinha se tornado realidade.

Oh, minha filhinha, o que aconteceu? Você não desmaia a tanto tempo! Que foi? Ficou emocionada em revê-lo? Eu também fiquei, mas se acalma, vou buscar uma água com açúcar. -Ela saiu do quarto e eu senti meu mundo desabando

Você. Eu tenho nojo de você, o que está fazendo aqui? Sai logo do meu quarto! -Sentei na cama, minhas mãos coçando para dar um soco naquele idiota.

—Calma, meu anjo.

—Cala boca, Mário! Quero que você saia daqui agora, não quero olhar para essa sua cara de pau! Não tem vergonha de aparecer aqui depois de todo esse tempo? Depois de tudo que você fez me passar?!

—Lola, espera, deixa eu te explicar! Aquela noite foi um erro, eu não devia ter feito aquilo, eu sei, me arrependo todos os dias.

—Não acredito em você, não acredito em mais nada que você disser! Você pode por favor sair daqui? Se eu tivesse contado para minha mãe duvido que ela estaria te tratando assim, não merece saber a estupidez que você foi capaz de fazer!

Não me lembro de sentir uma raiva tão grande quanto naquela noite, mas agora estava bem próximo a isso. Como o Mário tinha a coragem que aparecer aqui depois de tudo que aconteceu? Queria matá-lo, distribuir socos em todo o rosto dele, e eu o faria se ele não tivesse me abraçado. ME ABRAÇADO! Que ódio!

—Me solta! Me solta!

—Não vou te largar enquanto não se acalmar!

Mas era só o que me faltava, esse idiota me abraçando. Mário sempre foi forte, agora estava ainda mais, os ombros largos, os cabelos loiros arrumados em um topete, usava o mesmo perfume, perfume que passei a odiar.

—Pronto, agora já está calminha eu te solto. -Ele se afastou e ficou olhando para os meus olhos. -Lola, eu quero me desculpar, por favor, acredita em mim, eu me arrependi, você foi a garota mais maravilhosa que eu já conheci e sei que o que fiz foi horrível, me perdoa.

—Você não esta entendendo? Eu te odeio Mário. Não passei de uma aposta, já esqueceu? Ela destruiu todos os outros momentos bons que passamos, ela apagou tudo. Não tem você mais no meu coração.

—Pois eu vou fazer o possível e o impossível para te provar que mudei. Eu te amo Lola.

Aaaah, que lindinhos! -Minha mãe entrou no quarto, me entregou o copo de água e pousou as mãos no ombro do Mário, estava com um sorriso bobo e ficava me olhando com os olhos iluminados. Se ela soubesse...- Estava com tanta saudade sua, garoto.

—Também estava com saudade da senhora, Dona Clarice. Mas tenho que ir, só passei para conversar uma coisinha com a Lola.

Coisinha? Ele chama isso de coisinha? Só pode estar brincando comigo!

—Fica mais um pouco Mário, vou preparar um suco para gente e você pode contar...

Salva pelo destino, o interfone tocou e minha mãe foi atendê-lo, ficamos esses minutos em total silêncio, encarei a parede o quanto pude, estava com muita vontade de chorar, mas não faria isso na frente dele, ele não merecia minhas lágrimas. Devo ter ficado com os olhos marejados, então para me acalmar, ele pegou minha mão e ficou riscando círculos na palma dela, como eu repugnava aquele cara, no momento em que ia impedir seu toque, minha mãe voltou para o quarto, acompanhada pelo motivo em que eu havia me arrumado, o motivo pelo qual eu havia ficado feliz, o Pedro. No exato segundo que ele olhou para o quarto dirigiu o olhar para a minha mão, mão que estava sobre a coxa do Mário e que esse, por sua vez, acariciava. Senti minha respiração aumentar de velocidade, e aparentemente o ser ao meu lado também percebeu, pois passou as mãos sobre minhas pernas e disse:

—Calma, meu anjo...

Não, não, não! Como eu vou explicar isso para o Pedro?! Vou matar esse cara.

—Filha, o Pedro está aqui, ele disse que queria conversar com você.

—Oi Lola...

Finalmente, o Mário levantou, se despediu da minha mãe, deu um sorriso amarelo para o Pedro e me beijou na bochecha. Minha mãe o acompanhou para fora, deixando-me sozinha com o Pedro, que sentou ao meu lado e foi logo dizendo:

—Agora eu entendi. Entendi porque está assustada e confusa. Você já ama alguém. E não sou eu.

—Não Pedro, não é isso, você entendeu errado, deixa eu explicar!

—Lola, eu ouvi o que ele te disse. O que a gente fez foi errado, muito errado. Como você pôde? Se soubesse que você já tinha alguém, eu não teria feito nada daquilo, aquele beijo não teria acontecido! Olha aqui, se tem uma coisa que eu não suporto é traição, não acredito que você foi capaz de fazer isso com alguém.

—Não Pedro, por favor... Aquilo que você viu, está tudo errado!

Tudo está muito errado!


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Notas finais do capítulo

NOOOOOSSA! É ISSO MESMO? O MÁRIO VOLTOU?? SIM, MEU POVO, ELE ESTÁ DE VOLTA! E NOS RESTA SABER, SE REALMENTE MUDOU! Espero que vocês tenham gostado do capítulo, o maior de todos até agora!! Um beijo e até a próxima.Comentem, comentem e comentem!